terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Patrick X Big John - New School X Old School




                                    



• Patrick Brito

• INTRODUÇÃO


• Diz-se que contra fatos não há argumentos. E eu vos apresento um fato: o novo sempre supera o velho. Vejamos. No final do século XIX, o físico William Thomson, conhecido como Lord Kelvin, já com 76 anos de idade, disse que sentia pena dos jovens físicos uma vez que a física estava praticamente concluída, faltando apenas a correção de algumas grandezas físicas. Admitiu, entretanto, que ainda haviam 2 nuvens no horizonte da física clássica: o fracasso do experimento de Michelson-Morley em determinar a velocidade da Terra através do éter luminífero e a falta de uma explicação plausível para a distribuição da energia da radiação de corpo negro. Albert Einstein, um jovem de 26 anos, funcionário de um escritório de patentes em Berna, resolveu uma das nuvens, dispensando a existência do éter e postulando que a velocidade da luz fosse sempre a mesma para todos os referenciais inerciais. Um jovem de 26 anos conseguiu resolver brilhantemente um problema que um físico de 76 anos não conseguiu. Einstein publicou a sua Teoria da Relatividade Restrita em 1905, portanto, 2 anos antes do falecimento de Kelvin. E perceba a ironia. Mesmo Einstein, que com 26 anos revolucionou a física, foi superado por outro físico de 26 anos. O nome dele é Werner Heisenberg, que com 26 anos formulou o Princípio da Incerteza, base para a Mecânica Quântica, a solução da outra nuvem de Kelvin. Einstein não concordava com o indeterminismo da Mecânica Quântica, mas na impossibilidade de resolver o problema de outra forma, foi considerado um velho físico que contribuiu muito para a ciência durante a sua juventude, mas que não era mais capaz de trabalhar na resolução de novas questões. A história prova que grandes coisas são feitas por pessoas ainda na sua juventude. Isaac Newton, mesmo tendo publicado seu Principia aos 44 anos, já tinha tinha chegado na sua mecânica muitos anos antes. É de conhecimento de todos que Newton era uma pessoa insegura. Ele criou o Cálculo e o guardou para si durante muitos anos com medo de que estivesse errado e descobrissem isso. Só o publicou porque Leibniz chegou aos mesmos resultados, tal como Charles Darwin e Alfred Russel Wallace em relação à Teoria da Evolução. Mas o Binômio de Newton mesmo, Newton o publicou aos 20 anos. Os trabalhos sobre a Óptica foram realizados e publicados por ele antes dos 30 anos. Exemplificando uma realidade mais atual, Bill Gates fundou a Microsoft com 19 anos, Steve Jobs fundou a Apple com 21 anos e Mark Zuckerberg criou o Facebook com 20 anos. Sem falar no Youtube, criado por 3 jovens com idade entre 26 e 28 anos. Está mais que provado que são os jovens que revolucionam o mundo, mudando nossa forma de pensar o universo e compartilhar nossas informações. Aguardo as considerações iniciais de meu nobre oponente para que eu possa desenvolver melhor a minha tese.





John BigJohn

INTRODUÇÃO


Big John o lendário dirigindo-se para a tribuna com passos decididos, a sua frente e diante de si uma platéia atônita e em absoluto silêncio, de forma que o salto de sua bota de puro couro reverbera nos ouvidos de toda assistência, confundindo-se com um épico de Bill Bojangles em momento de rara inspiração. Testando o microfone com três piruetas de indicador, Big John passa a uma breve consideração sobre seu adversário conforme segue, a saber:

_Há algumas verdades em meu adversário e sobre elas mister algumas considerações, trata-se de alguém corajoso entretanto imprudente, senão jamais teria arvorado-se lançando-se contra um estranho cujo histórico é muito maior que que sua explícita inexperiência. De modo que desafiando-me por indicação de terceiros, lançou também o tema acima sobre o qual pesquisou na Wikipédia parafraseando escritos envolvendo o físico William Thomson, ali e em diversos endereços de atividades correlatas, empregando cognatas para alcançar uma pretensa aparência de originalidade, cuja leitura expressa já denota um falsete mais casuístico que uma obra de teatro amador na enfumaçada Avenida São João dos anos 60.

Senhoras e senhores jurados membros desse conceituado Tribunal, lembro aqui as palavras de sabedoria proferidas por um de meus mestres prediletos..." quem é profundo buscará clareza, quem quer parecer profundo buscará a obscuridade..." esse aforismo encontra no texto de meu adversário sua exemplificação mais literal.

Pergunto-vos a todos, há nesse texto algum exemplo de grandeza? Para onde penderá a qualidade confrontando nossos escritos? O autor foi feliz em querer impor-se superior com flagrante incompetência? Desnecessário uma resposta, tamanho o silêncio que reina sobre essa casa. Mas não terminamos aqui.

Note o estilo denigrente contra a criatividade de um escritor (digo na qualidade de dono de uma comunidade de escritores com mais de 5 mil almas) é preciso alguma elegância, alguma diagramação além dos recursos mínimos de uma boa redação, requisitos esses aos quais sabemos não dispor essa geração de boçais energúmenos, dadas ao culto de figuras infantilizadas por produções americanas destinadas a embalar mentecaptos.

Meu adversário atropelou-se, demonstrando um completo desrespeito aos seus leitores e aos membros desse tribunal, jogando uma enxurrada de informações extraídas das mais variadas fontes, despejadas em bacias de modo amador e apressado. E quer levar os membros dessa casa a fazer-se acreditar superior, mas vamos especialmente as suas razões a seguir.

‎"...tenho que levantar cedo amanhã pois vou jurar bandeira..."
"...a ideia do tema é minha mas não sei fazer a introdução...."
"...concordo que essa seria minha obrigação.."
"...meu perfil pretende lembrar o ícone Bob Esponja..."
"...tratando-se de sexo o prazer é o fim que importa..."

Etc... Patrick Brito

Passo a discorrer sobre o tema pretendido pelo meu adversário, old school x new school, dizendo que não falarei em saudosismo mas em respeito aqueles que haverão de me acompanhar, como é o propósito de toda essa casa.

Após uma década no Orkut enfrentando adversários bizarraços, posso considerar-me legitimo representante dessa velha escola da qual me orgulho. Aprendemos que evoluir é um imperativo para qualquer debatedor, portanto, a leitura dos clássicos se fez uma necessidade a qual nos empenhamos, entre muitos outros itens como a pesquisa e a informação.

Ora, como não reconhecer os préstimos de um prazer (debater) quando esse nos requer a evolução pessoal como uma necessidade? Claro que pensando assim, pessoas como nosso adversário que reconhece a própria limitação criativa para fazer um simples texto de introdução, somente ganharão SE permanecerem firmes objetivando ao próprio crescimento, logo, a velha escola trás em seu bojo uma característica válida pois melhora pessoas.

Meu adversário, pela sua pessoa e parca apresentação além de todas suas dúvidas, quer confrontar essa verdade sendo o mais flagrante exemplo que essa nova escola está fundamentada sobre uma base falida. Não é o uso de cognatas resultantes de uma pesquisa na Wikipedia que haverá de distorcer a capacidade de compreensão dessa notória casa.

A velha escola está fundamentada sobre a experiência, baseada na fé em fazer aquilo que se acredita por verdade, defendendo o justo, no qual por instinto humano, todos acreditamos. E se acreditamos haveremos de compreender o PORQUE nos empenhamos, depositando toda nossa paixão e vigor nesse exercício de fé.

A nova escola deverá viver experiências, estudar e crescer como seus próprios representantes, para querer e aspirar um dia representar quiçá uma filosofia, um pensamento. A velha escola já provou a que veio e essa exposição diferenciada é mais que suficiente para comprovar o abismo que nos separa.

Obrigado a todos, Big John o lendário junta seus papeis com pequeno ruído, dando meia volta com garbo militar de quem esteve a serviço de Geisel, sob forte aplauso. A massa de pé reconhece o completo aniquilamento das pretensões e possibilidades. Rindo-se satisfeito relembra uma resposta clássica e cinematográfica "...o maior prazer de um homem é esmagar seu adversário ouvindo o pranto de suas mulheres..."
Resta uma última pergunta,,,teria Patrick algum dia conhecido mulher? Ou também essa seria uma inédita experiência? É para acabar com o produto, ser questionado ao final da vida por um rapazola virgem, cheio de dúvidas e cheirando a Nestogene.





Patrick Brito

RÉPLICA


Qual parte do "contra fatos não há argumentos" o meu oponente não entendeu?

Todos que leram a introdução do meu oponente puderam perceber que, em uma atitude de extremo desespero, ele tentou desmerecer os meus argumentos, afirmando que foram extraídos da Wikipédia. Desculpa-me o meu oponente por decepcioná-lo, mas não foram. Os meus argumentos foram extraídos de livros de história da ciência, cujos autores não preciso nem mencionar para saber que o meu oponente, no claustro do seu ego e ignorância, com certeza não teve acesso, ou jamais teria dito que os meus argumentos foram extraídos da Wikipédia. Mas não haveria problema algum se tivessem sido, visto que a Wikipédia se tornou o endereço mais democrático para o acesso ao conhecimento, livre e gratuito.

Sem mais delongas, vou-me ao único contra-argumento do meu oponente, o de que o velho é melhor que o novo por ter tido mais anos de vida, e portanto, experiência de vida. Eu concordo que uma pessoa mais velha, em razão da idade, teve mais experiência de vida que uma pessoa mais nova. Isso é fato. O que não é fato é que a experiência de vida seja um imperativo para a criatividade e a originalidade. Vejamos. Álvarez de Azevedo escreveu as suas obras completas antes de morrer aos 21 anos, tendo conseguido ser lírico e sarcástico ao mesmo tempo em muitos momentos, técnica ainda inédita entre os poetas brasileiros, conforme a crítica de Sílvio Ribeiro.

Castro Alves escreveu "O Navio Negreiro", a mais importante obra sobre a abolição, aos 22 anos. Mais nova ainda foi Rachel de Queiroz, que aos 19 anos escreveu a mais marcante obra sobre o regionalismo brasileiro, "O Quinze". Sem nos esquecermos de Clarice Lispector, que aos 23 anos escreveu "Perto do Coração Selvagem".

Fazendo um paralelo com a literatura estrangeira, Thomas Mann escreveu "Os Buddenbrooks" aos 25 anos. Ernest Hemingway escreveu "O Sol Também Se Levanta", base da literatura estadunidense, aos 26 anos. Goethe escreveu "O Sofrimento do Jovem Werther" quando tinha 24 anos e Arthur Rimbaud escreveu "O Barco Bêbado" quando tinha 16 anos. É por tudo isso que de fato o novo sempre supera o velho.

Não estou dizendo que o velho deixa de ser produtivo, mas deixa de ser na mesma intensidade e criatividade de quando era novo. Albert Einstein, por exemplo, mesmo no seu leito de morte continuou trabalhando na conclusão da Teoria do Campo Unificado, mas nada comparado com a produtividade e a criatividade de quando tinha 26 anos. Naquele annus mirabilis, publicou 4 artigos que revolucionaram de maneira inimaginável a história da ciência, o primeiro sobre o efeito fotoelétrico, o segundo sobre o movimento browniano, o terceiro sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento e o quarto sobre a equivalência entre massa e energia. De um lado um Einstein que deixa inacabada uma teoria que unificaria eletromagnetismo e gravidade, de outro lado um Einstein que em um único ano publica 4 artigos que mudam completamente os nossos conceitos de espaço, tempo, massa e energia. É o velho em vão tentando superar o novo. Termino a minha réplica parafraseando Ferreira Gullar, que aos 24 anos escreveu "A Luta Corporal": "se eu tivesse começado depois, minha poesia seria muito mais pobre, há coisas que só a juventude dá".




John BigJohn

RÉPLICA

A velhice
(Olavo Bilac)
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
O assunto não é a velhice muito menos a infância, se assim fosse deveríamos mudar o tema que você propôs. Falamos da velha escola de debatedores, especialmente do Orkut, fonte única de sua origem nesse meio que frequentamos frente a uma nova vertente que, sinceramente, ainda desconheço. E você se impõe como representante dessa nova frente, vou lhe ensinar uma amarga lição.

Poderia perder-me na mesma prolixidez do meu adversário, enumerando casos em todas as esferas do conhecimento que vieram a lume após a idade madura, afinal, ao jovem cabe os prazeres ao velho a meditação. Logo, devendo o jovem mover-se seguindo o curso natural de seus hormônios (na maioria dos casos, excetua-se o meu adversário) em busca de parceiras para as quais realizará sua dança de acasalamento. O curso da vida é inexorável, devemos nos multiplicar. Estaria algum jovem em pleno gozo de sua virilidade, ocupado em minúcias aristotélicas?

Se alguém respondeu NÃO demonstrou congruência. Veja na Grécia antiga berço da filosofia que conhecemos, haveria entre aqueles centenários sábios algum imberbe questionando COMO seria o corpo de uma mulher? Sim, porque assuntos que não contemplem a figura que habita o pensamento da mocidade (sexo) nunca desperta mais do que bocejos em platéia similar em qualquer parte do globo.

Senhores, temos um problema. Quanto mais meu adversário se aplica mais se configura a ausência de libido que o caracteriza. Porque diabos estaria ele interessado em tantos autores e teses complexas, livros que, segundo ele, jamais tive acesso? O que estaria colocando no lugar daquele tempo precioso que deveria dedicar a uma fêmea? Devo convocar parceiros estudantes de Lacan para uma consulta, convido-o a ler as obras dedicadas a compreensão Freudiana referente a castração da sexualidade infantil.

Não é a primeira vez que debato esse assunto, raros são os jovens que se debruçam sobre pesquisas aprofundadas SE, em paralelo, façam aquilo que é esperado de qualquer moço. Ao velho, embora desgoste desse termo depreciativo, está assegurado esse acesso a evolução, interessar-se muito mais por aprender, crescer, descobrir. Tempo não lhe falta, bem como já superou, na maioria dos casos, a ansiosa solicitude pela vida.

Se estuda mais, se busca mais, se experimenta o declínio dos calores que atormentam à mocidade, bem como a angustia de uma competição cada vez mais feroz, é liquido e certo que a ele cabe prevalecer na sabedoria e perder no vigor. Isso é a vida. No livro de Eclesiastes está escrito. "...lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias nos quais dirás só tenho neles descontentamento"
Fatos e argumentos

Não há fato e nem sobrevive argumento senão aquele que acabo de registrar, a mocidade é o tempo da busca pela sobrevivência, vencendo a famosa escala de Maslow que inicia-se pela sobrevivência, então, se o moço ocupa-se por sobreviver e nisso compreenda-se toda a extensão da palavra, a sabedoria ainda é um marco a alcançar. Não há tempo para SER sábio SENDO jovem.

É claro que existirão casos especiais, mas o que são casos especiais frente ao bilhões de humanos que habitam o planeta? Quem ocupa os governos? Quem se assenta nos tabernáculos religiosos? Quem ocupa o banco dos anciães que dominam aldeias e civilizações em todo globo? Quem toma a si a justiça para arbitrar causas dos povos?

Há exemplos maciços de jovens cujas existências AINDA se encontram incompletas até por uma questão do TEMPO? Se, entrando na escola um aluno aos 7 anos de idade, considerando os anos de residência de um curso de medicina por exemplo, seria AINDA considerado JOVEM após começar sua vida clínica?

Da mesma forma meu adversário, cujas peripécias inexperientes já deixou gravado desde o início desse debate, é flagrantemente inferior a adversários contra os quais já debati vezes sem conta, muitos dos quais estão presentes assistindo boquiabertos tamanha presunção.

"Choramos na decrepitude os risos da mocidade, entra-se no túmulo a chorar como se entra pela vida" Choramos porque não nos é dado VIVER o anseio da mocidade, e esse sabemos, passa sempre ao largo da busca pela profundidade.
Noto que é um aluno aplicado, costumo repetir Osho que dizia "...quando o mestre mostra-se preparado seus discípulos aparecem..." eu tenho plena convicção que sairemos daqui de uma forma diferente. Você não sabe, mas saberá que defendo apenas o que acredito, e toda palavra que disse a você é a mais profunda verdade que sinto em meu coração.

Não importa vencer ou perder se eu permanecer firme e fiel aquilo que acredito, e eu creio que você entrou nesse debate cheio de ansiedade e expectativa. Está descobrindo que Big John tem um perfil diferenciado de outros debatedores, eu o respeito e asseguro como o profeta, "fui moço hoje sou velho, mas nunca vi um justo desamparado e nem sua descendência mendigando pão."

Defender que a escola da vida NÃO é a condição que agrega sabedoria a alguém, é creditar aos próprios familiares de quem se origina o titulo de péssimos gestores, pois renega sua da própria educação e negligencia o respeito que a esses deveria, pela questão simples de primariedade.

Se tivesse servido em lugar de ser dispensado do exército, cedo aprenderia que antiguidade é posto.

Big John o lendário





Patrick Brito

TRÉPLICA


Acredito que o Marquês de Maricá nunca se fez tão necessário como agora:

- Os mais arrojados em falar são ordinariamente os menos profundos em saber.

Essa citação cai como que uma luva na réplica do meu oponente, que disse muita coisa e ao mesmo tempo não disse nada. Percebo inclusive uma mudança no tom de voz com que o meu oponente se dirige a mim.

Onde se encontra toda aquela arrogância da introdução?

Acho que o mito, digo, a lenda está sendo desmascarada.

O que será que se esconde por detrás da farsa?

O que será que se esconde por dentro da caverna?

Nós jovens somos a Luz, caro duelista. Somos aqueles que enxergamos além do ego das próprias criações. Por quê? Porque não criamos nada, logo, não temos compromisso algum com a autoridade dos preconceitos. Podemos nos rebalar contra aquilo que já foi construído simplesmente porque não construímos nada disso. Falta-nos esse dever de criador de proteger a criação. É por nossa causa que ditaduras foram derrubadas, como a que serviu no Governo Geisel. É em razão disso que é tão avesso aos jovens? É porque colocamos abaixo as instituições com as quais se apoiava? Deveria você agradecer aos jovens por isso. Se não fossem pelos jovens jamais estaríamos tendo esse duelo livre e democrático, sem censura, sem AI-5, sem DOI-CODI, sem DOPS. Talvez seja esse o único compromisso dos jovens: defender a liberdade e rir da autoridade. Defender a liberdade aprisionada pelas instituições e ideologias. Rir da autoridade de gente velha, que só porque é mais velha e tem mais experiência de vida, acha-se no direito de determinar o que é certo e errado.

Coragem. Essa é a palavra que os velhos fazem questão de riscar do dicionário da vida. Coragem em aceitar que o que sabemos é que pouco ou nada sabemos. O velho tem certezas de mais. O jovem vem cheio de dúvidas. E são as dúvidas, ou melhor, as perguntas que movem e mudam o mundo. Um mesmo homem não se banha 2 vezes no mesmo rio. Mas parece que após muitos banhos, ele se esquece que a cada banho, um homem é um novo homem e um rio um novo rio. É papel dos jovens lembrar os velhos que a vida é efêmera, que a certeza aprisiona ao passo que a dúvida liberta. Os rebeldes da Semana de Arte Moderna de 1922 que o digam!

É por isso que o velho morre e o novo envelhece. A natureza sabe que para se transformar é preciso cortar o mal pela raíz. E a idade faz um mal danado, matando ano após ano o espírito revolucionário com o qual nos encontramos quando jovens.

A mente é como uma fruta, cresce, amadurece e apodrece. A minha está na transição crescimento-amadurecimento. A sua está apodrecendo. Aceite isso! Não tente conservar na velhice o que deixou para trás na juventude.

Concordo com você. Realmente não há como ser sábio sendo jovem. Mas o que você chama de sábio eu chamo de ultrapassado, antiquado. É uma questão puramente semântica. Não é chamando o novo de paranoia ou mistificação que você vai conseguir desmerecê-lo. Não sou Anita Malfatti e nem você o Monteiro Lobato.

Aguardo a tréplica do meu nobre oponente para que eu possa postar as minhas considerações finais. Só espero que a idade ainda não tenha levado de meu oponente a rapidez de ler e rapidamente contra-argumentar com que meus 18 anos se encontram.





John BigJohn

TRÉPLICA


‎... "Existe apenas um bem, o conhecimento, e um mal, a ignorância" .. Com esse pensamento de origem grega, inicio minha tréplica diante de um enfurecido adversário. Mas porque enfurecido? Acaso terá revelado algum segredo ao qual mantinha atrelado a sete chaves no fundo do próprio armário? Receio que sim.

Schopenhauer afirma que "..Na juventude predomina a intuição; na velhice o pensamento. Entendo o espirito aguerrido e inconsequente que desconsidera que a velhice é um estágio da vida, e nem todos poderão gozar essa fase.

Quando ofende criminosamente atacando-a, mostra claro desdém que alimenta contra a própria família, haja vista que o pai e a mãe certamente não são adolescentes que lhe partilham opinião. Na sua sandice verbal, observo que meu adversário inventa palavras, apelando para uma língua desconhecida dizendo..."podemos nos rebalar..." onde talvez pretendesse dizer rebolar, conhecendo-lhe as preferências.
Big John não tem necessidade de "camuflar" nada, é original e livro aberto desde o dia em que você foi gerado em circunstâncias que desconheço, falo sobre o que sei e me envolvo com a emoção da verdade, não estou aqui para preencher milhares de caracteres vagos, senão na sua compreensão rudimentar que não me acompanha.

"...nos jovens somos a luz..." e nós velhos somos acaso as trevas?

Como poderíamos então gerar filhos da luz sendo trevas? Suas palavras o atropelam, vê-se, claramente, estar possuído de ira, confessando sua incapacidade em bater-se com alguém cujo histórico deveria ser objeto de estudo.

Não existe regras muito menos unanimidade, há jovens de elevado valor assim como desgraças morais cuja vergonha e vícios são a desonra de uma família, motivo de choro de uma mãe e arrependimento silencioso e envergonhado de um pai.

Certamente como pesquisador que é, sei que está acompanhando o campo das possibilidades das minhas palavras, reconheço, são profundamente reflexivas, ardendo como uma brasa incandescente no coração pecaminoso de uma boca blasfema, que não mede esforços por atingir a quem quer que seja, inclusive o próprio pé ou dos progenitores atônitos diante da sua configurada covardia.

Mas você não é único leitor, há uma palavra e ela tem o peso dos grilhões que acorrentam à vergonha e ao desespero, milhares de almas que assistem as próprias mazelas e se reconhecem no seio de minhas verdades. Os jovens gregos aprendiam com os mestres, ouvindo seus ensinamentos e adaptando-os à vida. O próprio Sócrates foi acusado de um desvirtuamento injusto da juventude.

A filosofia já em suas origens, dá clara dimensão de sentença sobre a QUEM compete ensinar e QUEM compete assimilar. Mudar a ordem natural dos fatos para satisfação de uma revolta que é somente sua, é a verdadeira causa da condenação que ora lhe profiro, que seja preso, envenenado, e morra no veneno de sua própria cicuta.
Espirito revolucionário

Como pode alguém que vive a sombra da família, dependendo do alimento que é entregue à boca feito uma ave no ninho, falar em revolução? De fato, sinto-me tolo abordando um assunto dessa magnitude com um garoto além de virgem, indefinido.

O que conhece de Geisel leu nos livros daqueles que lhe eram defensores ou opositores, portanto, carregado de impressões pessoais que de momento desqualifica segundo o sabor de seu oportunismo. Estive lá, pessoalmente, observando a cela de Herzog, sua postura inacreditável diante de uma forca improvisada. Isso é fato, isso é histórico, e não foi aprendido em compêndios que insiste em visitar para engrossar um mínimo suas toscas considerações.

É preciso algum cuidado ao abordar a história, sob o risco de mostrar-se ridículo perdendo a cada nova postagem alguma migalha de crédito que no passado tenha conquistado. Estou chateado com aqueles que me buscaram alertando-me contra suas espertezas e peripécias, não passa de um garoto choroso que haverá de buscar o colo dos "velhos" diante do primeiro sinal de perigo.

De fato desconhece o tamanho dos riscos que corre aqui, expor sua inexperiência e opção sexual num debate público foi o máximo de todos seus vacilos. Veja essa sandice, como espera que alguém que tenha o menor respeito pela própria família, venha votar em você depois de um imbecilidade dessa,,,"Coragem. Essa é a palavra que os velhos fazem questão
de riscar do dicionário da vida..."

Ora, então todos os velhos são covardes? rsrsrsrs, sinceramente rapaz, deve estar usando algum psicotrópico
Alguém que tome conhecimento de suas palavras, e respeito tiver pela família certamente haverá de ignora-lo. Como pode alguém que é sustentado atentar contra a mão daquele que o alimenta?

Ora, se assim procede com aqueles com os quais convive em família o que dirá dos amigos de suas relações? Seria esse molusco pegajoso uma pessoa confiável? Claro que não!

A ele todo o rigor da lei, e , em nome da família, respeito e tradição, convido a todos dessa casa a recolocar essa dispare criatura no seu devido lugar, a um canto da sala e de costas para os cidadãos de bem, caráter e honra.





Patrick Brito

FINAL


Em que momento eu disse que não respeito os mais velhos?

Por que uma coisa ser melhor que outra denota falta de respeito?

Sobre o conjugado luz e trevas, o correto não seria uma mãe dar um filho à luz? Nesse sentido, antes de ser dado à luz pela mãe, o filho estava nas trevas. Mas é claro que as coisas não são assim. Eu coloquei a questão em um sentido conotativo e o meu oponente, por problema de interpretação de texto, não entendeu ou fingiu que não. Desse modo, colocando palavras na minha boca e interpretando denotativamente o que eu digo, fica muito fácil me refutar. Basta sabermos se é uma atitude honesta. Creio que os leitores desse duelo concordam comigo que não seja.

Sobre a existência de jovens ordinariamente ruins, digo que o mesmo vale para os velhos. Também há velhos ordinariamente ruins. Desculpa-me quem lê o duelo se eu parecer repetitivo. Mas o meu oponente provou-nos ter sérias dificuldades de entendimento de texto. Pelo menos é isso o que prefiro acreditar. Ele pode muito bem estar sendo maquiavélico ao deturpar o que eu digo. Mas ainda assim, prefiro acreditar que ele realmente não esteja entendendo o que eu digo. Sou daquelas pessoas que aindam creem que há gente honesta no mundo. Posso parecer ingênuo. Mas vou dar um voto de confiança ao meu oponente. Voltando ao assunto, tanto os jovens ruins como os velhos ruins não pertencem a New School e a Old School, respectivamente. Começo a duvidar se não é o caso do meu oponente.

Pior que não saber interpretar e entender textos, o meu oponente mostrou-se miserável em conhecer o método socrático. Sócrates nunca ensinou nada a ninguém. Ele pouco ou nada sabia, e reconhecia isso, tanto que disse "Só sei que nada sei". Talvez seja Sócrates o único homem que na velhice conservou a humildade da juventude. O método socrático era a introspecção, presente no lema "Conhece-te a ti mesmo", isto é, torna-te consciente da tua própria ignorância. Você até agora veio cheio de certezas, por isso, digo-lhe "Conhece-te a ti mesmo, torna-te consciente da tua própria ignorância". Sócrates sabia que o verdadeiro conhecimento estava dentro do indivíduo, o que ele fazia era ajudar o indivíduo a tirar de dentro dele o verdadeiro conhecimento, e fazia isso por meio de diálogos. Estude o método socrático antes para depois vir duelar comigo.

Vou provar para todo mundo aqui porque eu, jovem, sou melhor que o meu oponente, velho. Vejamos abaixo.

O LEGADO DOS JOVENS:

Microsoft

Apple

Google

Facebook

YouTube

Wikipedia

Democracia

Paz

O LEGADO DOS VELHOS:

SOPA (Stop Online Piracy Act)

PIPA (Protect IP Act)

Ditadura

Guerra

Terrorismo

Como todos podem perceber, nós jovens cultivamos a liberdade e a tolerância, os velhos cultivam a censura e a intolerância. Eles até podem nos chamar de utópicos. Mas é a nossa utopia que tem melhorado a vida de todos, inclusive a dos velhos. Para tornar qualquer coisa realidade, antes é preciso sonhar. Encerro aqui a minha participação nesse duelo na certeza de dever cumprido. Talvez a única certeza em meio às dúvidas que me atormentam. Obrigado!





John BigJohn

FINAL


Porque meu adversário está sempre ocupado em defender-se contra aquilo que julga "..estarmos enfiando pela sua boca"? Ora, do início ao final de sua exposição trata a velhice como uma doença digna de "medidas saneadoras", um prospecto mau-acabado de expurgador de raça com base na faixa etária. Logo me é permitido concluir que não tenha família, ou se tem, devota a elas o mesmo valor que se deve devotar ao mais odioso dos inimigos.

Uma mãe dá a luz (dar a luz é TRAZER para o mundo) e seu rebento não haverá de habitar senão o MESMO convívio dessa, então, se a mãe habita nas trevas seu filho por extensão e sobrevivência a acompanhará. Não é o fato de ser NOVO ou VELHO causa determinante de ONDE deva habitar,. se na treva ou luz. Meu adversário comete suas barbaridades, depois busca arrepender-se creditando aos outros parcela da própria responsabilidade e erro. Assim fica mais fácil acusar dificuldade de compreensão, ou má intenção, quando deveria cuidar-se em ser justo consigo e com os demais.

A pouco, num fato ocorrido em comentários paralelos, meu adversário irou-se sobremodo com alguém que define como SEU amigo (Cássio) e por considerar "SEU" amigo, exige desse (e de todos demais) FIDELIDADE, não admitindo que NINGUÉM discorde dele sob o risco de ser considerado TRAIDOR. Além de querer "expurgar" a raça humana segundo o critério da idade, meu adversário NÃO admite que dele se discorde, ameaçando com retaliações futuras, fim de amizade, etc.. entre outras "boiolices", TODAS atitudes comuns nos hospitais reservados aos insanos do espirito.

A verdadeira amizade não está baseada no suposto de apoio irrestrito, cego, quase uma obediência "sado" diante de um pseudo-comandante cheio de fricotes e frescuras abestalhadas, repentes de uma criança mimada e desobediente, cujas nádegas se ressentem de uma boa e competente sova. Pois bem, pela primeira vez pelo que se afigura, está sendo desnudado em público, exposto com ambas as mãos cobrindo suas genitálias lacradas e infantis, diante do escárnio e riso público. A mão de Big John é pesada, e seu chicote tonitruante ressoa como uma vingativa ferramenta para restabelecer a verdade, colocando-o no patamar devido de aprendiz megalomaníaco.
Mais uma vez vos digo, não é a idade que determinará se um homem é justo, correto, sábio ou criativo. Há crápulas na terra de todas as estirpes, e não é a idade que determina isso. Um sujeito não é obrigatoriamente BOM na sua juventude e PASSA a ser RUIM assim que envelhece. A canalhice independe da idade e você está aqui para comprovar isso.

Alguém que tripudia sobre valores desconsidera a experiência e faz pouco dos conceitos pelos quais deveria SE basear. E mais, aconselha à revolução pelo fatos simples de querer desestabilizar um "status quo", baseado apenas em criar UMA novidade, ou seja, TUDO o que é antigo é ultrapassado.

Eu seria tal qual LOUCO se concordasse contigo, condenando de minha parte TODA a juventude, segundo seu próprio exemplo, mas preservo minha sanidade e defendo apenas aquilo que acredito, em outras palavras, não sou sofista.

E me questiona ONDE está o desrespeito.

Eu me questiono COMO será sua convivência com seus pais, professores e líderes, TODOS certamente, com o dobro da sua idade. COMO estariam esses tutores de sua caminhada, observando suas posturas e sendo coniventes com sua manutenção.

A considerar sua reputação nesse meio sei que já está condenado, e breve será o dia em que despertará desse sonho, semelhante ao que ocorreu com o episódio Cássio, prostrando-se em lágrimas arrependidas e clamando o perdão pela própria inconsequência.

Mas veja, até nisso de falta de estabilidade, não classifico como característica da juventude. Há muitos outros, cuja visão é comedida pela razão e respeito, que não se expõem a semelhantes vexames, e se o fazem, desaparecem.
Sobre legado

Não vou questionar sobre essa relação, qualquer relação que contempla o unilateralismo como prova de eficiência DEVE ser analisada com critério, e o tempo é exíguo. Contudo lembro de ! Reis - 11/12 sobre determinado rei que pediu aconselhamento aos seus anciães, e esses o aconselharam a agir com misericórdia para com seu povo. O Rei sendo jovem, pretendeu também ouvir seus moços e esses aconselharam o contrário, usando essas duras palavras"...se meu pai (antigo rei) vos feria com açoites eu vos ferirei com escorpiões..." O jovem Rei usou essas palavras contra seu próprio povo, vindo a contestar o próprio Maquiavel em suas instruções aos Príncipes séculos depois, e não deu outra, o reino foi a falência.

Não é a idade que mede a competência, mas tratando-se de debatedores, a velha escola está presente, viva e ativa, assistindo e comentando com grande energia. Diferente de você, torço para que a nova geração, repleta de bons valores possa nos suceder com vantagens, isso fará a minha alegria pois esse é um assunto que carrego nas minhas veias. Não é justo nem para um lado muito menos para outro, produzir qualquer impedimento cerceativo baseado nesse fator etário. Duvido de sua inteligência mantendo esse pensamento retrógrado.

Sempre haverá bons exemplos seja numa ou noutra extremidade, vou encerrar agradecendo a todos pela atenção e incrível participação, centenas de comentários e uma interatividade fantástica, muito obrigado. Sei que meu adversário jamais poderá dizer não ter aprendido aqui uma grande lição, e que a carregará para toda a vida. Sei também que seus reflexos devem ter atingido a muitos com consequências inimagináveis para todos nós.

Essa é a nossa tarefa e esse é nosso papel, formar discípulos e movimentar corações, a grande pergunta que deverá ser respondida por cada um é, será que a geração atual terá daqui 10 anos o MESMO vigor que essa velha escola? Isso meu amigo só o vento dirá.

Big John

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