sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Mônica Botelho X Téo de Cristo - CONCEPÇÃO DE DEUS MÍSTICO / ORIENTAL versus CONCEPÇÃO DE DEUS JUDAICO / CRISTÃO OCIDENTAL


  1. Olá queridos, boa tarde.
    Defenderei em minha tese, o deus que não existe, mas o deus que É.
    Ser e Existir são diferentes, mas diferenças apenas de nomes, de percepção humana. Digo e afirmo que deus não existe apenas como uma parte da existência, e É exatamente isso o que o faz deus. Nós somos partes finitas, porém Ele É o Todo da Essência Infinita, e mesmo que ele se manifeste em tudo o que existe, que ele detenha todas as potências, pois Ele está em tudo e É tudo, não é possível identificá-lo ou apontá-lo como algo que finito que existe: Isso seria profanar deus. Isso é de difícil compreensão para os iniciantes no assunto, mas não de impossível compreensão. Releiam, filosofem, meditem: Vocês enxergarão A Verdade em minhas palavras.
    Para quem nunca conheceu esse modo de pensar deus, explico: Este modo está presente em todas as culturas, em todos os povos, em todos os tempos. Não somente no oriente, mas no ocidente também houve muitos pensadores e filósofos a defender esta concepção, e citarei um a um posteriormente. Primeiramente, irei descrever e explicar a diferença das concepções em jogo.
    God, Brahman, Krishna, Buddha, Tao, Zen – que é que se entende por essas palavras?
    Para muitos, Deus é uma espécie de ditador celeste, uma pessoa que vigia os homens de longe e registra os seus créditos e débitos, premiando-os ou castigando-os depois da morte, mandando os bons para um céu eterno e os maus para um inferno eterno.
    Esse infantilismo primitivo e mitológico predomina as teologias cristãs de quase dois mil anos e, embora haja grandes variantes dessa concepção de Deus, no fundo é essa ideia divulgada e amplamente aceita. Entretanto, essa concepção nada tem a ver com Tao. O Tao pode ser descrito como: o Absoluto, o Infinito, o Eterno, a Essência, a Suprema Realidade (ou a Realidade Total), a Divindade, a Inteligência Cósmica, a Vida Universal, a Consciência Intangível, o Insondável, o Uno do Universo, o Todo, o Nada, o Vazio, a Fonte, a Causa, a Verdade Universal, etc. NUNCA REPRESENTA UM INDIVÍDUO, UMA PESSOA, como Deus nas teologias ocidentais.
    No livro Mein Wetbild, Albert Einstein descreve maravilhosamente, três tipos de com concepções de deus:
    1. O conceito do Deus-máquina, entre os povos mais primitivos;
    2. O conceito do Deus-pessoa, entre os hebreus do Antigo Testamento, em geral, e entre os judeus e cristãos de todos os tempos e países; (Que é o deus que estou refutando, pois ele é ficção.)
    3. O conceito do Deus-cósmico, professado por uns poucos místicos avançados, cujos representantes ultrapassam igrejas e teologias e encontram-se, esporadicamente, entre todos os povos e em todas as religiões.
    Além de descrevê-los, Einstein numera entre os da terceira classe, Demócrito, Francisco de Assis e Spinoza, quer dizer, um pagão, um cristão e um hebreu.
    Pois bem, o Tao e o Zen, que são as concepções místicas que eu gostaria de pôr em ênfase, estão incluídos no terceiro grupo, dos místicos cosmo-sapientes.
    A elite espiritual dos povos orientais e os verdadeiros místicos do Ocidente são os representantes mais avançados da cultura espiritual da humanidade; e todos eles professam a ideia do Deus-cósmico. Não são politeístas, nem panteístas, nem mesmo monoteístas – São MONISTAS CÓSMICOS.
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  2. Explicarei os conceitos:
    Monoteísta, que é onde se encaixa meu adversário neste duelo, que reconhece um só Deus-pessoa, residente no céu. Os hebreus, no tempo de Moisés, nunca chegaram à ideia de um Deus único para o mundo inteiro; admitiam um Deus único para Israel, o Deus dos Exércitos. O monoteísmo (e sua podridão) nunca atingiu as alturas do verdadeiro monismo. Todo monoteísta é dualista, isto é, admite a ideia de um deus transcendente, de um Deus-pessoa, separado de nós, que resida em alguma região longínqua do cosmos, com o qual o homem espera encontrar-se depois da morte. E esta é a ideia mais idiota já difundida e acreditada em todos os tempos.

    Este conceito do encontro com Deus num tempo futuro e num espaço distante é comum a todos os monoteístas. Já para os monistas, o que importa é o AQUI E AGORA. E essa concepção monoteísta-dualista de deus contagiou, desde o princípio, o cristianismo ocidental, o que é perfeitamente compreensível, uma vez que os primeiros discípulos de Jesus vinham do judaísmo. O incrível é que até hoje o cristianismo teológico não se libertou completamente dessa herança. Os místicos cristãos, adeptos do monismo cósmico, conhecedores da gnose, foram por isso mesmo perseguidos, excomungados, ou, pelo menos, considerados suspeitos de heresia.

    Para o monista cósmico, Deus é a Realidade Una e Única, o grande Uno da Essência, que sempre e de novo se revela pela pluralidade das existências, por meio do Verso das criaturas. As criaturas não são criações, não são também novas realidades, são apenas manifestações evolutivas do que já É, que é o Tao, o próprio Deus. Este UniVerso de infinitas possibilidades que conhecemos é apenas o Uno da Essência Infinita que se “verte” ou se esparrama no Verso das Existências Finitas.
    E, em face da onipresença do Infinito, é evidente que todos os finitos estão presentes no Infinito e que o Infinito está presente em todos os finitos. Então o MONISMO, assim concebido, é rigorosamente lógico e revela precisão matemática.
    Toda filosofia ou sabedoria superior culmina infalivelmente no monismo cósmico, equidistante do dualismo separatista e do panteísmo identificador. Para os místicos, tudo está em Deus e Deus está em tudo – Mas tudo não é Deus nem Deus é Tudo; Pois há grande diferença na manifestação de estar e ser, de existir e ser. As criaturas existentes não estão separadas de Deus, mas nem por isso são idênticas a deus. Porém elas podem chegar a ser, simplesmente se, como Existência Relativa, elas se tornarem Essência Absoluta.

    “Olha em teu interior, tu és Buda.”
    É essa a mensagem que te deixo. Liberte-se do seu conceito falacioso de Deus, no sentido de um Poder Externo à sua própria mente, que possa recompensá-lo ou puni-lo. Liberte-se de qualquer conceito, pois você não o conhece verdadeiramente. Apenas vá e busque, veja a Realidade, encare a Verdade, siga no Caminho e veja você transformar-se em tudo isso. Pois você é a Verdade, você é a Realidade e você é o seu próprio Caminho.

    Te passo a palavra, Patrick Cesar.
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  3. Assumindo aqui o lugar de Patrick Cesar, que vergonhosamente fugiu do debate, darei continuidade digna a ele e defenderei Deus, o único Deus verdadeiro, que é o Deus cristão. Mas antes disso, vou expor algumas afirmações falsas que a Mônica colocou no meio de seu texto.

    A começar pela verdadeira definição de dualismo, que não é a que ela expõe, e sim a de que tudo possui duas faces, dois lados, de que tudo é dual. Isso tem muito mais a ver com a filosofia oriental, inclusive, é disso que se trata o conhecidíssimo símbolo japonês, Yin e Yang. A dualidade foge bastante da filosofia ocidental cristã, que é maniqueísta. Dizer então que "todo monoteísta é dualista" é um imenso erro. O dualismo vai contra o ideal de um Deus único, pois ele é único, não é dual. Portanto, ela já cometeu seu primeiro pecado com este equívoco.

    O segundo pecado é a comparação entre o monoteísmo e o monismo com a frase budista "Olha em teu interior, tu és Buda." Se nossa colega fosse mais informada no que tange à história das religiões haveria de saber que esta máxima é utilizada em quase todas as religiões já existentes, embora de formas diferenciadas. Trocam-se as palavras mas o conteúdo é o mesmo. Jesus Cristo, nosso líder espiritual, era profundo conhecedor da filosofia mística oriental. Seus ensinamentos remetem a isto de forma clara para quem é entendido. A questão é que ele usava formas diferentes de se expressar.

    O Cristianismo é uma religião pouco autêntica em conteúdo, mas muito mais organizada do que qualquer outra. Ela tomou para si conceitos e símbolos de outras religiões mais antigas, apenas para representar aquilo que era sua filosofia central.

    O Monoteísmo cristão católico nem chega bem a ser um monoteísmo. A trindade cristã é uma espécie de alegoria mitológica que representa uma unidade trial, considerando que o Filho, Jesus, seja parte do Pai, que é Deus. E o Espírito Santo representa a energia de Deus, o poder modificador e criador de todas as coisas. É a manifestação do desejo divino, simplesmente. Para melhores explicações recomendo a leitura da Bíblia e também do livro de Joseph Campbell, "O poder do Mito".

    E agora, quais as vantagens do Deus monoteísta, além do fato dele ser real e tangível através da meditação? Simplesmente, ele é inteligível. Deus se manifesta para o homem segundo a vontade dele mas também através de nossos desejos profundos e sinceros. O que o "deus" monista faz além de ser algo totalmente confuso que não significa absolutamente nada? As definições de deuses da filosofia espiritualista oriental são absurdas e ininteligíveis. Conforme sua explicação, compreendemos que deus é tudo e não é absolutamente nada, que ele está lá, mas também está aqui, que ele não sabe nada mas também sabe de tudo. Parece muito mais a filosofia do senhor Miyagí do que algo a ser levado a sério, isto sim!

    É muito mais fácil e muito menos arriscado falar em um deus que ninguém entende e que não se pode nem mesmo saber o que é ou o que deve ser. Estas definições soam de forma pseudo-inteligente para mim e deve ser assim para qualquer pessoa.

    Sua fé não é diferente da minha. O que difere é o objeto de nossa fé, o nosso deus. O meu Deus é um ser transcendental criador, ele não é parte de mim, está além e aquém de mim. O seu deus é um ser que você não soube explicar, pois ele pode ser qualquer coisa ou pode ser coisa nenhuma. Talvez não exista, talvez não seja, talvez não esteja. Afinal, você não sabe, não é mesmo?

    Bem, deixo aqui um site interessante sobre a filosofia oriental. Para quem tiver interesse: http://desciclopedia.ws/wiki/Senhor_Miyagi
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  4. Boa noite, senhores.
    Téo, primeiramente gostaria de dizer que gostei da sua coragem de enfrentar esse debate. Segundo, quero expressar meu desagrado com a atitude ridícula que você tomou, sendo um leigo em filosofia oriental, de citar desciclopédia, demonstrando que não está levando a sério o debate, considerando que ignorou 98% das verdades que coloquei em minha introdução, e escrevendo poucas linhas enfatizando um desvio de conceito meu, que irei consertar e redimir agora.
    Sobre dualismo, maniqueísmo, monoteísmo e monismo:
    A filosofia ocidental cristã é maniqueísta sim, Téo, mas isso não foge “bastante” de dualismo, como você alega. A única diferença entre a concepção dualista e a concepção maniqueísta, é que no dualismo os opostos são complementares (yin/yang) e no maniqueísmo os opostos são inconciliáveis (bem/mal). Mas ambas são DUAIS. Dizer então que "todo monoteísta é dualista" não é um imenso erro, é apenas um desvio conceitual que cometi por falta de atenção. Corrigindo-me: Todo monoteísta é dualista-maniqueísta. Ponto. Aliás, inicialmente você diz que seu deus é único, e depois vem dizer que o deus que você crê é trindade, etc. Desculpe, mas não propus o duelo TRINDADE x UNICIDADE, e sim Deus Místico Oriental (que significa a Realidade e a Verdade) x Deus Judaico Cristão Ocidental (que é Mitológico e Fictício). E mesmo assim, vi que você não está muito a par do seu próprio deus inventado, quem dirá do deus místico.
    Você diz que eu deveria ler a bíblia e o livro “O Poder do Mito”, sendo que a bíblia eu já li mais de 8 vezes, e “O Poder do Mito” é um dos meus preferidos livros. Então vou aproveitar para citar algo que o mitólogo Joseph Campbell também tentou esclarecer aos seus estudantes e leitores. Ele conta que certa vez foi apresentado a um padre católico. Enquanto conversavam, o padre perguntou a Campbell se acreditava em Deus, e ele respondeu “não”. Então o padre perguntou se existisse uma forma de demonstrar ou provar racionalmente a existência de Deus, se seria mais fácil para as pessoas acreditarem. Campbell disse: “Se houvesse uma forma de demonstrar racionalmente a existência de deus, então nós não precisaríamos acreditar, nem ter “fé”, pois saberíamos.” E não é verdade?
    Quando perguntaram ao psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (o pai da Psicologia Analítica) se ele acreditava na existência de deus, ele respondeu: “Não acredito, eu sei.” Grande diferença né? Acreditar e saber. Os verdadeiros místicos não acreditam em deus. Eles sabem. Você não precisa ter fé quando tem certeza. Quando verdadeiramente sabe. Portanto, Téo, me desculpe, mas minha fé não é a mesma que a sua, pois não tenho fé em nada. Tenho algo que é uma certeza profunda, alcançada depois de uma árdua busca, a busca que a maioria das pessoas insiste em adiar.
    A dualidade expressa na filosofia oriental, conhecida pelo símbolo yin yang, é uma dualidade que é admitida como existente apenas na percepção humana. Foi isso que falei sobre Existir e Ser, no início: É tudo percepcional. No fundo, na Realidade, tudo é Único e Tudo É a mesma Coisa, pura Igualdade, União. E na vida sensorial, mental (lógica/racional) e percepcional, as coisas são sempre duais (ou plurais e singulares e diferentes). E essa SEPARAÇÃO é ilusória. E o objetivo de uma religião verdadeira (que significa religare) seria nos unir com o divino, acabando as ilusões de separação. Só que as igrejas de hoje, principalmente as ocidentais, são as INIMIGAS da verdade, pois elas próprias pregam a separação e são um fracasso perante o seu sentido inicial, verdadeiro, de união e ligação.
    Por isso eu jamais critiquei os grandes sábios, os fundadores de religião, nem suas metáforas sagradas: eu as compreendo. O que eu critico são os seguidores, os que corrompem a verdade, os que transformaram deus (cultivando uma concepção errônea) num crápula filho da puta sem igual.
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  5. A nossa mente, nossos pensamentos e a nossa percepção são sempre duais, porém a Realidade e a Verdade que buscamos é Única e Não-Dual, como eu já disse. Toda a filosofia oriental faz uso do dualismo, principalmente o linguístico e poético, para incitar no aprendiz o sentido de notar os erros da separação, desviar-se deles e chegar ao Monismo, para que ele possa conhecer seu centro e encontrar o Caminho do Meio, que é o caminho verdadeiro e Não-Dual, para a Realidade Total.
    Eu expliquei muito bem a diferença entre monoteísmo e monismo, e não vou repetir, pois tenho muito mais a falar. E eu gostaria de pedir ao Téo que não se dirigisse a mim com falácias ad hominem, pois ele não me conhece. Estudei todas as religiões e li os livros sagrados de todas. Fui católica toda a minha vida, e hoje, aos 18 anos, comecei a suspeitar da Verdade. Todas as religiões do universo têm coisas parecidas sim, e é isso que eu, ao estudar todas e não fazer parte de nenhuma, busquei ver. “Sou monista cósmica universalista” e valorizo o que há verdadeiramente de sábio em cada literatura “sacra”. Porém os seguidores de religiões e as igrejas são aqueles estragadores de tudo, geralmente. Sim, Jesus pode ser interpretado misticamente e pode até ser levado a sério como um iluminado. Quase nada posso criticar no Cristo Místico das Montanhas, e mesmo assim, creio que minha critica seria direcionada a distorções de tradução e interpretativas, entre outras. E a principal: considerá-lo como O Único Caminho, Verdade e Vida, é grande equívoco e apelação, se não for considerado apenas como metáfora. Metaforicamente, Buda também era o Único Caminho, Maomé também, Krishna também, Mahavira também, Brahma também, Tao também, pois todos se transformaram em deuses ao entrarem em contato direto com a Realidade Divina, ao se tornarem iluminados, o que é possível e está disponível a todos nós. Eu posso ser O Único Caminho, Verdade e Vida, e todos nós podemos. Portanto, o deus JUDAICO cristão não é o único verdadeiro, principalmente no que tange sua definição, sua igreja, e suas crenças, e seu infantilismo e falácias.
    E mais, o conteúdo das religiões nem sempre é o mesmo, meu caro. Jesus Cristo, SEU líder espiritual, era profundo conhecedor da filosofia mística oriental sim, mas ele não era um homem de meditação, e se era, não fez como devia, pois saiu alegando que ele era o único, sendo que antes dele já haviam passado pela terra Lao-Tzu e Sidarta Gautama. Jesus não deixa de estar coerente com a concepção mística, é verdade. Mas a tentativa de unir judaísmo com cristianismo foi a maior besteira feita, e a culpa não foi do Cristo, reconheço. Jesus daria um mestre exemplar do deus Real, se não tivessem enchido a história dele com mitologias, nem unido as ideias dele à ideias antiquadas de um deus pessoal, que era o deus do povo hebreu, criador dos céus e da terra, uma grande mentira. Se Jesus estava iluminado ou não, tenho minhas duvidas, pois ainda leio muitas distorções no discurso dele, principalmente as ideias maniqueístas dele, de acreditar em céu e inferno. Porém de uma coisa estou plenamente certa: todos os crentes seguidores de Jesus e de qualquer outra figura mitológica (até mesmo de Buda) estão errados, pois seguir e crer quem quer que seja, IMPEDE a busca e o real encontro com A VERDADE. A única diferença é que Buda foi racional e mais condizente com a verdade em seu discurso. Ele falou a verdade nua e crua.
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  6. Crer no deus monoteísta não tem vantagens além de lhe permitir viver numa ilusão confortável. O deus monoteísta não são se conhece através de meditação, meu caro, meditar é o que falta para você e todos perceberem que tal deus não existe. Além do fato de ele não ser real, essa tangibilidade que vocês descrevem no deus judaico cristão é o argumento do cheque mate, para provar a inexistência dele. Além do que, adianta tal concepção ser inteligível se é pura mitologia? De que adianta você dizer que ele é onipresente, onipotente e onisciente se a historinha dele o refuta? O Tao pode ser onipresente, onipotente e onisciente, o Zen também pode sê-lo, mas o Jeová não, começando pelas historinhas furadas de um deus tangível do Antigo Testamento.
    Téo pergunta: “O que o "deus" monista faz além de ser algo totalmente confuso que não significa absolutamente nada?” “É muito mais fácil e muito menos arriscado falar em um deus que ninguém entende e que não se pode nem mesmo saber o que é ou o que deve ser.” Sua atitude pragmatista é ocidentalíssima, mas vamos lá. Afirmo o contrário: É MUITO MAIS DIFÍCIL E MAIS ARRISCADO CONHECER O VERDADEIRO DEUS. E PODE-SE SIM, SABER O QUE É DEUS (OU VIDA, OU REAL, OU VERDADE), PORÉM JAMAIS SE PODE EXPRESSAR COM PALAVRAS, DAÍ SUA INCOMPREENSÃO. Você pode vivenciar o significado, experimentar o significado, mas em questão de transmissão, você não pode expressar ou ensinar nada, você só pode apontar. Queria esclarecer também que a PALAVRA “DEUS” não é Deus, esse deus imaginário e inventado que vocês acreditam. A palavra “amor” não é amor. A palavra “fogo” não é fogo. Por isso, o mais importante é lembrar-se de não se apegar muito às palavras, não ficar muito obcecado com as palavras. As palavras são apenas símbolos indicativos: use-as, mas não se sinta muito oprimido por elas. Eu não creio em Deus, portanto não confunda. A palavra “deus” hoje não é muito agradável para denominar o Divino. Causa problemas, então esquecerei essa palavra. Chamarei de “Tao”, pois também serve, ou “Zen”, ou “Nada” – e sempre escolherei outras palavras, se alguma provocar uma associação errada. Nós usamos a linguagem; tornamo-nos tão obcecados com a linguagem, que nos esquecemos de que ela não é a realidade. Na verdade, tem-se que colocar a linguagem de lado para se experimentar a Realidade, que é essa Verdade da qual estou falando a vocês.
    Finalizando: Minha fé não é diferente da sua, minha fé é inexistente e a sua é o empecilho para que você veja a Verdade. Não tenho deus, não tenho objeto pré-concebido, eu sempre mergulhei no escuro e segui, e o que vejo é apenas o presente, o aqui e agora, a totalidade e o divino em pura essência, brincando com a existência, manifestando-se em tudo. O seu Deus é um ser transcendental criador INVENTADO PELA MENTE DE OUTRORA e HERDADO CULTURALMENTE, ele não é parte de você, é parte de um passado morto e ele, não só está morto, como diria Nietzsche, como jamais existiu. O Deus que há, que está em evolução, e que é todo este Universo Infinito, que podemos experimentar de fato, não é um ser tangível, é um eterno Vir-a-Ser em tudo, que percebemos como um Nada Existencialmente mas que está Pleno Essencialmente, e o que explico sobre ele só são indicações e dedos apontando, pois só conhecendo tal Realidade pra saber. O bonito é que ele (o deus místico) pode ser qualquer coisa ou pode ser coisa nenhuma SIM E NÃO, dependendo do tamanho do meu alcance, dependendo das formas e cores, pois tudo são apenas climas, mudanças de estações, estados que vêm e vão, e se você se preparar, você verá neles a Gestalt. Esta palavra alemã, Gestalt, é bela. Afirma que existe uma harmonia oculta (O Divino) entre a figura e o fundo. Não são opostos, parecem ser.
    O deus real não Existe (Aparência), ele É (Realidade). Eu sei, e você sabe, mas você não vê, porque sua visão está suja e atolada com crenças e não com saberes. Libere-se, liberte-se, todos somos deuses e apenas esquecemos isso. Religue-se, conheça a ti mesmo, volte-se para o centro, e renasça.
    Beijos divinamente profanos à todos. =*
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  7. Vejo, senhora Mônica Botelho, que sua pose e pseudo-intelectualidade sofre de dois males. Primeiro, é superficial ao extremo em tudo o que diz. Segundo, diz coisas demais e deixa de aparar as arestas.

    Vi nos comentários do grupo o mesmo que vi aqui: uma bela má interpretação simbólica e um desconhecimento total de conceitos fundamentais de cada religião. Para alguém que se diz amplamente estudiosa do assunto, que já leu todos os livros sagrados de todas as religiões, e que leu a bíblia oito vezes, é muito suspeito.

    Você erra feio em comparar maniqueísmo com dualismo. Seu amigo do grupo tentou lhe ajudar dizendo que não foi um erro, mas, foi sim. O Dualismo compreende que tudo tenha partes opostas mas que estes opostos são unos, ou seja, que são complementares e que um "lado" não seria completo sem o outro "lado. O Bem não seria completo se não existisse o Mal. É este, mais ou menos, o conceito. E se pretender insistir neste erro isso demonstrará apenas que você compreendeu muito pouco do que diz ter lido. Ou talvez nem tenha lido nada disso. Como vamos saber, não é mesmo? O Maniqueísmo difere disso, difere muito do dualismo. Maniqueísmo é a concepção de que os lados são opostos e que lutam entre si. O Bem existiria sem o Mal, e por isso tenta combatê-lo. Simples.

    Quanto às minhas supostas falácias "ad hominem", que eu procurei e não achei, não creio que tenham sido mais ofensivas do que sua argumentação forçosamente maledicente com a minha religião e até mesmo com o meu Deus. Será?


    Agora, peço desculpas a você pelo meu desdém na introdução. Acontece que ele não foi assim tão à toa. Você é muito prolixa, e demonstra com isso um pouco de insegurança sobre o que tenciona defender por aqui. Me parece até que você faz um monte de rodeios sobre o assunto para tentar explicar algo que ainda não foi capaz de entender. Para lhe ajudar, pedi também ajuda a um amigo meu que entende de verdade a concepção de deus místico oriental, ele me deu uma explicação simples, bem singela, e muito mais profunda que a sua sobre isso. Espero que lhe sirva de argumento na tréplica.

    Explicação:

    "Na concepção da filosofia oriental, Deus não é um ser além ou aquém de nós. Não é um arquiteto criador ou legislador do Universo, como nas teologias monoteístas. Ele é simplesmente parte integrante de todas as coisas, é a manifestação energética de toda a existência, é a força motriz. A meditação serve para entrarmos em contato com o nosso próprio deus interior, por que Ele também é parte de nós mesmos." (Explicação do meu amigo, estudante da oitava série..... Não, mentira. Ele é formado em teologia pela universidade de Cambridge).

    Passado isto, em um mísero parágrafo meu grande amigo conseguiu explicar aquilo que você não foi capaz de fazer em vinte e oito páginas-luz de textos verborrágicos e prolixos. Agora que as pessoas realmente entenderam o que VOCÊ deveria ter-lhas explicado, vou expor novamente por que meu Deus é verdadeiro e o teu não é.
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  8. Primeiramente, seu deus não existe segundo a própria concepção. O que os orientais entendem por deus não é o mesmo que nós entendemos. A gente chama de deus aquilo que eles chamam de qualquer outro nome, como Tao, por exemplo, que na verdade significa apenas a manifestação do ser e da divindade do ser. Portanto, seu intento já é bastante ridículo, visto que até mesmo os orientais de hoje, seguidores desta filosofia, compreendem de forma mais racional e menos misticista estas concepções. Logo, o seu deus não existe nem mesmo de acordo com a filosofia oriental moderna. Ponto.

    Ao me questionar sobre trindade, você atira em seu próprio pé duas vezes. Primeiro por ter feito a tal pergunta idiota de "como ele pode ser um se ele é três?" Ele não é três. A trindade nunca afirmou que Deus é três deuses.

    O que a trindade significa é que Deus, o Pai, o Criador, é o corpo maior. Jesus, seu filho, na realidade é parte dele próprio, não outro. E o terceiro, que é o Espírito Santo, é a energia manifesta de Deus que gerou o filho em corpo de carne e osso. A questão é que Jesus é apenas uma representação divina em corpo humano e o espírito santo é o poder divino. Esta é a trindade.

    Então, minha cara, me diga uma coisa: Ou o cristianismo é monoteísta e Deus é único, ou então ele não é monoteísta e Deus é três. O que, afinal de contas, você quer dizer com isso? Acho que você nem sabe! (risos)

    Mas, particularmente, acho que o pior trecho de sua réplica é o seguinte:

    "Por isso eu jamais critiquei os grandes sábios, os fundadores de religião, nem suas metáforas sagradas: eu as compreendo. O que eu critico são os seguidores, os que corrompem a verdade, os que transformaram deus (cultivando uma concepção errônea) num crápula filho da puta sem igual."

    Certo. Nem preciso mencionar o palavrão completamente desnecessário e deveras ofensivo. Isso é visível. O que preciso é lhe perguntar uma coisa óbvia: Se você está criticando os seguidores da religião que teriam supostamente deturpado os ensinamentos de Jesus, então por que o título de sua tese aponta diretamente para o conceito de Deus, em vez de apontar para a Igreja ou para os fiéis?

    Veja bem: Você cria uma tese com um título que intui diretamente uma confrontação entre dois conceitos distintos sobre deus, sendo um o oriental místico e o outro o monoteísta cristão. Certamente, espera-se que você vá mostrar como estes conceitos são diferentes e qual deles é o melhor. Entretanto, você comete um Epic Fail e critica os seguidores da religião.

    Quer dizer que, em um debate sobre "Qual é o melhor time de futebol da história?" você iria criticar as torcidas organizadas? Em um debate sobre Oscar Niemeyer você iria criticar Selton Mello? É isso mesmo? E como é que você não quer que eu tire sarro de você, garota? Ora esta! Já vi gente mais humilde por aqui, sinceramente.

    Agora, para não reclamarem de meu tom jocoso, vou postar uns sites interessantes sobre o tema. Desta vez, nada de Desciclopédia, ainda que as informações lá tenham maior credibilidade que as suas.

    Seguem as minhas sugestões:

    http://www.significados.com.br/dualismo/ (trecho: "O dualismo distinguiu-se do monismo, particularmente no século XVIII porque os filósofos monistas defendiam...")

    http://www.espacoacademico.com.br/007/07ray.htm

    http://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=monote%C3%ADsmo&source=web&cd=11&cad=rja&ved=0CFgQFjAK&url=http%3A%2F%2Fwww.amorc.org.br%2Fdestaques%2Fdestaque12.html&ei=0z9EUIuENMXA0QGMkoDYDQ&usg=AFQjCNGYXc60yqZB7cuI-FAU2Qdm5avf_Q

    http://www.gilsonfreire.med.br/index.php?option=com_content&view=article&id=69&Itemid=71

    Acho que está bom por hoje.
    Se precisar de mais ajuda para compreender sua própria filosofia religiosa pseudo-verdade, é só me pedir.

    Um grande abraço e que Deus (o ùnico Deus) lhe proteja da ignorância e lhe ilumine para escrever uma boa tréplica.
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  9. Permitam-me iniciar minha tréplica com um reconcerto de alguns mal entendidos. O Senhor Téo me acusa de pseudo-intelectualidade pelo fato dele não compreender o que digo, mas TODOS que leem misticismo, taoísmo ou zen budismo sem serem iniciados, vão se deparar com aquela coisa dispersa e que muitos julgam meio sem nexo, complexo, e obscuro. Porém não, não é assim. E mais: isso não é por acaso, gente. É este o modelo, o modo de expor o lado que defendo, então não acho justo ser julgada pseudo-algo pela incapacidade alheia de ver além da superfície. Aliás, estamos lidando com espiritualidade, portanto não estou seguindo na linha e linguagem intelectual, apenas espiritual. Não é superficial, são paradoxos simples e profundos sobre colocações que, sendo místicas, denotam um tom poético demais, e esse é o meu estilo de falar sobre isso. Falar sobre as verdades ignoradas, daquilo que está debaixo das cascas e capas que colocamos e mantemos cegando a vista, como ego, personalidade, escrituras e instituições, não é fácil tarefa. Isso sim é superfície, isso é manter-se alheio ao seu verdadeiro Eu, sua verdadeira Face, que é Divina.

    O Senhor Téo alega que tenho “má interpretação simbólica e um desconhecimento total de conceitos fundamentais de cada religião”. Gostaria de pedir a ele que me mostrasse onde desconheço o que defendo e onde desconheço o que ele defende, pois já expus e deixei bem claro a diferença dos conceitos, e mesmo assim há uma insistência da parte dele de generalizar tudo. Há uma gigaaaaante diferença entre A Concepção de Deus Místico / Monismo Cósmico Univérsico Teosófico, e A Concepção de Deus Judaico Cristão, advindo da Mitologia Hebraica, e eu diferenciarei novamente, pois parece que ainda não foi assimilado:
    Deus Místico: Não existe, ou seja, não possui tangibilidade material, é incorpóreo, é puro nada, puro vazio, segundo nossa percepção. É essência pura. Permeia tudo o que existe, portanto é de fato onipresente, onipotente e onisciente. É o todo, mas não está separado das partes. É o infinito, mas não está separado das coisas finitas. Toda ideia de separação, portanto, é ilusória, e para ver a deus, você tem que dissipar suas ilusões e tornar-se completamente consciente do UM.
    Palavras-Chave (Adjetivos): Absoluto, Infinito, Eterno, Essencial, Suprema Realidade (ou Realidade Total), Divindade, Inteligência Cósmica, Vida Universal, Consciência Intangível, Insondável, Uno do Universo, Todo, Nada, Vazio, Plenitude Máxima, Fonte, Causa, Verdade.
    Deus Judaico Cristão: Às vezes é três, às vezes é um, e não se decide. (hehehe) brincadeiras à parte, dizem que é amor, mas criou um inferno para condenar os que não seguirem seus critérios e imposições, cometeu genocídios por toda a sua Mitologia. Foi criado a partir de crenças politeístas e que virou uma monolatria (adorar apenas um deus no meio de tantos que existiam). Sim, a bíblia admite a existência de outros deuses, como está escrito em Êxodo, cap. 18, vers. 11: “Agora sei que o Senhor é maior que todos os deuses, porque livrou este povo de debaixo da mão dos egípcios, quando agiram arrogantemente contra o povo”. E mais: “Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses?” (Êxodo 15, vers. 11)
    Ora, se o Senhor é maior que todos os deuses, logo estes outros deuses também existem, porque, do contrário, o “Senhor” não seria maior que eles. “É de se admirar porque os judeus e cristãos não admitem a existência de outros deuses, quando a bíblia está afirmando a sua existência”.
    É claro que Jeová não matou todas as pessoas que morreram em seu livro, nem criou nenhuma delas, pois todos são episódios de caráter mitológico e inverdadeiros, semelhantes aos dos outros povos antigos que inventaram grandes e notáveis façanhas praticadas por seus deuses nacionais e semideuses.
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  10. Vale, finalmente, remarcar que o inexistente YAHWEH ou Jeová - Deus dos Cristãos e a própria figura mitológica de Jesus Cristo e os atos por eles praticados não passam de servil plágio da mitologia egípcia, suméria, persa, hindu, cananéia e de outros povos da antiguidade. Para se chegar a esta inevitável conclusão, é bastante um estudo comparativo entre as religiões ancestrais, aliás, trabalho que vem sendo realizado por lúcidas e brilhantes inteligências de nossa época, mostrando que “a bíblia não tem razão”. SIMPLES.
    Palavras-Chave (Adjetivos): Furioso, sanguinário e inclemente; Deus Nacional, inventado pelos antigos hebreus e até hoje cultuado pelos judeus; Mau, severo, draconiano, ciumento, vingativo, egoísta, sádico e bárbaro. Segundo suas profecias, enviaria seu filho único para salvar a humanidade. Seu filho não foi aceito pelo seu próprio povo, e então os próprios hebreus (judeus), vendo que Jesus não fazia a linha correta e malvada do pai, o crucificaram (pois Jesus foi um rebelde e revolucionário da época e os Hebreus/Judeus estão até hoje esperando o verdadeiro Messias).
    Vale constar que: *Jesus, se interpretado metaforicamente, segundo seus evangelhos perdidos, e fazendo algumas analogias, seria um místico iluminado e conhecedor do verdadeiro deus. Para isso, leiam as obras de Huberto Rohden sobre Jesus Cristo.

    Sobre a questão do maniqueísmo e do dualismo, eu já expliquei na minha réplica, e parece que você não leu, pois coloquei exatamente os conceitos, e as diferenças deles! Eu não disse que maniqueísmo é dualismo, e eu não estou confundindo os dois, em momento algum. Eu disse que maniqueísmo tem uma ESTRUTURAÇÃO DUALISTA, que divide tudo em DOIS aspectos, Então se houve algum ERRO foi ERRO DE INTERPRETAÇÃO SUA, pois até nos links que você sugeriu dizia isso, todos podem ver. Manter crenças embasadas em aspectos duais é manter-se na superfície da espiritualidade. Só transcendendo isso é que poderemos encontra a UNIDADE SAGRADA, que é o Deus Místico, que nada mais é do que a Essência Total que Se revela em Existência Parcial.
    Filho, eu não quis ser maledicente com tua religião e com teu deus: Estes próprios são a maledicência encarnada em mito! Posso ser muito prolixa, mas minha prolixidade tem fundamentação real, e a sua, onde está? Você afirma que deus é um ser tangível, que vem ao seu encontro, julgar este mundo e separa o joio do trigo? Seu deus é facilmente refutável, se eu for colocar todos os argumentos na mesa, e se você pedir posso muito bem fazer isto. Eu não sou insegurança acerca de nada do que defendo, pois só falo do que tenho certeza, e você, diferentemente, só fala do que acredita. As aparências não são o melhor caminho para encontrar a verdade, então o que proponho é que liberte-se delas. Tenho 18 anos, não conheço tudo sobre a vida e nem sou iluminada ainda, mas sou uma garota hiperconsciente do Caminho e, depois que alguém tem insights e ao menos suspeita do que realmente é a realidade, a pessoa não é capaz de parar a busca.
    Sobre o que o seu amigo disse sobre a concepção de deus místico oriental, esta explicação simplória e singela, sim, está certo. Quando ele diz que “Deus não é um ser além ou aquém de nós”, ele diz que não há um Reino distante por vir, ele diz que tudo está e sempre esteve entranhado em nosso interior, e que Deus está presente aonde está nossa presença. Jesus mesmo disse: “O Reino dos Céus está dentro de você”, e isto é a mais pura verdade, metaforicamente. Sim, Deus “não é um arquiteto criador ou legislador do Universo, como nas teologias monoteístas”, e isto não é mesmo. Deus era o Verbo, o É, que se manifestou em existência, porém ele é a pura essência de tudo, e não algo separado de nós. Deus está além das superfícies, e a mente e o corpo são as superfícies. Porém são os mecanismos da vida existencial, e para testemunhá-lo precisamos desta vida, destes mecanismos. É aqui e agora, e não noutra, que se dará o verdadeiro encontro com o divino.
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  11. E não será um velho de barbas brancas, ou um cara crucificado, ou um buda em posição de lótus que você irá ver. Você irá ver sua própria face, sua essência. Aí está nossa primordial diferença, e aí está o que mostra que o que eu digo é verdade, e que o que você diz é mentira. Pois se alguém se dedicar a conhecer o Deus Místico, ainda nesta vida ele poderá sabê-lo, sê-lo, experimentá-lo. Mas no seu caso, não há evidências do teu deus, e ainda tem toda aquela historinha de que ele vem, vai voltar, vai ressuscitar os mortos e jogar gentes em um céu ou inferno. E isso é ficção, por isso o seu deus não existe. “Ele é simplesmente parte integrante de todas as coisas, é a manifestação energética de toda a existência, é a força motriz. A meditação serve para entrarmos em contato com o nosso próprio deus interior, por que Ele também é parte de nós mesmos.” Seu amigo sabe, ainda bem.

    Sim, o único deus real que há, que é infinito e eterno, de fato não existe segundo a própria concepção. Porque não existir implica apenas em dizer que ele não possui uma tangibilidade material em sua totalidade. Ele é A Pura Essência que permeia tudo, e isto é notável para qualquer um que se propuser pensar a respeito. Porém, E O SEU DEUS, ONDE ESTÁ?
    Eu já deixei bem claro antes que o que os orientais entendem por deus não é o mesmo que você e a religião judaico-cristã entendem, então estamos de acordo, e o debate é isso. É o Entendimento Verdadeiro contra o Entendimento Não-Verdadeiro. Tao, não é qualquer nome, e não significa apenas a manifestação do ser e da divindade do ser. Tao é muito mais que isso. Tao é a REALIDADE. Deus é uma ficção. Por isso não chamamos Tao de deus, porque não existe deus, MAS HÁ O TAO. Portanto, meu intento não é ridículo, e sim o seu, que mal argumenta em defesa do seu deus e da existência dele. Prove que ele exista, abra seus argumentos, ainda não vi você defender sua concepção, mas eu estou coerente na defesa das minhas.
    Sobre a questão da trindade, chegamos há um consenso. Você disse que “Ele não é três. A trindade nunca afirmou que Deus é três deuses.” Ótimo. Estou tratando desde o começo o deus judaico-cristão como o deus de uma religião monoteísta, que considera o seu deus como Único. Sobre seus risos, acho que é mais fácil para nós que usamos a razão, perceber todos os detalhes fantasiosos de sua crença com mais facilidade. Como é que Jesus foi gerado sem esperma? Onde já se viu isso, cara? Não existe fecundação apenas ovular. Enfim.
    Eu mencionei que sim, critico todo e qualquer seguidor de toda e qualquer religião que são deturpadores da verdade. Há exceções é claro, sempre e em todo o lugar, pois as verdades existenciais são relativas e a única verdade absoluta é o divino, que é essencial ao invés de existencial. Porém ter mencionado este fato não anula o objetivo principal da minha tese, que é mostrar que a mitologia hebraica e que o deus fictício judaico cristão é uma farsa, e ainda por cima, prejudicial. É por isso que o título de minha tese aponta diretamente para o conceito de Deus, porque é este conceito errôneo que sustenta a ignorância e os males causados pelas Igrejas e pelos seus fiéis. Mas como esse não é o assunto do debate, vamos voltar para a análise das concepções. E o fato de eu não criticar os grandes sábios e conhecedores do divino, é que eles foram eles mesmos e não seguiram ninguém, esse é o ponto. Nãoé errado ler e conhecer a história deles, e, se bem interpretados, podem indicar um bom método para a busca individual, que cada um fará em dado momento de sua evolução. O problema é que as pessoas buscam Jesus, buscam Buda, buscam Lao-Tsé, buscam Maomé, ou seja, elas buscam projeções passadas de pessoas deusificadas, ao invés de buscar o que eles buscaram. Eu insisto no ponto de Amar / Ser / Tornar-se você mesmo, voltar para a fonte, encontrar seu centro como ser humano único e singular, que virá a ser divino no ápice evolutivo, tido sua origem na Essência Divinal que, apartir do Big Bang e da Expansão da Singularidade, passou a se manifestar em Existência Vital.
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  12. O meu “Epic Fail” na verdade, se sustenta em dois pontos: Todo seguidor de um deus, não conhece esse deus. Todo credor e fiel de um deus, também não o conhece. E sim, a tese do debate é diretamente uma confrontação entre dois conceitos distintos sobre deus, sendo um o oriental cósmico místico e o outro o monoteísta cristão ocidental, e já mostrei desde o início como estes conceitos são diferentes e qual deles é o melhor. Parece simplesmente que você não lê o que escrevo e, por não conseguir refutar, em tratar de detalhes infundados e distorções que já haviam sido resolvidas, na minha réplica. Além de quê, perde seu precioso tempo me adjetivando, como se o que sou fosse refutar a validade de meus argumentos.
    Outra coisa, sua analogia a futebol é ridícula, pois futebol e torcer por um time não são algo incontestável, não é uma “verdade” dada como absoluta e imutável, e o time não é criado nem definido por sua torcida. Porém vemos claramente que Jeová foi criado pelos hebreus, e é o deus nacional deles, e eles são o povo escolhido, e amado, e o escambau; enquanto que o Jesus Mitológico foi criado pela Religião Católica Apostólica Romana para salvar Roma de sua última crise e consolidar novamente o império, que estava falindo (pois Jesus não teria essa repercussão gigantesca se não fosse mitificado e imposto como o deus dos new romanos). Eles precisavam de um novo deus, e sacaram que se a história de Jesus fosse bem enfeitada com ficções, renderia bastante. E rendeu, vide mais de 2000 anos de ignorância, guerras e cegueira geral.
    Sobre minha falta de “humildade”, ou meu jeito agressivo de debater, quero esclarecer que é proposital e vai de contra as verdades que a verdadeira iluminação e conhecimentos divinos nos trás. Eu conheço os iluminados, suas escrituras, o Caminho do Meio, tudo o que já foi dito e todas as experiências descritas sobre o assunto, mas se estou aqui debatendo, é porque ainda não cheguei lá. Primeiro, porque sei bem que O Deus que é Real não precisa de defesa, nem de ninguém obcecado por ele, nem de aprovação, etc. Ele é a imanência do Eterno, do Infinito, não precisa de que uma parte dele Finita e Mortal fique aqui profanando a Realidade Divina com falatórios parciais. Porém eu resolvi, TEMPORARIAMENTE, ir contra a filosofia do Não-Agir Taoísta, e do Zen Budismo, mesmo sabendo que é prejudicial, apenas para fazer ativismo à causa, e divulgar, apontar e direcionar mais pessoas ao caminho da Verdade. Sim, a filosofia diz que só quem deliberadamente busca encontra, e que quem não busca “permanece nas trevas, ignorante, vendo o dia que passa’, como uma vez disse Dante Aliguieri, em A Divina Comédia. Porém eu, garota sagaz que sou, resolvi incitar as pessoas a buscarem, pois muitos só precisam de um toque para se depararem com sua verdadeira face, divina e imortal.
    Pela má qualidade de alguns links sugeridos pelo Senhor Téo, resolvi indicar algumas cousas a vocês também, e retifico que não deixem de ver, pois é a fundamentação de mais alta qualidade para tudo que escrevi até agora. Segue:
    http://www.sociedadeteosofica.org.br/biblioteca/livros/voz.htm
    http://www.youtube.com/watch?v=doYbluzOk_I
    http://www.youtube.com/watch?v=fg5z3DhPvQE&feature=channel&list=UL
    Demorei para postar minha tréplica pois me ocupei com outras coisas e reli alguns livros sobre o assunto, tal como Tao Te Ching (Lao-Tsé), A Voz do Silêncio (Helena Blavatski), Sidarta Gautama (Hermann Hesse), O Deus que Nunca Existiu (Osho) e A Filosofia Univérsica (Huberto Rohden), e acho que fiz um bom trabalho na defesa de ideias tão brilhantes e tão verdadeiras. E mais, ofereço minha ajuda a que precisar de mais informações e querer iniciar-se no Caminho do Meio, para compreender-se a si próprio. O autoconhecimento é o caminho para vocês compreenderem essa filosofia espiritualista da busca pela verdade, e ela é o verdadeiro encontro com a Realidade, e quem buscar, saberá.
    Beijinhos para todos os que se sabem deuses e deusas em evolução, advindos da Fonte Divina da Vida.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Teo de Cristo X Vinicius Camatti - A instituição cristã é indispensável


  1. Primeiramente, quero agradecer a todos pela oportunidade deste debate. Defender a instituição cristã no mundo ocidental tem sido muito difícil com o aumento do ateísmo e com a entrada de outras religiões. Por isso, fico grato que este grupo permita que eu, como cristão, faça isso. E farei com orgulho.

    Para início de conversa eu não vou entrar no mérito da existência de Deus. Para mim, Deus existe, criou o mundo, criou todos nós, e isso não será discutido por que é para mim algo indiscutível. Minha intenção é defender a importância da Igreja cristã, seja católica ou evangélica, nos dias de hoje.

    Temos visto o aumento da violência, da gravidez na adolescência, do uso de narcóticos, etc. Isso tudo é muito ruim e curto, médio e longo prazo. A cultura está mudando para pior. Hoje em dia estamos banalizando a violência, por que vemos ela todos os dias na TV e não achamos mais algo assim tão chocante. A gravidez precoce inconsequente é um mal que afeta não somente às meninas que engravidam, mas afetam toda a sociedade. Veja, por exemplo:

    - Uma garota engravida aos 14 anos de idade.
    - Isso desestrutura a mentalidade da garota, que ainda é uma criança.
    - Isso desestrutura a família da moça e do rapaz.
    - Pessoas desestruturadas emocionalmente não têm condições emocionais de criar os filhos de uma maneira adequada.
    - Crianças que sofrem com os problemas de uma família desestruturada crescem com o próprio emocional desestruturado.
    - Estas crianças se tornarão adolescentes problemáticos, que virão a afetar toda a sociedade ao seu redor.

    Aí, nascem problemas cíclicos, como a violência, a gravidez precoce, sexo precoce, insegurança, displicência, etc.

    Mas, aonde a igreja entra nisso?

    Simples. A igreja serve para colocar um pouco de freios nestes atos indolentes e prejudiciais. Seja pelo medo, pela vaidade, pela pressão ou simplesmente pela moral, as pessoas que frequentam uma igreja tendem a sentirem-se mais vigiadas. E claro que isso não quer dizer que um cristão não vai cometer erros. Mas, se ele cometer, terá mais probabilidade de se envergonhar disso, e talvez até de se arrepender, pois para ele tanto o padre quanto Deus estão vendo suas ações.

    Estou fazendo uma abordagem aqui que envolve o lado pragmático da questão, aquilo que é visto na vida, na experiência, no dia-a-dia. Crianças não podem contar com a televisão ou com a internet para aprenderem a discernir as coisas. Uma por que, quem tem discernimento suficiente para buscar discernimento é quem não precisa dele. Duas, por que a internet não tem freios e limites, você vai encontrar opiniões de pessoas que você nunca viu sobre qualquer assunto e nunca terá certeza sobre quem tem razão. Três, por que a TV não tem obrigação de passar o certo, e sim de passar o que dá ibope.

    Aí, poderiam argumentar que uma melhora na educação seria suficiente, ou que o aumento do acesso a informação seria suficiente. Acontece que não é assim que as coisas funcionam. Há pessoas, e elas são maioria, que não têm tempo e nem o devido interesse em buscar a informação. A educação é relativa ao contexto cultural, e na prática, a escola é mais um rito de passagem, onde as crianças de hoje nem mesmo levam seus professores a sério. Fora o fato de uma melhora no sistema educacional é medida de longo prazo que pode surtir efeito em vinte anos, se surtir.
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  2. A igreja é diferente. Ela tem dois papéis importantes numa sociedade. O primeiro papel mais importante é o de dar consolo e respostas satisfatórias; as pessoas não querem saber a verdade sobre o mundo, sobre o universo ou sobre a origem delas próprias. Elas querem conforto, querem ouvir uma resposta agradável e consoladora para os medos que carregam, querem ser amparadas, querem achar que suas vidas não são inúteis, querem pensar que suas almas terão algum lugar melhor do que este depois que seus corpos sucumbirem. E a igreja, ao dar este conforto, consegue maior aprovação por estas pessoas. A aprovação que a igreja consegue é que abre as portas para que estas mesmas pessoas ouçam aquilo que o padre lhes diz. Se o padre disser o que elas precisam ouvir, então elas ouvirão e provavelmente seguirão.

    O que quero dizer com tudo isso é que a Igreja não é uma garantia. Mas a verdade mesmo é que é o mais próximo que muitas pessoas chegarão da verdade. A ignorância do ser humano é do mesmo tamanho de sua insignificância no universo. A ciência pode explicar muitas coisas, mas as pessoas nem sempre querem uma explicação.

    Passo a palavra para o Vinícius.
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  3. Senhor Téo, sou ateu e acho indiscutível a não existência de deus e tenho plena convicção de que a Teoria da Evolução é um fato (estranho o senhor ainda não entender o fato da evolução das espécies). E considero o aumento do ateísmo um bom sinal.

    Primeiramente, deve analizar quais os países tem mais índices de violencia: se os religiosos ou não religiosos. No momento fico neutro, diferentemente de sua convicção inabalável.

    Nos dias de hoje, as igrejas estão muito mais conportadas. Não se pode fazer algo violento que a mídia já cobre. Se não houvesse isso, continuaríamos na Idade Média.

    No mais, considero o papel da igreja indiferente aos problemas relacionados à violência, ou seja, nem ajuda, nem piora. A igreja, portanto, não põe freios nos atos indolentes e prejudiciais. E se ela engana os fieis para isso, contribui para aumentar ainda mais os crimes, pois a partir do momento que o fiel percebe que foi iludido, vai praticar todo e qualquer tipo de crime, provavelmente.

    O termo sem discernimento ainda pode ser mudado para córtex pré-frontal não desenvolvido completamente. Pois é isso que dá à criança o tal "discernimento", como queira. A partir do momento em que essas crianças atingirem a idade adulta, com seu cérebro completamente desenvolvido, não há mais problemas, pois agora elas tem agilidade mental e são mais lógicas. Tendo lógica, tem-se a capacidade interpretativa. Basta que elas tenham instruções, mas não religiosas, instruções científicas. Não digo que, necessáriamente, esse conhecimento científico tenha que ser adquirido por professores, mas de forma autodidata ou por videos até mesmo da internet, tão contestada pelo senhor.

    As pessoas não querem saber a verdade sobre o mundo mas gostam dos produtos desenvolvidos pela ciência. Contraditório, as pessoas agem então, contraditoriamente.

    Seres humanos que se contradizem tão facilmente, de certo que em todas as áreas da vida são assim. Então, não é muito difícil que não erre na sociedade, praticando atos violentos. Nem a religião pode parar um indivíduo assim. Não acha que um apoio psiquiátrico não seria mais inteligente do que contar historinhas para boi dormir?

    Passo, também umas pesquisas recentes, científicas, indicando o quão prejudicial é a crença em um ser sobrenatural:
    http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/psicologo-explica-por-que-acreditamos-no-inacreditavel
    http://psicologiadareligiao.wordpress.com/2007/09/11/a-prevalencia-de-transtornos-mentais-entre-ministros-religiosos-uma-pesquisa-na-interface-psiquiatria-e-religiao/
    http://hypescience.com/paises-menos-religiosos-sao-tambem-menos-violentos/
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  4. Algumas mentes são pobres demais e na maioria das vezes essas mesmas pessoas têm grande dificuldade interpretativa. Quando falava sobre discernimento, meu adversário vem me dizer que isso é resolvido com o amadurecimento, com a idade. Se assim fosse, então, ele próprio já teria desenvolvido o próprio discernimento pois vejo pela foto que ele é um adulto. Incrivelmente sua mentalidade ainda é a de uma criança.

    Primeiro, eu não contestei o uso da internet. Afinal, eu estou usando ela agora mesmo não é? O que contestei é que nem sempre as pessoas sabem bem onde e como procurar aquilo que querem saber e na internet existem milhares de sites e fontes sobre um mesmo assunto sem qualquer credibilidade em boa parte das vezes. E se alguém não tem discernimento e conhecimento suficientes não saberá escolher a informação mais correta entre todas as que vai encontrar. Não há nada que me impeça de criar um blog e dizer que Santo Agostinho e Tomás de Aquino eram sofistas inúteis e burros, e se uma pessoa ver a informação pode acabar acreditando no que digo, ainda que seja uma imensa mentira.

    Segundo, não é por causa da mídia ou da tecnologia que as igrejas estão mais comportadas hoje. Isso aconteceu por que a igreja evoluiu juntamente com toda a humanidade. O mundo mudou e ainda que lentamente, aos poucos a igreja também foi mudando. Simples assim. Na Idade Média queimavam pessoas vivas sob acusações que poderiam ser até verdadeiras, mas hoje não se faz isso nem mesmo com os priores criminosos. Se você perguntar a um bispo, padre ou qualquer membro do clero, garanto que nenhum deles achará normal queimar pessoas em uma praça pública. As pessoas mudaram junto com a sua própria evolução. Simples assim. E a Igreja cometeu erros comuns por que é comandada pelos homens e não por Deus. Homens erram.

    Terceiro, não sei de onde você tirou dizer que não aceito a teoria da evolução. Se encontrar algum trecho onde eu tenha dito isso aí, me avise.

    Além de toda essa pobreza você usou a falácia comum entre os neo-ateus de culpar a igreja pela violência. Países mais desenvolvidos têm menor violência devido aos maiores investimentos em educação, segurança pública, menores índices de corrupção, etc. E tudo isso é fator cultural que vai muito, mas muito além de crenças religiosas. Porém, se a pessoa for honesta em sua pesquisa irá encontrar exemplos de países com maior ou menor índice de religiosidade que sejam mais ou menos violentos, pois há outros inúmeros fatores a serem considerados. Um país poderia ser inteiramente ateísta e ser violento, bastaria que o governo mantivesse a educação de má qualidade e leis mal elaboradas ou que não fossem devidamente fiscalizadas. Simples assim.
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  5. E como eu mesmo disse no início é óbvio que a igreja sozinha não vai impedir que alguém cometa um crime ou mesmo que ela cometa erros. A Igreja serve para dar apoio e consolo. E pergunto ao meu caro adversário o que ele pensa quando diz que uma pessoa, ao descobrir que estava sendo "enganada", passaria a cometer violência! Primeiro que para descobrir-se enganado é preciso ser inteligente. Se você for inteligente, não será enganado. Segundo, para se descobrir enganado é preciso haver prova do engano, e como não há provas de que Deus não exista (pois Ele existe) então esta pessoa nunca iria descobrir nada.

    Agora, que bobagem foi essa de comparar descobertas ontológicas da ciência com o desenvolvimento de mídias e tecnologia! Tecnologias como celulares, TVs, carros, tem utilidade prática na vida de uma pessoa. É claro que as pessoas vão utilizar isso. As questões ontológicas estão mais para o lado da racionalização e de modo geral a população não está assim tão interessada em pensar, por que as pessoas precisam trabalhar, precisam cuidar de suas famílias, precisam descansar do trabalho. Essas lacunas a ciência não é capaz de fechar por que isso depende mais de uma iniciativa individual e não há sistema educacional que vá melhorar ou mesmo alterar nada neste sentido.

    Enfim, fica de pé a minha questão. A Igreja supri na população aquilo que a ciência não pode suprir.
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  6. Caros,
    Em minha primeira réplica não pude expressar devidamente meus argumentos, pois estava com pressa no momento e não dei a atenção devida. Espero me redimir agora, e explicar detalhadamente as lacunas que deixei em minha argumentação.

    Começarei, a priori, recolocando que a existência de deus é discutível sim, principalmente da concepção de deus judaico/cristão; e é bom enfatizar que a probabilidade de que tal concepção tão mal contada, falaciosa e mitológica não exista, é grande. Mas, como não é essa a questão principal, vou partir para a minha defesa, que é a seguinte: As igrejas cristãs são completamente dispensáveis em nossa sociedade.

    Considerando que estamos no século em que mais se produziu tecnologia de ponta, em que mais se desenvolveu estudos, em que mais se produziu ciência pragmática, não vejo por que continuarmos a alimentar a ideia de que nem todos são capazes de alcançar isso, que as pessoas devam se render a ignorância sem mesmo experimentar o outro lado, que é o saber.

    A evolução sempre aconteceu e está acontecendo, seja a física como a mental/intelectual. Não podemos subestimar a inteligência ou a capacidade das pessoas de aprender e melhorar através de outros meios, que não sejam os repressivos e opressivos. Colocar um pouco de freio nas coisas ruins não resolve o problema. Tá na hora de sairmos dessa procrastinação de manter meios errados por um fim bonzinho. E é isso que você defende: Que a igreja, mesmo como grande vilã por retirar o valor de buscar o real e a verdade, deve continuar, pois no fim tem algo bonzinho, o conforto.

    Contra argumentando sua retórica de acomodação, posso dizer que a busca por manter-se numa zona de conforto é ilusória e causa grandes problemas. Manter a doença pra poder remediar, é inadmissível e não precisamos disso. E é o que as instituições cristãs fazem. E isso é completamente dispensável. Hoje temos meios, e somos capazes de, unidos, promover maneiras de suprir as necessidades que as pessoas têm, sem precisar mantê-las presas numa gaiola de mentiras. Há maneiras de estimular as pessoas para evoluírem suas faculdades e capacidades, e, se as pessoas se dispusessem a isso, ao invés de prolongarem as manifestações de falsas verdades, estaríamos bem melhor.

    Você argumenta que, por se sentirem mais vigiadas, pela pressão, pelo medo, pela vaidade e por toda a circunstância de tensão, as pessoas cometem menos erros ou pelo menos são mais capazes de se redimirem. Isso é completamente falacioso. É dizer que devemos manter-nos estagnados e submissos a algo completamente errado, só pra ter uma mínima capacidade de concertar depois. Isso chega a ser obsceno, até. Inventar uma punição falsa e alimentar um medo fictício só pra refrear pessoas: É indigno e completamente dispensável.

    Se for pra oprimir, reprimir ou punir, temos a justiça, temos as forças armadas, temos meios corretos e humanos de fazer isso. Se for só pra manter uma moral, a igreja é igualmente dispensável, pois moralidade pode ser criada e desenvolvida fora dela, e a imoralidade é facilmente cultivada dentro dela, então é um ponto que, por ser relativo, não convém usar como argumento.

    Você expõe também que a religião tem efeitos no curto prazo, quanto uma melhora na educação levaria tempo para dar resultados práticos na vida das pessoas. Discordo. Os efeitos de auxilio emocional de rápida duração não compensam as mazelas que ignorar a realidade causa. Isso é só prolongar os problemas, isso é só procrastinar uma solução real. Uma educação voltada para boa cultura, para as artes, filosofias, literatura e ciências, isso sim promoveria intelectos saudáveis e em reais compromissos com uma boa convivência em sociedade.
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  7. A igreja, diferentemente do que você acredita, não dá respostas satisfatórias. Aliás, ate o seu consolo tem data de validade e precisa de apego e repetição para funcionar. Você se apega numa mentira, pra alimentar mais mentiras para ser capaz de cria um mundo de mentiras só por que não se é maduro o suficiente para enfrentar o mundo como ele é. Isso é um desfavor para a sociedade em geral e sua evolução. A igreja cria mentes perturbadas, neuróticas, muitas vezes fanáticas e sem nenhum senso do que de fato é e acontece. É claro que não são todos, mas a igreja intensifica o mergulho na escuridão, a igreja incentiva pessoas a fecharem seus olhos.

    As respostas da igreja cristã são: “Aceite e não questione”; “Essa é a vontade de deus”; etc. Falácias vergonhosas. E tudo bem você dizer que as pessoas querem isso, tudo bem. Mas na verdade elas não querem. Elas não sabem que estão sendo enganadas. Elas estão lá por que acreditam que é verdade e não é. Estar numa igreja pode dar um sentimento bem-quisto de utilidade, mas não supre as carências naturais mais profundas do homem: Conhecer, e conhecer a verdade. E ter um guia, ter algo a seguir, pode ser conveniente, mas não é suficiente. As pessoas precisam aprender a andar por elas mesmas. Todos querem isso, só que poucos sabem, pois desde que nascem são imersos em falsas verdades e ilusões difíceis de retirar. Mas não impossíveis.

    O apoio e consolo da igreja são dispensáveis. Temos a natureza, temos as artes e literaturas, e, pra quem gosta de ficção e pensamento mágico, não há nada de errado continuar lendo e estudando isso, mas plenamente consciente de que é por diversão ou necessidade, mas que não é real no universo. Temos, a título de consolo, as pessoas que convivemos, os amigos, relacionamentos em geral, livros, músicas, e a nossa capacidade de filosofar e nos espantar com o mundo. Temos coisas belas, problemas pra resolver e muito trabalho a fazer. Pra que perder tempo levando a sério mitos e fantasias, e só gerando um circulo de dependência em torno disso?

    Ao invés de incentivar algo assim, só porque tem mínimos benefícios, deveríamos incentivar as pessoas a buscar serem livres e conhecedoras, o que gera benefícios muito maiores à longo prazo. Pra finalizar, quero apenas deixar claro que reconheço que as pessoas têm necessidades além das físicas, que são as necessidades psicológicas. E são essas que o senhor Téo afirma que a igreja supre. Só que, a igreja não só não faz o trabalho direito, como só piora as condições psicológicas das pessoas. E é por isso que mantenho com honra a minha posição e reafirmo veementemente: A instituição cristã é completamente dispensável.
    Sem mais.
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  8. "As igrejas cristãs são completamente dispensáveis em nossa sociedade."

    Discordo. E gostaria que você fizesse um esforço para provar o que diz. Sua réplica ficou realmente bem melhor do que a introdução e mudou minha opinião a seu respeito, o que já é bastante coisa, visto que fiquei deveras decepcionado com a forma como começou este debate.

    Agora o que você propõe para substituir a igreja seria o que chamamos de ditadura da liberdade e ditadura da razão. Quer dizer que as pessoas têm que buscar serem livres? Você sabe o que um homem é capaz de fazer com a liberdade que recebe? Você sabe se as pessoas realmente querem a liberdade? E a razão, como fica? Você acredita mesmo que todas as pessoas saibam lidar com a razão, com o conhecimento?

    O mundo é deprimente, e a verdade é dolorosa, além de ser relativa. Quando você diz "mundo real" está deixando uma margem subjetiva daquilo que você pensa ser real. Mas a questão é que a Igreja não engana as pessoas com mentiras, ela apenas diz aquilo que acredita ser a verdade. E certamente você não morreu, e portanto não deve saber o que vem após a morte. Certamente você também não é transcendental o suficiente para saber se existe mesmo um Deus ou não, não é mesmo? Portanto, para você afirmar que a Igreja está mentindo para as pessoas você primeiro teria que provar que o que você diz e acredita é a verdade. Se não puder fazer isso, é uma péssima forma de argumentar.

    "A igreja cria mentes perturbadas, neuróticas, muitas vezes fanáticas e sem nenhum senso do que de fato é e acontece."

    O futebol também faz isso. Torcedores que se matam em brigas de torcida por aí, todos os dias. E também vemos isso acontecer em diversos lugares por causa de partidos políticos. Sendo assim, para alegar que "a igreja" cria essas mentes perturbadas teríamos que fazer valer o mesmo quanto ao futebol e a política. Mas não é assim que funciona. O futebol é um esporte, a igreja é uma instituição. Nos dois casos, há homens no comando e há homens seguindo. E como homens são imperfeitos, certamente cometerão erros. Fora o fato de que a Igreja não é uma instituição homogênea onde todos pensam do mesmo modo. Muito pelo contrário. O Papa João Paulo II pensava de modo diferente do Papa Bento XVI. Assim como JK pensava diferente de Getúlio Vargas. Ambos eram populistas, mas ainda assim eram pessoas e tinham pensamentos diferentes.

    "O apoio e consolo da igreja são dispensáveis. Temos a natureza, temos as artes e literaturas, e, pra quem gosta de ficção e pensamento mágico, não há nada de errado continuar lendo e estudando isso, mas plenamente consciente de que é por diversão ou necessidade, mas que não é real no universo."

    Novamente, você está pelo menos metade errado. Você não pode provar o que é real no Universo. Fora isso, natureza, artes, literatura e ficção não dão consolo e sim ocupação mental e distração. Consolo, apoio, calor humano, etc., isso é bem diferente. As igrejas reúnem pessoas para congregar, e ainda que muita gente esteja ali só por estar, o que importa é que estão ali. São várias pessoas em um mesmo ambiente pensando nas mesmas coisas, mentalizando as palavras que são ditas. Se você estudar um pouco mais sobre neurobiologia saberá mais sobre o poder que a união de várias pessoas pode ter no indivíduo. E por acaso isso quer dizer que as pessoas não possam se reunir em um local por outros motivos que não sejam religiosos? É claro que não. Mas, a religião é uma das poucas coisas capaz de unir as pessoas, e sempre foi. A política pode unir, mas sempre acaba envolvendo interesses secundários. O futebol pode unir pessoas em um estádio por um curto período, mas o motivo é a diversão e não a congregação. A Igreja, então, reúne as pessoas com o objetivo de congregar. O ser humano tem muitas características boas, enquanto algumas lhe são inatas outras são transformadas em sociedade. A educação exerce influência, assim como a violência e também a Igreja.
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  9. O que ocorre é que uma coisa não anula a outra. Em momento algum eu defendo a ideia de excluir o papel da escola, da ciência ou de outras instituições na sociedade. Mas defendo a importância que a religião continua tendo, independente de tudo isso.

    "As respostas da igreja cristã são: “Aceite e não questione”; “Essa é a vontade de deus”; etc. Falácias vergonhosas."

    Não é isso, Vinicius. Falácia vergonhosa é o que você faz ao dizer isto. Ainda mais por que foi você mesmo quem citou a teoria da evolução em sua introdução. Você sabe quem propôs a teoria do Big Bang? Um padre. Ele se chamava Lamaître. E ele não se tornou menos padre por causa disso. Então, pense bem antes de dizer certas coisas, pois elas podem não ter fundamento.

    Boa tréplica!
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  10. Caros, devo reconhecer que meu adversário também vem se esforçando e sua argumentação chega a ser coerente. Inclusive o subestimei no começo, confesso. Julguei-o por coisas que não é e usei falácias no primeiro comentário. Pois bem, nesta tréplica, procurarei me esforçar mais em busca de um consenso de ideias, nem uma ditadura da razão. E também não quero abolir a religião cristã. Que fique claro que não é este meu intuito. Se alguém prefere algo confortável e que lhe traga paz e não interferir em minha vida, tudo bem. É o direito de liberdade da pessoa. Desculpe se deu a entender que queria abolir a instituição, ou obrigar as pessoas a seguir um caminho racional, simplesmente porque destaquei a dispensabilidade dela. Além disso, defendo como se fosse a minha liberdade, o direito de individualidade alheia.

    Reconheci, também, que todos têm necessidades além das físicas. Temos necessidades emocionais, intelectuais, sentimentais, etc. E é nesse sentido que se desenvolve a argumentação do Téo. Ele destaca que o ponto forte da Igreja é: consolo, apoio, calor humano, ou seja, é apenas um preenchimento satisfatório para necessidades humanas que a ciência e o pensamento racional não suprem. Porém ainda insisto há outros meios melhores de satisfazer tais necessidades: família, amizades, relacionamentos, todos são repletos de consolo, apoio e calor humano. O que critico nas igrejas é o fato de que, por pregarem que são verdades absolutas, geram mais pontos negativos do que positivos nos seus seguidores, e mais separam do que unem pessoas. Mas sei bem que isso é muito relativo e vai da personalidade e essência de cada um, pois estar ou não numa religião não define seu caráter ou seu nível de bem estar e bem viver.

    Você ainda solicita que eu prove o que digo e questiona se sou transcendental o suficiente para saber se existe mesmo um Deus ou não. Bom, isso é tema para outro debate.

    Porém, seria possível existir um sentimento de união, congregação que substitua o efeito da religião?

    Infelizmente não há um espaço para congregar entre ateus e agnósticos, e a maioria de nós usa a internet ou meios não formais para manter contato. Faz falta isso: Templos de fraternidade, onde pessoas se reúnam para assistir preleções filosóficas, científicas, políticas, artísticas, humanas em geral, até mesmo “religiosas”, mas de forma aberta e não dogmática. Onde todos se embeberiam de sabedoria para levar suas vidas, mas pudessem refletir, discutir e contestar. E onde a arquitetura elevasse a mente à virtude, que não é nada religioso, mas é superior e algo a que se deva dedicar, para um mundo mais harmônico, justo, fraterno, pacífico e aprazível. Onde pessoas se reuniriam para empreitas filantrópicas, mas sem que fosse preciso a adesão a nenhuma instituição ou clube. Mas não como uma religião, como o Augusto Conte quis fazer com o positivismo. Que as pessoas também se reunissem em refeições comunitárias nas quais todos se confraternizariam, ricos e pobres, direitistas e esquerdistas, todas as orientações sexuais, todas as ocupações, todas as etnias, todas as idades, numa celebração da existência e do fato de sermos humanos e partícipes do Universo. Onde se discutiriam os problemas da "polis" e se proporiam soluções. Muito melhor do que o parlamento municipal.
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  11. Mesmo assim, considero que espiritualidade seja um conceito desvinculado de crenças e religiões. Trata-se de um conceito filosófico, entendido como atitude de vida. É aquela atitude de se priorizar os valores mais elevados e nobres da humanidade, como bondade, solidariedade, cordialidade, gentileza, altruísmo, compaixão, abnegação, diligência, nobreza de caráter, justiça, honestidade, lealdade, sinceridade, coragem e bravura na defesa do bem, da virtude e de todos os valores mencionados, bem como a beleza, o conhecimento, a prudência, a sabedoria e tudo que seja edificante, firme e capaz de fomentar a paz, a harmonia, a alegria e a felicidade de todos os seres. Trata-se de uma disposição de viver virtuosamente e em prol do outro, da coletividade, da humanidade e de toda a natureza, despido de todo e qualquer egoísmo, orgulho, soberba, inveja, avareza, maledicência, vaidade, ambição, mesquinhez, desonestidade, prepotência, enfim, de todos os vícios. É um desejo de fazer prevalecer o bem, a virtude, o conhecimento e a sabedoria sobre o mal, a ignorância e o vício, isto é independente de qualquer crença em Deus e na existência de espíritos e de uma alma imortal.
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  12. "Você ainda solicita que eu prove o que digo e questiona se sou transcendental o suficiente para saber se existe mesmo um Deus ou não. Bom, isso é tema para outro debate."

    Bem, meu caro, você deve perceber que lhe questionei sobre isso somente por que você mesmo entrou no mérito da questão, quando diz que as pessoas estão sendo enganadas com histórias falsas sobre a origem do universo ou delas próprias. Ao dizer isto você me deu margem para questioná-lo a respeito, pois para saber que uma história é falsa você deve ter uma explicação melhor ou deve, no mínimo, ter provas de que a história é falsa. Outra questão é que os padres não estão enganando as pessoas, eles realmente acreditam naquilo, se tornaram padres por isso, porque criam e creem cegamente em Deus, em Jesus nosso Mestre e nos ensinamentos por ele passados. Por isso, e só por isso, lhe questionei sobre estas afirmações que você fez.

    Mas, seguindo o debate você afirmou que a religião seria substituível por que poderíamos congregar sob outros templos e de outras formas. Afirma que nós poderíamos nos reunir para discutir política, para discutir espiritualidade, para discutir questões sociais e até mesmo transcendentais. É verdade. Poderíamos fazer isso se realmente quiséssemos fazer. Aliás, podemos fazer, e mesmo assim não o fazemos.

    Talvez você não conheça, mas é exatamente esta a finalidade maior de ordens como a AMORC (Antiga e Mìstica Ordem Rosa Cruz). Eles possuem templos não dogmáticos onde é possível se reunir com outras pessoas, independente do credo, das convicções políticas, da cor, da orientação sexual, etc. Mesmo assim, se comparada às instituições religiosas o número de membros afiliados na AMORC é ínfimo. E, para informação geral, A AMORC existe há séculos, possui sede oficial em vários lugares pelo mundo inteiro, possuem site e inclusive uma história bem curiosa. E mesmo assim, não tem um número elevado de adeptos! Por que isto acontece?

    É bem simples, meu caro. As pessoas normais têm preconceitos, elas têm medo, têm preguiça de pensar, têm preguiça de refletir sobre os problemas próprios e principalmente sobre os problemas do mundo. São poucas as pessoas dispostas a participar de algo assim. O que boa parte das pessoas quer é a resposta fácil, rápida, mastigada por alguém. E de bandeja querem receber consolo e companhia de outras pessoas para lhe servir de apoio.

    O ser humano pode ser formidável, mas nem sempre ele quer ser. A maioria das pessoas se contenta em viver, fazer sua parte e voltar para casa para descansar. Para estas pessoas não convém se reunir semanalmente em um espaço culto que eleve a reflexão. As pessoas querem ter respostas, querem ter certezas, querem, em boa parte das vezes, receber atenção e serem tratadas como únicas. É por isso que a igreja conseguiu se manter por tanto tempo e ainda tem conseguido, mesmo com o aumento da informação, mesmo com a tecnologia, mesmo com as descobertas científicas.

    Ocorre que as pessoas têm predisposição natural a acreditar e não a questionar. E não é sinal de burrice ou ignorância crer em Deus. E existe entre cristãos uma porção de filósofos, cientistas, pessoas que pensam e usam suas cognições. Entretanto, não são a maioria. Infelizmente, aliás, não é mesmo?

    O que acho, no seu caso, é que falta uma avaliação ampla e profunda da situação. É utopia esperar que as pessoas larguem suas certezas e partam para a reflexão, para o ceticismo, para a dúvida. Esse tipo de coisa não conforta ninguém, não oferece garantias, não serve de consolo e é muito mais cansativo.

    Além disso, somos um bando de ignorantes, ateus e cristãos, e não sabemos de muita coisa sobre o que realmente aconteceu ou sobre o que vai acontecer. Por isso, também, as pessoas preferem se agarrar nas próprias convicções, e por isso a instituição cristã é indispensável. Sem ela, as pessoas iriam surtar.
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  13. Realmente, eu provoquei uma fuga do tema ao abordar o assunto da existência ou não de deus. Odeio quando isso acontece, mas sou humano acima de tudo, sou uma pessoa normal rs.
    Também não conheço ainda a AMORC, e obrigado por apresentar-me tal ordem.

    “As pessoas normais têm preconceitos, elas têm medo, têm preguiça de pensar, têm preguiça de refletir sobre os problemas próprios e principalmente sobre os problemas do mundo. São poucas as pessoas dispostas a participar de algo assim. O que boa parte das pessoas quer é a resposta fácil, rápida, mastigada por alguém. E de bandeja querem receber consolo e companhia de outras pessoas para lhe servir de apoio.”

    Mesmo que este tipo de pessoa exista e for o que descreve, não sei se a religião seria a saída para elas. Não sabemos nem as causas exatas para as pessoas serem assim, infelizmente. Pode ser problema psiquiátrico, psicológico, traumas, enfim, uma série de fatores pode desencadear esta preguiça de pensar, de refletir sobre os problemas, etc. Então fica perigoso indicarmos o “remédio” sem saber o que de fato está acontecendo. Sendo assim, pode ser a religião o remédio como pode não ser.

    Posso argumentar a respeito de meu círculo social, que por algum motivo, não se contenta com pouco assim como as pessoas que disse. Entre nós não sentimos a necessidade de uma religião, propriamente dita. Vamos a shows de Rock, bares, fazemos Hangouts, grupos de debates, etc. Então, como não temos o sentimento de conformismo, somos indiferentes à religião, muitas vezes, e contra também, quando interfere em nossa liberdade. Seríamos curiosos por natureza? Não sei, mas parece provável. Assim, as outras seriam provavelmente conformistas por natureza. Desacreditando no que é mais provável, podem-se ter outras causas para a “letargia generalizada”, como apresentei no parágrafo acima.

    Portanto, temos que rever os conceitos para buscar a causa da preguiça mental das pessoas normais, pois a falta de curiosidade gera consequências graves, destrutivas, na maioria das vezes e para toda a sociedade. É perigoso! Aparentemente a religião é a solução, mas esta preguiça mental tem nome na psicologia e na neurologia. E se existe medicamentos, por que praticamente enganá-las com estórias? Se todo o dinheiro arrecadado dos dízimos fosse investido em tratamento psicológico/neurológico para essas pessoas, teríamos um mundo com menos violência. Aliás, segundo o Índice Global da Paz (IGP) de 2012, apesar do mundo em geral ter ficado um pouco mais pacífico nos últimos anos, são os países menos religiosos que continuam sendo menos violentos: http://hypescience.com/paises-menos-religiosos-sao-tambem-menos-violentos/

    Obrigado à oportunidade de participar deste debate, foi muito construtivo para mim.