domingo, 4 de agosto de 2013

Big Jonh X Roberta - Destinos do Brasil

 §1 - Cada debatedor tem direto a no máximo 3 postagens (de 4096 caracteres cada uma) por participação - QUE DEVERÃO SER UTILIZADAS DA MELHOR FORMA POSSÍVEL POR CADA UM DOS DEBATEDORES. 

   

  §2 - Os debatedores DEVERÃO fazer 4 participações intercaladas por duelo:considerações iniciais, réplica, tréplica e considerações finais.    


   §3 - O prazo regulamentar entre as participações dos debatedores é de 3 dias. Todo adversário tem o direito de estender o prazo de seu oponente. Após o prazo, será declarada vitória por W.O. para o duelista remanescente.       


  §4 -  Após o duelo, o vencedor será escolhido através de votações em enquete.

22 comentários:

  1. O destino do Brasil é um tema pretensioso, reconheço, afinal estamos tratando com um pais de 200 milhões de habitantes, com hábitos e culturas multiformes.

    Uma fronteira terrestre, aérea e marítima enorme, sotaques e regionalismos que preservam segundo o folclore e a cultura de cada região.

    De fato justifica-se referir-se a esse gigante como um pais de dimensões continentais.

    O Brasil é também reconhecido por ser um pais de contrastes, espelha situações inacreditáveis que vai da extrema pobreza a opulência megalomaníaca, ou que salta do completo analfabetismo para níveis de inteligência somente encontrado em algumas regiões da velha europa, esse é o Brasil, aqui temos as melhores e mais complexas legislações ao lado dos maiores descasos com a aplicabilidade legal por exclusiva competência de uma estrutura investigativa, aqui temos os três poderes que atuando de modo individualista, preservando seus interesses acima da chamada "coisa pública" pela qual deveriam velar.

    Ficaria divagando noite afora, cansando aos leitores que conhecem de forma sobeja a todos esses detalhes, vamos aos fatos.

    Sem apelar aos anos de minha infância, nem mesmo da minha mocidade passada em caserna no regime militar, quero prender-me as passeatas que chacoalharam o contexto Brasileiro, chegando a lembrar (em alguns casos) a famosa "primavera árabe", sem, contudo, chegar-se as vias de fato que observamos daquele lado, pergunto a essa casa, o que houve com o Brasil?
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  2. Durante vários dias procurei entender a RAZÃO dessa marcha, desse inconformismo demonstrado por várias camadas sociais, diferentes brasileiros sob todos os aspectos, preservando-se a característica de repúdio aos partidos que deveriam representar as classes sociais envolvidas, abriram mão dessa muleta e foram de peito aberto, dizer sobre suas insatisfações. Resta claro a decepção do povo contra TODA representação, e nela eu incluo além dos partidos polítidos e sindicatos, todos os órgãos classistas que HOJE representam essas multidões.

    Foi um balde de água fria no sindicalismo, nas siglas famosas que dizem convergir multidões com uma simples convocação, o povo demonstrou preferir sua organização a partir de páginas sociais na internet, junto aqueles que conhecem, para, reunidos em vários cantos do Brasil, se fazerem ouvir nas ruas segundo suas insatisfações.

    Foi um marco de cidadania que teve, como não poderia ser tudo perfeito, ações de ambos os lados que mancharam a imagem de manifestantes e forças repressivas, seja no apelativo movimento depredatório, com a consequente pilhagem de materiais (roubo), ou ainda, na agressão desmedida por parte de policiais covardes que não mereceriam vestir uma farda da Polícia Militar.

    O que marca é exatamente aquilo que deu errado, a notícia veínculada para o muindo foi apilhagem, o roubo, os espancamentos e as prisões, tudo aquilo que o povo pacífico e ordeiro, vieram a conseguir com sua voz nas ruas, isso já foi esquecido, até as promessas do governo já sofreram modificações, havendo identificado que as principais lideranças foram separadas, algumas até já estão atuando na chamada contra-espionagem.

    Não há chance dos episódios se repetirem na mesma intensidade daquilo que foi o inicial, mas o alerta posicionou o governo do tamanho da insatisfgação das ruas, fez desbancar índices e tirou o sono, dealguns até a vida, mostrando o quanto o povo está cansado. Mas e o futuro?
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  3. Passados alguns dias, volta a reinar a calmaria, à excessão de um ou outro evento aqui ou acolá, nada mais a nível nacional e violento. O poder se acostuma e sabe que o controle permite a negociação, e o prazo degenera no esquecimento, na pior das hipóteses, identifica-se as lideranças e se premia de modo privado levando essas lideranças a desaparecerem. O povo perde sua identidade, se isola, enfraquece, e se vê a mercê do leão novamente, mais feroz e animal do que nunca.

    A vaia da Dilma nacopa das Confederações, a vergonha diante de 300 emissoras de televisão do mundo, a queda na popularidade, tornou essa mulher numa outra pessoa, seguramente, e o Brasil que não espere que sua mão será leve, pois não será.

    Que resta ao povo Brasileiro? Resta, como disse o Papa Francisco, a abnegação, longaminidade e a meditação, pois a ação contestadora, está se transformando em atitude vulgarizada e atraindo a ojeriza popularno lugar de simpatia. O bloqueio da Avenida Paulista causa transtornos muito superiores a qualquer benefício para qualquer categoria, de modo que, interromper uma via é seguramente colecionar adversários a sua própria casa.

    Como dar um recado político sem contrariar a lei, nem afrouxar o laço no pescoço de todos esses políticos, nossos representante?

    Deixo essa sequencia que é na verdade um diálogo, para a resposta e considerações de minha adversária.
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  4. Debater o assunto não me parece pretensioso, mas da forma que foi apresentado, faz pensar que discutiremos algo que será construído num futuro próximo, o que claro, não concordo.
    Considero, portanto, pertinente a discussão diária de assuntos que diz respeito a milhões, e por isso, agradeço o novo convite.

    O futuro não se faz agora. Ele já existe uma vez que é conseqüência de ações passadas, é portanto, reflexo de uma sociedade. No último livro que li, há uma frase que reafirma essa crença: “Hoje é o único tempo que temos. É muito tarde para ontem. E não podemos depender do amanhã.”
    John C. Maxwell.

    Meu oponente fez menção a um pensamento de Arthur de Gobineau, mas, como a maioria do que esse senhor escreveu, sua crença foi equivocada a exceção do que afirma sobre sua gente: “ Brasil, um aspecto surpreendente: riquezas extraordinárias, leis sensatas, liberais e protetoras, grandes garantias de paz e de tranqüilidade, preciosos elementos de prosperidade e trabalho, nada falta, a não ser uma população suficiente”. Ao contrário do que discutimos sobre o continente africano, os contrastes que vivenciamos são originados na colonização dessa terra: o país foi, desde sempre explorado e conduzido por políticos que nunca visaram o bem coletivo. Então, quando listamos os problemas de habitação, saúde, educação e segurança pública, a resposta não estará na diminuição da desigualdade social - quem dera o fosse – aprendi, muito cedo que não somos um país subdesenvolvido a toa..

    A questão é bem menos complexa, mas, de alguma forma, parece incompreensível a maioria:
    queremos uma mudança na legislação. Desejamos também maior atenção quanto a saúde e educação, mas os gritos na rua foram calados com mais uma ação assistencialista, que é a suspensão do aumento das passagens e o passe livre aos estudantes.Tudo friamente orquestrado, tudo facilmente resolvido. Aspecto prático de como essa conta seria fechada não entrou em pauta. Foi um ‘belo’ cala boca. Penso, pessimista, que no fim das contas, tudo não passou de um grande carnaval...
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  5. A mídia fez parecer que a mobilização popular, seguia o script de outras , como a “Primavera Arabe” , “Los indignados” e “Occupy Wall St”, mas tal qual o episódio dos cara-pintadas, tudo não passou de uma grande encenação. Ou, numa hipótese mais romântica ( coisa que habitualmente não sou) foi ( e já passou) de uma catarse coletiva.

    Ficaria satisfeita se essas manifestações servissem como enterro para futuras aspirações políticas, de sujeitos como Dilma Rousseff, Eduardo Paes, Sergio Cabral e Marconi Perillo, mas não sou ingênua para acreditar que os cidadãos lembraram disso quando forem de novo exercer seu dever cívico.



    O povo brasileiro anda entorpecido.
    È facilmente manipulado.
    È refém de políticas populistas e é extremamente competente em reeleger candidatos sabiamente corruptos.


    Tive um professor que dizia que “ o Brasil tem algumas das leis mais modernas do mundo.. SE fossem respeitadas". E não são respeitadas por dois motivos: por nossa notória impunidade e por uma característica bastante peculiar de nosso povo, a de querer levar vantagem, o tal jeitinho. Enquanto um indivíduo não for diretamente afetado por uma injustiça, nada será feito. Não fomos ensinados a ter uma visão global de sociedade e nem a lutar por nossos direitos e por isso, nos tornamos acomodados. Conde de Gobineau afirmava que o que nos faltava era uma população suficiente,onde ele fazia relação ao número, mas, seu erro era desconsiderar a qualidade desses habitantes, a solução, portanto, está na Educação.



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  6. Ao mesmo tempo em que minha adversária discorda que debater esse assunto não se tratava de nenhuma pretensão, não conseguiu demonstrar PORQUE assim compreendia, perdendo-se numa sequência de narrativas que exemplificavam a SUA realidade, esquecendo-se que não estamos tratando da NOSSA vida, NOSSA experiência, enfim, NOSSA realidade, mas a história de 200 milhões de pessoas, patrícios, que assistiram embasbacados, o poder de uma manifestção desprovida de lideranças partidárias e sindicais.

    Digo mais, tomaram gosto pela "coisa", e nos mais distantes rincões desse Brasil varonil, começaram a clamar por seus direitos e interesses, fazendo com que caciques octogenários de uma política vitalícia, se vergassem, com toda a vergonha, á vontade popular,cito o caso da própria Presidente, do Governador de São Paulo, e desse inútil Geraldo Alckimim e do nosso atual Prefeito Hadad "Abdula".

    A lição das manifestações, inclusive contra a impressa escravizante e manipuladora, foi uma resposta cabal inesquecível, e não se iludam, a qualquuer tempo as ruas poderão voltar a ser tomadas.Temos um instrumento poderoso atualmente,e ele se chama "Rede Social", por enquanto livre das garras interesseiras do poder.

    Veja-se o caso do Pedreiro Amarildo, um carioca que foi colocado numa viatura de Polícia no Rio de Janeiro, vindo a desaparecer,causando manifestos em vários estados. Ora, isso é inédito no Brasil, o povo se unindo cobrando movimentação das autoridades. Os juízes e jurados no caso Carandirú se confessaram pressionados a uma sentença mais efetiva, pois apressão popular era maior que o medo que tinham de uma possível vingança dos defensores dos milicianos assassinos. Outra coisa inédita.

    Inegável é admitir que nasceu uma novaconsciência e juventude, diria Elis Regina, e esse novo Brasil, muito me agrada e sinaliza com um futuro onde a vontade do povo poderá por fim a uma era de desmandos e corrupções dominando todos os estágios da administração pública. Sena China, Japão e etc...um corrupto pede para sair, comete suicídio tamanha a sua vergonha ao ser descoberto, porque no Brasil o "ser esperto" tem que ser, eternamente, aquele que se locupleta do dinheiro deum miserável que padece a mingua, doente e desempregado, dependente de um estado falido, dominado por uma corja de bandidos?

    Espero que minha colega não discordo desse pragmatismo e também anseie mesmo dentro de seus alambrados, dias melhores para todos nós.
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  7. Mas paraprosseguirmos precisamos de uma ordem, de uma sequência, e nisso minha colega tem razão ao afirmarque as lideranças dos primeiros movimentos foram identificadas, e, certamente, cairam na rede dopoder, não como presidiários como era no passado, mas recebendo benécies irrecusáveis para desaparecer do mundo das manifestações.

    Onde estão os líderes? Aqueles que deram a cara a tapa e apareceram com grande carisma a movimentar massas para ruas eavenidas? Existe um serviço de inteligência, e esse serviço não é uma exlusividade policial, todas as três forças armadas mais a Polícia federal, temespecialistas que acompanham as redes sociais diariamente. Certamente há alguém, talvez mais de um, acompanhando a esse debate, é seu trabalho, e se achar por bem haverá de relatar o fruto de nossas conclusões para os escalões superiores.

    Quem sabe Big John ou Roberta, não venham a ser convidados, mediante polpuda quantia, a exercerem seus dotes atuando do outro lado da fronteira? Gosto muito de filosofia, e as máximas filosóficas me acompanham de a muito tempo, por exemplo essa "...se não pode com seu inimigo junte-se a ele" ou, mantenha seus amigos príximos e seus inimigos mais próximos ainda."

    O Brasil nunca mais será o mesmo, o hino nacional cantado com a emoção que vimos naquele Brasil e Espanha, as lágrimas escorremdo não somente no rosto dos jogadores mas de muito mais pessoas do que você leitor, possa ai estar imaginando, amor, amor pelo Brasil, vontade de ver esse pais sair, finalmente, dessa situação de fome e miséria, desses índices mentirosos que querem colocar um pais, cuja terceira parte de toda a população sobrevive as custas de assistenciaslismo do governo, um pais com um médico para quatro mil habitantes, onde, órgãos classistas como médicos, criam entraves para manter seus privilêgios criminosos, deixando a população sobre o piso de hospitais imundos brasil afora.

    Políticos bandidos, a maioria com mais de sessenta anos, três poderes que se juntam para se locupletar dos recursos de um povo que vê a mimgua suas esperanças escorerem pelo ralo do desmando e da farra irresponsável, definitivamente, faltam herois no Brasil, o último foi o Senna.
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  8. Mas as manifestações mandaram um recado, entretanto, as manifestações foram esfriadas pelo gesto rápido de um governo cheio de assessores, e estamos novamente carentes de representatividade. O que precisamos? Precisamos que pessoas se levantem, pessoas que não deixem os direitos sociais sucumbirem nas mãos de administradores canalhas, afirmo que 90% dos políticos desse Brasil, são canalhas que usam o dinheiro público para sua locupletação.

    Entram para o serviço público com um Gol 96 e uma casa num terreno 10 x 25m, de depois de uma gestão possuem duas ou três Pick Ups de última geração, casa em condomínio de alto padrão, sítio paradisíaco e investimentos em várias cidades em nomes de filhos, esposas, sogro e etc...

    Todos anos de eleições, tentamos, mais uma vez, escolher candidatos que julgamos íntegros, de boa conduta, mas, o poder corrompe atodos, vivo nesse impasse e tomei a decisão já alguns anos, não voto em DFP nenhum, que façam o que fizerem, se eu apreciar a amdinistração desse, na sua releição pensarei diferente.

    Que lições positivas poderemos adquirir com essas manifestações?
    Como moldar o Brasil doravante, a partir dessa página corajosa virada pelo povo?
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  9. Não há pretensão alguma em discutir a realidade que é comum a milhões de brasileiros. O bem da verdade é que parece que também foi ’contaminado’ com o que afirmava a mídia: essa manifestação não teve seu início por conta da insatisfação popular da política nacional, mas por algo bem mais imediatista que é o aumento do valor do transporte. Quando foram as ruas, outras pessoas aproveitaram o ‘despertar’ e resolveram gritar junto por melhores condições de saúde, educação, segurança...


    Mas, os governantes que não estão no poder a toa, logo imaginaram um meio de enfraquecer a balbúrdia, infiltrando baderneiros, distorcendo fatos e dando uma resposta ao anterior pedido, mesmo não observando as consequências de como essa conta seria fechada. As pessoas que chegaram depois, acompanhando o oba-oba simplesmente voltaram para a sua rotina, como se o fato de saírem a rua com palavras de ordem (ensaiado) e cartaz em punho significasse que de fato, haviam feito uma revolução.


    Temos dois episódios recentes que mostraram a força das manifestações populares: “Diretas Já” e “Caras Pintadas”. Apesar de o segundo exemplo ser conhecidamente deturpado pelos meios de comunicação foi possível constatar o poder que o povo tem, agora, esse “Acorda, Brasil” que vivenciamos não imagino com nenhum resultado efetivo. Essa minha crença se dá pelo fato de ter presenciado, entre outras coisas, a espantosa reviravolta no discurso em relação a ação da PM. Como é possível uma mudança de falas tão drástica? Vi ( e participei) de alguns atos dessa manifestação, onde confesso que de princípio achei emocionante o povo nas ruas, achei que alguma coisa iria mudar. Mas tinha muita coisa estranha no ar, ou alguém acha razoável o pedido de intervenção militar ou, até, impeachment da Dilma?

    Após esse episódio, decidi tomar uma decisão: não serei mais número. Não seguirei a corrente, por mais contagiante que seja a ideia, afinal de contas, não estamos no Egito, EUA ou Espanha. Serei a partir de agora, mais uma manifestante de sofá, não dessas pessoas que tuitam, por exemplo, #forasarney (mas subornam guardas de trânsito) simplesmente porque está na moda. Muitos nem sabem o real significado de uma hashtag! O tal “LONG TAIL”(cauda longa das revoluções) viverei, na comodidade de minha casa. Penso que a internet serve como um catalisador de quem já é engajado, mas sei que ela não atua de forma autônoma, e sim ligada a diversos fatores.
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  10. A participação das redes sociais nos movimentos revolucionários da África, Oriente Médio, EUA e Espanha, foi, em minha opinião, superestimada. È fato que as redes sociais (Facebook e Twitter em maior escala) ajudaram na comunicação entre as pessoas, mas sinto que apenas entre os já engajados e os propensos a mobilização geral.


    Acredito que a internet pode ajudar a causar mudanças aqui no Brasil, mas desde que haja contexto para tal. Não podemos nos esquecer: o que define os efeitos de uma tecnologia é o contexto no qual ela é utilizada. Todo movimento que nasça na internet, sem que encontre bases no “mundo real”, tende a falhar. Isso, por vários motivos: seja o fato de ele representar um desejo de apenas parte da população, seja porque uma grande mudança se faz a partir de pequenas mudanças de hábitos e posturas.

    Creio nas pequenas oscilações, nas pequenas revoluções. Só acho que, infelizmente, para as grandes mudanças, não vai ser uma twittada ou a escrita em capslock que vai resolver.

    Governantes não costumam temer o marketing negativo, por contar com a memória eleitoral brasileira. Por isso acho que no fim das contas é na intimidade de seu lar que as pessoas refletirão melhor suas escolhas.


    Gostaria mesmo de acreditar numa mudança, mas sei que ela só é possível quando começa em seu alicerce. Há um texto erroneamente creditado a João Ubaldo Ribeiro “Precisa-se de matéria prima para se construir um país” que aborda bem aquilo que acredito, por conta do espaço, não o citarei aqui, mas, se houver o interesse, estará postado na página do grupo.
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  11. Meu oponente lista os casos de Amarildo e Carandiru com uma fala extremamente positiva. Penso que esse país que ele parece acreditar é diferente do que conheço, onde tenho um membro da família, entre os desaparecidos do Araguaia. Ou saber que um político como Arruda (ex-governador de Brasília) foi anunciado nessa última semana como o provável vencedor do pleito que se aproxima, e ainda que o antigo líder dos cara pintadas é hoje mais um que se vendeu ao sistema: Lindberg Farias é o reflexo daquilo que desprezo e que me faz, dia a dia, perder a pouca fé em dias melhores. Por essa razão afirmo que não seria convidada para fazer parte de qualquer grupo político, pelo simples fato de me faltar estômago.


    Sobre as perguntas deixadas pelo meu adversário, afirmo que, por enquanto não temos nada de prático por conta dessas manifestações. Tivemos a retirada da PEC, que poderá ser retornada a qualquer tempo, além de uma cortina de fumaça que atende pelo nome de ‘plebiscito’. O país não tem dinheiro e nem necessidade de uma consulta prévia sobre as ações do Congresso no que diz respeito à reforma política. Por essa razão, vejo que não existe molde para o Brasil, por defender que não existe uma receita para o fim da impunidade, corrupção e desmandos... Sei que nossa história é escrita diariamente, que somos co- responsáveis por todos os ranços e avanços, portanto, a transformação da nação se dará com a mudança de cada um de nós.
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  12. Embora encontre congruência nas opiniões de minha adversária, sinto em seus parágrafos um inconformismo, uma falta de esperança que não se coaduna com o desejo real por mudanças que deveria nortear o coração de todos que conhecemos com profundidade, como é o caso dela, o problema Brasileiro.

    Esse problema é a corrupção, uma doença que atinge a todos numa escala vertical, de modo que, se alguém houver que a recuse estará sujeito as duras penas prováveis e possíveis.

    Então, pessoas como a minha oponente, com o conhecimento que denota e a experiência que externa, faz, exatamente, o que ela fez, desiste sob a alegação de não ter estomago para suportar o desgosto que o serviço público consiste.

    Ora, que me desculpe, mas se todos nós nos desculparmos de servir ao Brasil sob a mesma sugestão, o que será ao final desse povo? Delegaremos a outrem o poder de NOS conduzir segundo sua vontade e entendimento? Essa é uma alternativa inteligente?

    O tópico é as alternativas do Brassil, e eu não quero prever que a fuga sugerida pela minha adversária seja levada a sério, e acredito que nas suas próximas considerações, ela haverá de contornar os efeitos de sua afirmação clara e expressa, entretanto precipitada e nada cordata com sua capacidade criativa.

    Algum tempo atrás, o governo de São Paulo, propôs uma premiação que andava pela casa dos dez mil reais 10.000,00) para policiais que conseguissem reduzir metas de criminalidade, e fui contra essa medida, os policiais já ganham o suficiente para o serviço que prestam, se fosse para prosseguir nessa linha, o ilustre Governador deveria oferecer um prêmio para os Professores, para os Motoristas de Lotação que evitassem acidentes, e etc... O combate à corrupção não termina com a premiação de profissionais que já recebem um salário, mas, penalizando criminalmente os infratores, a começar pelos escalões superiores.
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  13. Os movimentos sociais que tomaram as ruas não carregaram bandeiras sindicais nem de partidos políticos, ou seja, o povo está cansado e desinludido com tais representantes. O povo não enxerga a menor possibilidade de contar com os "poderes constituídos" em seu benefício, mas sabe que por escolhas passadas, terá que aturar esses representantes que já ocupam suas cadeiras. Contudo, claro sinal foi dado, e se compreende que todos são sabedores que alguma coisa mudou.

    A ausência de segurança na preservação do patrimonio de Sérgio Cabral, acusado de usar em benefício próprio e, desmedidamente, helicóptero, dá mostras que as forças de segurança parece que apoiam algumas medidas ditas subversivas, em São Paulo, muitas depredações contra alguns comerciantes reconhecidos por pratica de preços abusivos foram ignorados, porque? Shopping Iguatemi, lojas nas regiões da Paulista, especialmente no lado "jardins", onde um cafezinho custa até 7 reais, foram depredadas.

    Há um ódio latente e o povo está cansado desse "status quo" bancando um governo subornável, oprimindo uma categoria numerosa em benefício de uma elite, bem servida, ocupando áreas com toda infraestrutura, um outro pais, para os quais, o "resto" são como os "chicanos" que são repelidos ao longo da fronteira de Tijuana a tiros de borracha e dentada de Pastor Alemão.

    Essa multidão de jovens precisa assistir o governo realizar ações concretas, urgentes e em seu benefício, quadra, esporte, assistência social, educacional, escola, cultura e lazer. Os jovens do Brasil só tem as drogas e a criminalidade é sua inspiração. Seus heróis são aqueles que enfrentaram os tiros e morreram por uma causa, para eles a glória da eternidade.
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  14. Os marajás que se eternizam no comando, alguns como a família Sarney, investigada vezes sem conta por desmandos do dinheiro público, deveriam ser o exemplo. Ora, se no exterior grandes caciques, mafiosos, são condenados, presos e condenados a devolver tudo quanto roubaram PORQUE não podemos fazer o mesmo? No caso do maluf, parece que houve uma intenção positiva, entretanto, foi sendo paulatinamente amenizada por um ou outro fator legal, e, ao final, tudo parece terminar sempre em pizza. E o juiz Nicolau? Foi punido devidamente? ressarciu os cofres públicos de forma corrigida? Claro que não, há um corporativismo maldito que impera no judiciário.

    O povo espera que o poder executivo acione na forma da lei os grandes peixes, deixando que os corruptos de terceiro e quarto escalão para o final no noticiário, mas, o que vemos, é que os responsáveis pela corrupção, seja ela ativa ou passiva, permanece via de régra impune.

    Enquanto não resolvermos a corrupção não teremos uma saúde de qualidade, nem segurança, nem terra para produzirmos, nem trabalho digno, nada, a corrupção é a praga que assola a esperança e destroi os sonhos de um povo.

    Engana-se quem imagina ser fácil acabar com a corrupção, quem assistiu o filme Tropa de Elite, em sua parte final, quando o Capitão Nascimento falava sobre a origem da corrupçaõ, as cameras passeavam pelos principais prédios de Brasília, berço de toda bandidagem escondida atrás de quase, pasme, 40 ministérios.

    Imagine quanto recurso desprezado, quanto dinheiro jogado fora que deveria significar qualidade de vida para essa nação? O tamanho desse rombo é a medida exata da incompetência de nosso povo em retirar do poder esses bandidos que se locupletam com o dinheiro público.

    Mas e as alternativas? Embora esse quadro realista seja forte e pragmático, há caminhos e eles se descortinam a nossa frente, vamos a ele assim que ouvirmos nossa oponente.
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  15. Nossos anseios se assemelham, mas ao contrário de você, sou uma pessoa mais prática e objetiva. Não é falta de esperança e sim, a manutenção diária do pragmatismo. E estar constantemente aborrecida com a atual situação do país é que fará que algo seja mudado, afinal de contas, os satisfeitos estão comodamente alojados.

    Há um pensador que tenho verdadeiro apreço, que é Paulo Freire. Ele disse em seu mais emblemático livro que entre a ingenuidade e a sensatez há a necessidade de ruptura, uma superação. “...O pensar certo implica compromisso com mudança da ingenuidade à criticidade. Comprometer-se é uma atitude afetiva que envolve o outro no processo de conscientização e de politização. Compromisso é coisa assumida com liberdade e não como obrigação.”( Paulo Freire, A pedagogia da autonomia,1996: 38)

    È, portanto, em minha opinião, uma maneira de evolução. E é exatamente isso que penso que falta aos brasileiros. Somos facilmente manipulados, somos constantemente lubridiados, a começar com nossa história, onde trocamos pepitas por miudezas.

    Não concordo que toda a população seja atingida pela corrupção, presenciamos todos, a conseqüência de um governo corrupto, o que é bem diferente. E não entendo que ela seja uma doença - oras, não é aceitável tratá-la por desvio de conduta ou cleptomania social - é sim, um sintoma de um algo maior, que é, no caso, a questão da impunidade.

    “se alguém houver que a recuse estará sujeito as duras penas prováveis e possíveis...”

    Aqui, corrija-me se estiver errada, mas essa sua frase deu a entender que todos são corruptos, sob a pena de serem punidos. Ousa afirmar que há corruptíveis por pura falta de opção?

    Mas, agora fiquei intrigada: diga-me quais sãos as sanções para aquele que cumpre com suas obrigações e mantém distância de toda sorte de favores? 
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  16. Há outro engano em sua compreensão, João...

    Quando afirmei que não tinha estômago para participar da formação de qualquer grupo político - que ficou implícito que seria enquanto candidata – há de sua parte uma aparente distorção de minha fala: é evidente que como educadora não fujo as minhas responsabilidade de participar, de maneira atuante na construção de cidadãos mais politizados. Além de conhecer, respeito meus limites, e por essa razão, não seria eu, uma boa representante do grupo que represento. Percebe que enquanto assumo minha total inaptidão ao cargo, os mesmos são preenchidos por indivíduos que, em grande parte, não possuem comprometimento com o bem público, além da evidente falta de preparo intelectual?


    Respondendo sua questão, penso que é inteligente que cada pessoa assuma sua obrigação e a exerça com responsabilidade. Por essa razão, concebo que num processo democrático é preciso que exista candidatos, mas é fundamental que haja eleitores. E cabe a pessoas como eu, a desvalorizada função de melhorar esses votantes.


    Não há de minha parte, fuga ao assunto, mas enquanto desafiante faz-se necessário que aborde melhor o tema. A alternativa para o Brasil foi a minha primeira participação apresentada: EDUCAÇÃO. Por esse motivo, não posso concordar com nenhum tipo de ação paliativa que ajuda mascarar problemas, forjando soluções, como a que apresentou o governo de sua capital, e aqui, enfim, percebo consonância de pensamentos: não se pode premiar um profissional por ele executar a sua função. Penso que gratificações têm o mesmo peso de um suborno, mas ao contrário de você, defendo que o combate a corrupção não precisa começar do maior para o menor, ela deve ser exterminada em qualquer circunstância: não é o valor desviado que fará alguém mais ou menos culpado, deve-se punir o ato. È inadmissível que exista algum tipo de tolerância para um delito que atinge a todos.
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  17. As manifestações que presenciamos carregavam bandeiras de todos os tipos, inclusive as sindicais, é um erro dizer o contrário. Afirmar que o povo está cansado é uma redundância, num país que elegeu como herói, Macunaíma. Mas há sim, casos isolados de depredação ao patrimônio público e alguns mais persistentes no estado do Rio, mas até que me provem o contrário, não há, até então, nenhuma sombra de mudança, estão (quase) todos de volta para casa, sentados frente à televisão.


    Concordo com grande parte do que escreveu em seus últimos parágrafos, e aqui, colaboro com sua explanação elencando a razão desse absurdo: por conta de nosso passado nefasto, as leis foram construídas com a função de defender os possíveis culpados. Por isso o absurdo do foro privilegiado. Segundo a Constituição, todos são iguais, mas há alguns mais iguais que outros... Infelizmente os exemplos de outros países demorarão a encontrar eco no país.


    Portanto, meu caro João não vejo num curto prazo nenhuma perspectiva de mudança. Será preciso antes, mudar a mentalidade das pessoas, melhor instruí-las para que elas não sejam enganadas com falsas promessas e nem que sejam entorpecidas com imagens como as que os grandes telejornais repercutiram nas últimas semanas.


    Mas, engana-se se pensa que sou pessimista... Sei que a mudança virá, pois a vejo nascendo dentro de discussões nas salas de aula, nas inquietações de meus filhos, na incredulidade de outros tantos, não tenho certeza se verei algo palpável, algo diferente daquilo que hoje vivo, mas, enquanto semeador deposito minha fé na semente.
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  18. Estamos nas considerações finais e vejo que temos afinidade em vários aspectos e antagonismos também, ora, a questão do pessimismo ou otimismo foi trazido a tona por um comentário seu no tópico paralelo.

    Eu não entento outra posição no caso, ou se é uma coisa ou outra, a alternativa do pragmatismo foi oferecida por mim e aceita pela senhora, dela tomando posse com singela naturalidade. Tudo bem, quanto a equidistância que afirmou querer manter de todos esses processos, não vale agora no final, dar outra conotação pela fato de SER uma educadora, e, como educadora, seja inconcebível vê-la exortando seu aluno a transferir a oportunidade de decidir seu rumo enquanto cidadão.

    Como vamos ter esperança de no futuro mudarmos esse presente, se excluírmos das crianças o desejo sincero e necessário da participação na vida política? Há um clara incongruência em seus expostos, pois não?

    Diferente da senhora, acredito que essa geração está perdida. Afirmo que por mais sério e honesto que seja, qualquer cidadão que assuma o poder, seja ele a Presidência, seja ele o comando de uma equipe policial, seja a chefia de uma administração regional de seu município, VAI sofrer as pressões de seus respectivos terceiro, quarto e quinto escalões.

    Na verdade, são esses que governam, esses que carregam ou derrubam aquele que imagina-se o cocheiro de uma deligência desgovernada, carregando os interesses de muitos e os mimos a que estão acostumados. Mata-se muito no Brasil dado a, em alguns casos, esses administradores oferecerem alguma resistência a força dessas pressões.

    Foi o que aconteceu recentemente na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo, quando um Coronel recém nomeado, começou a investigar a máfia policial em seu batalhão, sendo executado a luz do dia pelos mesmos homens aos quais comandava e investigava.

    A cultura da corrupção assenhorou-se da sociedade de tal forma, que suas raízes se cravaram profundamente no dna do povo brasileiro. Tudo é uma questão de valores e acertos, a corrupção é praticada em todas as instâncias e níveis. Em sua área, a educação, desde as reformas desnecessárias autorizadas pela diretoria, e executados por um cunhado desempregado e incompetente, ao roubo de merenda, passando pelo ponto fantasma a apropriação da mistura que deveria ir para o prato dos alunos, oferecidos como banquete aos professoras e diretoria, cujos excessos são carregados ao final, em pesadas sacolas plásticas.

    Todos estão comprometidos e os pés de todos estão amarrados uns nos outros, desde o servente até o secretário, prefeito, governador e presidente.

    Diga-me, é ou não uma epidemia? Diga-me, a senhora discorda? Em seu estado, na sua escola, em sua família, no seu bairro, em sua igreja, em seu circulo social é TUDO diferente? Se há dúvida, se há um caso coicidente, peço que considere a possibilidade de que todo meu exposto seja o retrato fiel não de seu mundo, mas do nosso tempo e do pais no qual habitamos.

    Inegável é que a corrupção é nossa mácula social mais característica.
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  19. Como a senhora, eu sou um defensor de Paulo Freire, o mais condecorado de todos os Brasileiros, pela sua excelência no quesito educação. Mas, toda a teoria excelente que suas mãos fizeram chegar as carteiras escolares, noto que foi insuficiente para vencer o poder do interesse para o qual não ofereceu alternativas.

    Porque não associou ( e cobrou) que todas as medidas educacionais a que deu causa, tivessem, sob fiança da Justiça, Ministério Público, Tribunais de Conta e Polícia, reciprocidade a todo seu investimento? Fiscalização RíGIDA na destinação de verbas?

    Porque deixou escancarado os pontos, para que bandidos se locupletassem das brechas imensas que sua fé na ideologia corroborou para o efetivo prejuízo dos cofres públicos? Louvaria muito mais a Paulo Freire se ele tivesse sido mais modesto como educador e mais eficiente como administrador da aplicação de seus programas, amarrando-os ao desenvolvimento dos alunos, excluíndo a possibilidade de uso político e malversação das verbas a favor de coronéis que não estão nem aí com o aprendizado do povo que esperam manipular.

    Essa é a ressalva que faço ao educador Paulo Freire. Um homem tão premiado não poderia conviver nem sorrir muito menos receber comenda alguma, num pais que ainda convive em meio a um povo analfabeto e semi-analfabeto. E se a senhora concordar com esse exposto, automáticamente, estará avalizando minhas primeiras considerações finais, dando-me completa razão em todo conjunto de minha análise.

    Tudo na teoria é belo, especialmente para aqueles cujos pés jamais pisaram sobre as tábuas que separam os casebres amontoados, que abrigam 70% do povo Brasileiro. Assim sendo, mesmo usando a beleza da gramática num discurso cheio de citações de autores do mundo afora, ficará aquele "ar" de desconhecimento,que é a desgraça que atinge a maioria dos cientistas, cuja experiência baseia-se nos estudos, em especial do Google, pelo medo e receio de expor-se à contaminação ou a uma bala perdida.
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  20. Em sua última fala a senhora disse "...È inadmissível que exista algum tipo de tolerância para um delito que atinge a todos." Concordando, implícitamente, dos males a que a corrupção nos leva a todos. Logo, quero crer que também concorda com as minhas palavras iniciais que deu causa a essa observação, onde, informava que a "cura" para esse problema, estava na disciplina pública, no exemplo.

    Ora, se no Japão, Inglaterra e etc..., grandes personalidades da política são condenados, cassados e presos por malversação do interesse público, porque, em nome de Deus, não podemos fazer o mesmo? Já tiramos um Presidente, já mostramos a força do povo nas ruas, já adquirimos a coragem de lutar pelos nossos interesses, então porque, Roberta, não podemos dizer que queremos um Brasil diferente?

    A resposta para os anseios do Brasil, está na força de cobrança de suas massas, está ai a Primavera Árabe que não me deixa mentir. Mas o governo do Brasil, diferente dos árabes, agiu rápido, identificou as lideranças, ofereceu não se sabe o que, muitos sumiram de cena, novos líderes surgiram, e a saga renasceu.

    Até quando vamos ter forças e cabeças como hidras, para renovarmos a esperança de que viveremos até um amanhã diferente? Eu estou por demais cansado, minhas esperanças se esgotam, e acho que não verei um Brasil orgulhoso, cujo Hino Nacional seja cantado por todo o povo, com a força e a esperança que seremos competitivos em todos quesitos, inclusive na moralidade.

    Eu agradeço a sua participação e a excelência de seus argumentos que trouxeram luz as trevas da ignorância de muitos, entre os quais eu me identifico, espero que o futuro se debruce sobre nossos anseios do presente e reconheça a medida exata de todas essas nossas ocupaçoes.

    Muito Obrigado.
    Big John
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  21. Chegamos ao fim de mais um proveitoso “embate” onde se é notório que há entre nos dois, uma afinidade de ideais, onde creio que nossas diferenças se pontuem mais na esfera de ação e reação em relação aos problemas apresentados. Como bem lembrou meu adversário, sou uma educadora, e como tal, defendo a máxima de Henry Peter "A educação faz com que as pessoas sejam fáceis de guiar, mas difíceis de arrastar; fáceis de governar, mas impossíveis de escravizar." Por essa razão, não posso concordar em omitir-se frente ao problema, ou acreditar que o futuro, este, feito hoje, já está condenado.


    A participação política é em minha opinião, superestimada. Acredita-se que ela se dá em um determinado momento da vida, mas o fato que cada (nossa) ação é política, que trata, especialmente, da convivência entre os diferentes. Por essa razão, aspectos como justiça, igualdade e liberdade são pouco compreendidos, porque pouco é entendido a motivação de cada pessoa, e é exatamente por isso que a idéia da corrupção, impunidade e desmando é tão arraigada em nossa história. Compreende-se, nesse ponto defender (justificar) status quo e simplesmente não posso aceitar isso.


    Não existe NENHUMA geração perdida.


    Não é o dinheiro ou posição social que fará alguém mais ou menos honesto. Se é honesto ou não, sem essa de meio termo. O poder não corrompe ninguém, apenas revela as reais intenções.


    E afirmo, categoricamente que qualquer indivíduo, que leve a sério seu cargo, seja ele, medidor de água, guarda de trânsito, médico, professor ou político poderá sim, ser colocado a prova, porém, se ele for honesto, por maior que seja a pressão entre seus pares, ele se negará a ir contra a sua consciência. Há corruptos em toda parte, mas há também os incorruptíveis. Tenho fé inabalável no homem, já que é ele, matéria-prima de meu ofício.
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  22. Mas não sou ingênua a ponto de afirmar que não há entre meu grupo de trabalho, amigos e familiares pessoas desonestas, especialmente se listarmos todas as ‘pequenas’ contravenções, como furar fila, comprar atestados, subornar o guarda, fazer gato, sonegar impostos... Sei que a corrupção é um assunto grave, mas não a ponto de afirmar que ela faz parte de nosso DNA, penso que defender essa ideia seria justificar um futuro deslize, e aqui nesse ponto percebo que, de nos dois, é você o pessimista, pois perdeu totalmente a fé nas pessoas, o que é, na minha visão, algo profundamente triste, porque significa que perdeu, também a fé em si próprio.


    Paulo Freire é uma das mentes que me inspiram, e é evidente que conheço sua fama de incompreendido em solo nacional, o que, num outro momento, poderemos debater sobre o homem que fez sim, diferença.



    “...Mas o governo do Brasil, diferente dos árabes, agiu rápido, identificou as lideranças, ofereceu não se sabe o que, muitos sumiram de cena, novos líderes surgiram, e a saga renasceu...”

    Está completamente equivocado: o governo brasileiro agiu exatamente igual, a diferença está na reação do povo, porque, diferentemente do que no Brasil, lá há mais do que dois lados de uma questão, e entre eles, há um número alarmante de extremistas.


    Comparar o Brasil com países como Inglaterra, Japão poderia ser um erro se considerarmos a história de colonização e povoamento, mas como acredito numa cultura global, é lógico que desejo que nosso país seja igual naquilo que é positivo. Por isso creio que a mudança no Brasil não está, necessariamente, na força das massas, como é observado em países árabes, até porque, lá a coisa não anda tão bem assim... A mudança se dará dentro de cada casa, motivado e propagado com exemplos positivos. A solução está na sociedade civil, e é, em minha opinião, silenciosa e espantosamente, eficaz.


    Agradeço a oportunidade de mais esse novo encontro.

    Até uma próxima,

    R.