quarta-feira, 2 de maio de 2012

Roberta Aires X Lucas Pierre - Senna X Shummacher


  1. Como já expliquei, não gosto de comparações, por entender que cada pessoa é única e que os estímulos sofridos são também, particulares. E no último dia 1°, em lembrança do passamento de Ayrton, mencionei o quanto esse esportista foi - e é - marcante em minha vida, já que foi com ele que tive com meu pai minhas primeiras experiências de torcedora (e comentarista esportiva). Foi através dele – transmutado no automobilismo - onde aprendi que ganhar é muito importante, e que a vitória se dá nos pequenos detalhes. Aprendi também sobre superação pessoal, patriotismo e que, homem chora sim: de raiva, dor, alegria e tristeza.

    Percebe-se que tenho pelo notável corinthiano, bravo desportista, grande estima – e olha que nem mencionei os (belos) valores que defendia: o instituto que leva seu nome é uma importante referência, tanto nos aspectos social quanto no educacional, onde tive o prazer de fazer parte, ainda que no papel de voluntária.

    Senna é um herói nacional, um talento raro que o país produziu. Foi um exemplo de sucesso sem nunca perder a naturalidade, não se permitiu deslumbrar. O que lamento é que não deixou sucessor, o que não aconteceu com Shumacher, o nosso outro personagem do debate.

    Sempre que possível, a imprensa levanta a lebre: Senna x Shummi: quem foi o maior? Mas esquecem de mencionar que os dois pilotos estavam em momentos distintos de carreira, e que poucas vezes se encontraram nas pistas, e nesses raros encontros, não tinham a mesma condição de disputa, mas, baseando-se apenas em estatísticas, é notoriamente clara a superioridade alemã, a começar pelo número de títulos mundiais.

    Muito se fala sobre o desvio de caráter de Schumacher, mas quase nada é dito sobre Ayrton quando o mesmo esteve em situação parecida. Ainda sobre o alemão, nunca o considerei vilão, apenas alguém que tinha por objetivo, a vitória. Sua grande derrota na vida se deu por sua falta de carisma, mas isso, meu caro, nunca contou pontos.

    Meu objetivo com esse debate é discutir motivações e consequências: o que cada um ensinou ao esporte, a estatística pessoal, entender a razão de se exaltar o “bom – mocismo”- como se esse conceito existisse, tal qual em exemplos maniqueístas tão comuns em contos de fadas, além de, claro, abrir espaço para um delicioso exercício de projeção... “O que teria acontecido se...?”

    Bom, eis o ponto de partida, espero ter me feito clara.

    Att.,

    R.
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  2. Bom dia, Roberta. É um prazer duelar pela primeira vez contigo. E peço mais uma vez desculpas pela demora na COnsideração Inicial. Garanto que não se repetirá.

    Agora, vamos abordar pensamentos sobre dois grandes campeões mundiais e ídolos históricos: Ayrton Senna e Michael Schumacher.

    De fato, você tem uma atitude louvável em não querer compará-los por meio da pergunta "quem foi o melhor?"...tanto Senna quanto Schumacher mostraram que são bons, cada um à sua respectiva maneira. Aliás, para se fazer tal comparação, seria necessário que os dois se enfrentassem por várias temporadas, o que não aconteceu. Senna e Schummi se enfrentaram somente por quatro temporadas, e o alemão tinha um carro inferior em termos técnicos comparado ao de Ayrton. Para se fazer uma comparação sobre quem foi melhor, os dois pilotos deveriam estar em iguais posições no que se refere aos termos técnicos dos seus respectivos carros, o que infelizmente não podemos presenciar.

    A concepção criada de que Michael Schumacher foi um vilão é algo naturalista: ora pois, o cara papou sete títulos mundiais e se tornou o carro a ser batido em 2001 (até 2000, as McLarens de Hakkinen e Coulthard davam trabalho ao alemão). É de cunho naturalista que o povo brasileiro, acostumadíssimo com o desempenho de Piquet, Fittipaldi e Senna, considere o alemão como um vilão e autêntico filho da puta. Se fosse outro qualquer que obtivesse tal êxito, a máxima seria a mesma.

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    1. A questão é: se para o povo brasileiro Schummi é um vilão, para o povo alemão Schummi é um herói por tudo o que conquistou representando o seu povo.

      Senna, o nosso tri-campeão, também poderia ter sido considerado como um vilão. Não aconteceu. Seu carisma, unido pela humildade e bom mocismo pregado por ele não permitiram que o mundo tivesse uma visão de um campeão "mala", como foi com Schummi.

      Diante disso, fica claro que faltou carisma ao hepta-campeão e que sobrou ao tri-campeão. Tal imagem fez com que Senna se tornasse um HERÓI MUNDIAL e SChumacher um HERÓI ALEMÃO, porém VILÃO MUNDIAL.

      Por hora, é isso. Espero a réplica da amiga duelista.
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  3. Percebo que o debate se guiará, do seu lado, pela emoção, o que não discuto, mas, sugiro que se lembre de um fundamental princípio de superioridade, que é a regularidade. Outro aspecto que gostaria que se policiasse é sobre o bairrismo em suas opiniões: não é natural que os verdadeiros apreciadores do esporte considere Schumacher outra coisa que não sensacional. Me mostre onde a vilania do alemão que demonstro, em vídeos, algo que sua paixão passou despercebido, mas, para ajudar em sua pesquisa, procure por Suzuka, em 1990 e 1993. Será que o critério de avaliação do que se considera “vilania” não foi contaminado?

    Sobre o alemão, tenho lá meus senões. Gosto de esportistas carismáticos, o que de fato, ele nunca foi, e há também minha implicância pessoal, por ter na época, tomado partido de Rubinho. Hoje em dia temo por seu histórico já que ele não soube parar, e a julgar pelo ano de 2011, frente a resultados pífios, seria natural esse meu zelo por sua carreira. Porém, nada disso diminui sua importância. Veja o que aconteceu em seu país graças ao seu sucesso profissional. E no Brasil, quantos pilotos tentam sem nenhum resultado expressivo?

    Não acredito em bom – mocismo, simplesmente por entender que o ser humano se guia observando as motivações pessoais, além de avaliar as consequências imediatas. Sabemos ser frios. Os limites, meu caro, se tornam elásticos quando aquilo nos convém, um bom exemplo disso é sua tolerância aos deslizes de Ayrton. Paute-se pelo que ele defendia: “A vitória é o único prêmio de um piloto. É a motivação real e justificável para arriscar a vida em situações tão absurdas. Sem ela, não valeria o risco, por dinheiro nenhum, por nada neste mundo". E completava: "Ser piloto é uma questão de cromossomos: ou seu nasce com esta predisposição, ou não. Se você tem as bases, pode desenvolvê-las, mas, quanto mais frio e racional, mais você precisa ter dentro de si a paixão pela corrida". Ou seja, seu lema era 'vencer ou vencer', e sob essa ótica, nada é injustificado. Quando mais nova, em meu primeiro torneio esportivo, comemorei estar no pódio quando meu pai citou Ayrton: 'Não há razão para se comemorar. O segundo lugar é o primeiro a ser esquecido'. Aos olhos de qualquer um, parecia crueldade, mas para aqueles acostumados a competir, isso servia como estímulo para a superação pessoal. Segue a mesma lógica de dizer que você não foi vencido por seu oponente, e sim, perdeu para si mesmo.

    Esses são ensinamentos básicos de qualquer esportista, e por isso, a crítica daqueles que não fazem parte desse seleto grupo não encontra razão de ser. Schumacher agiu seguindo a ética do esporte, e por isso, apesar de ter feito escolhas arriscadas, não teve nenhuma vitória questionada, tal como Senna. E voltando ao assunto, carisma não fazia parte do critério avaliativo, e talvez por isso, o alemão nunca teve interesse em desenvolvê-la, afinal, não era preciso, ele se contentava em pulverizar marcas e mostrar nas pistas, que as desconfianças sobre seu talento eram absurdas. Entenda de uma vez: Fórmula 1 nunca foi um concurso de Miss.
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  4. Roberta, Schumacher pode ter sido sensacional em sua época aúrea, mas existe um questionamento único a ser feito por aqui: Schummi tinha um carro soberano entre 2001 e 2004, e nenhuma outra equipe teve condições de se igualar com a Ferrari em termos de CARRO durante esse período. Para completar, o alemão tinha o benefício de Rubens Barrichello, que era um mero espectador correndo na Ferrari, com o intuito apenas de ajudar o alemão em conquistar mais títulos.

    Enfim, ser campeão por quatro temporadas seguidas com todas essas facilidades é algo que não exige-se lá tanto talento.

    A situação de Senna era inversa. Senna tinha uma rivalidade incrível com Prost na própria McLaren, corria em uma época recheada de excelentes pilotos (Berger, Mansell, Alesi, Patresi, Piquet, Lauda) e não tinha um carro que se diferenciava dos demais.

    Schummacher, de fato, não teve vitórias questionadas. Mas se envolveu em diversas polêmicas desnecessárias. O alemão foi condenado por se envolver em colisões que decidiram os títulos de 94 e 97. Em 1997 o mesmo foi desclassificado do campeonato.

    "foi uma reação instintiva e, embora não intencional feita com malícia ou premeditação. Foi um erro grave." - esses foram os dizeres da FIA com relação à atitude anti-esportiva de Schummi em cima de Jacques Villeneuve, jogando sua Ferrari em cima da Willians do frânces. Com isso, Schumacher tornou-se o ÚNICO PILOTO DA HISTÓRIA DA FÓRMULA 1 A SER DESCLASSIFICADO DE UM CAMPEONATO MUNDIAL.

    Ainda podemos nos lembrar do GP da Áustria em 2002, liderado desde o início por Rubens Barrichello. O final da história? Nos mestros finais, Barrichello abriu passagem e deixou Schumacher passar, sem luta nenhuma. Os fãs do automobilismo se irritaram e questionaram a credibilidade da Ferrari, além do profundo desrespeito com os espectadores em geral. Diante dessa façanha, a FIA baniu ordens de equipe que poderiam interferir com o resultado da corrida.
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    Senna, por mais que tenha dito os dizeres citados pela duelista, nunca cometeu tais atos desportivos com os adversários, sempre respeitando e procurando jogar limpo dentro das pistas. Não temos notícias de Ayrton jogando carro em outros pilotos, dando pitis e acusando outros pilotos de quererem matá-lo como foi com Schummi, e nem benefícios por meio de "manobras de equipe". Pelo contrário, nosso brasileiro sempre venceu as corridas jogando limpo, sem receber privilégios especiais da equipe, do companheiro de equipe ou de qualquer outras.


    Então cara duelista, Schumacher muitas vezes passou BEM LONGE DA ÉTICA DO ESPORTE, ao contrário do que afirmaste. As evidências acima mencionadas comprovam isso.
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  5. Lucas, sinceramente abordar esse tipo de argumento não faz o menor sentido, mas, se assim prefere, vamos aos fatos, fazendo uma chata linha do tempo.

    Não há como como negar o espólio de glórias do brasileiro, mas, esquecer a forma que ele foi 'ajudado', só mostra desconhecimento. Começamos com sua (controversa) chegada a F1. Senna queria de Piquet favores especiais, por ele não ter feito essa vontade, foi por Ayrton, considerado um inimigo. Não teve em seus primeiros anos, saúde emocional, era inconstante nas pistas.

    Em 1986, vetou um promissor piloto (Derek Warwick), já que não queria dividir a atenção na equipe. No ano de 1987, Piquet foi campeão, e Senna, o vice, porém, a FIA descobriu uma artimanha que faria corar Fernando Alonso: os dutos de frenagem de seu carro eram mais largos, e claro, obteve clara vantagem. Por essa razão, foi penalizado, e terminou esse ano em terceiro.

    Já em 1988, entrou na Mclaren, uma equipe de ponta, com o melhor motor – Honda. Esse ano ele contou com a sorte, já que seu principal rival, Nelson Piquet estava aborrecidíssimo com sua antiga equipe - por conta de favorecimentos a Nigel Mansell, e acabou parando na Lotus (amarela). Seu único rival foi seu companheiro de equipe, o francês Alain Proust. A Mclaren ganhou 15 dos 16 grande prêmios, e foi nesse ano também que nasceu a antipatia de Ayrton contra Proust, tudo legitimado por sua absurda competitividade.

    E em 89, com um campeonato um pouco mais emocionante, houve a tal polêmica: no último GP (Suzuka) houve um acidente entre os dois companheiros de equipe, a imprensa inglesa ( e uma grande parte da italiana) afirmava categoricamente que o responsável foi o brasileiro, mas, a imprensa brasileira, representada pelo onisciente Galvão Bueno sacramentou Proust como vilão.

    Tem certeza que ele nunca foi beneficiado? Que não teve nenhuma atitude que remetesse a Dick Dastardly "apelidinho" recorrente aos odiadores de Schumacher? O grande problema dos apreciadores do esporte no Brasil é ter uma péssima memória (ou, de só ativá-la seletivamente), além de preferirem contar com opiniões contaminadas do ufanista comentarista global. Sugiro que continue a assistir pela Tv Globo, uma vez que a captação de imagem é em Hd, mas, para criar um próprio juízo de valor, o faça com volume baixo.

    Eis o vídeo, reveja, e tire suas próprias conclusões:

    http://www.youtube.com/watch?v=WUA9oIQ9TBY


    Continuando... em 91 tornar-se tricampeão, mas, nos outros dois anos, mostrou-se impotente frente aos outros carros, até que, em 94, estava de novo num carro de ponta, porém, não estava num bom momento profissional, uma vez que despontava Schumacher. Imagina que tortura: guiando o melhor carro, mas vendo de perto as vitórias de Shummi?

    Naquele ano Michael venceu os dois primeiros GPs, e mesmo não tendo o melhor carro, tornou-se campeão. Vamos agora a parte que mais gosto, que é enfocar os números: venceu mais, teve mais pole positions, mais voltas rápidas, mais pontos, e foi o primeiro piloto a terminar uma temporada subindo no pódio em todas as corridas.

    Com essas informações seus últimos dois parágrafos tornam-se completamente equivocados, portanto, em sua próxima participação, corrija isso, ok, futuro jornalista? ;)
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  6. Cara duelista, suas afirmações sobre Ayrton Senna demasiadamente tendenciosas. Nenhuma delas foram, de fato, comprovadas.

    Vamos aos fatos:

    1. Ayrton Senna NÃO considerava Piquet como inimigo, como a senhorita afirmou em sua réplica. O que Senna sentia por Piquet era simplesmente um grande ressentimento, pois a influência de Piquet poderia, de fato, colocá-lo na Brabham. Entretanto, Piquet preferiu não ajudar Senna e permitir que a Parmalat, patrocinadora de sua equipe, colocasse um piloto italiano ao seu lado.

    2. Em 1986, Senna vetou Warwick da equipe, mas não existe evidência alguma para se afirmar que ele fez isso para não dividir atenção. O brasileiro foi contundente em dizer que vetou o inglês porque a Lotus não tinha condição alguma de manter dois carros competitivos para ambos os pilotos, considerados de ponta. E essa afirmação de que Senna não gostava de dividir atenções com companheiros de equipe cai por terra de vez em 1988, quando se torna parceiro do frânces Alain Prost na McLaren.

    3. Afirmar que Senna foi campeão em 88 contando com a sorte é ser anti-patriota, não reconhecer o talento do brasileiro nas pistas e considerar o tetra-campeão Alain Prost um piloto fraco, o que não procede vindo de um piloto que aposentou, voltou às pistas posteriormente e foi campeão.

    4. Em 1989, no polêmico GP do Japão daquela temporada, fica claríssima a culpa de Alain Prost naquele acidente envolvendo os dois companheiros de equipe. A prova? A câmera onboard do carro de Prost, guinando o volante para a esquerda em cima do carro de Senna, impedindo a ultrapassagem do brasileiro e, consequentemente, resultando na histórica colisão. A imagem é clara: não foi Senna que bateu em Prost, foi Prost que bateu em Senna.
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  7. Em relação aos números de Schummacher, isso não quer dizer que ele seja um piloto fora de série. A evidência necessária para afirmar isto são as últimas temporadas da Fórmula 1: Button não é um piloto fora de série, mas ganhou quase todas as corridas disputadas pela Brawn em 2009 com extrema facilidade. Na temporada passada, a superioridade incontestável da Red Bull levou Sebastian Vettel a vencer quase todos os GP's da temporada, além da quantidade absurda de pole positions conquistadas.

    E o que Schummarcher e suas conquistas tem a ver com isso? Tem a ver de que, por meio dessas evidências, fica claro que os números de Schummacher foram obtidos não pelo seu TALENTO, mas sim pela SUPERIORIDADE do seu motor. E não: Schummi nunca fez grandes prodígios quando teve o pior carro. Na temporada de 1999, sofreu nas mãos de Mika Hakkinen e sua McLaren, em uma época que Ferrari e McLaren estavam em pé de igualdade na qualidade do seus carros. Schummacher, ao contrário de Prost, voltou para a F1 e não brilhou ATÉ AGORA.

    Senna foi o contrário: brilhou com uma limitadíssima Toleman GP de Mônaco, ultrapassando inclusive a poderosa McLaren do excepcional Niki Lauda.

    Olhe isso:

    http://www.youtube.com/watch?v=gQN6H43VFz8

    Com um motor menos potente, Senna ultrapassou quatro pilotos na chuva, inclusive o "alemão incontestável".

    E esse aqui:

    http://www.youtube.com/watch?v=NXr5ad7aQgU

    Senna vencendo o GP do Brasil de 1991 apenas com duas marchas.

    O alemão, em alguma das suas vitórias sem graça, conseguiu tais prodígios? De fato, não.
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  8. Lucas, para começar, minhas informações não são isentas da verdade. O que dificulta entender isso é sua defesa apaixonada por alguém que, como eu e você, é humano, e como tal, faz a todo o momento, escolhas questionáveis. E por isso, reafirmo que o bom - mocismo não existe, por acreditar que as motivações pessoais obedecem a uma lógica própria.

    Desde o início de nosso debate demonstro fatos que se não contaminados pela paixão, são por sim extremamente convincentes, mas, como percebi não bastar, recorrerei a pessoas como Lito Cavalcante, Flávio Gomes e Ivan Capelli, bem como a outros meios de comunicação que não somente a Globo, para que, com isso, perceba qual dos dois tomou a fala tendenciosa. Há nesse artigo um interessante ponto de vista, sobre talento e popularidade, e gostaria que tomasse conhecimento:

    http://www.segueojogo.com.br/2012/03/senna-nao-e-o-melhor-da-historia-sequer.html

    Senna tratava Piquet como rival, é só buscar alguns vídeos sobre o assunto. O mesmo é verdade quando lembrando pessoas como Mansell, Proust e Schumacher:

    (http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/senna/rivais.html)

    Há duas entrevistas em particular que são bastante elucidativa ( Roda Viva - 1994 / Prog. Jô com Reginaldo Leme – 2012)


    Piquet além de ser uma grande personalidade, excelente piloto, tem aquilo que mais prezo, que é a fala destemida. Em inúmeras entrevistas ele narra em quais circunstâncias se deu a inimizade, e para quem entende apenas um pouco de mídia, interpreta com facilidade a razão da preferência entre os dois brasileiros: Piquet não tinha um discurso nacionalista, e não era com os jornalistas (entende-se a Plim-plim) nem um pouco simpático, ao contrário de Ayrton, extremamente político e carismático. Tinha bom tino comercial, é só lembrar seu o histórico enquanto garoto-propaganda. Mas, também tinha seus defeitos e virtudes, como qualquer um: era grosseiro, quando contrariado, brigão dentro e fora das pistas, desrespeitoso com seus colegas de equipe, provado isso desde os tempos de F.Ford, quando comparou Enrique Mansilla a um amontoado de merda. Já saiu em vias de fato com Schumacher por duas vezes, sendo a última noticiada, e logo em seguida, abafada, com a turma do “deixa-disso”. Também agrediu Eddie Irvine com um soco, em 93, além de jogar, de forma deliberada seu carro em seus adversários. Isso porque ainda não mencionei o acordo interno entre os pilotos da Mclaren que dizia que nenhum dos dois deveria ultrapassar na primeira volta, onde todos os carros estão bem próximos e com alto grau de risco. Senna ignorou o acordo, ultrapassou Prost e liderou a corrida até o fim, e assim, conseguiu o seu bicampeonato, de uma maneira pouco esportiva. Foi uma atitude pouco civilidade e anti-ética, porém, não foi a primeira, e muito menos, a única. Ouve uma fissura tão grande que a convivência, que já era tensa, ficou insustentável, ao ponto de, quando o francês foi para a Willians, a única clausura em seu contrato era a garantia que ele não teria como companheiro, o brasileiro.
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  9. E o episódio na F.3 quando se envolveu em um forte ‘incidente’ com o piloto Martin Brundle? E quando, com Mika Hakkinnen em 94? São vários episódios que são, de forma tendenciosa, esquecidos. Claro, o homem virou um mito, e quando se chega a esse patamar coisas como lógica, histórico, verdade e mentira têm pesos diferentes.

    Uma coisa que precisa ser entendida: Senna foi mesmo um dos maiores corredores de todos os tempos. Mas maior ídolo e herói nacional? Honestamente, há um tremendo exagero nessa parte. Acho que o Brasil tem outras pessoas também do mundo esportivo em se pode espelhar, sem ter como prática, uma política que ele não fazia questão de esconder: “no money, no race”. Senna não foi o maior piloto da Fórmula 1, e muito menos, o melhor brasileiro. E isso não é a minha opinião: consideram que Fittipaldi foi o mais importante, e Piquet, o mais completo, porém, Senna foi o último ídolo do Brasil na categoria, e isso conta muitos pontos. Outro fator que o privilegia é seu talento explorar o marketing e a força da TV, coisa que até hoje é imbatível.

    Não acho pertinente a análise de Prost e a questão do patriotismo uma vez que esse não é o tema do debate, porém, para que não paire a dúvida, defendo um , e repudio outro, mas, a afirmação que foi o francês o causador do acidente transpassa a torcida e a lógica, onde assemelho com uma espécie de cegueira. Faça agora aquilo que sugeri; veja o acontecido pela câmera do piloto, e frente a isso, perceberá o absurdo de sua afirmação http://www.youtube.com/watch?v=WUA9oIQ9TBY

    Agora, vamos as comparações, onde recorro ao que disse em minha primeira participação nesse nosso encontro: é impossível comparar pilotos desconhecendo motivações e condições técnicas. Contamos a cada dia, com o avanço tecnológico, o que faz ter maior controle de tração, carros mais duráveis e estáveis, isso tudo, em absoluto tira o mérito dos pilotos, é apenas uma adaptação aos novos tempos, portanto quando afirmam que piloto tinha melhor ‘braço’ é esquecer que naquele tempo, era essa sua única opção. Como também é esquecer-se de uma declaração de Nelson Piquet quando dizia que o retrovisor era um artigo sem utilidade, graças a trepidação do carro e ondulações na pista. Cabe lembrar que nos tempos de Fangio, errar era sinônimo de morte, o que, hoje em dia, pilotos podem arriscar muito mais, pois tantos os carros como os circuitos estão mais seguros. A morte de Senna ( ao contrário da outra vítima daquele fatídico 1° de maio - Roland Ratzenberger) contribuiu com isso. Quando há batidas fortes, a célula de segurança do carro continua intacta. Como apreciadora do esporte, e adepta da tecnologia, não tenho nostalgia pela era romântica.

    Bom, então é isso: termino minha participação agradecendo a oportunidade e também a cordialidade de meu adversário.
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  10. Cara duelista, percebo que em suas Considerações Finais, tu se preocupaste mais em procurar uma forma de refutar todos os meus argumentos do que em explicar porque Schummacher foi melhor que Senna em algum aspecto. Aliás, você citou o nome do alemão UMA ÚNICA VEZ nesta Consideração Final. Preferistes defender Nelson Piquet e procurar uma forma de atacar o tri-campeão brasileiro de Fórmula 1 com falácias e afirmações que não condizem com a verdade e procuram apenas ter o intuito de polemizar.

    Assim sendo, vamos lá.

    Ficou sabendo da última do tio Michael? Ontem, ainda, diga-se de passagem! O alemão jogou o carro em cima de Bruno Senna, causou uma batida e ainda jogou a culpa em Bruno Senna, xingando-o de "idiota".

    A FIA entendeu o contrário do que indagou o alemão e a vossa pessoa, inclusive: Schummi foi responsável pelo acidente e irá ser punido com a perda de cinco posições no próximo GP da temporada, que será realizado no belíssimo principado de Mônaco.

    Quer dizer: o tempo passa, e Schummi não muda. Continua sendo um piloto indecente com a ética, promovendo a picuinha contra todos os seus adversários e tentando, de todas as formas possíveis, aparecer de alguma forma na Fórmula 1. Agora é muito mais difícil para o alemão atingir esse intuito: ele não está mais na Ferrari, não tem o melhor carro, não tem a "manipulação de resultado" que era proporcionada pela sua antiga equipe, tem corrido muito mal e pode acabar encerrando a carreira de forma imbróglia este ano, pois a Mercedes ainda não renovou o seu contrato e nem sabe dizer se vai renovar. Diante da situação atual, o natural é que não renove.

    Senna não foi nenhum santo, óbvio. Mas o tricampeão nunca se envolveu em tantas polêmicas como Schummacher e sempre procurou vencer de forma limpa nas pistas. Procure um vídeo da carreira de Senna no qual ele tenha sido o principal responsável por uma batida, procure um vídeo do Senna perdendo a linha e entrando nas "vias de fato" com outro piloto. Você não irá achar.

    E tem mais: Senna é amado e idolatrado no mundo todo. Vale lembrar que em 1994, naquele fatídico GP de San Marino, a equipe Ferrari arrancou um segundo lugar com Larini, resultado que há muito tempo não conseguia. Entretanto, a morte do tricampeão abalou até mesmo a festa dos italianos, que lamentavam a perda de um grande campeão que era reconhecido pelo que foi DENTRO e FORA das pistas. Piquet foi grande, cara duelistas, mas Senna, pela sua audácia dentro do carro e pelo seu carisma acompanhado da vontade de vencer, obteve mais carinho dos brasileiros. E sempre será lembrado e considerado assim não só no Brasil, mas como no mundo todo.

    Assim sendo, encerro por aqui as considerações finais. Foi ótimo debater com você, mestra Roberta. E que venham outros debates. Agradeço também aos espectadores pela paciência em acompanhar este agradável debate sobre Ayrton Senna da Silva e Michael Schummacher.

    Sem mais,

    Lucas Pierre Domingos.
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  11. OBS: Schummi, o Big John da F1.

14 comentários:

  1. Como já expliquei, não gosto de comparações, por entender que cada pessoa é única e que os estímulos sofridos são também, particulares. E no último dia 1°, em lembrança do passamento de Ayrton, mencionei o quanto esse esportista foi - e é - marcante em minha vida, já que foi com ele que tive com meu pai minhas primeiras experiências de torcedora (e comentarista esportiva). Foi através dele – transmutado no automobilismo - onde aprendi que ganhar é muito importante, e que a vitória se dá nos pequenos detalhes. Aprendi também sobre superação pessoal, patriotismo e que, homem chora sim: de raiva, dor, alegria e tristeza.

    Percebe-se que tenho pelo notável corinthiano, bravo desportista, grande estima – e olha que nem mencionei os (belos) valores que defendia: o instituto que leva seu nome é uma importante referência, tanto nos aspectos social quanto no educacional, onde tive o prazer de fazer parte, ainda que no papel de voluntária.

    Senna é um herói nacional, um talento raro que o país produziu. Foi um exemplo de sucesso sem nunca perder a naturalidade, não se permitiu deslumbrar. O que lamento é que não deixou sucessor, o que não aconteceu com Shumacher, o nosso outro personagem do debate.

    Sempre que possível, a imprensa levanta a lebre: Senna x Shummi: quem foi o maior? Mas esquecem de mencionar que os dois pilotos estavam em momentos distintos de carreira, e que poucas vezes se encontraram nas pistas, e nesses raros encontros, não tinham a mesma condição de disputa, mas, baseando-se apenas em estatísticas, é notoriamente clara a superioridade alemã, a começar pelo número de títulos mundiais.

    Muito se fala sobre o desvio de caráter de Schumacher, mas quase nada é dito sobre Ayrton quando o mesmo esteve em situação parecida. Ainda sobre o alemão, nunca o considerei vilão, apenas alguém que tinha por objetivo, a vitória. Sua grande derrota na vida se deu por sua falta de carisma, mas isso, meu caro, nunca contou pontos.

    Meu objetivo com esse debate é discutir motivações e consequências: o que cada um ensinou ao esporte, a estatística pessoal, entender a razão de se exaltar o “bom – mocismo”- como se esse conceito existisse, tal qual em exemplos maniqueístas tão comuns em contos de fadas, além de, claro, abrir espaço para um delicioso exercício de projeção... “O que teria acontecido se...?”

    Bom, eis o ponto de partida, espero ter me feito clara.

    Att.,

    R.

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  2. Bom dia, Roberta. É um prazer duelar pela primeira vez contigo. E peço mais uma vez desculpas pela demora na COnsideração Inicial. Garanto que não se repetirá.

    Agora, vamos abordar pensamentos sobre dois grandes campeões mundiais e ídolos históricos: Ayrton Senna e Michael Schumacher.

    De fato, você tem uma atitude louvável em não querer compará-los por meio da pergunta "quem foi o melhor?"...tanto Senna quanto Schumacher mostraram que são bons, cada um à sua respectiva maneira. Aliás, para se fazer tal comparação, seria necessário que os dois se enfrentassem por várias temporadas, o que não aconteceu. Senna e Schummi se enfrentaram somente por quatro temporadas, e o alemão tinha um carro inferior em termos técnicos comparado ao de Ayrton. Para se fazer uma comparação sobre quem foi melhor, os dois pilotos deveriam estar em iguais posições no que se refere aos termos técnicos dos seus respectivos carros, o que infelizmente não podemos presenciar.

    A concepção criada de que Michael Schumacher foi um vilão é algo naturalista: ora pois, o cara papou sete títulos mundiais e se tornou o carro a ser batido em 2001 (até 2000, as McLarens de Hakkinen e Coulthard davam trabalho ao alemão). É de cunho naturalista que o povo brasileiro, acostumadíssimo com o desempenho de Piquet, Fittipaldi e Senna, considere o alemão como um vilão e autêntico filho da puta. Se fosse outro qualquer que obtivesse tal êxito, a máxima seria a mesma.

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    1. A questão é: se para o povo brasileiro Schummi é um vilão, para o povo alemão Schummi é um herói por tudo o que conquistou representando o seu povo.

      Senna, o nosso tri-campeão, também poderia ter sido considerado como um vilão. Não aconteceu. Seu carisma, unido pela humildade e bom mocismo pregado por ele não permitiram que o mundo tivesse uma visão de um campeão "mala", como foi com Schummi.

      Diante disso, fica claro que faltou carisma ao hepta-campeão e que sobrou ao tri-campeão. Tal imagem fez com que Senna se tornasse um HERÓI MUNDIAL e SChumacher um HERÓI ALEMÃO, porém VILÃO MUNDIAL.

      Por hora, é isso. Espero a réplica da amiga duelista.

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  3. Percebo que o debate se guiará, do seu lado, pela emoção, o que não discuto, mas, sugiro que se lembre de um fundamental princípio de superioridade, que é a regularidade. Outro aspecto que gostaria que se policiasse é sobre o bairrismo em suas opiniões: não é natural que os verdadeiros apreciadores do esporte considere Schumacher outra coisa que não sensacional. Me mostre onde a vilania do alemão que demonstro, em vídeos, algo que sua paixão passou despercebido, mas, para ajudar em sua pesquisa, procure por Suzuka, em 1990 e 1993. Será que o critério de avaliação do que se considera “vilania” não foi contaminado?

    Sobre o alemão, tenho lá meus senões. Gosto de esportistas carismáticos, o que de fato, ele nunca foi, e há também minha implicância pessoal, por ter na época, tomado partido de Rubinho. Hoje em dia temo por seu histórico já que ele não soube parar, e a julgar pelo ano de 2011, frente a resultados pífios, seria natural esse meu zelo por sua carreira. Porém, nada disso diminui sua importância. Veja o que aconteceu em seu país graças ao seu sucesso profissional. E no Brasil, quantos pilotos tentam sem nenhum resultado expressivo?

    Não acredito em bom – mocismo, simplesmente por entender que o ser humano se guia observando as motivações pessoais, além de avaliar as consequências imediatas. Sabemos ser frios. Os limites, meu caro, se tornam elásticos quando aquilo nos convém, um bom exemplo disso é sua tolerância aos deslizes de Ayrton. Paute-se pelo que ele defendia: “A vitória é o único prêmio de um piloto. É a motivação real e justificável para arriscar a vida em situações tão absurdas. Sem ela, não valeria o risco, por dinheiro nenhum, por nada neste mundo". E completava: "Ser piloto é uma questão de cromossomos: ou seu nasce com esta predisposição, ou não. Se você tem as bases, pode desenvolvê-las, mas, quanto mais frio e racional, mais você precisa ter dentro de si a paixão pela corrida". Ou seja, seu lema era 'vencer ou vencer', e sob essa ótica, nada é injustificado. Quando mais nova, em meu primeiro torneio esportivo, comemorei estar no pódio quando meu pai citou Ayrton: 'Não há razão para se comemorar. O segundo lugar é o primeiro a ser esquecido'. Aos olhos de qualquer um, parecia crueldade, mas para aqueles acostumados a competir, isso servia como estímulo para a superação pessoal. Segue a mesma lógica de dizer que você não foi vencido por seu oponente, e sim, perdeu para si mesmo.

    Esses são ensinamentos básicos de qualquer esportista, e por isso, a crítica daqueles que não fazem parte desse seleto grupo não encontra razão de ser. Schumacher agiu seguindo a ética do esporte, e por isso, apesar de ter feito escolhas arriscadas, não teve nenhuma vitória questionada, tal como Senna. E voltando ao assunto, carisma não fazia parte do critério avaliativo, e talvez por isso, o alemão nunca teve interesse em desenvolvê-la, afinal, não era preciso, ele se contentava em pulverizar marcas e mostrar nas pistas, que as desconfianças sobre seu talento eram absurdas. Entenda de uma vez: Fórmula 1 nunca foi um concurso de Miss.

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  4. Roberta, Schumacher pode ter sido sensacional em sua época aúrea, mas existe um questionamento único a ser feito por aqui: Schummi tinha um carro soberano entre 2001 e 2004, e nenhuma outra equipe teve condições de se igualar com a Ferrari em termos de CARRO durante esse período. Para completar, o alemão tinha o benefício de Rubens Barrichello, que era um mero espectador correndo na Ferrari, com o intuito apenas de ajudar o alemão em conquistar mais títulos.

    Enfim, ser campeão por quatro temporadas seguidas com todas essas facilidades é algo que não exige-se lá tanto talento.

    A situação de Senna era inversa. Senna tinha uma rivalidade incrível com Prost na própria McLaren, corria em uma época recheada de excelentes pilotos (Berger, Mansell, Alesi, Patresi, Piquet, Lauda) e não tinha um carro que se diferenciava dos demais.

    Schummacher, de fato, não teve vitórias questionadas. Mas se envolveu em diversas polêmicas desnecessárias. O alemão foi condenado por se envolver em colisões que decidiram os títulos de 94 e 97. Em 1997 o mesmo foi desclassificado do campeonato.

    "foi uma reação instintiva e, embora não intencional feita com malícia ou premeditação. Foi um erro grave." - esses foram os dizeres da FIA com relação à atitude anti-esportiva de Schummi em cima de Jacques Villeneuve, jogando sua Ferrari em cima da Willians do frânces. Com isso, Schumacher tornou-se o ÚNICO PILOTO DA HISTÓRIA DA FÓRMULA 1 A SER DESCLASSIFICADO DE UM CAMPEONATO MUNDIAL.

    Ainda podemos nos lembrar do GP da Áustria em 2002, liderado desde o início por Rubens Barrichello. O final da história? Nos mestros finais, Barrichello abriu passagem e deixou Schumacher passar, sem luta nenhuma. Os fãs do automobilismo se irritaram e questionaram a credibilidade da Ferrari, além do profundo desrespeito com os espectadores em geral. Diante dessa façanha, a FIA baniu ordens de equipe que poderiam interferir com o resultado da corrida.
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    Senna, por mais que tenha dito os dizeres citados pela duelista, nunca cometeu tais atos desportivos com os adversários, sempre respeitando e procurando jogar limpo dentro das pistas. Não temos notícias de Ayrton jogando carro em outros pilotos, dando pitis e acusando outros pilotos de quererem matá-lo como foi com Schummi, e nem benefícios por meio de "manobras de equipe". Pelo contrário, nosso brasileiro sempre venceu as corridas jogando limpo, sem receber privilégios especiais da equipe, do companheiro de equipe ou de qualquer outras.


    Então cara duelista, Schumacher muitas vezes passou BEM LONGE DA ÉTICA DO ESPORTE, ao contrário do que afirmaste. As evidências acima mencionadas comprovam isso.

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  5. Lucas, sinceramente abordar esse tipo de argumento não faz o menor sentido, mas, se assim prefere, vamos aos fatos, fazendo uma chata linha do tempo.

    Não há como como negar o espólio de glórias do brasileiro, mas, esquecer a forma que ele foi 'ajudado', só mostra desconhecimento. Começamos com sua (controversa) chegada a F1. Senna queria de Piquet favores especiais, por ele não ter feito essa vontade, foi por Ayrton, considerado um inimigo. Não teve em seus primeiros anos, saúde emocional, era inconstante nas pistas.

    Em 1986, vetou um promissor piloto (Derek Warwick), já que não queria dividir a atenção na equipe. No ano de 1987, Piquet foi campeão, e Senna, o vice, porém, a FIA descobriu uma artimanha que faria corar Fernando Alonso: os dutos de frenagem de seu carro eram mais largos, e claro, obteve clara vantagem. Por essa razão, foi penalizado, e terminou esse ano em terceiro.

    Já em 1988, entrou na Mclaren, uma equipe de ponta, com o melhor motor – Honda. Esse ano ele contou com a sorte, já que seu principal rival, Nelson Piquet estava aborrecidíssimo com sua antiga equipe - por conta de favorecimentos a Nigel Mansell, e acabou parando na Lotus (amarela). Seu único rival foi seu companheiro de equipe, o francês Alain Proust. A Mclaren ganhou 15 dos 16 grande prêmios, e foi nesse ano também que nasceu a antipatia de Ayrton contra Proust, tudo legitimado por sua absurda competitividade.

    E em 89, com um campeonato um pouco mais emocionante, houve a tal polêmica: no último GP (Suzuka) houve um acidente entre os dois companheiros de equipe, a imprensa inglesa ( e uma grande parte da italiana) afirmava categoricamente que o responsável foi o brasileiro, mas, a imprensa brasileira, representada pelo onisciente Galvão Bueno sacramentou Proust como vilão.

    Tem certeza que ele nunca foi beneficiado? Que não teve nenhuma atitude que remetesse a Dick Dastardly "apelidinho" recorrente aos odiadores de Schumacher? O grande problema dos apreciadores do esporte no Brasil é ter uma péssima memória (ou, de só ativá-la seletivamente), além de preferirem contar com opiniões contaminadas do ufanista comentarista global. Sugiro que continue a assistir pela Tv Globo, uma vez que a captação de imagem é em Hd, mas, para criar um próprio juízo de valor, o faça com volume baixo.

    Eis o vídeo, reveja, e tire suas próprias conclusões:

    http://www.youtube.com/watch?v=WUA9oIQ9TBY


    Continuando... em 91 tornar-se tricampeão, mas, nos outros dois anos, mostrou-se impotente frente aos outros carros, até que, em 94, estava de novo num carro de ponta, porém, não estava num bom momento profissional, uma vez que despontava Schumacher. Imagina que tortura: guiando o melhor carro, mas vendo de perto as vitórias de Shummi?

    Naquele ano Michael venceu os dois primeiros GPs, e mesmo não tendo o melhor carro, tornou-se campeão. Vamos agora a parte que mais gosto, que é enfocar os números: venceu mais, teve mais pole positions, mais voltas rápidas, mais pontos, e foi o primeiro piloto a terminar uma temporada subindo no pódio em todas as corridas.

    Com essas informações seus últimos dois parágrafos tornam-se completamente equivocados, portanto, em sua próxima participação, corrija isso, ok, futuro jornalista? ;)

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  6. Cara duelista, suas afirmações sobre Ayrton Senna demasiadamente tendenciosas. Nenhuma delas foram, de fato, comprovadas.

    Vamos aos fatos:

    1. Ayrton Senna NÃO considerava Piquet como inimigo, como a senhorita afirmou em sua réplica. O que Senna sentia por Piquet era simplesmente um grande ressentimento, pois a influência de Piquet poderia, de fato, colocá-lo na Brabham. Entretanto, Piquet preferiu não ajudar Senna e permitir que a Parmalat, patrocinadora de sua equipe, colocasse um piloto italiano ao seu lado.

    2. Em 1986, Senna vetou Warwick da equipe, mas não existe evidência alguma para se afirmar que ele fez isso para não dividir atenção. O brasileiro foi contundente em dizer que vetou o inglês porque a Lotus não tinha condição alguma de manter dois carros competitivos para ambos os pilotos, considerados de ponta. E essa afirmação de que Senna não gostava de dividir atenções com companheiros de equipe cai por terra de vez em 1988, quando se torna parceiro do frânces Alain Prost na McLaren.

    3. Afirmar que Senna foi campeão em 88 contando com a sorte é ser anti-patriota, não reconhecer o talento do brasileiro nas pistas e considerar o tetra-campeão Alain Prost um piloto fraco, o que não procede vindo de um piloto que aposentou, voltou às pistas posteriormente e foi campeão.

    4. Em 1989, no polêmico GP do Japão daquela temporada, fica claríssima a culpa de Alain Prost naquele acidente envolvendo os dois companheiros de equipe. A prova? A câmera onboard do carro de Prost, guinando o volante para a esquerda em cima do carro de Senna, impedindo a ultrapassagem do brasileiro e, consequentemente, resultando na histórica colisão. A imagem é clara: não foi Senna que bateu em Prost, foi Prost que bateu em Senna.

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  7. Em relação aos números de Schummacher, isso não quer dizer que ele seja um piloto fora de série. A evidência necessária para afirmar isto são as últimas temporadas da Fórmula 1: Button não é um piloto fora de série, mas ganhou quase todas as corridas disputadas pela Brawn em 2009 com extrema facilidade. Na temporada passada, a superioridade incontestável da Red Bull levou Sebastian Vettel a vencer quase todos os GP's da temporada, além da quantidade absurda de pole positions conquistadas.

    E o que Schummarcher e suas conquistas tem a ver com isso? Tem a ver de que, por meio dessas evidências, fica claro que os números de Schummacher foram obtidos não pelo seu TALENTO, mas sim pela SUPERIORIDADE do seu motor. E não: Schummi nunca fez grandes prodígios quando teve o pior carro. Na temporada de 1999, sofreu nas mãos de Mika Hakkinen e sua McLaren, em uma época que Ferrari e McLaren estavam em pé de igualdade na qualidade do seus carros. Schummacher, ao contrário de Prost, voltou para a F1 e não brilhou ATÉ AGORA.

    Senna foi o contrário: brilhou com uma limitadíssima Toleman GP de Mônaco, ultrapassando inclusive a poderosa McLaren do excepcional Niki Lauda.

    Olhe isso:

    http://www.youtube.com/watch?v=gQN6H43VFz8

    Com um motor menos potente, Senna ultrapassou quatro pilotos na chuva, inclusive o "alemão incontestável".

    E esse aqui:

    http://www.youtube.com/watch?v=NXr5ad7aQgU

    Senna vencendo o GP do Brasil de 1991 apenas com duas marchas.

    O alemão, em alguma das suas vitórias sem graça, conseguiu tais prodígios? De fato, não.

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  8. Lucas, para começar, minhas informações não são isentas da verdade. O que dificulta entender isso é sua defesa apaixonada por alguém que, como eu e você, é humano, e como tal, faz a todo o momento, escolhas questionáveis. E por isso, reafirmo que o bom - mocismo não existe, por acreditar que as motivações pessoais obedecem a uma lógica própria.

    Desde o início de nosso debate demonstro fatos que se não contaminados pela paixão, são por sim extremamente convincentes, mas, como percebi não bastar, recorrerei a pessoas como Lito Cavalcante, Flávio Gomes e Ivan Capelli, bem como a outros meios de comunicação que não somente a Globo, para que, com isso, perceba qual dos dois tomou a fala tendenciosa. Há nesse artigo um interessante ponto de vista, sobre talento e popularidade, e gostaria que tomasse conhecimento:

    http://www.segueojogo.com.br/2012/03/senna-nao-e-o-melhor-da-historia-sequer.html

    Senna tratava Piquet como rival, é só buscar alguns vídeos sobre o assunto. O mesmo é verdade quando lembrando pessoas como Mansell, Proust e Schumacher:

    (http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/senna/rivais.html)

    Há duas entrevistas em particular que são bastante elucidativa ( Roda Viva - 1994 / Prog. Jô com Reginaldo Leme – 2012)


    Piquet além de ser uma grande personalidade, excelente piloto, tem aquilo que mais prezo, que é a fala destemida. Em inúmeras entrevistas ele narra em quais circunstâncias se deu a inimizade, e para quem entende apenas um pouco de mídia, interpreta com facilidade a razão da preferência entre os dois brasileiros: Piquet não tinha um discurso nacionalista, e não era com os jornalistas (entende-se a Plim-plim) nem um pouco simpático, ao contrário de Ayrton, extremamente político e carismático. Tinha bom tino comercial, é só lembrar seu o histórico enquanto garoto-propaganda. Mas, também tinha seus defeitos e virtudes, como qualquer um: era grosseiro, quando contrariado, brigão dentro e fora das pistas, desrespeitoso com seus colegas de equipe, provado isso desde os tempos de F.Ford, quando comparou Enrique Mansilla a um amontoado de merda. Já saiu em vias de fato com Schumacher por duas vezes, sendo a última noticiada, e logo em seguida, abafada, com a turma do “deixa-disso”. Também agrediu Eddie Irvine com um soco, em 93, além de jogar, de forma deliberada seu carro em seus adversários. Isso porque ainda não mencionei o acordo interno entre os pilotos da Mclaren que dizia que nenhum dos dois deveria ultrapassar na primeira volta, onde todos os carros estão bem próximos e com alto grau de risco. Senna ignorou o acordo, ultrapassou Prost e liderou a corrida até o fim, e assim, conseguiu o seu bicampeonato, de uma maneira pouco esportiva. Foi uma atitude pouco civilidade e anti-ética, porém, não foi a primeira, e muito menos, a única. Ouve uma fissura tão grande que a convivência, que já era tensa, ficou insustentável, ao ponto de, quando o francês foi para a Willians, a única clausura em seu contrato era a garantia que ele não teria como companheiro, o brasileiro.

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  9. E o episódio na F.3 quando se envolveu em um forte ‘incidente’ com o piloto Martin Brundle? E quando, com Mika Hakkinnen em 94? São vários episódios que são, de forma tendenciosa, esquecidos. Claro, o homem virou um mito, e quando se chega a esse patamar coisas como lógica, histórico, verdade e mentira têm pesos diferentes.

    Uma coisa que precisa ser entendida: Senna foi mesmo um dos maiores corredores de todos os tempos. Mas maior ídolo e herói nacional? Honestamente, há um tremendo exagero nessa parte. Acho que o Brasil tem outras pessoas também do mundo esportivo em se pode espelhar, sem ter como prática, uma política que ele não fazia questão de esconder: “no money, no race”. Senna não foi o maior piloto da Fórmula 1, e muito menos, o melhor brasileiro. E isso não é a minha opinião: consideram que Fittipaldi foi o mais importante, e Piquet, o mais completo, porém, Senna foi o último ídolo do Brasil na categoria, e isso conta muitos pontos. Outro fator que o privilegia é seu talento explorar o marketing e a força da TV, coisa que até hoje é imbatível.

    Não acho pertinente a análise de Prost e a questão do patriotismo uma vez que esse não é o tema do debate, porém, para que não paire a dúvida, defendo um , e repudio outro, mas, a afirmação que foi o francês o causador do acidente transpassa a torcida e a lógica, onde assemelho com uma espécie de cegueira. Faça agora aquilo que sugeri; veja o acontecido pela câmera do piloto, e frente a isso, perceberá o absurdo de sua afirmação http://www.youtube.com/watch?v=WUA9oIQ9TBY

    Agora, vamos as comparações, onde recorro ao que disse em minha primeira participação nesse nosso encontro: é impossível comparar pilotos desconhecendo motivações e condições técnicas. Contamos a cada dia, com o avanço tecnológico, o que faz ter maior controle de tração, carros mais duráveis e estáveis, isso tudo, em absoluto tira o mérito dos pilotos, é apenas uma adaptação aos novos tempos, portanto quando afirmam que piloto tinha melhor ‘braço’ é esquecer que naquele tempo, era essa sua única opção. Como também é esquecer-se de uma declaração de Nelson Piquet quando dizia que o retrovisor era um artigo sem utilidade, graças a trepidação do carro e ondulações na pista. Cabe lembrar que nos tempos de Fangio, errar era sinônimo de morte, o que, hoje em dia, pilotos podem arriscar muito mais, pois tantos os carros como os circuitos estão mais seguros. A morte de Senna ( ao contrário da outra vítima daquele fatídico 1° de maio - Roland Ratzenberger) contribuiu com isso. Quando há batidas fortes, a célula de segurança do carro continua intacta. Como apreciadora do esporte, e adepta da tecnologia, não tenho nostalgia pela era romântica.

    Bom, então é isso: termino minha participação agradecendo a oportunidade e também a cordialidade de meu adversário.

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  10. Cara duelista, percebo que em suas Considerações Finais, tu se preocupaste mais em procurar uma forma de refutar todos os meus argumentos do que em explicar porque Schummacher foi melhor que Senna em algum aspecto. Aliás, você citou o nome do alemão UMA ÚNICA VEZ nesta Consideração Final. Preferistes defender Nelson Piquet e procurar uma forma de atacar o tri-campeão brasileiro de Fórmula 1 com falácias e afirmações que não condizem com a verdade e procuram apenas ter o intuito de polemizar.

    Assim sendo, vamos lá.

    Ficou sabendo da última do tio Michael? Ontem, ainda, diga-se de passagem! O alemão jogou o carro em cima de Bruno Senna, causou uma batida e ainda jogou a culpa em Bruno Senna, xingando-o de "idiota".

    A FIA entendeu o contrário do que indagou o alemão e a vossa pessoa, inclusive: Schummi foi responsável pelo acidente e irá ser punido com a perda de cinco posições no próximo GP da temporada, que será realizado no belíssimo principado de Mônaco.

    Quer dizer: o tempo passa, e Schummi não muda. Continua sendo um piloto indecente com a ética, promovendo a picuinha contra todos os seus adversários e tentando, de todas as formas possíveis, aparecer de alguma forma na Fórmula 1. Agora é muito mais difícil para o alemão atingir esse intuito: ele não está mais na Ferrari, não tem o melhor carro, não tem a "manipulação de resultado" que era proporcionada pela sua antiga equipe, tem corrido muito mal e pode acabar encerrando a carreira de forma imbróglia este ano, pois a Mercedes ainda não renovou o seu contrato e nem sabe dizer se vai renovar. Diante da situação atual, o natural é que não renove.

    Senna não foi nenhum santo, óbvio. Mas o tricampeão nunca se envolveu em tantas polêmicas como Schummacher e sempre procurou vencer de forma limpa nas pistas. Procure um vídeo da carreira de Senna no qual ele tenha sido o principal responsável por uma batida, procure um vídeo do Senna perdendo a linha e entrando nas "vias de fato" com outro piloto. Você não irá achar.

    E tem mais: Senna é amado e idolatrado no mundo todo. Vale lembrar que em 1994, naquele fatídico GP de San Marino, a equipe Ferrari arrancou um segundo lugar com Larini, resultado que há muito tempo não conseguia. Entretanto, a morte do tricampeão abalou até mesmo a festa dos italianos, que lamentavam a perda de um grande campeão que era reconhecido pelo que foi DENTRO e FORA das pistas. Piquet foi grande, cara duelistas, mas Senna, pela sua audácia dentro do carro e pelo seu carisma acompanhado da vontade de vencer, obteve mais carinho dos brasileiros. E sempre será lembrado e considerado assim não só no Brasil, mas como no mundo todo.

    Assim sendo, encerro por aqui as considerações finais. Foi ótimo debater com você, mestra Roberta. E que venham outros debates. Agradeço também aos espectadores pela paciência em acompanhar este agradável debate sobre Ayrton Senna da Silva e Michael Schummacher.

    Sem mais,

    Lucas Pierre Domingos.

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  11. Muito bom o debate dos dois lados.

    Entretanto meu critério de desempate fica no pequeno deslize do Lucas em endeusar demais o Senna, o que foi muito bem refutado pela Roberta. A Roberta focou em argumentos mais técnicos e racionais que mostram o que realmente vale nas pistas e que Senna fazia o que tinha que ser feito para ser campeão, assim como Schumacher. A Roberta lembrou muito bem a frase de Senna e usou do mesmo raciocínio para guiar sua argumentação. Na minha opinião é a argumentação correta quando se trata de temas específicos, qualquer argumento “extra pistas” é desvirtuar o assunto, atitude essa que a imprensa adora e o povo aplaude.

    Não digo que o Lucas tenha seguido caminho diferente, apenas foi um pouco menos racional que a Roberta, o que no caso desse debate específico, é fundamental .
    Voto na Roberta

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  12. Concordo totalmente com o que o Raoni disse aí em cima.

    Contrariando as previsões dos sexistas, a Roberta foi muito mais racional e muito menos emotiva do que o Lucas. O Lucas apelou pela emoção e pelo patriotismo, o que deixou o discurso piegas, além do fato de que a maioria dos argumentos da Roberta pareceram muito mais lógicos, principalmente por causa disso.

    Parabéns aos debatedores.

    Voto na Roberta.

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