O QUE É UM BOM DEBATE?
As visões de como deve se seguir um
debate de qualidade varia enormemente entre aqueles que analisam os debates.
A ideia central do grupo duelos
retóricos consiste em um jogo de competição que tenta, da forma mais objetiva
possível, apontar um vencedor, de acordo com votações intra-grupo.
Entretanto, percebemos desde o
início, que os critérios individuais de cada votante foram sempre extremamente
subjetivos e tudo o que fazíamos era colocar um termômetro em toda esta
subjetividade que, de alguma forma, estimulasse a participação das pessoas.
Escrevo este texto para a compilação
em e-book que o Alonso está fazendo sobre debates e também para uma conversa
franca com todos os outros membros do grupo.
Para que possamos todos entender um
pouco melhor nosso próprio sistema de análise, eu acho fundamental que sejam salientadas
algumas diretrizes para o que é considerado um “discurso eficiente” por ambos
os debatedores. Somente assim poderemos dissecar as características de cada um
desses discursos.
No Orkut tentaram criar uma “comissão
julgadora dos debates”, que tinha a missão de avaliar os debates segundo os
seguintes critérios:
Para cada um dos debatedores, eram
feitas as perguntas:
O debatedor foi:
1. Organizado?
2. Claro?
3. Respeitoso?
4. Objetivo?
5. Conclusivo?
6. Convincente?
7. Criativo?
8. Aprofundou-se no tema?
9. Rebateu as questões levantadas
pelo adversário?
10. Citou bons argumentos?
Nota: 0-10,0, de acordo com o número
de questões assinaladas “SIM”.
O método parecia eficiente e, em
tese, selecionaria debatedores que mostrassem esses atributos, previamente
propostos pela CJD.
Entretanto, os membros da CJD
demoravam para votar e às vezes tínhamos apenas 1 ou 2 votos.
Quando reabrimos o grupo no facebook
voltamos ao sistema de enquetes livres em, surpreendentemente, passamos a ter
mais de 20 votações em alguns debates, mostrando que muita gente estava lendo e
também dando a cara para bater nas votações.
Teve gente que reclamou de campanhas
por voto, o que este tipo de sistema permite facilmente. Mas tudo estava indo
bem, pois parecia que no facebook era mais difícil de se fazer perfis fakes.
Mas não demorou para aparecerem umas
almas desconhecidas sem histórico algum no facebook, que pareciam estar ali
apenas para ler e votar nos debates de determinados membros, o que pareceu
muito estranho para todos nós.
Agora estão fazendo um método que
privilegia o voto dos membros do ranking (ou seja, já participaram de pelo
menos 1 debate), o que evita fraudes pela criação de perfis.
De um extremo ao outro, eu acho que
todos deveriam enxergar as enquetes como meros termômetros da eficácia de seus
argumentos e não como vitória ou derrota sobre o ego do outro.
Mas esta é uma discussão que vai
longe...
A verdade é que quando analisamos o
discurso de alguém, fazemos isso usando nosso próprio julgamento falho. Se você
tende a valorizar discursos cheios de sentimento, que te estimulem a acreditar
em algo, vai preferir o discurso de um Sacerdote. Se prefere um discurso
empolgante e persuasivo, vai preferir do político, ou do publicitário. Agora,
se quer concluir algo e entender como as coisas realmente são, o discurso do
professor é o que chega mais perto disso.
Essas características estão em
constante conflito e combinação quando o discurso é produzido e também quando é
interpretado pelos leitores.
E é justamente por isso que eu acho
que as enquetes nos dizem mais sobre as pessoas que estão votando do que sobre
o texto da pessoa que está sendo analisada, em si.
Entretanto, o simples fato de existir
um “termômetro” que pode ser motivo para novas “disputas retóricas” que podem
levar a um aprofundamento muito maior no assunto, já é um estímulo sensacional
para a criatividade dos participantes.
Prova disto é que duelos de qualidade
não param de ser realizados pelo grupo, mesmo em meio ao eterno conflito de
egos que sempre vai existir, principalmente entre os membros mais
participativos.
Quem convive mais tem mais tempo para
se desentender e é da natureza humana procurar conflitos que na maioria das
vezes são totalmente desnecessários.
Mas este fator humano é justamente um
fator fundamental para toda este jogo, pois vendo como as pessoas reagem com
seus próprios “acertos” e “erros”, podemos aprender sempre um pouco mais sobre
como reagimos às nossas próprias vitórias e tropeções.
CONVENCER/PERSUADIR/ACREDITAR
Como exemplo, eu citei três tipos
distintos de discurso e tenho certeza que os membros mais antigos do grupo
conseguiriam classificar uns aos outros facilmente nestas três classes: Sacerdote,
Político ou Professor. Cada um destes discursos possui um tipo de
aplicabilidade e de eficácia retórica. Quando discutimos isso, no fim das
contas, estamos debatendo sobre análise do discurso e suas implicações
práticas.
Um argumento PERSUASIVO faz com que
você ACREDITE nele, enquanto que um argumento CONVINCENTE faz com que você
CONCLUA, sozinho, que ele é VERDADEIRO.
A arte de convencer persuadir é
extensamente desenvolvida por políticos, cujo maior interesse é parecer certo
perante a população. Entretanto, o ato de convencer faz parte do processo de
ensino-aprendizagem e é muito importante para que um professor possua boas
qualidades retóricas para defender seus argumentos quando for questionado.
Qualquer um pode dizer que qualquer
coisa existe, mas só vai conseguir mostrar onde ela está se ela realmente
existir. Grandes suposições requerem grandes demonstrações. Ou então são apenas
isto: Suposições. Neste ponto, acredito que seja impossível de se convencer
alguém com senso crítico apurado a respeito de qualquer coisa usando apenas
suposições.
Em minha opinião, se o discurso
almeja convencer uma ampla quantidade de pessoas, deve prever que pessoas com
senso crítico farão parte do público. E esta é uma função do professor. A
soberania não está na autoridade de suas palavras e sim na clareza e aplicação
dos seus argumentos. Se não estiver convicto daquilo que vai ensinar, não
adianta nem se dispor a tratar do assunto. E para estar convicto, é importante
que saiba que não está errado e, principalmente, POR QUÊ.
Eu evito pisar em terreno algum que
eu não compreenda e não tenha qualquer argumento objetivo para sustentar minha
defesa. Mas isto faz parte da minha idéia de defender apenas aquilo que eu
acredito corresponder a verdades universais e não algo que é experimentado
individualmente e não pode ser comprovado pela experiência empírica.
AD HOMINEM
O ad hominem é corriqueiro em
contendas banais, como comunidades de picuinhas que existem por aí.
Pessoalmente, prefiro não participar deste tipo de trocas de desaforos para que
não tenha que baixar a cabeça quando ouvir desaforos, o que teria uma resposta
completamente diferente se houvesse ocorrido no mundo real, face a face, onde
não dá pra se esconder atrás da tela do computador.
Mas como eu disse, cada um escolhe
participar do tipo de debate que achar melhor. Acho também que isso diz muito a
respeito da personalidade de cada um, principalmente com relação às
corriqueiras atitudes humanas de mostrar-se subordinado à algo, mesmo que não
acredite, apenas por que é a atitude mais “politicamente correta”.
Em minha opinião, um debate é bom
quando ele propõe, para ambos os lados, reflexões. E é proporcionalmente mais
rico quando ambos os lados tentam ao máximo, entender pontos de vista que sejam
contrários aos seus. Quando estamos debatendo com alguém e esta pessoa continua
insistindo em coisas que já foram muito bem esclarecidas, o debate fica chato,
pois fica claro para quem lê que alguém só toma este tipo de atitude por
incompetência ou desonestidade intelectual.
Quando você constrói um argumento
baseado em uma idéia, leva todos à reflexões que podem ser construtivas em suas
vidas. Agora, quando você escancara os defeitos, a única coisa que você faz é
presumir que lhe serve a função de juiz. E para mim, este é um tipo de debate
ruim, pois é muita presunção acreditar que figurinhas da internet são capazes
de julgar umas às outras baseadas naquilo que elas lêem em curtos espaços como
este.
Em minha opinião, não faz sentido
acreditar que um debate em páginas como esta é uma "guerra" sobre
quem está certo. A única coisa que faz sentido para mim, é encarar isso como
uma troca de idéias honesta, quando todos respeitam pontos de vista que sejam
diferentes dos próprios. E se todos discutissem idéias e não pessoas, muitas
discussões maçantes seriam evitadas.
Hoje, os debates da Duelos Retóricos têm
tentado tratar de temas profundos, levantando reflexões em todos os que lêem. Com
isso, a ideia é que não sobre espaço para briguinhas de ego e discussões
pessoais.
Eu participo desta comunidade por
pura diversão. Por isso, prefiro não perder meu tempo com debates infantis
cheios de alfinetadas implícitas no texto que estão ali com o único objetivo de
irritar o oponente.
Em minha opinião, um dos piores
defeitos que um debatedor pode ter é apontar contradições que não existem no
discurso do adversário. Alguém deve estar muito ciente do que está dizendo,
antes de criticar alguém, ou então está apenas se expondo ao ridículo. Isso
fica muito claro a todos os que lêem e em minha opinião, alguém que quer ter um
discurso CONVINCENTE, toma muito cuidado com este tipo de coisa.
Para mim, quando vejo que um
debatedor, ao invés de rebater os argumentos do adversário, focar seu texto em
críticas pessoais maldosas, eu sempre penso que só lhe restou este recurso,
pelos seguintes motivos:
1- Incapacidade de
rebater o argumento da pessoa utilizando a lógica.
Neste caso o debatedor prefere atacar
o dono da idéia, pois se vê sem saída e enxerga esta como a única possibilidade
de tentar rebaixar a idéia, desmoralizando o adversário.
2- Necessidade de
auto-afirmação.
Por não conseguir contra-argumentar
lógicamente, muita gente fica com o ego ferido. Quando isto acontece, muitas
vezes a emoção toma conta do debate e o argumentador tenta se
"vingar", focando sua argumentação na crítica ao adversário.
3- Apego exagerado às
próprias idéias.
Quando alguém não tem a capacidade de
mudar de idéia e vê-se em um beco sem saída, tenta "vencer" o debate
a todo o custo, nem que para isto tenha que apelar.
Alguém interessado em aprender e
evoluir como debatedor antes de criticar outra pessoa, analisa a si mesmo.
Atacar outra pessoa acusando-a de algo, poucas vezes surte algum efeito a não
ser receber uma resposta na mesma medida. E esta medida é uma medida mesquinha
e barata, pois pouco agrega às idéias do debate. E todo mundo perde, pois o que
poderia ser uma troca de idéias sofisticadas acaba se tornando um festival de
baixarias.
Muita gente parece concordar com
isto, pois várias dessas comunidades que discutem este tipo de coisa, andam
vazias hoje em dia.
Vendo como as coisas são hoje em dia
parece utópico, mas seria sensacional se todos percebessem que os rótulos que
alguém tenta atribuir para outra pessoa, são quase sempre projeções de si
mesmo.
COMO IDENTIFICAR FALÁCIAS?
É quase uma moda pseudo-intelectual
acusar o texto do outro de “falacioso”, ou mesmo tentar falar bonito com termos
como “non sequitur” ou “reductium ad absurdum” sem saber exatamente o que estes
termos significam e como eles podem ser aplicados.
Na lógica e na retórica, uma falácia é
um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou
falho na capacidade de provar eficazmente o que alega.
Argumentos que se destinam à persuasão podem
parecer convincentes para grande parte do público apesar de
conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.
Além disso, reconhecer as falácias é
por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional,
íntima, psicológica ou emotiva, mas não validade lógica. É
importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na
própria argumentação e para analisar a argumentação alheia.
É mais importante ainda é observar
que o simples fato de alguém cometer uma falácia não invalida sua
argumentação. Ninguém pode dizer: "Li um livro de Rousseau, mas ele
cometeu uma falácia, então todo o seu pensamento deve estar errado".
Além disso, e muito mais importante,
ao dizer que a argumentação alheia possui falácias, alguém deve ser capaz de
identificar estas falácias.
Ou então é melhor que se cale.
Muita gente pensa que falácia é um
sinônimo para tudo aquilo que é diferente de sua opinião e isso é uma coisa que
impede as pessoas de enxergarem os dois lados da moeda.
Além disso, após se identificar uma
falácia, o debatedor deve saber dizer POR QUÊ este argumento não tem
CONSISTÊNCIA LÓGICA. Pois, de absolutamente NADA serve chamar um adversário de
FALACIOSO, se você não APONTAR onde é que está a INCONSISTÊNCIA LÓGICA.
Para mim, isto não passa de uma outra falácia ad hominem que
só serve para empobrecer o debate.
A falácia invalida imediatamente o
argumento no qual ela ocorre, o que significa que só este argumento
específico será descartado da argumentação, mas pode haver outros
argumentos que tenham sucesso. Para mim, um bom debatedor RESSALTA os bons
argumentos do adversário, uma vez que estes também serão julgados pelo público.
Qualquer um percebe que toda análise
extremamente maniqueísta dos argumentos do adversário são sempre tendenciosas.
Ninguém erra o tempo todo e mesmo quando isso acontece, é melhor mostrar onde
eles aconteceram do que super valorizar o “erro” em si, como critério para
diminuir o adversário.
Além disso, nem todo argumento com
consistência lógica é necessariamente verdadeiro. Mas ao dizer que alguém
cometeu uma falácia, o argumentador deve estar preparado para conhecer a lógica
e mostrar claramente onde existe esta contradição. Este é um ponto fundamental
de qualquer diálogo, pois apesar das opiniões serem diferentes, a lógica vale
para todos.
Além disso, Falácia não é a mesma
coisa que Sofisma. Sofisma (do grego antigo σόϕισμα -ατος, derivado de σοϕίξεσϑαι "fazer raciocínios capciosos") em filosofia, é um raciocínio
aparentemente válido, mas inconclusivo, pois é contrário às próprias leis.
Também são considerados sofismas os raciocínios que partem de premissas
verdadeiras ou verossímeis, mas que são concluídos de uma forma inadmissível ou
absurda. Por definição, o sofisma tem o objetivo de dissimular uma ilusão de
verdade, apresentando-a sob esquemas que aparentam seguir as regras da lógica.
É um conceito que remete à ideia de falácia, sem ser necessariamente um
sinônimo.
O grande problema está nas falsas
falácias. Algum argumento que seja contrário ao seu não necessariamente é
falacioso. Pode estar errado, pode ser um sofisma, mas para ser FALACIOSO, deve
ter CONTRADIÇÃO LÓGICA. Se existe contradição lógica, fica fácil
apontá-la.
Em debates, eu acho que eles progridem
muito quando você admite a lógica que existe (quando existe) nos argumentos do
adversário e foca-se apenas nas possíveis falácias (se houverem). Existindo
falácias ou sofismas, o ideal seria que o rebatedor conhecesse ao menos um
pouco de lógica aristotélica, ligar 1+1 e se não for 2, todos percebem a
contradição. O grande problema é que as pessoas estão preocupadas em se
mostrarem certas. E isto é mais importante do que ESTAR REALMENTE certo. É
necessário muita humildade para reconhecer seus próprios erros e aprender com o
adversário. Quando um debate sai da briga infantil de egos e concentra-se na
solidez lógica da argumentação, todo mundo sai ganhando.
PARA NÃO “FUGIR DO TEMA”
Esta é uma reclamação muito comum em
debates.
Se seu medo é que seu oponente vá
“fugir do tema”, é simples, faça a postagem inicial!
Quem define o TEMA e o que vai ser
discutido, é o desafiante.
Portanto, APENAS O DESAFIADO pode
fugir do tema, uma vez que quem o define é o DESAFIANTE.
É óbvio que o uso excesso de
metáforas, termos abstratos que não tem correlação com o tema ou desvirtuação
do discurso alheio indiscriminadamente são coisas que empobrecem enormemente um
debate.
O QUE É UM TROLL?
Em minha opinião, em páginas da
internet como estas, todos somos iguais. Não passamos de fotos que representam
nossas idéias. Quando alguém passa a acreditar que "possui um
histórico", ou que é digno de alguma "fama", vai sempre querer
defender esta ilusão a qualquer custo. E quando tiver seu ego abalado, imediatamente
atacará o adversário em represália.
Para mim, não tem o menor fundamento
alguém ter inveja um do outro em páginas como esta, mas isto ocorre quando o
que está sendo avaliado são pessoas, e não as idéias que elas estão defendendo.
E alguém só julga outra pessoa quando para ela, é importante aquilo que o outro
representa. Para mim, a única coisa importante são as idéias que estão sendo
defendidas e tanto faz qual é a fotinho que é dona da idéia.
Quando a coisa é diferente, o debate
vira uma discussão infantil sobre quem é o melhor. E ninguém é melhor que o
outro por que é mais conhecido na internet ou por qualquer outro motivo, a não
ser por que sabe conviver com pessoas com idéias diferentes e consegue defender
seu ponto de vista sem ter que apelar para ataques pessoais.
Mas tudo na vida é aprendizado. Sobre
o que devemos e o que NÃO DEVEMOS fazer.
DUELOS RETÓRICOS
Para mim, a idéia central por trás de
todos esses debates é que cada um se aprofunde o máximo possível no tema
proposto e que os outros membros escolham qual foi o discurso com a melhor
retórica.
Às vezes mais importante que o que a
frase diz são as repercussões causadas na mente de quem lê. Em um debate, o
fator humano pode ser tão importante quanto à solidez da argumentação, quando
outros objetivos são tão ou mais importantes do que estar realmente certo.
É claro que, o que se passa
exatamente na mente um do outro é, no fundo, um grande mistério. E qualquer
tentativa de se “ler a intenção” de alguém não passa de mero exercício da
imaginação. Mas é claro que eu faço o mesmo exercício. Só não saio por aí
dividindo minhas especulações por que sei que não passam disto.
Entretanto, muitos debatedores
armam-se justamente destas especulações para tentar parecer certos quando a
lógica do debate está mostrando justamente o contrário. Outra alternativa que
vejo com freqüência em debates na internet é a tentativa de desmoralizar o
adversário em público para que este se irrite e abandone o debate. Tendo
abandonado, o que fica comemora vitória, pois foi o único com os “nervos” para
seguir na discussão, que já se tornou neste ponto uma briga pessoal.
Eu me pergunto se isto foi realmente
uma “vitória”. Em minha opinião, provar para si mesmo que é uma pessoa difícil
de se conviver nem sempre é uma vitória. O mesmo vale para quem abandona. Em
minha opinião, o conceito de “vitória” deveria ir muito além para que todos
pudessem, realmente, extrair o melhor que se pode extrair dos debates.
Para uns é importante defender aquilo
que ele acredita (ser fiel com suas convicções) para outros, parece ser
importante a arte do convencimento. Para outros ainda, o importante é ESTAR
CERTO, independentemente das suas atuais convicções ou se vai conseguir
convencer alguém ou não. Neste sentido, em minha opinião, saber identificar
falácias pode ser útil para que possamos estar seguros de que aquilo que
estamos defendendo é algo legítimo ou não.
Sem pessoas que pensam de forma diferente, grupos de duelos
retóricos não tem necessidade de existir. E em lugares onde se agregam pessoas
com idéias diferentes, é natural que, às vezes, o debate se torne mais passional do
que racional.
Você pode defender ótimos argumentos de
um assassino ou conseguir refutar pobres argumentos de um humanista. A única
coisa que importa é defender o argumento. De forma limpa, sem as armas sujas da
infâmia e da agressão.
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