segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Roberta Aires X Lucas Pierre - Futebol Arte X Futebol Pragmático


  1. Em 1970, quando a Seleção Brasileira de Futebol Masculino fez a bola rodar de pé em pé, com direito a caneta, ole e rolinho ate chegar ao gol de Carlos Alberto contra a Italia em uma partida que terminou com o placar de 4 a 1 para os brasileiros, foi provada a temeridade e a importancia do futebol-arte dentro da sociedade.

    Multidoes pararam as ruas, a temeridade verde-e-amarela dominou o cenario nacional e fez com que inimigos se tornassem amigos, maridos reconciliassem com suas esposas e que o periodo de censura e medo por conta do Regime Militar fosse deixado de lado.

    Em 1982, outra desmonstraçao de futebol-arte protagonizado por nossa seleçao: Falcao, Zico, Socrates e CIA limitada encantaram o mundo com seu entrosamento de primeira classe. O mundo todo parou para ver a Seleçao Brasileira de 1982 jogar aquela Copa. Nem mesmo a campea, A Italia, foi tao lembrada como esta seleçao: se fala em Copa da Espanha de 82, se lembra de Brasil.

    Em 1994, conquistamos o tetra. Alguns dizem que a Seleçao jogava o futebol-pragmatico ja neste ano: eu nao concordo. Como podemos chamar de pragmatica uma seleçao que tinha Romario e Bebeto no ataque? Zinho pela meia? Rai sendo uma opçao no segundo tempo? Branco e seus foguetes pelo lado esquerdo?

    Vamos voltar outra vez ao tempo: 1958 e 1962. A seleçao tinha Pele e Garrincha juntos e encantava o mundo. Porque? ARTE. Simplesmente. As pessoas procuravam ir aos estadios de futebol apenas para ver esta dupla jogar. Era uma dupla que encantava.

    Recentemente, em 2006 ou 2007, se nao me engano, o brasil foi jogar contra o Haiti, no HAITI. Um pais em guerra parou a guerra para ver a seleçao brasileira de futebol demonstrar toda a sua arte e talento.

    Hoje, temos jogado um futebol pragmatico. Neymar, pelo que dizem as linguas, e o tal cara que foge a exceçao. Pra mim, ele so foge a regra no Santos. Fora dele e como qualquer outro.

    Este futebol pragmatico tem feito as pessoas torcerem mais para seus proprios times do que para a Seleçao Brasileira.

    Pragmatismo me lembra o jogo feio dos ingleses, cheio de bolas aereas. Ou mesmo a forma italiana de se jogar: priorizando mais a defesa do que propriamente o ataque.

    Ja diria algum sabio por ai: "a melhor defesa e o ataque". E nada melhor do que atacar fazendo arte. Nao ha esquema tatico que aguente ou segure. Ou resista.


    Diante disso, espero as consideraçoes de meu adversario, seja ele qual for. E se ele existir.
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  2. Como ficou claro, a primeira participação de meu oponente se deu de forma apaixonada, como é uma característica da maioria dos apreciadores desse esporte, mas, como a paixão, sua defesa não combina com lógica ou racionalidade, porque, no fim das contas, o que vale é o caneco, como não foi o caso da nossa Seleção na Copa de 82. O que ficou registrado é que, apesar de contar com um elenco fantástico (Sócrates, Valdir Peres, Oscar, Falcão, Luizinho, Júnior Zico e Èder), muitos recém-campeões da Libertadores e Mundial , fomos eliminados por um time até então apagado, que vinha de três jogos bem abaixo da média, mas esse ‘detalhe’ a história esqueceu, porque, como disse anteriormente, o que vale é o resultado final, onde deu Azurra tricampeã, “ o resto é perfumaria”.

    O futebol pragmático busca a eficiência e eficácia, como resultado, podemos citar o atual campeão das Libertadores e Mundial, Corinthians, que seguiu a risca o que exigia o treinador. O pragmatismo é uma escolha de riscos calculados, é ação de alguém estudioso e conhecedor das potencialidades de seu time, mas é além disso: é uma tática de quem entende que futebol é um esporte coletivo e que os jogadores são engrenagens, por isso, a importância de se valorizar o trabalho em equipe, invés de contar com um hipotético momento brilhante de um determinado jogador.

    A eficiência supera o show. Ninguém consegue esquecer o famoso Carrossel Holandês da década de 70, ou a campeã-moral de 82, mas, casos assim, são cada mais raros, que servem de inspiração e nada mais. Futebol é um esporte de milhões e por isso, a busca por resultados é o caminho natural, ou você acredita que há NO MUNDO outra torcida (que não a Fiel) que não viva de títulos? ;)

    “Em 1994, conquistamos o tetra. Alguns dizem que a Seleção jogava o futebol-pragmático já neste ano: eu não concordo. Como podemos chamar de pragmática uma seleção que tinha Romário e Bebeto no ataque? Zinho pela meia? Raí sendo uma opção no segundo tempo? Branco e seus foguetes pelo lado esquerdo?” 
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  3. Não concordar é um direito seu, mas, atenham-se aos fatos, e não naquilo que a grande maioria aprendeu ouvindo a narração tendenciosa, ufanista e bairrista de sujeitos como Galvão Bueno. Primeiro, Romário só foi convocado por conta da pressão popular, Zinho atuou como meia-armador, que tinha como função fechar espaço pelos lados, acompanhando os laterais adversários. E foi por isso que Raí foi para o banco, uma vez que era meio-atacante, que nesse esquema, ficava deslocado. Realmente o gol de falta que Branco marcou foi responsável pela nossa ida ás semifinais, porém, é importante lembrar que ele não era o titular.

    Portanto, é um completo absurdo se ter alguma dúvida sobre o esquema tático de Parreira em 94: fundamentalmente defensivo e retranqueiro, que seguia o monótono (e funcional) desenho de duas linhas de quatro, com dois volantes, estes, exímios marcadores: Dunga e Mauro Silva. Essa atitude, questionável, foi uma resposta aos pífios resultados das últimas Copas. Rememorando essa Copa que quase não foi - uma vez que foi uma partida sem gols na final contra a Itália, decidido nos pênaltis, o time depois das Oitavas passou a ter três volantes, e apesar de jogos truncados, a mentalidade que a vitória, seja ela da forma que for, é melhor que o espetáculo tornou-se regra.

    Você cita as seleções de 1958 e 1962, e aqui não há como questionar: o futebol-arte, além de propiciar espetáculo, trouxe resultados, mas, cabe lembrar que personagens como Pelé, Garrincha, Didi e Djalma Santos não nascem em árvores, e fenômenos como eles não se repetem. Genialidade não pode ser criada, e contando com isso, nasce o guerreiro, o esportista disciplinado, que busca a superação pessoal. Há enorme diferença entre alcançar um resultado por seu talento ou, por seu esforço, por enxergar com clareza esse ponto, dou enorme valor aos ditos ‘operários’. Há quem diga que isso tem menor valor, e até entendo, já que vivemos numa terra onde o Neymar (pausa para a gargalhada) é considerado craque.

    Por essas e outras, considero o futebol pragmático superior à arte, e olha que nem fiz o chato exercício da estatística para fundamentar minha opinião, deixando a você essa função, para que, conhecendo os dados, deixe o saudosismo em segundo plano. Sobre esse assunto só tenho mais um comentário: adoro museus, História, de modo geral. Mas, na minha vida prática, aprecio os avanços tecnológicos, tenho apreço pelo futuro. Pense a respeito, depois continuamos a prosa.

    ;)
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  4. César Sampaio, histórico volante da história do Palmeiras, conta o seguinte relato: em 1999, quando o treinador Wanderley Luxemburgo passava vídeos com os gols de falta e os cruzamentos de David Beckham para os seus comandados observarem a força de seu adversário no Mundial Interclubes, ele deixou bem claro uma coisa: não havia esquema tático que desse CERTO se David Beckham não fosse anulado pela marcação alviverde naquela partida.

    A ARTE de Beckham deveria ser combatida durante aqueles 90 minutos.

    Em 1990, ano do primeiro título brasileiro do Corinthians, era visível a preocupação dos adversários com apenas uma figurinha carimbada, que batia faltas e escanteios magistralmente: Neto. Ele, o gordinho irreverente do Parque São Jorge, o Xodó da Fiel, era a única peça que desequilibrava para o Corinthians naquele time. Sem ele, o Corinthians era um time relativamente fraco e morto. O time dependia da sua principal ARTE: cobranças de falta e escanteios.

    Minha colega (não direi adversária, afinal isto para mim não é mais um debate, e sim uma conversa) afirma que em 1994 a seleção era mais pragmática do que artística. PODE ATÉ SER que a intenção de Carlos Alberto Parreira tenha sido realmente essa: criar uma seleção que jogue na retranca. Mas, poxa vida: ele tinah a ARTE de Romário, a ARTE de Bebeto, a ARTE de Zinho, a ARTE de Raí. A ARTE no mundo da bola sempre irá se impor sobre o pragmatismo. Isso é o óbvio do ulutante.

    O Corinthians deste ano de 2012 que se foi, bem como o Chelsea, fugiram à regra, definitivamente. Não havia um craque que desequilibrasse. Era pura força defensiva. Marcação dura que se tornava um contra-golpe ou a manutenção da posse de bola e que terminaria em gol.

    Mas, e se o Corinthians tivesse jogado contra o artístico Barcelona, de Lionel Messi, Xavi e Iniesta? Será que seria assim?

    E o Real Madrid, que nos últimos anos tem jogado um futebol pragmático com Mourinho (que tem feito a burrice, inclusive, de colocar Ronaldo jogando pela esquerda, sendo que o negócio dele mesmo é atuar pela ponta-direita) e só tem tomado marretadas do artístico Barcelona?

    E, se o pragmatismo se impõe sobre a arte? Porque a Itália de 1970 não ganhou da alegre Seleção Brasileira de Tostão e CIA?

    O pragmatismo obteve algumas vitórias sobre o futebol arte. Mas foram pouquíssimas. Sem contar que é um futebol feio, chato e difícil de se assistir, normalmente com poucos gols.

    E, Neymar? Ainda não é um craque, mas está no rumo para tornar-se um. Não pela Seleção brasileira. Neymar, pra mim, é jogador de clube. A amarelinha pesa pra ele. Mas acredito que o ousado topetudo pode ser um grande craque nos respectivos clubes que ele jogar.

    :-)

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  5. “... não havia esquema tático que desse CERTO se David Beckham não fosse anulado pela marcação alviverde naquela partida. A ARTE de Beckham deveria ser combatida durante aqueles 90 minutos.”

    A arte do jogador citado era dominar a bola parada, ponto, parágrafo.
    Quando penso no tipo de jogador que é o Beckham, só consigo lembrar dos catálogos das grandes marcas. É um jogador comum, envolto numa áurea de popstar, e era, em sua melhor fase, especialista em cobranças de faltas e pênaltis, portanto, na minha opinião, citá-lo como referência de futebol-arte é um despropósito.

    “O time dependia da sua principal ARTE: cobranças de falta e escanteios.” (Sobre o Neto)
    Desde quando ser bom nas cobranças de falta e escanteio pode ser considerado arte? Cobranças de faltas, escanteios e penalidades máximas são arduamente treinadas. E a isso se dá o nome de treino técnico.

    Neto, um dos mais carismáticos ídolos do Corinthians também é citado por meu adversário, como legítimo representante do futebol-arte, e mais uma vez, ele se equivoca: gosto do sujeito, especialmente pela imediata identificação com a Fiel, mas reconheço que estava mais para um boleiro do que propriamente, um atleta. Considerá-lo craque seria o mesmo que legitimar a campanha da Coca-Cola que colocava Biro-Biro como maior que Maradona. Sou corinthiana, mas sou também, racional. Essa minha afirmação demonstra que, apesar de termos em nosso elenco personagens desse quilate, o meu time era capaz de ganhar, porque o talento individual é inferior ao pragmatismo, quando este é bem aplicado.

    Até ia comentar sobre a seleção de Parreira, mas, quando leio que Zinho tinha arte, e cita Raí, que foi banco na maioria dos jogos, dá certa preguiça. Não me leve a mal, Lucas, mas acho que temos critérios muito distintos quando analisamos futebol-arte. Por exemplo, citou Netto, Zinho e Beckham, mas não mencionou por exemplo, Lionel Messi, Van Basten, Lothar Matthaeus, Luis Figo... Percebe a discrepância?
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  6. “A ARTE no mundo da bola sempre irá se impor sobre o pragmatismo”
    Mostre-me em números, estatisticamente prove-me que essa afirmação é real. Quando afirmo que o pragmatismo vence a arte, cito as Copas de 82 e 94, o campeonato de 90, e também, os últimos resultados do Corinthians.
    Você levantou a hipótese de que Barcelona poderia vencer o meu time. Talvez vencesse, talvez não, jamais saberemos. Definitivamente não trabalho com a hipótese do “se”, o fato é que o time espanhol não chegou a final. Futebol, como sabe, é uma caixinha de surpresa (velho clichê) e nem sempre dá a lógica, seja ela qual for...

    Não concordo que o pragmatismo seja responsável por um futebol feio. È um futebol de resultados, e sinceramente, penso que a maioria dos torcedores vão aos estádios torcendo por uma vitória. Um gol de placa, um toque de classe é bônus, NÃO É nunca o objetivo de uma partida.

    Neymar não consegue ser craque no Brasil e nem é só porque não domina a técnica, mas, especialmente por não ter emocional para lidar com pressão: ser um jogador diferenciado é muito mais do que ter destreza com os pés, é preciso ter cabeça, e não é para cabecear, hein? ;) Não é só amarelinha que ‘pesa’ em seus ombros, no Mundial passado ele ( e todo o time do Santos) levou um banho, e só não tive dó porque a vergonha foi maior.

    Finalizo minha participação citando um famoso grito de guerra: “ em terra de craque, quem é guerreiro é rei “ , esperando por uma nova participação de meu colega que teima em discordar do que é evidente.

    A bola é sua, Pierre! :)






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  7. Saudações.

    Mas a minha belíssima colega, que poderia com o seu vasto conhecimento futebolístico trabalhar na Bandeirantes, na Gazeta ou até mesmo na Globo, insiste em afirmar que o pragmatismo domina a arte. E, pior: citou alguns campeonatinhos para dizer isso "em números".

    Bem, eu também tenho alguns números! Ueba! *-*

    Vamos lá, enumerar e aprender, visse:

    1. Copa do Mundo de 1958: a ARTE vence o PRAGMATISMO com Pelé e Garrincha destruindo os times adversários.
    2. Copa do Mundo de 1962: a ARTE vence o PRAGMATISMO de novo com o futebol arte da seleção-brazuca.
    3. Copa do Mundo de 1986: a ARTE vence o PRAGMATISMO com Maradona dando um show e dando o bi-campeonato pra Argentina.
    4. Campeonato Brasileiro de 1990: A ARTE vence o PRAGMATISMO. Neto, com suas bolas paradas. Minha adversária cometeu o ABSURDO de afirmar que cobrança de falta é só treino. Se fosse assim, seria fácil! Não é assim! A bola parada com perfeição e maestria é um talento, é um dom. Aquela bola diferente. Que o Neto, o Marcelinho, o Zico tinha. Não é qualquer um que faz. Manda o Luan do Palmeiras treinar falta dois anos consecutivos pra ver se ele vira um Zenon da vida! :P
    5. Campeonato Paulista de 1996: A ARTE vence o PRAGMATISMO com o Palmeiras dando um show de bola em seus adversários.
    6. Campeonato Paulista/Copa do Brasil de 2010: SANTOS, SANTOS, Ô! ♫ Os meninos da vila derrubam mais uma vez o pragmatismo de minha belíssima colega. O Timão ficou pelo caminho, o Tricolor entrou na roda, o Guarani tomou de 8, o Naviraiense tomou de 10 fora o baile! Não houve pragmatismo de Corinthians e compania que parasse o Santástico naquele ano. RÁ! PS: só o meu "Verdinho" parou o Peixe, mas foi MUUUUITA sorte. :P
    7. Campeonato Espanhol/Liga dos Campeões/Copa do Rei 2010/2011: A ARTE vence o PRAGMATISMO.
    A Arte do Barcelona. De Xavi, Iniesta, Pedro. Messi. A Arte do Messi...AH! Aquela arte deixa tanta gente no vácuo e encanta multidões...e TRAZ RESULTADOS!

    Minha colega, infelizmente, tem um estilo "Felipão" de ser: ela jogaria com dois volantes, dois meias, dois atacantes.

    Quanto ao Neymar...acredito ser cedo para citar alguma coisa sobre o topetudo ainda. Tem muuuita bola pra rolar. Só vamos descobrir se ele é craque clubista ou se ele é mais um Robinho mesmo quando ele for jogar em algum clube europeu. Antes disso é difícil concluir algo.

    Au Revoir!
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  8. Eu, trabalhar na Gazeta, Globo ou Bandeirantes? Fiquei na dúvida se isso foi mesmo um elogio :p

    Voltando à vaca fria, preciso, mais uma vez corrigi-lo em alguns pontos:

    1) Citei importantes resultados e só alguém muito desesperado em ter razão classificaria o torneio nacional de 90, a última Libertadores e Mundial, bem como as Copas de 82 e 94 enquanto “campeonatinhos”. Contra fatos, não há argumentos;

    2) Na minha última participação já havia dito que em relação as Copas de 1958 e 1962 não havia mesmo o que questionar, porém, também disse que resultados como esse não como peças numa linha de montagem, portanto, esse tipo de superioridade não será mais repetida. As coisas mudaram, a começar pelo biótipo dos jogadores.

    3) Sobre a seleção da Argentina, foi de fato, um bom time. Mas, quando se vasculha a memória, a primeira imagem que vem a mente é a tal “mão de Deus”: trapaça e dissimulação em campo, se isso pode ser considerado arte, fica a critério pessoal;

    4) Ronaldo; Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Márcio, Wílson Mano e Tupãzinho; Neto (Ezequiel), Fabinho e Mauro (Paulo Sérgio) -> em 90 essa foi essa a escalação do Corinthians , com um time limitado, sagrou-se campeão. Por Socrátes, cadê a arte nesse bando de boleiros?

    5) Comparar Neto com Marcelino é um absurdo, com Zico, um descalabro!

    6) Eu não disse que cobrança de falta é só treino. O que disse foi o seguinte: cobranças de faltas, escanteios e penalidades máximas são arduamente treinadas. E a isso se dá o nome de treino técnico. E é isso mesmo, pode conferir in loco como se dá esse tipo de exercício, e lá ficará pasmo em perceber que as faltas são sim, ensaiadas. Duramente, repentinamente ensaiadas.

    7) Realmente em 1996 o Palmeiras obteve um excelente resultado: seu índice de aproveitamento foi superior a 92%, porém, nas discussões em que esse time é citado, só é considerado o futebol-arte durante a década de 60.

    8) Definitivamente não gosto do trabalho do Felipão, uma vez que minha preferência é pelo esquema tático 4-3-3.

    9) Neymar nunca será um craque. Profissionalmente já atua desde 2009 e desde então nunca apresentou um futebol fora de série. Sempre foi uma importante peça no time do Santos, mas isso, meu caro, não é um bom parâmetro.

    Mas, há aqui um comentário enaltecendo o trabalho de pesquisa de meu adversário: na minha postagem anterior, havia pedido números que comprovassem que o pragmatismo seria inferior ao futebol de espetáculo, e eis que Lucas cita Santos no ano de 2010 e Barcelona, no biênio 2010-2011. Sim, aceito esses números, mas, estatisticamente são inferiores ao que tenho defendido, portanto, apesar de ter feito um bom trabalho, seus números se mostram inferiores aos meus.

    Seu tempo está acabando, mostre-me seu poder de reação ;-)
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  9. Foi um elogio. Não rolou ironia não! IAHEIHAIUEHIAUHEAEIAUEAE

    1. Eu discordo que o torneio de 90 e as Copas de 1994 e 1982 sejam campeonatinhos. FOram campeonatos de alto nível técnico com jogadores consagrados e grandes equipes participando. Eu coloco em xeque aqui o seguinte questionamento? Se não fosse a arte do Neto em 90, o Timão teria ganhado o Brasileiro?

    Óbvio que não. Assim como em 1994 devemos muito ao conjunto de craques daquela seleção e a Itália de Paulo Rossi deve MUITO ao mesmo e sua arte pela gloriosa conquista.

    2. "esse tipo de superioridade não será mais repetida". Como assim? E o Barcelona do Léo Messi? Não é uma superioridade como os times do futebol-arte daquela época? Claro que é! Só não vê quem não quer! :P

    3. Sobre a "mão de Deus": malandragem é necessária no futebol. Já diria Roberto Carlos, quando citou a falta cavada por Rivaldo que originou em um gol brasileiro contra a Turquia em 2002.

    4. Time limitadíssimo. Mas Neto é craque e artista da bola parada. Se não fosse, Corinthians não teria passado do Galo Mineiro.

    5. Marcelinho? É um bosta! Pipoqueiro. Perdeu penalti contra o Verdão, sempre foi marrentinho e não serve pra engraxar chuteira do Neto não. Que também era marrento, mas jogava muito mais e tinha muito mais cara de Corinthians que o Marcelinho.

    6. Eu já treinei futebol. E sim, faltas são ensaiadas. mas, veja bem: quem não tem arte no pé não consegue bater falta. Tanto é que, por mais que eu ensaiasse todos os sábados no campinho do Comercial, nunca fui batedor de faltas. Nem de pandeiros.

    7. "Realmente em 1996 o Palmeiras obteve um excelente resultado: seu índice de aproveitamento foi superior a 92%, porém, nas discussões em que esse time é citado, só é considerado o futebol-arte durante a década de 60." - WTF? Não entendi, sério.

    8. Eu também não gosto do Felipão. Técnico marrento, enferrujado e que vai fuder com a Seleção. Porra, o cara rebaixou o Palmeiras e colocam o cara pra treinar os brazucas? Absurdo. Tinha que ter vindo o Guardiola.

    9. Eu acredito que seja cedo para dizermos se Neymar será um craque ou não. Ele tem jogado o fino da bola e deixado os adversários batendo o pé. Os críticos, como minha colega, idem. Aguardemos a ida do garoto para a Europa, aí poderemos dizer se ele é um craque ou um novo Robinho.
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  10. “O futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes” – por considerar verdadeira essa afirmação, fico, mais uma vez, decepcionada com mais essa participação do meu oponente: futebol é um tema que ele diz gostar e entender, mas suas respostas preguiçosas e sem o filtro da imparcialidade me traz desgosto em continuar a conversa. Por respeito ao meu tempo, serei econômica nessa que será minha última participação, e após ela, deixo a critério do Lucas e da Moderação a abertura para a votação:

    1.) Não fui eu a cometer a sandice de afirmar que o torneio de 90 e as Copas de 82 e 94 foram campeonatos menores. Isso foi uma fala sua, em sua displicente réplica, releia e verá;
    2.) Como disse, não trabalho com a hipótese do “se”, portanto, para mim é impossível supor um resultado de um jogo sem a participação de um determinado jogador. Porém, entendo que futebol é um esporte coletivo, e por isso, é natural acreditar que o sucesso de um campeonato se deve a mais do que a superioridade de um membro em uma determinada partida. Se fosse assim, a escalação de onze jogadores poderia ser facilmente substituída por um ou outro jogador que “ desequilibrasse”;
    3.) Definitivamente ser um bom cobrador de faltas não entra no mérito da genialidade. È treino, é mira. Ser especialista em finalizações é resultado de treino, e entenda isso não é nenhum demérito, muito pelo contrário, porém, é preciso dar nome aos bois.
    4.) È exatamente assim mesmo: aquele tipo de superioridade não será repetida. Como é fácil de comprovar que um time como Barcelona não chegou às finais do último Mundial.
    5.) A malandragem não é necessária no esporte, e isso inclui o futebol. È antijogo.
    6.) Engraçado afirmar que o Marcelino é um “bosta e pipoqueiro”, sendo que sua última análise o colocou no mesmo patamar de Zico.
    7.) Você nunca foi um atleta do esporte, foi, no máximo, um boleiro de fim de semana. Se fosse profissional, saberia que o treino tático é repetitivo e diário. Os fundamentos são ensaiados antes e depois da bola girar.
    8.) Se não entende a própria história do seu time, só tenho a lamentar. Pesquise a década de 60, leia artigos confrontando esquemas táticos e depois faça suas próprias conclusões.
    9.) Não gosto do Felipão, mas eu gostei menos ainda da forma que se deu esse debate, inclusive com palavras chulas, que, sinceramente estariam adequadas num estádio, não numa troca amistosa de idéias.
    10.) Neymar não é craque. Nunca será. Mas vá ver que tenho um nível de exigência superior ao seu, vá saber...


    Com isso, finalizo minha participação.

10 comentários:

  1. Em 1970, quando a Seleção Brasileira de Futebol Masculino fez a bola rodar de pé em pé, com direito a caneta, ole e rolinho ate chegar ao gol de Carlos Alberto contra a Italia em uma partida que terminou com o placar de 4 a 1 para os brasileiros, foi provada a temeridade e a importancia do futebol-arte dentro da sociedade.

    Multidoes pararam as ruas, a temeridade verde-e-amarela dominou o cenario nacional e fez com que inimigos se tornassem amigos, maridos reconciliassem com suas esposas e que o periodo de censura e medo por conta do Regime Militar fosse deixado de lado.

    Em 1982, outra desmonstraçao de futebol-arte protagonizado por nossa seleçao: Falcao, Zico, Socrates e CIA limitada encantaram o mundo com seu entrosamento de primeira classe. O mundo todo parou para ver a Seleçao Brasileira de 1982 jogar aquela Copa. Nem mesmo a campea, A Italia, foi tao lembrada como esta seleçao: se fala em Copa da Espanha de 82, se lembra de Brasil.

    Em 1994, conquistamos o tetra. Alguns dizem que a Seleçao jogava o futebol-pragmatico ja neste ano: eu nao concordo. Como podemos chamar de pragmatica uma seleçao que tinha Romario e Bebeto no ataque? Zinho pela meia? Rai sendo uma opçao no segundo tempo? Branco e seus foguetes pelo lado esquerdo?

    Vamos voltar outra vez ao tempo: 1958 e 1962. A seleçao tinha Pele e Garrincha juntos e encantava o mundo. Porque? ARTE. Simplesmente. As pessoas procuravam ir aos estadios de futebol apenas para ver esta dupla jogar. Era uma dupla que encantava.

    Recentemente, em 2006 ou 2007, se nao me engano, o brasil foi jogar contra o Haiti, no HAITI. Um pais em guerra parou a guerra para ver a seleçao brasileira de futebol demonstrar toda a sua arte e talento.

    Hoje, temos jogado um futebol pragmatico. Neymar, pelo que dizem as linguas, e o tal cara que foge a exceçao. Pra mim, ele so foge a regra no Santos. Fora dele e como qualquer outro.

    Este futebol pragmatico tem feito as pessoas torcerem mais para seus proprios times do que para a Seleçao Brasileira.

    Pragmatismo me lembra o jogo feio dos ingleses, cheio de bolas aereas. Ou mesmo a forma italiana de se jogar: priorizando mais a defesa do que propriamente o ataque.

    Ja diria algum sabio por ai: "a melhor defesa e o ataque". E nada melhor do que atacar fazendo arte. Nao ha esquema tatico que aguente ou segure. Ou resista.


    Diante disso, espero as consideraçoes de meu adversario, seja ele qual for. E se ele existir.

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  2. Como ficou claro, a primeira participação de meu oponente se deu de forma apaixonada, como é uma característica da maioria dos apreciadores desse esporte, mas, como a paixão, sua defesa não combina com lógica ou racionalidade, porque, no fim das contas, o que vale é o caneco, como não foi o caso da nossa Seleção na Copa de 82. O que ficou registrado é que, apesar de contar com um elenco fantástico (Sócrates, Valdir Peres, Oscar, Falcão, Luizinho, Júnior Zico e Èder), muitos recém-campeões da Libertadores e Mundial , fomos eliminados por um time até então apagado, que vinha de três jogos bem abaixo da média, mas esse ‘detalhe’ a história esqueceu, porque, como disse anteriormente, o que vale é o resultado final, onde deu Azurra tricampeã, “ o resto é perfumaria”.

    O futebol pragmático busca a eficiência e eficácia, como resultado, podemos citar o atual campeão das Libertadores e Mundial, Corinthians, que seguiu a risca o que exigia o treinador. O pragmatismo é uma escolha de riscos calculados, é ação de alguém estudioso e conhecedor das potencialidades de seu time, mas é além disso: é uma tática de quem entende que futebol é um esporte coletivo e que os jogadores são engrenagens, por isso, a importância de se valorizar o trabalho em equipe, invés de contar com um hipotético momento brilhante de um determinado jogador.

    A eficiência supera o show. Ninguém consegue esquecer o famoso Carrossel Holandês da década de 70, ou a campeã-moral de 82, mas, casos assim, são cada mais raros, que servem de inspiração e nada mais. Futebol é um esporte de milhões e por isso, a busca por resultados é o caminho natural, ou você acredita que há NO MUNDO outra torcida (que não a Fiel) que não viva de títulos? ;)

    “Em 1994, conquistamos o tetra. Alguns dizem que a Seleção jogava o futebol-pragmático já neste ano: eu não concordo. Como podemos chamar de pragmática uma seleção que tinha Romário e Bebeto no ataque? Zinho pela meia? Raí sendo uma opção no segundo tempo? Branco e seus foguetes pelo lado esquerdo?”

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  3. Não concordar é um direito seu, mas, atenham-se aos fatos, e não naquilo que a grande maioria aprendeu ouvindo a narração tendenciosa, ufanista e bairrista de sujeitos como Galvão Bueno. Primeiro, Romário só foi convocado por conta da pressão popular, Zinho atuou como meia-armador, que tinha como função fechar espaço pelos lados, acompanhando os laterais adversários. E foi por isso que Raí foi para o banco, uma vez que era meio-atacante, que nesse esquema, ficava deslocado. Realmente o gol de falta que Branco marcou foi responsável pela nossa ida ás semifinais, porém, é importante lembrar que ele não era o titular.

    Portanto, é um completo absurdo se ter alguma dúvida sobre o esquema tático de Parreira em 94: fundamentalmente defensivo e retranqueiro, que seguia o monótono (e funcional) desenho de duas linhas de quatro, com dois volantes, estes, exímios marcadores: Dunga e Mauro Silva. Essa atitude, questionável, foi uma resposta aos pífios resultados das últimas Copas. Rememorando essa Copa que quase não foi - uma vez que foi uma partida sem gols na final contra a Itália, decidido nos pênaltis, o time depois das Oitavas passou a ter três volantes, e apesar de jogos truncados, a mentalidade que a vitória, seja ela da forma que for, é melhor que o espetáculo tornou-se regra.

    Você cita as seleções de 1958 e 1962, e aqui não há como questionar: o futebol-arte, além de propiciar espetáculo, trouxe resultados, mas, cabe lembrar que personagens como Pelé, Garrincha, Didi e Djalma Santos não nascem em árvores, e fenômenos como eles não se repetem. Genialidade não pode ser criada, e contando com isso, nasce o guerreiro, o esportista disciplinado, que busca a superação pessoal. Há enorme diferença entre alcançar um resultado por seu talento ou, por seu esforço, por enxergar com clareza esse ponto, dou enorme valor aos ditos ‘operários’. Há quem diga que isso tem menor valor, e até entendo, já que vivemos numa terra onde o Neymar (pausa para a gargalhada) é considerado craque.

    Por essas e outras, considero o futebol pragmático superior à arte, e olha que nem fiz o chato exercício da estatística para fundamentar minha opinião, deixando a você essa função, para que, conhecendo os dados, deixe o saudosismo em segundo plano. Sobre esse assunto só tenho mais um comentário: adoro museus, História, de modo geral. Mas, na minha vida prática, aprecio os avanços tecnológicos, tenho apreço pelo futuro. Pense a respeito, depois continuamos a prosa.

    ;)

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  4. César Sampaio, histórico volante da história do Palmeiras, conta o seguinte relato: em 1999, quando o treinador Wanderley Luxemburgo passava vídeos com os gols de falta e os cruzamentos de David Beckham para os seus comandados observarem a força de seu adversário no Mundial Interclubes, ele deixou bem claro uma coisa: não havia esquema tático que desse CERTO se David Beckham não fosse anulado pela marcação alviverde naquela partida.

    A ARTE de Beckham deveria ser combatida durante aqueles 90 minutos.

    Em 1990, ano do primeiro título brasileiro do Corinthians, era visível a preocupação dos adversários com apenas uma figurinha carimbada, que batia faltas e escanteios magistralmente: Neto. Ele, o gordinho irreverente do Parque São Jorge, o Xodó da Fiel, era a única peça que desequilibrava para o Corinthians naquele time. Sem ele, o Corinthians era um time relativamente fraco e morto. O time dependia da sua principal ARTE: cobranças de falta e escanteios.

    Minha colega (não direi adversária, afinal isto para mim não é mais um debate, e sim uma conversa) afirma que em 1994 a seleção era mais pragmática do que artística. PODE ATÉ SER que a intenção de Carlos Alberto Parreira tenha sido realmente essa: criar uma seleção que jogue na retranca. Mas, poxa vida: ele tinah a ARTE de Romário, a ARTE de Bebeto, a ARTE de Zinho, a ARTE de Raí. A ARTE no mundo da bola sempre irá se impor sobre o pragmatismo. Isso é o óbvio do ulutante.

    O Corinthians deste ano de 2012 que se foi, bem como o Chelsea, fugiram à regra, definitivamente. Não havia um craque que desequilibrasse. Era pura força defensiva. Marcação dura que se tornava um contra-golpe ou a manutenção da posse de bola e que terminaria em gol.

    Mas, e se o Corinthians tivesse jogado contra o artístico Barcelona, de Lionel Messi, Xavi e Iniesta? Será que seria assim?

    E o Real Madrid, que nos últimos anos tem jogado um futebol pragmático com Mourinho (que tem feito a burrice, inclusive, de colocar Ronaldo jogando pela esquerda, sendo que o negócio dele mesmo é atuar pela ponta-direita) e só tem tomado marretadas do artístico Barcelona?

    E, se o pragmatismo se impõe sobre a arte? Porque a Itália de 1970 não ganhou da alegre Seleção Brasileira de Tostão e CIA?

    O pragmatismo obteve algumas vitórias sobre o futebol arte. Mas foram pouquíssimas. Sem contar que é um futebol feio, chato e difícil de se assistir, normalmente com poucos gols.

    E, Neymar? Ainda não é um craque, mas está no rumo para tornar-se um. Não pela Seleção brasileira. Neymar, pra mim, é jogador de clube. A amarelinha pesa pra ele. Mas acredito que o ousado topetudo pode ser um grande craque nos respectivos clubes que ele jogar.

    :-)


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  5. “... não havia esquema tático que desse CERTO se David Beckham não fosse anulado pela marcação alviverde naquela partida. A ARTE de Beckham deveria ser combatida durante aqueles 90 minutos.”

    A arte do jogador citado era dominar a bola parada, ponto, parágrafo.
    Quando penso no tipo de jogador que é o Beckham, só consigo lembrar dos catálogos das grandes marcas. É um jogador comum, envolto numa áurea de popstar, e era, em sua melhor fase, especialista em cobranças de faltas e pênaltis, portanto, na minha opinião, citá-lo como referência de futebol-arte é um despropósito.

    “O time dependia da sua principal ARTE: cobranças de falta e escanteios.” (Sobre o Neto)
    Desde quando ser bom nas cobranças de falta e escanteio pode ser considerado arte? Cobranças de faltas, escanteios e penalidades máximas são arduamente treinadas. E a isso se dá o nome de treino técnico.

    Neto, um dos mais carismáticos ídolos do Corinthians também é citado por meu adversário, como legítimo representante do futebol-arte, e mais uma vez, ele se equivoca: gosto do sujeito, especialmente pela imediata identificação com a Fiel, mas reconheço que estava mais para um boleiro do que propriamente, um atleta. Considerá-lo craque seria o mesmo que legitimar a campanha da Coca-Cola que colocava Biro-Biro como maior que Maradona. Sou corinthiana, mas sou também, racional. Essa minha afirmação demonstra que, apesar de termos em nosso elenco personagens desse quilate, o meu time era capaz de ganhar, porque o talento individual é inferior ao pragmatismo, quando este é bem aplicado.

    Até ia comentar sobre a seleção de Parreira, mas, quando leio que Zinho tinha arte, e cita Raí, que foi banco na maioria dos jogos, dá certa preguiça. Não me leve a mal, Lucas, mas acho que temos critérios muito distintos quando analisamos futebol-arte. Por exemplo, citou Netto, Zinho e Beckham, mas não mencionou por exemplo, Lionel Messi, Van Basten, Lothar Matthaeus, Luis Figo... Percebe a discrepância?

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  6. “A ARTE no mundo da bola sempre irá se impor sobre o pragmatismo”
    Mostre-me em números, estatisticamente prove-me que essa afirmação é real. Quando afirmo que o pragmatismo vence a arte, cito as Copas de 82 e 94, o campeonato de 90, e também, os últimos resultados do Corinthians.
    Você levantou a hipótese de que Barcelona poderia vencer o meu time. Talvez vencesse, talvez não, jamais saberemos. Definitivamente não trabalho com a hipótese do “se”, o fato é que o time espanhol não chegou a final. Futebol, como sabe, é uma caixinha de surpresa (velho clichê) e nem sempre dá a lógica, seja ela qual for...

    Não concordo que o pragmatismo seja responsável por um futebol feio. È um futebol de resultados, e sinceramente, penso que a maioria dos torcedores vão aos estádios torcendo por uma vitória. Um gol de placa, um toque de classe é bônus, NÃO É nunca o objetivo de uma partida.

    Neymar não consegue ser craque no Brasil e nem é só porque não domina a técnica, mas, especialmente por não ter emocional para lidar com pressão: ser um jogador diferenciado é muito mais do que ter destreza com os pés, é preciso ter cabeça, e não é para cabecear, hein? ;) Não é só amarelinha que ‘pesa’ em seus ombros, no Mundial passado ele ( e todo o time do Santos) levou um banho, e só não tive dó porque a vergonha foi maior.

    Finalizo minha participação citando um famoso grito de guerra: “ em terra de craque, quem é guerreiro é rei “ , esperando por uma nova participação de meu colega que teima em discordar do que é evidente.

    A bola é sua, Pierre! :)







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  7. Saudações.

    Mas a minha belíssima colega, que poderia com o seu vasto conhecimento futebolístico trabalhar na Bandeirantes, na Gazeta ou até mesmo na Globo, insiste em afirmar que o pragmatismo domina a arte. E, pior: citou alguns campeonatinhos para dizer isso "em números".

    Bem, eu também tenho alguns números! Ueba! *-*

    Vamos lá, enumerar e aprender, visse:

    1. Copa do Mundo de 1958: a ARTE vence o PRAGMATISMO com Pelé e Garrincha destruindo os times adversários.
    2. Copa do Mundo de 1962: a ARTE vence o PRAGMATISMO de novo com o futebol arte da seleção-brazuca.
    3. Copa do Mundo de 1986: a ARTE vence o PRAGMATISMO com Maradona dando um show e dando o bi-campeonato pra Argentina.
    4. Campeonato Brasileiro de 1990: A ARTE vence o PRAGMATISMO. Neto, com suas bolas paradas. Minha adversária cometeu o ABSURDO de afirmar que cobrança de falta é só treino. Se fosse assim, seria fácil! Não é assim! A bola parada com perfeição e maestria é um talento, é um dom. Aquela bola diferente. Que o Neto, o Marcelinho, o Zico tinha. Não é qualquer um que faz. Manda o Luan do Palmeiras treinar falta dois anos consecutivos pra ver se ele vira um Zenon da vida! :P
    5. Campeonato Paulista de 1996: A ARTE vence o PRAGMATISMO com o Palmeiras dando um show de bola em seus adversários.
    6. Campeonato Paulista/Copa do Brasil de 2010: SANTOS, SANTOS, Ô! ♫ Os meninos da vila derrubam mais uma vez o pragmatismo de minha belíssima colega. O Timão ficou pelo caminho, o Tricolor entrou na roda, o Guarani tomou de 8, o Naviraiense tomou de 10 fora o baile! Não houve pragmatismo de Corinthians e compania que parasse o Santástico naquele ano. RÁ! PS: só o meu "Verdinho" parou o Peixe, mas foi MUUUUITA sorte. :P
    7. Campeonato Espanhol/Liga dos Campeões/Copa do Rei 2010/2011: A ARTE vence o PRAGMATISMO.
    A Arte do Barcelona. De Xavi, Iniesta, Pedro. Messi. A Arte do Messi...AH! Aquela arte deixa tanta gente no vácuo e encanta multidões...e TRAZ RESULTADOS!

    Minha colega, infelizmente, tem um estilo "Felipão" de ser: ela jogaria com dois volantes, dois meias, dois atacantes.

    Quanto ao Neymar...acredito ser cedo para citar alguma coisa sobre o topetudo ainda. Tem muuuita bola pra rolar. Só vamos descobrir se ele é craque clubista ou se ele é mais um Robinho mesmo quando ele for jogar em algum clube europeu. Antes disso é difícil concluir algo.

    Au Revoir!

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  8. Eu, trabalhar na Gazeta, Globo ou Bandeirantes? Fiquei na dúvida se isso foi mesmo um elogio :p

    Voltando à vaca fria, preciso, mais uma vez corrigi-lo em alguns pontos:

    1) Citei importantes resultados e só alguém muito desesperado em ter razão classificaria o torneio nacional de 90, a última Libertadores e Mundial, bem como as Copas de 82 e 94 enquanto “campeonatinhos”. Contra fatos, não há argumentos;

    2) Na minha última participação já havia dito que em relação as Copas de 1958 e 1962 não havia mesmo o que questionar, porém, também disse que resultados como esse não como peças numa linha de montagem, portanto, esse tipo de superioridade não será mais repetida. As coisas mudaram, a começar pelo biótipo dos jogadores.

    3) Sobre a seleção da Argentina, foi de fato, um bom time. Mas, quando se vasculha a memória, a primeira imagem que vem a mente é a tal “mão de Deus”: trapaça e dissimulação em campo, se isso pode ser considerado arte, fica a critério pessoal;

    4) Ronaldo; Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Márcio, Wílson Mano e Tupãzinho; Neto (Ezequiel), Fabinho e Mauro (Paulo Sérgio) -> em 90 essa foi essa a escalação do Corinthians , com um time limitado, sagrou-se campeão. Por Socrátes, cadê a arte nesse bando de boleiros?

    5) Comparar Neto com Marcelino é um absurdo, com Zico, um descalabro!

    6) Eu não disse que cobrança de falta é só treino. O que disse foi o seguinte: cobranças de faltas, escanteios e penalidades máximas são arduamente treinadas. E a isso se dá o nome de treino técnico. E é isso mesmo, pode conferir in loco como se dá esse tipo de exercício, e lá ficará pasmo em perceber que as faltas são sim, ensaiadas. Duramente, repentinamente ensaiadas.

    7) Realmente em 1996 o Palmeiras obteve um excelente resultado: seu índice de aproveitamento foi superior a 92%, porém, nas discussões em que esse time é citado, só é considerado o futebol-arte durante a década de 60.

    8) Definitivamente não gosto do trabalho do Felipão, uma vez que minha preferência é pelo esquema tático 4-3-3.

    9) Neymar nunca será um craque. Profissionalmente já atua desde 2009 e desde então nunca apresentou um futebol fora de série. Sempre foi uma importante peça no time do Santos, mas isso, meu caro, não é um bom parâmetro.

    Mas, há aqui um comentário enaltecendo o trabalho de pesquisa de meu adversário: na minha postagem anterior, havia pedido números que comprovassem que o pragmatismo seria inferior ao futebol de espetáculo, e eis que Lucas cita Santos no ano de 2010 e Barcelona, no biênio 2010-2011. Sim, aceito esses números, mas, estatisticamente são inferiores ao que tenho defendido, portanto, apesar de ter feito um bom trabalho, seus números se mostram inferiores aos meus.

    Seu tempo está acabando, mostre-me seu poder de reação ;-)

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  9. Foi um elogio. Não rolou ironia não! IAHEIHAIUEHIAUHEAEIAUEAE

    1. Eu discordo que o torneio de 90 e as Copas de 1994 e 1982 sejam campeonatinhos. FOram campeonatos de alto nível técnico com jogadores consagrados e grandes equipes participando. Eu coloco em xeque aqui o seguinte questionamento? Se não fosse a arte do Neto em 90, o Timão teria ganhado o Brasileiro?

    Óbvio que não. Assim como em 1994 devemos muito ao conjunto de craques daquela seleção e a Itália de Paulo Rossi deve MUITO ao mesmo e sua arte pela gloriosa conquista.

    2. "esse tipo de superioridade não será mais repetida". Como assim? E o Barcelona do Léo Messi? Não é uma superioridade como os times do futebol-arte daquela época? Claro que é! Só não vê quem não quer! :P

    3. Sobre a "mão de Deus": malandragem é necessária no futebol. Já diria Roberto Carlos, quando citou a falta cavada por Rivaldo que originou em um gol brasileiro contra a Turquia em 2002.

    4. Time limitadíssimo. Mas Neto é craque e artista da bola parada. Se não fosse, Corinthians não teria passado do Galo Mineiro.

    5. Marcelinho? É um bosta! Pipoqueiro. Perdeu penalti contra o Verdão, sempre foi marrentinho e não serve pra engraxar chuteira do Neto não. Que também era marrento, mas jogava muito mais e tinha muito mais cara de Corinthians que o Marcelinho.

    6. Eu já treinei futebol. E sim, faltas são ensaiadas. mas, veja bem: quem não tem arte no pé não consegue bater falta. Tanto é que, por mais que eu ensaiasse todos os sábados no campinho do Comercial, nunca fui batedor de faltas. Nem de pandeiros.

    7. "Realmente em 1996 o Palmeiras obteve um excelente resultado: seu índice de aproveitamento foi superior a 92%, porém, nas discussões em que esse time é citado, só é considerado o futebol-arte durante a década de 60." - WTF? Não entendi, sério.

    8. Eu também não gosto do Felipão. Técnico marrento, enferrujado e que vai fuder com a Seleção. Porra, o cara rebaixou o Palmeiras e colocam o cara pra treinar os brazucas? Absurdo. Tinha que ter vindo o Guardiola.

    9. Eu acredito que seja cedo para dizermos se Neymar será um craque ou não. Ele tem jogado o fino da bola e deixado os adversários batendo o pé. Os críticos, como minha colega, idem. Aguardemos a ida do garoto para a Europa, aí poderemos dizer se ele é um craque ou um novo Robinho.

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  10. “O futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes” – por considerar verdadeira essa afirmação, fico, mais uma vez, decepcionada com mais essa participação do meu oponente: futebol é um tema que ele diz gostar e entender, mas suas respostas preguiçosas e sem o filtro da imparcialidade me traz desgosto em continuar a conversa. Por respeito ao meu tempo, serei econômica nessa que será minha última participação, e após ela, deixo a critério do Lucas e da Moderação a abertura para a votação:

    1.) Não fui eu a cometer a sandice de afirmar que o torneio de 90 e as Copas de 82 e 94 foram campeonatos menores. Isso foi uma fala sua, em sua displicente réplica, releia e verá;
    2.) Como disse, não trabalho com a hipótese do “se”, portanto, para mim é impossível supor um resultado de um jogo sem a participação de um determinado jogador. Porém, entendo que futebol é um esporte coletivo, e por isso, é natural acreditar que o sucesso de um campeonato se deve a mais do que a superioridade de um membro em uma determinada partida. Se fosse assim, a escalação de onze jogadores poderia ser facilmente substituída por um ou outro jogador que “ desequilibrasse”;
    3.) Definitivamente ser um bom cobrador de faltas não entra no mérito da genialidade. È treino, é mira. Ser especialista em finalizações é resultado de treino, e entenda isso não é nenhum demérito, muito pelo contrário, porém, é preciso dar nome aos bois.
    4.) È exatamente assim mesmo: aquele tipo de superioridade não será repetida. Como é fácil de comprovar que um time como Barcelona não chegou às finais do último Mundial.
    5.) A malandragem não é necessária no esporte, e isso inclui o futebol. È antijogo.
    6.) Engraçado afirmar que o Marcelino é um “bosta e pipoqueiro”, sendo que sua última análise o colocou no mesmo patamar de Zico.
    7.) Você nunca foi um atleta do esporte, foi, no máximo, um boleiro de fim de semana. Se fosse profissional, saberia que o treino tático é repetitivo e diário. Os fundamentos são ensaiados antes e depois da bola girar.
    8.) Se não entende a própria história do seu time, só tenho a lamentar. Pesquise a década de 60, leia artigos confrontando esquemas táticos e depois faça suas próprias conclusões.
    9.) Não gosto do Felipão, mas eu gostei menos ainda da forma que se deu esse debate, inclusive com palavras chulas, que, sinceramente estariam adequadas num estádio, não numa troca amistosa de idéias.
    10.) Neymar não é craque. Nunca será. Mas vá ver que tenho um nível de exigência superior ao seu, vá saber...


    Com isso, finalizo minha participação.

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