quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Adalto S. Moreira X Roger D'André - Influência da comunicação oral no comportamento e nas reações humanas.


  1. Primeiro gostaria de agradecer a oportunidade de um debate e de participar de um campeonato em um grupo tão interessante. E parabenizo a organização do grupo pela ideia de Duelos Retóricos pois nunca encontrei na internet nada parecido.

    Agora vamos ao tema de debate que é a influência da comunicação oral nas relações humanas, por assim dizer. Comecei a estudar psicologia há pouco tempo mas a área da comunicação foi a que mais me interessou desde o começo por que aborda questões importantes dentro da sociedade e trabalha na área das relações humanas que é uma parte complexa das ciências humanas que não chegou a ser devidamente valorizada.

    A comunicação oral é muito mais complicada e também é muito mais eficiente do que a escrita quando bem usada. Discursos políticos e palestras por exemplo reúnem vários artifícios da oratória que geralmente atingem em cheio o alvo. Só que isso é uma comunicação trabalhada e arquitetada, o que é bem diferente da comunicação normal e cotidiana com a qual estamos acostumados.

    Um exemplo que utilizo é o local de trabalho. Este é o lugar onde existe maior conflito de interesses e onde geralmente qualquer falha na comunicação pode ser crucial para o desenvolvimento da função ou mesmo para desestabilizar o emocional das pessoas. Um chefe que grita muito com os funcionários ainda que tenha razão de fazer conquista antipatia e a longo prazo provavelmente sofrerá sabotagem por parte dos subalternos. O funcionário inteligente que fala demais geralmente é demitido mais cedo por que oferece riscos à estabilidade do ambiente. Em geral os líderes não gostam de disputar sua liderança com outros funcionários então vêem como uma ameaça qualquer formador de opinião.

    Fora do trabalho temos o ambiente familiar onde ocorrem brigas cotidianas pelos mais diversos motivos e geralmente motivos infames, como farelo no sofá da sala ou o filho que não arruma o quarto.

    O que penso a respeito disso é que tudo ocorre devido a falha na comunicação, pois em geral as pessoas que convivem em família ou mesmo em ambiente de trabalho se acostumam umas com as outras e por vezes até se gostam. As discussões ocorrem sempre por falha na comunicação. Se a mãe que pede ao filho para arrumar a cama fizesse uma abordagem diferente obteria resposta diferente do seu filho. Se o líder da equipe no trabalho desse estímulos diferentes teria respostas diferentes de seus liderados.

    Essa é minha introdução ao tema, não quero me aprofundar muito para dar espaço ao meu adversário e deixá-lo dizer tudo o que pensa. Encerro minha introdução por aqui.
    ResponderExcluir
  2. Bem, vamos lá.

    Achei que o Adalto fez uma abordagem interessante sobre a questão. Porém, acho também que ele poderia ter-se aprofundado um pouco mais no assunto. Mas, seguindo sua linha de raciocínio, apesar de concordar com ele quando diz que boa parte dos conflitos ocorre por falha de comunicação, discordo da forma como ele vê as questões.

    Dizer que um líder não gosta de disputar sua liderança com os formadores de opinião, por exemplo, é uma visão muito unilateral. Isso vai depender do contexto e também vai depender do estilo de quem está liderando. De fato, não é interessante ter um formador de opinião em meio a operadores de máquina em uma fábrica, por que neste ambiente o objetivo é a produção direta e não o desenvolvimento. Porém, se na mesma empresa houver um escritório onde sejam traçados os planos de gestão e investimento, por exemplo, um formador de opinião pode ser uma peça fundamental.

    E isso, como disse, também depende de qual é o estilo de liderança. Se o lider for mesmo bom no que faz, ele saberá usar qualquer talento sempre em seu favor e em prol da equipe. É como diz Sun Tzu em "A Arte da Guerra". O bom comandante, lider, chefe, etc., é aquele que aproveita todos os talentos que tem a seu dispor em seu próprio favor para alcançar o objetivo. E no trabalho, há funções pensantes e funções operacionais. Existe aquele que planeja e aquele que executa. É assim que funciona.

    A grande questão é que no ambiente de trabalho um bom líder também saberá ouvir os seus liderados e dar a eles o conforto necessário para manter a ordem e o progresso de uma equipe. Enquanto o mau líder fará o contrário, dará ordens e exigirá apenas que seus liderados façam o que ele manda. A falha na comunicação só acontece quando uma das partes não está devidamente interessada em entender a outra, essa é a questão.

    Agora, no ambiente familiar a coisa muda de figura. Em casa, vivemos com pessoas por meses, anos, às vezes a vida inteira. Conhecemos as suas intimidades, conhecemos seus gostos, suas manias, etc. E a grande verdade que se aprende com o tempo é que nós, seres humanos, brigamos muito mais com aqueles com quem convivemos. Quanto mais próximos formos de alguém, maiores serão as chances de discutirmos com esta pessoa. Afinal, assim é a convivência. Às vezes estamos de mau humor, às vezes com pressa, às vezes não queremos falar com ninguém. A outra pessoa não tem bola de cristal e não sabe o que estamos pensando ou sentindo, e ela também tem os próprio problemas, os próprios sentimentos, os próprios pensamentos. Assim, não creio que no ambiente familiar a falha na comunicação seja realmente o fator chave das brigas e discussões. Acho que no fim das contas as pessoas acabam brigando em família devido ao conflito de interesses, divergências de pensamento, etc.

    É natural que os pais tenham a ideia de que sabem mais do que os filhos, mesmo que não saibam. É normal que eles queiram ensinar seus filhos a fazerem aquilo que eles acham correto. E também é normal que eles passem dos limites e não respeitem a privacidade dos filhos ou simplesmente encrenquem com coisas insignificantes, pois é um instinto de proteção. Mas o que eu penso mesmo é que as brigas no ambiente familiar ocorrem na maior parte das vezes por que um não respeita o espaço do outro e também por que um quer exigir que o outro faça aquilo que ele acha ideal.

    Assim, eu diferencio o ambiente de trabalho do ambiente familiar. Para mim são dois mundos diferentes.
    ResponderExcluir
  3. Legal suas considerações Roger D'André e fico grato que tenha respondido. Peço desulpas também pela demora que tive pra responder mas realmente não foi intencional.

    O que eu achei é que você entende mesmo do assunto e conhece mais profundamente do que eu a questão só que também acho que você não entendeu muito bem aquilo que eu propus com o tema. O que vejo é que aquilo que dizemos e a forma como dizemos exerce influência direta e é responsável pela qualidade das nossas relações interpessoais. Vejo que isso influencia mais do que as nossas intenções ao dizer alguma coisa. Ninguém tem como saber o que a gente está pensando e por isso ao nos comunicarmos precisamos ser claros e a maneira como nos dirigimos para as pessoas pode fazer toda a diferença no resultado final.

    A oratória é importante mas normalmente vemos ela ser usada de forma errada ou por motivos errados. A comunicação boa deveria ser prioridade nas atuações dos governos e também nos ambientes de trabalho. Esta é a minha opinião.
    ResponderExcluir
  4. Bom, vou ser sincero em te dizer, caro Adalto, que sua réplica me decepcionou muito. Você levou dias para escrever e quando fez, escreveu um bilhetinho! Além disso sua abordagem está bem rasa, o que é impertinente.

    Mas, analisando o pouco que disse, tenho a responder o seguinte:

    - A oratória é usada por pessoas, estas pessoas podem usar para qualquer finalidade, seja ela boa ou ruim. A questão é que é uma ferramenta.

    - A prioridade em um governo e em uma empresa é lucrar. O governo, no caso, faz isso erroneamente. A empresa faz por que é para isso que as pessoas criam uma empresa - para ganhar grana.

    Acontece que a empresa assim como o governo são instituições comandadas por pessoas, e o ser humano é ganancioso, sempre quer mais. Por isso acaba sobrepujando a qualidade da comunicação pela velocidade no cumprimento de ordens. As pessoas que recebem ordens se acostumam a não questioná-las, ainda que não as tenham entendido, por que na verdade quem dá as ordens também não quer ser questionado.

    Outro ponto importante é que as pessoas, durante o trabalho, se tornam inconscientes de seus atos. Quem faz as mesmas tarefas todos os dias, com tempo passa a fazer de forma robótica, sem prestar a devida atenção. A boa comunicação novamente fica sobrepujada, pois as pessoas envolvidas começam a agir mecanicamente.

    Mas, caro Adalto, sua réplica me desanimou tanto que eu me recuso a prosseguir com este debate. Vou pedir então que abram a enquete e o resultado será o que o público preferir.

    Grato!

4 comentários:

  1. Primeiro gostaria de agradecer a oportunidade de um debate e de participar de um campeonato em um grupo tão interessante. E parabenizo a organização do grupo pela ideia de Duelos Retóricos pois nunca encontrei na internet nada parecido.

    Agora vamos ao tema de debate que é a influência da comunicação oral nas relações humanas, por assim dizer. Comecei a estudar psicologia há pouco tempo mas a área da comunicação foi a que mais me interessou desde o começo por que aborda questões importantes dentro da sociedade e trabalha na área das relações humanas que é uma parte complexa das ciências humanas que não chegou a ser devidamente valorizada.

    A comunicação oral é muito mais complicada e também é muito mais eficiente do que a escrita quando bem usada. Discursos políticos e palestras por exemplo reúnem vários artifícios da oratória que geralmente atingem em cheio o alvo. Só que isso é uma comunicação trabalhada e arquitetada, o que é bem diferente da comunicação normal e cotidiana com a qual estamos acostumados.

    Um exemplo que utilizo é o local de trabalho. Este é o lugar onde existe maior conflito de interesses e onde geralmente qualquer falha na comunicação pode ser crucial para o desenvolvimento da função ou mesmo para desestabilizar o emocional das pessoas. Um chefe que grita muito com os funcionários ainda que tenha razão de fazer conquista antipatia e a longo prazo provavelmente sofrerá sabotagem por parte dos subalternos. O funcionário inteligente que fala demais geralmente é demitido mais cedo por que oferece riscos à estabilidade do ambiente. Em geral os líderes não gostam de disputar sua liderança com outros funcionários então vêem como uma ameaça qualquer formador de opinião.

    Fora do trabalho temos o ambiente familiar onde ocorrem brigas cotidianas pelos mais diversos motivos e geralmente motivos infames, como farelo no sofá da sala ou o filho que não arruma o quarto.

    O que penso a respeito disso é que tudo ocorre devido a falha na comunicação, pois em geral as pessoas que convivem em família ou mesmo em ambiente de trabalho se acostumam umas com as outras e por vezes até se gostam. As discussões ocorrem sempre por falha na comunicação. Se a mãe que pede ao filho para arrumar a cama fizesse uma abordagem diferente obteria resposta diferente do seu filho. Se o líder da equipe no trabalho desse estímulos diferentes teria respostas diferentes de seus liderados.

    Essa é minha introdução ao tema, não quero me aprofundar muito para dar espaço ao meu adversário e deixá-lo dizer tudo o que pensa. Encerro minha introdução por aqui.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Legal suas considerações Roger D'André e fico grato que tenha respondido. Peço desulpas também pela demora que tive pra responder mas realmente não foi intencional.

    O que eu achei é que você entende mesmo do assunto e conhece mais profundamente do que eu a questão só que também acho que você não entendeu muito bem aquilo que eu propus com o tema. O que vejo é que aquilo que dizemos e a forma como dizemos exerce influência direta e é responsável pela qualidade das nossas relações interpessoais. Vejo que isso influencia mais do que as nossas intenções ao dizer alguma coisa. Ninguém tem como saber o que a gente está pensando e por isso ao nos comunicarmos precisamos ser claros e a maneira como nos dirigimos para as pessoas pode fazer toda a diferença no resultado final.

    A oratória é importante mas normalmente vemos ela ser usada de forma errada ou por motivos errados. A comunicação boa deveria ser prioridade nas atuações dos governos e também nos ambientes de trabalho. Esta é a minha opinião.

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir