§1 - Cada debatedor tem direto a no máximo 3 postagens (de 4096 caracteres cada uma) por participação - QUE DEVERÃO SER UTILIZADAS DA MELHOR FORMA POSSÍVEL POR CADA UM DOS DEBATEDORES.
§2 - Os debatedores DEVERÃO fazer 4 participações intercaladas por duelo:considerações iniciais, réplica, tréplica e considerações finais.
§3 - O prazo regulamentar entre as participações dos debatedores é de 3 dias. Todo adversário tem o direito de estender o prazo de seu oponente. Após o prazo, será declarada vitória por W.O. para o duelista remanescente.
§4 - Após o duelo, o vencedor será escolhido através de votações em enquete.
Considerações Iniciais
Fico feliz em reabrir os trabalhos dessa casa e desejoso que nesse tempo presente, a administração seja lépida em guardar tudo quanto seja dito e anotado para a memória futura do grupo, de modo a que, possamos ter uma fonte inesgotável de lembranças de nossos mais emocionados momentos.
Não é fácil alguém nos motivar para que venhamos produzir um trabalho com toda nossa vontade, por isso, alguns adversários são tão especiais, valiosos eu diria, e deveremos preserva-los para o exercício prazeroso desse mister, sempre. Ao lado desses, exercemos sempre em plenitude, e a caneta flui de modo tranquilo, senão poético.
É uma tolice irremediável fazer do “ad hominem” um instrumento à ruptura das relações pessoais, com aquelas brigas e perseguições. Somos parceiros, escolhidos pelo destino a testar o nosso conhecimento e a criatividade do próximo, superando e fazendo superar o adversário naquilo que tenha de melhor. É nisso que consiste o nosso conhecimento e crescimento.
Quem importa mais à sua evolução? Os amigos ou os adversários? A resposta é fácil e bem conhecida, já tendo sido motivo de acalorados debates, cujas conclusões todos conhecemos e está previsto nas profecias maquiavélicas.Os adversários são indispensáveis a nossa evolução, muito mais que aqueles dos quais dizemos e chamamos de "nossos amigos".
É uma satisfação para mim, Big John, ser o primeiro a introduzir esse jovem que haverá de substituir alguma cadeira nessa comunidade a seu tempo, algum dia, mas já está no nosso meio desde a sua adolescência, do qual aprendemos a gostar e rir de seus vídeos, de sua simplicidade e familiaridade, fanático pelo Gohan e Vedita e toda sua saga.
Brayner Afonso praticamente cresceu no nosso meio, acompanhando-nos nas migrações diversas que fizemos por dezenas de endereços, sob o sol abrasador desse deserto que é o mundo virtual, onde aprendemos a gostar por identidade, cavamos a terra buscando veios de água da qual nos alimentamos, crescendo sob a nossa proteção e companheirismo, mas nunca dantes se lançara a debater nesse espaço, Duelos Retóricos, e, recentemente, enviou-me uma correspondência muito amável, que me emocionou, contando-me de sua admiração e respeito.
O assunto é conhecido e não será a primeira, segunda e nem a terceira vez que nos debruçamos sobre ele, em comum com meu adversário temos o serviço militar como um exercício ao qual dedicamos um tempo de nossa vida, logo, conhecemos por dentro COMO funciona a base dessa instituição. Contudo, diferente do meu adversário, passei pelo Exército no tempo em que a instituição gozava do respeito popular e do respaldo do governo.
O Governo Geisel comandou o Brasil com a mais forte mão de ferro do regime militar, foi a era do “...ame-o ou deixe-o”, numa clara referência ao menosprezo pelos adversários, aos quais se tachava de “detestáveis comunistas”.
Para esses, a frieza do pau-de-arara dos porões da repressão era mais que justo castigo, pagamento da “corrida” naquele Dodge-Dart negro e sem chapa, cortando a 23 de Maio em São Paulo, com uma leva de três, quatro ou cinco suspeitos amarrados no porta-malas.
Nesse clima marchávamos garbosos, sabíamos do respeito que a farda inspirava e contávamos com um orgulho patriota que, a considerar o Hino Nacional cantado pela seleção, demonstra que é valor incutido no coração brasileiro, até o dia presente.
Mas o governo sofreu brutais transformações, a Vanguarda Popular Revolucionária, a temida VPR, elegeu uma Presidente, Lamarca tornou-se um herói da resistência e Lula, um subversivo de mãos sujas, o conselheiro-mor de toda uma geração que nasceu e supera à adolescência sob a sombra de seu nome.
Ora, Maquiavel sustentava que um Príncipe deve saber administrar seus soldados, de modo a que queiram mantê-lo no trono, e de forma a que seu custo não inviabilize sua existência.
E é nesse dilema que hoje nos encontramos. Estacionados num ensinamento repartido, compartilhado a tanto tempo. Manter as Forças Armadas estacionadas num degrau de vergonha e submissão, não é digno, é melhor que toda sua constituição seja reavaliada, e é isso que defendemos e nos proporemos adiante.
Deixo o espaço para as considerações iniciais do meu adversário, desejando sorte e foco no objeto da análise, de como tornar um corpo tão desestruturado em força produtiva que justifique o imenso custo da própria existência. Qual a destinação tão importante que poderia realizar as Forças Armadas Brasileiras, de modo a justificar o rombo monstruoso penalizando o contribuinte, completamente sem sentido social, a considerar a índole do governo que temos e teremos.
Big John o lendário
Meu adversário é uma pessoa que conheci quando já tinha alguns meses de experiência nos debates via web, mas que pelo tempo posterior ao dia em que nos conhecemos, passei muito tempo aprendendo com ele. Aprendi com várias pessoas, mas Big John, por sua longa experiência de vida e notável inteligência, acabou por me influenciar um pouco mais que outros. Ainda assim, venho aqui com a intenção de vencê-lo neste duelo e me acho totalmente capaz de tal. E isso a plateia julgará. Não me considero menos inteligente que meu adversário. Menos experiente, sim. Mas como é um assunto ao qual eu e meu adversário experimentamos na pele, que é o serviço às forças armadas, acredito que eu e ele estamos no mesmo patamar. E o respeito que os dois duelistas têm um pelo outro é tão grande quanto sua ânsia por se atacarem.
Mas se na época que o meu adversário serviu à força o sistema de recrutamento já era esse, porque só agora é que as forças armadas e principalmente o exército, caíram em estado de calamidade? A resposta é simples. Na época em que ele serviu, o Brasil passava por um regime militar e o exército era a principal força de atuação. Isso, somado à grande rigidez e tradicionalismo que a força possuía na época, engrandecia a imagem do militar. Quem estava no exército, por um lado vivia a rigidez que a força aplicava aos seus soldados, mas por outro gozava do respeito que a força tinha por sua atuação que era vista pelo povo. E quem do povo não concordasse com a atuação do exército ou de seus governantes militares, era simplesmente obrigado a baixar a cabeça e calar-se. Caso não o fizesse, se tivesse sorte acabaria exilado. Se não, algo muito pior poderia acontecer. E assim, o exército era respeitado, quer fosse por patriotismo, quer por força.
Chegamos agora na bifurcação que separará a minha linha de pensamento da do meu adversário. Até então, Os meus pensamentos e os de Big John caminharam lado a lado. Mas o que pude perceber em meu oponente, e que me estimulou a convida-lo a este debate, é que ele parece um tanto acomodado com esta situação, quase que concordando com ela.
Segundo o que Big John expôs em outro post, é que a atuação das forças armadas deveria ser ainda mais restringida, limitando-se apenas às fronteiras. Eu discordo, e defenderei o porquê. Antes, como me acaba o espaço para escrever previsto nas regras desse duelo, deixo espaço para o meu adversário explicar o seu ponto de vista, já que da vez anterior em que ele o expôs, careceu muito de detalhes e explicações. E em seguida, terei a oportunidade de defender a minha visão.
Brayner Afonso (o cabra da peste)
De todo o exposto pelo meu adversário, se considera que nossas discordâncias estejam presas somente no que se seguirá seguindo os caminhos do futuro, entretanto, na mesma sobra passado, vejo que a noção do serviço do militar antigo era muito mais realista, conhecíamos com maior profundidade, os problemas e como eram tratados pelo Generais do nosso regime.
O famoso BI, (Boletim Interno) era lido diariamente como uma missa medieval em latim, e todos nós ouvíamos aquelas verdades insofismáveis, odiando com todas as nossas forças, a todos quantos ameaçassem esse pais glorioso. Sabíamos pois, muito mais do que é ofertado em informações ao militar do presente, o que era o Exército e o que de nós se esperava. Doutrina e informação, em última instância.
Um exemplo da falta de conhecimento do meu adversário, diria imaturidade em informações, se observa quando ele aborda o percentual de pessoas NO Exército, que estão ali porque foram convocados. Ora, com os níveis de desemprego e, nas oportunidades de treinamento e formação possíveis DENTRO das forças armadas, servir é um prêmio para a maioria da classe desprivilegiada. E quem é a classe desprivilegiada do Brasil Brayner?
Diga-me se sabe Bryner, QUANTOS jovens estão completando 18 anos em 2014, quantos foram convocados e quantos efetivamente ESTÃO no serviço? Saberia dizer meu caro Bryner, se o soldado voluntário, aquele que se oferece para o serviço FAZ ou não, parte maior entre os soldados da ativa?
Você Bryner, como um rapaz de origem do Nordeste, é voluntário ou FOI convocado? Por que no SUDESTE, você somente serve se INSISTIR e tiver múltiplos apadrinhamentos, haja vista que o percentual de QUANTOS estão na idade e QUANTAS vagas são existentes, isso é quase impossível e é um dado interessante que espero vê-lo confirmar. Posso adiantar que é muito superior o número de conscritos para as vagas, numa proporção muito pior do que uma vaga para medicina na USP.
Resumindo, é mais fácil você entrar na medicina da USP do que no Exército, mesmo usando todas as ferramentas possíveis a seu favor. Servir é quase impossível nesse regime, um sonho alimentado por milhões, de Caxias do Sul a Ilha do Marajó, vestir o verde-oliva é como ganhar na loteria e vale as mais tresloucadas promessas. O Exército, apesar desse regime democrático de meios indefinidos, ainda é muito atrativo no coração juvenil.
O Brasil é um pais de tradições pacíficas, não é e nem nunca foi a nossa índole, aquele espírito de guerra que caracteriza a alguns povos, quem já ouviu os hinos dos Estados Unidos, França e etc,,,saberá que me refiro, um espírito que não tolera qualquer tipo de agressão sem medidas cabíveis de justa (às vezes injusta) proporção. As Malvinas são exemplo do que me refiro. Ora, o Brasil suporta atitudes de ditadores como Evo Morales, traficantes como os colombianos dominando os espaços amazônicos, japoneses e russos, entre outros, invadindo nossas águas e roubando, de modo predatório, tudo quanto encontram pela frente.
Não vamos nos perder e nem falar na questões das múltiplas explorações a que nossos recursos são vilipendiados, da madeira que arrancam do solo brasileiro à criança que se oferta por dinheiro para deleite de um demente de olhos azuis Mesmo diante das mais absurdas agressões o Governo do Brasil se mantém calado, covardemente, assistindo placidamente, sem tomar nenhuma atitude de força, senão o envio de alguns picaretas da política, para tratarem de assuntos que deveria ser de ordem exclusivamente militar.
E porque Brayner? Porque nunca vestiram aquela farda, nunca se emocionaram com a canção militar, a defesa do Brasil é conceituada de uma forma diferente e querem compreender o Exército sem nunca sequer terem escutado um toque de silêncio. São esses homens que estão no comando Brayner, generais de cinquenta anos de idade que sequer conheceram o que foi o exército a que me refiro. O Governo democrático do Brasil está nas mãos desses homens.
Diga-me caro leitor, porque vamos sustentar essa canalhada que não produz nada para a nação? Que identidade tem esse general de cinquenta anos com as causas de defesa de nossa soberania? Nenhuma, acredito que são especialistas em informática e jogos simulados, mas não será com a minha aprovação que permanecerão com seus traseiros gordos lustrando gabinetes.
Percebeu Brayner o porquê eu sou contra manter essa folha de custos imensos nas costas dos trabalhadores?
Pois bem, está mais do que claramente demonstrado que num governo como vivemos hoje, manter esse cabide de emprego é um instrumento de corrupção e troca de favores políticos, eu quero acabar com isso mantendo uma força regular enxuta e alocada no espaço correto. Porque manter as dúzias de quarteis em zonas centrais de São Paulo? Se querem permanecer no Exército terão que trabalhar.
Meu adversário, a pretexto da greve de policiais de Pernambuco, haverá de querer justificar que se mantenha 200 mil homens na ativa, mantidos por mim e por você meu caro leitor. Mas você é o patrão, o dono do dinheiro, vai querer aquele privilegiado, nascido de uma família tradicional que foi para Agulhas Negras SP, fazer aquele oficialato curricular imprescindível, vivendo ás suas custas?
Não considero a Avenida dos Autonomistas em Osasco SP, como ponto estratégico para essa concentração militar. Porque então tem meia dúzia de quartéis nessa via? Veja-se Barueri e continuidade, quantos pontos de concentrações militares, o que estão guardando ás margens da Castelo Branco? Acaso viria da famosa "rota caipira paulista", não drogas mas soldados estrangeiros?
Tem alguém se locupletando e não pretendo sustentar isso, quero as forças nos pontos onde de fato, sejam requeridas. Quanto ao uso eventual em questões de distúrbios civis, temos a guarda nacional, uma força específica e treinada para atuação em casos semelhantes, mas essa força precisa ser NACIONAL, atuando, vez por outra conforme a necessidade, num ou noutro ponto, não competindo com o chamado pé-de-meia, que nada tem a ver com guerrilha urbana ou controle de manifestações.
Não se justifica a presença infante sob essa alegação, logo, desconstrua-se esse cabide de emprego, dotando de eficiência esse desacreditado exército. Outro trabalho que considero de utilidade para o exército, seria a guarda de presos em locais remotos, onde, esse viriam a trabalhar em ofícios diversos, objetivando a sua real ocupação e crescimento pessoal, recuperando indivíduos e não adestrando-os em novas práticas criminosas.
Onde chegará o Exército se a atual tendência continua? Eu repondo. Chegará a um ponto a que breve acenderemos, na condição de fardo social ao qual a classe trabalhadora carrega com perceptível desgosto. Porque transformarmos essa parceria equiparando essa força a qualidade dos nossos legisladores e políticos, cujos papéis sociais não funcionam sem contrapartida?
O povo Brasileiro está descontente com suas instituições, é fundamental adequar o papel das forças armadas ao tempo presente, racionalizando seus efetivos, realocados nos locais onde sejam necessários e reavaliando suas necessidades nesse novo contexto social e histórico.
Mas, se optarem por permanecer com esse numeroso exército sem uma função social que se justifique, e, cidadãos defendendo esse "status quo" inadmissível, só me restará lamentar o destino que deixarei para as gerações futuras. Um legado saudosista cuja realidade não contempla sob nenhum aspecto, e uma imagem que o homem moderno somente acessará buscando documentários antigos de um tempo que o exército era digno de nossa admiração e não de nossa repulsa.
Deixo ao meu adversário as perguntas, quantos conscritos tivemos em 2014, quantas vagas haviam disponíveis, quantos voluntários estão na ativa, e, uma indagação final, é justo manter a incompetência e a ociosidade premiada, com o suor de uma classe trabalhadora oprimida da qual eu e você fazemos parte?
Big John
Entrar no exército é fácil e esse é um dos motivos da força estar decaída. Mas não é o mais forte deles. O governo atual possui rixa com o exército, os generais atuais desconhecem os horrores da guerra e outros motivos já citados aqui por nós diminuíram o valor da imegem da força. Mas como eu já disse, não são as nossas concordâncias que estão em cheque aqui. São nossas discordâncias. E agora, depois de esclarecer o caráter, eu diria, fantasioso do seu ultimo argumento, irei defender o meu ponto de vista de porquê as forças armadas, e em especial a terrestre, por seu maior efetivo, não devem jamais receber as restrições que Big John propõe.
Claro que se meu argumento parasse por aí, ele seria demasiadamente pobre para justificar a permanência do exército em seu atual efetivo. (para os leitores leigos, no exército efetivo é o número de militares da ativa)
O que acontece com o exército, é que ele é uma força preventiva. Em tempos de paz, o exército forma reservistas(militares da reserva) como medida de segurança, para que exista um efetivo convocável em caso de guerra. Mas o nome "guerra" é meio estranho para nós, brasileiros, não é? O Brasil não adota uma política agressiva em relação a nenhum país e nós não vimos um combate já faz algum tempo. Olhando por este ponto, não parece que vai haver uma guerra. Mas temos que parar para analisar que apenas a nossa geração não conheceu a guerra. Da geração anterior à nossa para trás, o Brasil sempre esteve em guerra, quer fosse contra outras nações, quer fosse contra ele mesmo. Nós somos a primeira geração brasileira conhecedora da paz, e se a guerra nos parece algo distante, os nossos bisavós estranhariam a paz. A linha que divide a guerra e a paz é mais instável do que parece aos nossos olhos, e é essencial que empenhemos recursos públicos para sustentar uma força que forma um efetivo preventivo. Os EUA gastam cerca de metade dos seus recursos e ainda sobra dinheiro para saúde, educação e o que mais for essencial.
Além de ser uma força preventiva contra ameaças externas, também é preventiva no casos de falha das forças auxiliares internas. Imagine, Big John, que o efetivo do exército fosse, como você quer, reduzido a atuações em fronteiras e presídios remotos. Menos jovens seriam efetivados e menos dinheiro público seria gasto para sustentar uma força que em tempo de paz não executa a função para a qual foi criada. Mas se fosse incorporado um número de jovens suficientes para atuar apenas nessas áreas específicas e por acaso estourassem duas greves de PMs como as daqui do nordeste, que efetivo seria convocado para atuar nessa missão real? Acaso os soldados da fronteira largariam seus postos e viriam combater o crime? Ou os militares que tomam conta dos presídios colocariam comida pra um mês nas celas, trancariam o cadeado e viriam para a cidade grande combater o crime? Parece haver uma justificativa para quartéis funcionarem em grandes centros urbanos, não é?
Como consequência disso, Criou-se uma cultura do Não respeito às autoridades. Militares não são respeitados, nem policiais militares ou civis. A única autoridade que ainda é respeitada é o juiz, mas do jeito que vai, talvez até essa honrada profissão dotada de autoridade não escape dessa onda de desrespeito a quem deve ser respeitado, em uma cultura onde o jovem se espelha no bandido na hora de comprar peças para o seu guarda roupa. As instituições que deveriam ser respeitadas e não são, ficam desestimuladas a acreditarem em si mesmas. O problema passa pelo exército, mas é muito maior do que isso.
Um general de exército, que é o cargo mais alto, ganha cerca de onze mil reais de soldo. Atualmente existem 16 generais de exército no Brasil, então é preciso repensar antes de sair dizendo que a união gasta muito dinheiro para sustentar generais. Gastou-se muito mais preparando estádios para Neymar jogar. Nenhum dos argumentos apresentados por meu adversário justifica essa proposta de redução drástica do efetivo do exército e nem confirmam que a força terrestre está causando um peso considerável aos cofres públicos.
Passei uma missão simples ao meu adversário, considerando algumas estatísticas possíveis para encontrarmos eventuais pontos divergentes, nervoso, não conseguiu responder-me e, em lugar do que deveria realizar, postou mentiras fantasiosas sem nenhum respeito com o adversário muito menos com o universo de leitores, conforme provo a seguir:
“,,,Diga-me se sabe Bryner, QUANTOS jovens estão completando 18 anos em 2014, quantos foram convocados e quantos efetivamente ESTÃO no serviço? Saberia dizer caro Bryner?,
E veio a resposta do Brayner...” Um milhão de alistados por ano é um número estimativo que chega bem próximo do real.”
Eu, Big John, poderia questionar suas fontes mas adiantou sua resposta: “...Eu não posso lhe revelar dados precisos porque eu sou responsável direto por esses dados e revela-los seria quebra de inteligência.” Pelo amor de Deus, que ingenuidade.
Ora, que falácia absurda da qual se serviu o meu adversário para sustento nesse barbaridade? Segundo o Portal do Governo (http://www.brasil.gov.br/defesa-e-seguranca/2014/01/jovens-tem-ate-30-de-junho-para-se-alistar-no-servico-militar) O Brasil teve mais de 2 milhões de jovens alistados, desses, 92 mil foram incorporados.A informação nada tem de sigilosa.
Não contente de afirmar uma mentira, o meu adversário atreveu-se a inverter o ônus da prova como um advogado porta de cadeia, ao questuionar-me as fontes sobre minha afirmação de que “...hoje, servir as forças armadas é mais difícil que entrar na medicina da USP”
Esse ano, 172 mil candidatos concorreram a 11 mil vagas na USP (http://www5.usp.br/35888/fuvest-divulga-numero-de-candidatos-por-vaga-para-vestibular-2014/) e então eu pergunto ao Brayner, onde é mais fácil você entrar?
Na USP concorrendo a 11 mil vagas disputadas com 172 il concorrentes ou nas Forças Armadas, concorrendo com 2 milhões para 92 mil vagas?
Levante-se Brayner, a surra não acabou. Eu disse que entrar nas Forças Armadas, atualmente, é tarefa que requer, entre outros, do velho concurso dos padrinhos. O meu adversário me demonstra isso ao afirmar que?
“...se eu andar daqui até a padaria mais próxima, vou passa no caminho pela casa de de 4 jovens que eu conheço que servem ao exército.”
Ora, dos 92 mil que ingressaram, praticamente TODOS estão em Pernambuco, a considerar os percentuais que poderemos alcançar confiando na afirmação do meu adversário, logo, ou o ministro errou ao contemplar o território Brasileiro como um todo, ou o meu colega Brayner está fantasiando mais uma informação sem procedência.
Afinal são apenas 92 mil soldados incorporados, não em Recife, mas no Brasil inteiro.
O erro é crasso, não havendo qualquer parâmetro histórico possível. Muito menos evocar Kant em algumas de suas elucubrações profanas, nascidas de algum excesso etílico como regra a ser observada, no que tange à defesa de uma nação. O mundo está mudando, e a permanência de uma tropa enorme, dispendiosa, ociosa, é um absurdo econômica e administrativamente inexplicável.
Um pais requer que seus cidadãos tenham segurança, não contra invasores potenciais que perderam a noção do tempo e espaço, mas para as mazelas do analfabetismo e as doenças de múltiplas vítimas, esses sim, vetores de submissão de um povo vergando-o a uma condição de subserviência internacional.
Uma nação verdadeiramente livre não é aquele que se acerca de leis protecionistas da própria continuidade, mas aquele que se ocupa em preservar seu povo, dotando-o de melhores condições de sobrevivência em sociedades cada vez mais competitivas e evoluídas.
Nesse cenário, a obsessão em querer manter exércitos, só se justifica na defesa dos eventuais direitos a que alguns dele se servem, por exemplo, meu adversário enquanto profissional de um exército no qual entrou para ficar somente UM ano.
Ora, entrou para servir à pátria e agora quer servir-se dela fazendo-a na própria teta salvadora. Está nessa razão justificado a emotiva defesa da manutenção de um “status” avesso as necessidades.
Contudo, a opção pelo poder do uniforme é um apego irresistível, e tenho certeza que se fosse rebaixado para UM salário mínimo, ainda assim se manteriam pelo "status" que acompanha o cargo. Quero que meu adversário saiba que defendo o trabalho a organização e a eficiência. Trabalhei por 35 longos anos e foi difícil comprovar, dia a dia, ano a ano, meus direitos junto ao INSS, mas já passei por isso, razão justa para que eu não tenha dó nem clemência, muito menos conceda mercê para quem quer sobreviver do fruto da contribuição pública em nada contribuindo em contrapartida.
As forças armadas precisam trabalhar, sair dos quarteis e revestir os espaços (não no centro de recife) mas os desalojados nos rincões mais distantes, preservando fronteiras, educando, servindo e tratando ao povo do Brasil. Enquanto permanecerem lustrando botas e estudando filosofia nos computadores do quartel, não gozarão de nenhum respeito popular muito menos de um governo democrático que somente o mantém por apego a uma tradição, tradição que está caindo em rápido desuso.
Gostaria que meu adversário fizesse considerações acerca do PORQUE entende que o exército não deveria ser restrito as limitações da necessidade do povo que o mantém?
É a púnica questão que deixo e única de que cobrarei resposta.
Big John
Presume-se.
Descoberto em suas intenções, desmentido em seus argumentos, desnudo de suas estratégias, Brayner esperava somente o golpe de misericórdia que, por sadismo, estava reservado apenas ao último capítulo.
Nada mais poderia ser feito e o arremate fatal estava construído sobre os cacos em que foram transformadas as suas razões, ainda por cima, ficou uma capciosa indagação que deveria ser respondida.
"..Por que motivo deveríamos sustentar uma força empregada na ociosidade?
Render-se-ia obrigatoriamente ao reconhecimento de que as forças armadas estão empregadas em postos eleitos por políticos, estrategicamente posicionadas para salvaguardar interesses longe de ser o que deveria, no caso dele, nordeste, coronelismos que ainda são uma peste a manchar todo aquele lado do mapa. Famílias, nomes e sobrenomes, perpetuando-se gerações seguidas do "puder", fardado ou não.
E o que é pior, deveria finalmente admitir que ele, Brayner, faz parte desse contexto de forma voluntária.
Sim, sou contra o fim de tais privilégios, mesmo que isso signifique o desemprego, além do general, do cabo, sargento e capitão e algumas dezenas de milhares de soldados. Tenho plena convicção que, devidamente saneado sob a ótica de um novo reaparelhamento, o exército enxuto renderia muito mais para a nação.
Meu adversário é parte integrante dessa frota de desocupados, cujos vincos nas fardas, cujo garbo dos uniformes, e,o indispensável Smartfones camuflados à mão para um Self oportuno, nada tem a ver com o ideal referido. Comemoraria o canto desse Boletim Interno, encerrando o vinculo de pelo menos 100 mil homens do exército regular do Brasil, e, asseguro, todo pais deveria comemorar, exceto, é claro, aqueles que seriam arrancados à fórceps dessa teta.
Ontem, lembrei de nosso debate ao ver uma informação de que o japão é responsável, no modo predatório, por 5% de tudo o que é pescado em todo o mundo. É muito peixe, para não falar nos números do desmatamento, entre outros, concluo que o Japão é pior para o mundo do que a associação de todos grupos narcotraficantes do mundo.
Quem achar isso um absurdo veja o que fizeram com as matas de Bornéu. Quem vai combater essa pesca predatória? Quem vai conter as invasões de barcos russos nas nossas 200 milhas? E o espaço aéreo da Amazônia? Quem resguardará senão uma força combinada das três armas que, hoje, estão separadas por centenas de quilômetros de matas. Isso é insuficiente, e nessas condições, virtualmente, cada defensor atual poderia encostar as mãos um no outro, tocando-se, se nossas defesas estivesse ONDE deveriam estar.
Abrir estradas, construir pontes, fazer partos em áreas isoladas transportando saúde e educação, proteger trabalhadores em recantos de divisa, remotos e abandonados pelo poder, reféns de bandoleiros localizados, internacionais. Quantas coisas deixamos de fazer pela desorganização provocada para impossibilitar um controle. "O caos é necessário".
Só alguém interessado na balburdia para posar na sua defesa, só alguém que não se importa com o caos muito menos com o roubo do erário público, e essa cara não sou eu (lembrando aqui do amigo GNU). Defendo uma revisão imediata da necessidade militar, uma restruturação cabal de todos os quadros, uma readequação logística completa sob o mapa nacional.
Poderia, como ex militar, defender a continuidade desse exército atual cheio de interesses escusos. Defendo a virtude, a moral e os bons costumes, e por eles iria (como Lamarca) repetir, "...fui para o Exército porque imaginei que ele estava a serviço do povo;;;" (O Capitão da Guerrilha) Não é o caso de tudo quanto vemos na atualidade.
Obrigado a todos e escusas pela ausência da tréplica e considerações finais do meu adversário.Tentei, sozinho, preencher esse espaço. O WO não aconteceria se meu adversário houvesse se manifestado no prazo por um espaçamento maior, contudo, diante do seu descaso, não lhe concedo no presente, se isso tivesse ocorrido, o que também não aconteceu. Um debate é uma responsabilidade que assumimos conosco, com o nosso adversário, com os leitores aos milhares. Se não está disposto a ser responsável, jamais se meta a debater.
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