domingo, 20 de julho de 2014

Octávio Henrique X Roger Scar - Pós-Modernismo

§1 - Cada debatedor tem direto a no máximo 3 postagens (de 4096 caracteres cada uma) por participação - QUE DEVERÃO SER UTILIZADAS DA MELHOR FORMA POSSÍVEL POR CADA UM DOS DEBATEDORES. 

   

  §2 - Os debatedores DEVERÃO fazer 4 participações intercaladas por duelo:considerações iniciais, réplica, tréplica e considerações finais.    


   §3 - O prazo regulamentar entre as participações dos debatedores é de 3 dias. Todo adversário tem o direito de estender o prazo de seu oponente. Após o prazo, será declarada vitória por W.O. para o duelista remanescente.       


  §4 -  Após o duelo, o vencedor será escolhido através de votações em enquete.



  1. "O ponto de vista cria o objeto"

    É com esta polêmica citação de Ferdinand de Saussure, patrono do curso universitário em que estou, que dou o pontapé inicial neste debate com meu colega, Roger André.

    O fato é que muito tem sido dito sobre essa tal Pós-Modernidade, que pode ser representada pela frase inicial, ou, como no título do debate em que estamos, Pós-Modernismo. De Lyotard a Bauman, de Harvey a Baudrillard, muitas divergências e poucas respostas de fato conclusivas são dadas para esse fenômeno que, aparentemente, tomou o lado ocidental do mundo de uma forma avassaladora após a queda das filosofias que estiveram em voga por pelo menos um quarto de século, entre elas o Estruturalismo e o Existencialismo.

    Mais interessante ainda, porém, é que os pós-modernos conseguiram se espalhar em uma velocidade assustadora não apenas em departamentos tradicionalmente mais abertos a novidades como os de Filosofia ou de História, mas também até departamentos que, segundo seus próprios docentes, são conhecidos pela pouca aceitação do que é novo, como os dos cursos de Letras.

    Não é raro, por exemplo, que seja apresentado um texto com a adoção de uma perspectiva pós-moderna para o graduando especialmente na área de Linguística. De Bagno e Possenti, ferozes opositores do preconceito linguístico, ao menos conhecido Kumaravadivelu, um dos principais nomes da Linguística Aplicada, área que vem crescendo em importância dentro dos departamentos de Educação e derivados.

    Enfim, gostaria, de qualquer modo, de saber das ideias de Roger sobre isso para que possamos fazer deste debate algo proveitoso para os leitores. Passo-lhe, portanto, a palavra.

    Octavius
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  2. A citação inicial de Ferdinand de Saussure, postada pelo Octávio, é deveras reflexiva. Considerando certos atributos científicos, podemos concluir que o ponto de vista é, em suma, o próprio objeto. Afinal, quando olhamos para o objeto, não é a ele que estamos vendo, mas a luz refletida neles. Sem luz, não há objeto para ser visto. E esta luz, dependendo do ponto em que se está, pode nos dar visões diferenciadas de um mesmo objeto que, se visto do ponto A pode ser de um jeito, se visto do ponto B pode ser de outro.

    Todavia, temos uma citação de Hegel para contrapor este raciocínio. Segue:

    "O objeto, contudo, é a autêntica verdade; é a realidade essencial. Ele é, independentemente de ser conhecido ou não. Continua sendo, inclusive se não é conhecido. Mas o conhecimento não existe se o objeto não está ali."

    O que o filósofo pré-marxista nos diz com isso é que todo o nosso conhecimento deriva da realidade material. Ponto de vista, então, não tem importância nesta questão. O objeto é igual para todos, dentro de uma realidade objetiva. O pós-modernismo, entretanto, nos dá uma ideia que condiz mais com a citação de Saussure do que esta citação de Hegel. Trata-se da relativização do discurso, da realidade ou mesmo da vida. Trata-se, de certo modo, da relativização da própria moral e da ética.

    De minha parte, estou de pleno acordo com Hegel e seu materialismo objetivo. Mas Saussure me faz refletir e questionar aquilo que vejo. Será que os outros veem aquilo que vejo? Será que sou capaz de enxergar como os outros enxergam?

    É com esta profunda reflexão que passo a palavra ao Octávio. As réplicas serão, com toda certeza, mais profundas!
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  3. Diria Descartes que o bom senso é distribuído igualmente entre os homens. Se ele tivesse lido essas considerações iniciais de Roger, certamente teria outra opinião, visto que o que mais faltou, ali, foi bom senso.

    Citando o materialismo de Hegel, Roger prova exatamente que nada entendeu do espírito pós-moderno, que se baseia na relativização, sim, mas da chamada "condição humana", a que filósofos como Hannah Arendt apelaram para construir sistemas que, mais tarde, se provariam simplistas demais ou pura e simplesmente equivocados de qualquer ponto de vista que não o de seus criadores.

    Já que Roger falou em pré-marxismo, uma perspectiva que em nada agrega para esta profunda discussão, nada melhor do que citar ninguém menos do que Karl Marx para demonstrar o erro das premissas de Roger.

    Vejamos: segundo o sociólogo alemão, no capitalismo, "tudo que é sólido desmancha no ar". É nesse sentido, então, que o também sociólogo Zygmunt Bauman fala na liquidez (no sentido de líquido, obviamente, não de "liquidado", haja vista a ambiguidade que este termo, para o qual não tenho substituto no momento, naturalmente carrega) das relações humanas. Bauman, porém, se equivoca, pois não leva a coisa ao extremo que é necessário.

    O que a pós-modernidade nos mostra, na realidade, não é apenas a liquidez das relações humanas, mas a liquidez das próprias escolas filosóficas que a antecederam, especialmente se pensarmos no dogmatismo excessivo da filosofia cristã, impossível de ser posta em prática, assim como no racionalismo desmedido dos iluministas, que desembocou em nada menos do que nas guerras mundiais e no nazismo, e nas várias filosofias utópicas revolucionárias do século XIX, entre elas o próprio Marxismo e o Anarquismo de Bakunin.

    Nota-se, então, que o sr. André de fato precisa se esforçar um pouco mais e aprofundar mesmo suas réplicas se não quiser passar mais vergonha do que já passou em suas considerações iniciais. Passo a palavra a ele, isto se conseguir prosseguir.

    Octavius
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  4. Octávio Henrique me decepcionou demais com esta réplica. Nas considerações iniciais já o achei fraco, mas imaginei que ele tenha tentado ser mais objetivo para só depois darmos prosseguimento ao debate. Até entrei em seu jogo, para tornar a leitura agradável. Mas agora percebo que o garoto realmente não tem tanto a acrescentar e que, talvez, justamente por isso, ou por outros motivos que desconheço, ele tenha escrito tal réplica em formato de bilhetinho. Isso é muito triste por que simplesmente não agrega ao debate sério e elaborado.

    A começar, vamos aos pontos: A citação de Marx utilizada pelo meu oponente é verdadeiramente fora de contexto. Na realidade, citar Karl Marx aqui foi completamente sem propósito. Duvido que nosso colega de fato tenha feito leituras profundas do sociólogo (de bar) alemão. Para tanto, deixo aqui algumas leituras interessantes para nosso amigo tirar esse estigma ideológico automatizado. Segue:

    - Contribuição para a Crítica da Filosofia do Direito em Hegel: Introdução (1844)
    - Teses sobre Feuerbach (1845)
    - Miséria da Filosofia (1847)
    - O 18 de Brumário de Luís Bonaparte (1852)

    Nestas obras o próprio Marx dá o caráter materialista de sua filosofia. Entretanto, ela em nada acrescenta ao debate sobre Pós-Modernismo. Se quisermos buscar informações verdadeiramente interessantes acerca do tema, precisamos buscar as origens da antítese do relativismo, como o próprio Hegel - que era materialista - e outros filósofos, como Schopenhauer e Nietszche, que sempre se opuseram a este esquema filosófico. E aqui me oponho ferrenhamente ao pós-modernismo, que embora tenha se estabelecido posteriormente, pode facilmente ser contraposto com alguns dos raciocínios a seguir.

    "Quanto mais restrito o nosso círculo de visão, acção e contacto, tanto mais felizes seremos; e, quanto mais amplo, tanto mais frequentemente nos sentiremos atormentados ou angustiados, pois, com essa ampliação, multiplicam-se e aumentam as preocupações, os desejos e os temores." (Schopenhauer, ARTHUR).

    O mesmo Schopenhauer dissertou a respeito do comportamento humano, tendo dado a nós uma pérola como argumento. Trata-se de uma análise simples e ao mesmo tempo muito profunda da condição humana, que o pós-modernismo relativiza, mas que é absolutamente objetivada na visão do filósofo supracitado. Segue:

    "Se quisermos avaliar a situação de uma pessoa pela sua felicidade, deve-se perguntar não por aquilo que a diverte, mas pelo que a aflige."

    Nietszche, por sua vez, abordou a questão da ânsia do ser humano, tratando a condição humana também de forma objetiva. Quando ele diz que "a vontade é impotente perante o que está para trás dela", não podemos deixar de notar que isso não passa de uma análise bruta da realidade. Tanto faz para o homem se ele busca o que quer ou se ele simplesmente encontra o que quer. O que tem valor é ele ter o que deseja em suas mãos, não importando os meios para se conseguir isso. Entretanto, "não poder destruir o tempo, nem a avidez transbordante do tempo, é a angústia mais solitária da vontade." Nisso, Nietszche também esclarece que, após seguido um caminho, nem sempre é possível voltar e modificar a ação. No pós-modernismo tratariam isso de maneira relativizada, dando a entender que há escolhas satisfatórias e não satisfatórias em qualquer dos caminhos seguidos, enquanto, na prática, não há.
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  5. A grande filósofa brasileira Marilena Chauí nos dá um belo raciocínio sobre a questão:

    "A alegria é o que sentimos quando percebemos o aumento de nossa realidade, isto é, de nossa força interna e capacidade para agir. Aumento de pensamento e de ação, a alegria é caminho da autonomia individual e política. A tristeza é o que sentimos ao perceber a diminuição de nossa realidade, de nossa capacidade para agir, o aumento de nossa impotência e a perda da autonomia. A tristeza é o caminho da servidão individual e política, sendo suas formas mais costumeiras o ódio e o medo recíprocos."

    A diminuição completa da inibição humana diante das relações interpessoais é uma condição, a priori, desfavorável a evolução cultural. Pensadores adeptos do pós modernismo costumam ignorar o fato de que a evolução do ser não depende apenas de seu meio, mas que há uma natureza já imposta pela própria biologia. Alguns comportamentos são intrínsecos a condição do próprio ser humano, independente do meio em que vive. O homem não é meramente um produto do meio, ele é o construtor deste meio, como bem ressalta Marilena Chauí no pensamento acima colocado. Acredito que Octávio Henrique tenha bolinhos de arroz em sua casa, mas não hei de comê-los, sob risco de ser um completo desperdício de energia eólica.

    Considerando o caráter meramente passageiro das gotas de chuva, aparentemente citar Bauman é uma questão de escolha. Não vejo outra forma de interpretar a ideia. Vejo que nas discussões pós-modernistas sempre ocorre uma grande festa retórica, de modo a acatar conselhos de pessoas que sequer conhecem a realidade relativa ou objetiva no momento em questão.

    Pensando mais a longo prazo, a hegemonia do ambiente político agrega valor ao estabelecimento das condições inegavelmente apropriadas. O cuidado em identificar pontos críticos na competitividade nas transações comerciais maximiza as possibilidades por conta dos índices pretendidos. O empenho em analisar a consulta aos diversos militantes acarreta um processo de reformulação e modernização dos métodos utilizados na avaliação de resultados. É claro que o início da atividade geral de formação de atitudes exige a precisão e a definição dos conhecimentos estratégicos para atingir a excelência.
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  6. Como exemplo de leitura apropriada, cito os seguintes livros:

    BAUMAN, Zygmunt. A Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2001.
    BENHABIB, Seyla. "Feminism and Postmodernism" in BENHABIB, Seyla et al. Feminist Contentions: A Philosophical Exchange. New York: Routledge, 1995.
    BHABHA, Homi K. O Local da Cultura, Belo Horizonte, EdUFMG,1998.
    CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra,1999.
    BUTLER, Judith. "Contingent Foundations" in BENHABIB, Seyla et al. Feminist Contentions: A Philosophical Exchange. New Yotk: Routledge, 1995.
    CHARLES, Arthur Willard. Liberalism and the Problem of Knowledge: A New Rhetoric for Modern Democracy. University of Chicago Press.1996.
    CONNOR, S. Cultura Pós-Moderna: introdução às teorias do contemporâneo. São Paulo: Loyola, 1992.
    DEELY, John. Four Ages of Understanding: The First Postmodern Survey of Philosophy from ancient Times to the Turn of the Twenty-first Century. Toronto: University of Toronto Press,2001.
    GELLNER, Ernest Pós-modernismo, razão e religião. Lisboa: Instituto Piaget, 1994.
    GIDDENS, Anthony. The Consequences of Modernity. Cambridge: Polity Press,1990.
    GIDDENS, Anthony. Modernity and Self Identity. Cambridge: Polity Press, 1991.
    GUÉNON, René. The Crisis of the Modern World. Hillsdale: Sophia Perennis,1927.

    Há também um excelente documentário, mostrando que o pós-modernismo é uma veia cancerígena em nossa sociedade atual.

    https://www.youtube.com/watch?v=jZPdgGV3ZjQ
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  7. Soa-me engraçado ver Roger citar Schopenhauer, visto que, enquanto este era um mestre na arte de escrever - e daí o título de seu livro - e de entender o mundo, Roger se mostra um completo analfabeto funcional incapaz de entender sequer o que escreve, quanto mais o que os outros escrevem, além de escrever um texto em um formato de gosto completamente duvidoso e pouco recomendável, enquanto chama meu texto de réplica de "bilhetinho".

    Segundo Roger, "nisso, Nietszche também esclarece que, após seguido um caminho, nem sempre é possível voltar e modificar a ação. No pós-modernismo tratariam isso de maneira relativizada, dando a entender que há escolhas satisfatórias e não satisfatórias em qualquer dos caminhos seguidos, enquanto, na prática, não há". Ora, leitor,qualquer um que tenha, novamente citando Descartes, o mínimo de bom senso perceberá que se trata de um embuste por parte do Sr. André, que, pelo visto, desconhece o caráter objetivista da filosofia de Nietzsche, segundo o qual é necessário tomar cuidado quando se olha um abismo para não cair neste mesmo abismo da perdição.

    Obviamente, outrossim, também é necessário corrigi-lo no que tange à filosofia de Marilena Chauí, filósofa brasileira cujo trabalho consiste justamente em uma leitura crítica de autores modernos e pós-modernos e de como esta filosofia se insere dentro da ordem capitalista dos Estados Unidos da América e cujo magnum opus, "A Nervura do Real", nosso colega demonstra desconhecer completamente, visto que distorce absolutamente cada palavra dita pela filósofa ao imiscuir a possibilidade de evolução cultural, um fato para os pós-modernos, com o poder dos sentimentos sobre as ações humanas, o que, para o pós-modernismo, se trata de uma hipótese absolutamente inverificável.

    No meio de tanta besteira, entretanto, cabe ainda mais besteira, entre elas a de não citar o intelectual brasileiro Juremir Machado da Silva, reconhecido nacionalmente como um dos maiores quando esse é o tema. Neste sentido, é vital lembrar que, como diz Silva, "só há navegação de verdade quando existe a possibilidade de naufrágio", pois é exatamente disso que se trata o tempo pós-moderno: do naufrágio das antigas concepções filosóficas dogmáticas em favor de novas visões de mundo mais abertas para o diálogo nas democracias liberais. Desconfio que Roger André, por ser um péssimo jogador de beisebol, nunca pensaria nisto, já que há a necessidade de sempre mirar na bola e não no adversário para dar uma tacada eficiente.
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  8. A inépcia do sr. André, contudo, não termina aí. Esquece-se, ainda, de que, em um mundo pós-moderno dominado pelo politicamente correto e por uma tendência à banalização do real, não se pode discutir o que quer que seja sem se citar ao menos um autor da escola de Frankfurt, sendo, no caso, Adorno com o seu "Dialética do Esclarecimento", em cujo começo lemos o seguinte:

    "Ao tomar consciência da sua própria culpa, o pensamento vê-se por isso privado não só do uso afirmativo da linguagem conceitual científica e cotidiana, mas igualmente da linguagem da oposição."

    Não é difícil perceber que, neste trecho, o pensador alemão claramente se refere à forma como o Existencialismo, filosofia em crescimento em sua época, estava tomando o espaço de outros dogmatismos das cátedras de filosofia e impondo, sorrateiramente, um novo tipo de dogmatismo que envolveria o banimento da crença na essencialidade do ser social enquanto indivíduo portador de direitos e dominador de todo um aparato lógico e cognitivo de acordo com o qual poderia racionalizar um mundo caótico e desesperançoso.

    Foi deste modo, então, que se descobriu a necessidade de se criar um novo movimento que superasse os velhos ranços modernos e pudesse colocar em xeque a ideia de que somos todos determinados pelo meio, pela descendência ou pelas oportunidades - ideia esta que, aliás, alicerçou o naturalismo literário brasileiro em seus anos áureos -, trazendo para o debate a ideia de que, de fato, o que existe é a autodeterminação dos povos enquanto categoria de pensamento e a individualização dos grupos partidários enquanto entidades que lutam pelo poder e uns contra os outros.
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  9. Poderia continuar discorrendo por páginas e mais páginas sobre o tema, mas, pelo visto, o sr. Roger André precisará de muito mais referências para se manter em pé neste debate. Caso queira começar a pensar seriamente sobre este tema tão complexo, recomendo os livros e os vídeos abaixo:

    Livros:

    ADORNO, Teodoro W.; HORKHEIMER, Marx. Dialética do Esclarecimento. Tradução Guido de Almeida,Rio de Janeiro: J. Zahar, 1988
    ARENDT, Hannah.Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva. 1991.
    BAUMAN, Zygmunt. Amor Líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2001.
    BAUMAN, Zygmunt. Ética pós-moderna. São Paulo: Paulus,1997.
    BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,1999.
    CHAUÍ, M., Convite à Filosofia, São Paulo, 13a. ed., Ática, 2003.
    JAMESON, Fredric. Espaço e Imagem: teorias do pós-moderno e outros ensaios, Rio de Janeiro, EdUFRJ,2003.
    KUMAR, Krishan. Da Sociedade Pós-Industrial à Pós-Moderna: novas teorias sobre o mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
    LYOTARD, Jean-François. O Pós-Moderno Explicado às Crianças, Lisboa, Dom Quixote, 1987.
    SILVA, Juremir Machado. A Miséria do Jornalismo Brasileiro. 1ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. v. 1. 156p .
    SILVA, Juremir Machado. As tecnologias do imaginário. 1. ed. Porto Alegre: Sulina, 2003. v. 1. 110p .
    SOUZA, Ricardo Timm. Justiça e, seus termos. Dignidade humana, dignidade do mundo. Seminário do PPG - Filosofia 2010
    VELHO, Gilberto.Individualismo e cultura. Rio de Janeiro, Zahar, 1987.
    VYGOTSKY, Lev Semenovich.A Formação Social da Mente. 6ed. São Paulo:Martins Fontes, 1998.

    Vídeos:

    https://www.youtube.com/watch?v=5MoaxXL3eIM
    https://www.youtube.com/watch?v=1cQh1ccqu8M
    https://www.youtube.com/watch?v=9aDY3G7AiFY
    https://www.youtube.com/watch?v=_krVk5vgQY8

    Passar bem, Roger, se puder.
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  10. "Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão."

    ...E foi assim que dei razão a Humberto Gessinger, grande músico e poeta gaúcho. Ele entendeu, muito antes de mim, o quanto é difícil viver neste mundo em que a realidade te destroça por dentro. Octávio Henrique me fez sofrer, pois quando li esta tréplica percebi o quão pouco meu colega compreende desta questão. Foi como se eu estivesse debatendo sozinho, somente eu com domínio do assunto, enquanto ele, do lado de lá, ficou fazendo citações anacrônicas e postando dicas de leitura completamente díspares a finalidade aqui proposta. Não bastasse isso, ainda, fez uma analogia ao fato de eu jogar mal o Beisebol, sendo que na verdade sou excelente rebatedor. Pobre Octávio! Mal sabe que eu, desde os oito anos, participei da liga Junior de Beisebol em meu estado e cheguei a frequentar alguns dos melhores clubes do mundo. Enfim...

    Vejo situações como esta todos os dias. Atuo como pesquisador do Instituto de Estudos e Pesquisas do Trabalho e da Educação, cuja finalidade é analisar sistematicamente o comportamento social. Pessoas como meu adversário entram no grupo de estatística n° 4. Neste grupo estão os que sofrem de mentalidade bipolar natural, que nada tem a ver com transtorno bipolar, e sim com uma versatilidade inútil de raciocínio que cria ociosidade cerebral, fazendo com que a pessoa desperdice tempo raciocinando sobre aquilo que não existe ou que não é foco de sua análise. Assim, estas pessoas acabam por entrar no grupo especial, e por isso recebem tratamento especial também.

    Mas, voltando a questão central, reconheço a importância da filosofia não como um fim em si mesma, mas como mecanismo de busca pela verdade essencial. Questões de origem e finalidade humana são realmente relativas, no sentido cultural, mas em suma o que todos querem é entender o que acontece depois da morte ou mesmo onde estávamos antes do nascimento. Ainda que os métodos sejam diferentes, ainda que as explicações sejam as mais diversas, tudo que o homem busca é a resposta para suas perguntas mais primitivas. Nos filmes do agente secreto do MI6, James Bond, ele deixa evidente que o mais importante não é vencer o inimigo, e sim entregá-lo à sua chefe, aquele velhinha que sempre parece ser a mesma atriz desde a primeira versão do filme. Pegar mulheres enquanto se aproveita dos momentos de adrenalina é a condição que ele criou e se estabeleceu, é assim que ele se torna feliz e satisfeito. Mas, e nós, meros mortais que não temos as vantagens de agirmos conforme os personagens de cinema? Para nós resta a compreensão daquilo que é, ignorando, portanto, o eterno devir. Octávio Henrique é uma pessoa diferenciada por não poder perceber isso. Afinal, ele gosta de funk e hip hop; que moral tem alguém que ouve esse tipo de música? Não dá para entender como um rapaz tão jovem já conseguiu se perder assim nas drogas, eis a questão.
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  11. Todavia, na Filosofia Pós Moderna, sobra espaço para especulações. Aleksandr Dugin, em uma entrevista para a CNN, disse o seguinte:

    - "O Pós Modernismo é uma ferramente útil ao serviço secreto ucraniano. Não deixaremos que os ocidentais interfiram direta ou indiretamente em nossos métodos de ação e reação. A coerção estatal é a única ferramente propícia para nós neste momento. Defendemos o aumento corriqueiro do produto interno bruto de cada país, para que então possamos dominá-los e esmagá-los feito uma caixa de Toddynho."

    A caixa de Toddynho é apenas uma metáfora; trata-se de algo mais amplo. Entenda a metáfora substituindo "caixa" por "holofote" e "Toddynho" por "Dollynho". Daí, então, teremos a destruição total dos Holofotes do Dollynho. Ele se referia, em verdade, à página Dicas Dollynho, que é uma página de humor voltada à extrema-direita internacional. Trata-se de um esquema puro de subversão cultural por meio de refrigerantes doces, que servem somente para nos tornamos dependentes das indústrias de creme dental e dentistas charlatões que nos dão flúor. Aliás, o flúor tem uma toxicina que, quando ingerida pelo nosso organismo, faz com que nos tornemos mais dóceis e suscetíveis a receber ordens. De tal modo nos tornamos manipuláveis.

    Jogando pedras em cima de quem tem telhado de vidro, e reconhecendo que nosso telhado é firme, de uma boa fibra, é que vamos voltar nossos olhos para aquilo que realmente importa: os seios. Nada melhor do que um belo par de seios para nos sentirmos realmente felizes. Nisso, enfim, hei de concorda com o cronista Xabi Alonso, que escreveu nas cortinas de seu palácio a seguinte frase: "Eles estão na minha cabeça. Eu sou tão feio, mas tudo bem..." Não bastaria, para ele, ser apenas careca e magro. Era preciso, também, que ele compusesse canções com sua guitarra Fender Stratocaster, além de lançar clipes na MTV. Tudo isso apenas para suprir a necessidade humana de se sentir desejado, pois em sociedade isso é relevante. Sentir-se desejado torna o homem mais objetivista e não tão relativista. A relativização ocorre, justamente, quando há uma forma de se mostrar eficaz sem sê-lo. Todo relativista, no fim das contas, é um virgem de meia idade completamente frustrado. Eis a questão.

    Entretanto, prefiro ver que uma pessoa é capaz de se enxergar como ente político em uma sociedade do que ver que ela não olha para si mesma. Um jogador de futebol que escreve as letras de música do Nirvana pode muito bem ser um articulista político, desde que ele tenha nascido na Rússia e seja amigo de Vladimir Putin. Isso tudo não viria ao caso se, por acidente, ele caísse de avião. Nunca faria diferença ver um homem despencar, de uma altura de cem metros cúbicos, ou deixá-lo estirado sobre um lençol azul. O importante, todavia, seria a cor do abajur.

    Neste documentário sobre a mente humana, podemos perceber que o Pós-Modernismo apenas detona tudo que os humanos têm de melhor.

    http://www.youtube.com/watch?v=NC5ekJLchlQ

    Só espero que em suas Considerações Finais, Octávio tenha mais a oferecer. Do contrário ele terá nos feito perder muito tempo.
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  12. "E a universidade fica calada,
    o professor abusa, discrimina e dá risada."

    Como comecei com uma citação, é de bom tom que acabe com outra, desta vez com o hino entoado pelos alunos de Paulo Ghiraldelli Jr. quando foram protestar contra seus atos durante um debate seu com o professor português Desidério Murcho.

    Por que a citação? Ora, leitor, porque a reação de Ghiraldelli, pelo visto, terá de ser a mesma que a minha aqui, pois o que Roger fez, até o momento, foi apenas mentir e tergiversar, não se lembrado de que ESTE, e nenhum outro, em que participamos pode ser um dos debates mais importantes para o futuro do pensamento humano.

    O sr. André, primeiro, tem a petulância de afirmar que é um ótimo rebatedor. Ora, como diria o supracitado Paulo Ghiraldelli, "isto é uma mentira!", pois qualquer um que leia seus escritos perceberá que se trata, na verdade, de um homem incapaz sequer de escrever a história de uma escola de samba, que dirá de participar ativamente em qualquer esporte. Há, também, vídeos em que Roger, tão magro de tão franzino e tão franzino de tão magro, joga, em sua juventude, pior do que jogavam, no futebol, os jogadores do Corinthians 2007.

    "É uma mentira!", também, quando temos o debate (frise-se: DEBATE, e não feira livre como Roger aparenta ter pensado que isto fosse, dada a sua inépcia argumentativa comprovada desde os primórdios desta discussão) sério sobre a pós-modernidade, que Dugin tenha falado qualquer coisa sobre caixas de Toddynho. O caso, ao contrário do que diz nosso colega, é que ele falou em latas de Coca-Cola, visto que essas sim são aparentadas ao Dollynho e podem, sem dúvida alguma, ser usadas como forma de demonstrar o domínio do indivíduo intersubjetivo russo profetista em relação ao capitalismo liberal-atlantista norte-americano.

    Dizer, então, que Xabi Alonso é cronista "é uma mentira!", pois todos os homens cartesianos de bom senso sabem que se trata, na verdade, de um famoso teatrólogo basco, dada a influência das músicas do U2 na construção de sua poética altamente relativizadora dos conceitos da modernidade antigamente sólida e agora tão posmodernamente líquida em que vivemos.

    Percebemos que Roger, então, de literatura compreende tanto quando de pós-modernismo, visto que também não sabe que, ao invés dos seios, o que traz ao homem pós-moderno a real felicidade pode ser representado por um polêmico aforismo do filósofo contemporâneo Cumpadre Washington: "Esse aí que é seu marido? Sabe de nada, inocente!".

    Sim, leitor, é justamente essa massificação do conceito de adultério que traz à baila uma nova discussão evitada por mim até agora para não traumatizar as crianças e os Rogers da vida. Trata-se da alienação do corpo masculino enquanto objeto de desejo em rituais necrotéricos, necrofílicos e satânicos, algo em que, aí sim, as caixas de Toddynho podem fazer parte de uma analogia com o refrigerante Dollynho, pois o ato de esmagar ambos representa, em nossos tempos pós-modernos, uma ideia de fetichização dos beagles de Luisa Mell, utilizados, doravante, não mais de forma experimentalista, mas de modo a adicionar insulto à injúria e niilismo ao dogmatismo excessivo que ainda permeia a nossa sociedade pós-desconstrucionista.
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  13. Antes de passar ao próximo tópico, quero dizer que, até o momento, tudo o que disse só FOI e é possível graças ao filósofo Olavo de Carvalho, já que este fica um tanto alterado quando não é citado entre as influências intelectuais mais importantes não só para qualquer um como de qualquer um, demonstrando, assim, um típico espírito pós-moderno, posto que pratica a identificação do ente rebelde como alvo a ser subjetivizado e relativizado.

    Voltando, então, à baila, quero abordar uma ideia que achei pura, mas PURA estupidez por parte de Roger, que é a de medir pessoas e colocá-las dentro de estatísticas de comportamento neuropsiquiátrico. Ora, todo bom estudante do pós-modernismo sabe que esta de Roger foi, na verdade, uma tentativa pós-pragmatista de praticar, como modus operandi de um eurasianismo duguiniano recalcado por taras primitivas, a rotulação das bananas africanas como infectadas por caramujos que, por não terem passado pelo aufklarung kantiano, não podem adicionar ao ser social enquanto indivíduo inserido em uma ordem coletivizada e sexualizada qualquer experiência de valor. Neste sentido, ler Foucault é esclarecedor, visto que demonstra, com sua Metafísica do Poder Menor, como reverter este processo.

    É preciso, então, abordar factualmente o problema como se fosse importante para nós mesmos e não para os outros, aqueles mesmos do inferno sartreano. O caso é que a putrificação do modelo neoconservador de histerismo coletivista traz, consigo, uma latente liberalesmação da sociedade que, dominada por seres sociais tipicamente partidários das maçãs em detrimento das laranjas, hortifrutificam tudo de modo a tornar qualquer tentativa neo-pós-iluminismo mal fadada e mal sucedida, tornando assim impossível a superação da pós-modernidade, o que, não obstante, é muito bom e produtivo tendo em vista o que já demonstrei nesta e em outras participações minhas ao longo do debate, que está ficando muito pequeno em dimensão e, por isso, estou aqui enrolando um pouco mais do que o tema prevê.
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  14. Este comentário foi removido pelo autor.
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  15. Os classicistas e os crentes na modernidade como forma de redenção do mundo diriam, então, que estou de muita, mas muita ZUEIRA, pois nada pode ser tão enrolado, mas o fato é que, como o vídeo ao final de minhas considerações demonstra, é o tema muito amplo para o simplismo de um debate retórico e, principalmente, para a falaciosidade das falsas questões postas pelo sr. André na mesa.

    Claro fica para o leitor, então, que, além de LeBron James ser na verdade um jogador de criquete austrohúngaro e não de basquete, tendo sido eleito ao menos cinco vezes o melhor desse esporte, o que foi dito por parte de Roger não representa, de maneira alguma, o espírito pós-moderno, mas, parafraseando Possenti, seu simulacro, dado o ódio com que falou sobre esta fecundíssima corrente filosófica em todas as suas participações.

    Importa, portanto, que não caiamos em embustes destinados a despolimerizar o ser, tirando-o de toda a sua quimicidade social característica e eliminando, assim, qualquer forma de renovação das já citadas taras primitivas e, portanto, objetivizando o debate em torno de temas que, de relevantes, nada têm, sendo, na verdade, apenas maneiras diferentes de ser sofista e de se gastar papel com maus livros, como é certo que Roger vai querer fazer depois do choque de pós-modernidade que lhe apliquei.

    Despeço-me, portanto, com o vídeo explicativo e com o desejo de que ninguém aqui caia nas armações de medievalistas que só querem, na verdade, fortificar a Pepsi com fetos abortados enquanto, do alto de seus casarões assobradados, cantam "Saudosa Maluca" comendo caviar e arrotando o discurso extremista da direita pão com geleia. E, como diria Paulo Ghiradelli, "é uma mentira!" o discurso de André, apenas para não deixá-los correr o risco de se esquecerem da robotização dos CDs de PS3 vendidos nos camelôs paraguaios.

    Sem mais,
    Octavius

    Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=lUyFZUKo6u8
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  16. Aparentemente, nosso querido colega Octávio é completamente incapaz de tergiversar sobre questões filosóficas. Seus bilhetinhos iniciais foram substituídos por longos textos prolixos, sem nenhuma finalidade que não fosse a geração de carboidratos em meu corpo. Ler tamanha besteira me deu fome. Depois que comi, fiquei com sono. Quando dormi, fiquei triste. E assim vai, e assim vem. Todos no mesmo barco, caminhando e cantando e seguindo a canção. Afinal de contas, somos todos iguais, braços dados ou não. Não é?

    Um apóstolo de Cristo chamado Marcelo já dizia: "É melhor comer o feijão antes que esfrie." Eu, no entanto, prefiro comer o feijão frio. Percebem, portanto, como é importante compreender a diferença entre a temperatura, e que é preciso assumir a real diferença entre o certo e o errado, o magro e o duvidoso, o esbelto e o confiável? Uma mulher de 1,80 metros de altura jamais seria capaz de passar pelo buraco da agulha, no entanto, mas um rico certamente entraria no reino dos céus. E Die Nadel, filósofo inglês que escreveu o livro "The Eye of The Needle", que também compôs a canção "Use the man", do Megadeth, é plenamente capaz de dissertar a questão de maneira rústica, porém muito envolvente.

    A filosofia, portanto, é feita de acordo com a performance de uma bailarina do Faustão. Nada do que advém pelo futuro das vias urbanas é aproveitável, ao menos não no sentido prático. Um idiota completo pode muito bem escrever esses parágrafos gigantes aqui, mas só um verdadeiro gênio, como eu, é plenamente consciente de que absolutamente nada do que aqui foi dito é útil. Você, por acaso, perdeu seu precioso tempo lendo este debate e deve estar pensando que fomos babacas por fazer isso com você. Certo? Mas, se você pensou assim é porque nunca parou e analisou o fato de que os últimos debates que leu também foram uma merda. Você por acaso leu a quantidade imensa de porcarias que Alonso Prado escreveu em seu debate com o Tonny Matos? E as asneiras repetidas ad nauseam pelo colega Leonardo Olivaria no seu debate contra Alex Cruz, hein!? A verdade é que, sabemos bem, estes debates caíram de nível já faz tempo e você, teimoso, não quer admitir. Veja este breve vídeo e tente perceber onde você se encaixa: http://www.youtube.com/watch?v=_uyd4SogeIo

    Meus amigos que me desculpem, mas a verdade é que aqui em SC faz um frio danado. Mesmo usando casacos e duas calças, ainda estou sentindo uma friaca desgraçada. Verdade seja dita, prefiro mesmo o inverno, mas também não era preciso esfriar tanto. Se pelo menos a Luiza, que está no Canadá, estivesse me acompanhando, já seria algo a se pensar. Mas, nem isso. O importante é que agora estou cansado de escrever essa basofia toda e apenas cheguei até aqui para preencher espaço. No momento, vou assistir os últimos episódios de Dexter (e foda-se o que você acha da série).

    Este filme foi feito na Irlanda do Norte, no ano de 1988. Ele aborda a questão do uso de drogas em sociedades devido ao pós-modernismo. Espero que sirva para os leitores mais assíduos.

    https://www.youtube.com/watch?v=4tE49eF2moQ

13 comentários:

  1. "O ponto de vista cria o objeto"

    É com esta polêmica citação de Ferdinand de Saussure, patrono do curso universitário em que estou, que dou o pontapé inicial neste debate com meu colega, Roger André.

    O fato é que muito tem sido dito sobre essa tal Pós-Modernidade, que pode ser representada pela frase inicial, ou, como no título do debate em que estamos, Pós-Modernismo. De Lyotard a Bauman, de Harvey a Baudrillard, muitas divergências e poucas respostas de fato conclusivas são dadas para esse fenômeno que, aparentemente, tomou o lado ocidental do mundo de uma forma avassaladora após a queda das filosofias que estiveram em voga por pelo menos um quarto de século, entre elas o Estruturalismo e o Existencialismo.

    Mais interessante ainda, porém, é que os pós-modernos conseguiram se espalhar em uma velocidade assustadora não apenas em departamentos tradicionalmente mais abertos a novidades como os de Filosofia ou de História, mas também até departamentos que, segundo seus próprios docentes, são conhecidos pela pouca aceitação do que é novo, como os dos cursos de Letras.

    Não é raro, por exemplo, que seja apresentado um texto com a adoção de uma perspectiva pós-moderna para o graduando especialmente na área de Linguística. De Bagno e Possenti, ferozes opositores do preconceito linguístico, ao menos conhecido Kumaravadivelu, um dos principais nomes da Linguística Aplicada, área que vem crescendo em importância dentro dos departamentos de Educação e derivados.

    Enfim, gostaria, de qualquer modo, de saber das ideias de Roger sobre isso para que possamos fazer deste debate algo proveitoso para os leitores. Passo-lhe, portanto, a palavra.

    Octavius

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  2. A citação inicial de Ferdinand de Saussure, postada pelo Octávio, é deveras reflexiva. Considerando certos atributos científicos, podemos concluir que o ponto de vista é, em suma, o próprio objeto. Afinal, quando olhamos para o objeto, não é a ele que estamos vendo, mas a luz refletida neles. Sem luz, não há objeto para ser visto. E esta luz, dependendo do ponto em que se está, pode nos dar visões diferenciadas de um mesmo objeto que, se visto do ponto A pode ser de um jeito, se visto do ponto B pode ser de outro.

    Todavia, temos uma citação de Hegel para contrapor este raciocínio. Segue:

    "O objeto, contudo, é a autêntica verdade; é a realidade essencial. Ele é, independentemente de ser conhecido ou não. Continua sendo, inclusive se não é conhecido. Mas o conhecimento não existe se o objeto não está ali."

    O que o filósofo pré-marxista nos diz com isso é que todo o nosso conhecimento deriva da realidade material. Ponto de vista, então, não tem importância nesta questão. O objeto é igual para todos, dentro de uma realidade objetiva. O pós-modernismo, entretanto, nos dá uma ideia que condiz mais com a citação de Saussure do que esta citação de Hegel. Trata-se da relativização do discurso, da realidade ou mesmo da vida. Trata-se, de certo modo, da relativização da própria moral e da ética.

    De minha parte, estou de pleno acordo com Hegel e seu materialismo objetivo. Mas Saussure me faz refletir e questionar aquilo que vejo. Será que os outros veem aquilo que vejo? Será que sou capaz de enxergar como os outros enxergam?

    É com esta profunda reflexão que passo a palavra ao Octávio. As réplicas serão, com toda certeza, mais profundas!

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  3. Diria Descartes que o bom senso é distribuído igualmente entre os homens. Se ele tivesse lido essas considerações iniciais de Roger, certamente teria outra opinião, visto que o que mais faltou, ali, foi bom senso.

    Citando o materialismo de Hegel, Roger prova exatamente que nada entendeu do espírito pós-moderno, que se baseia na relativização, sim, mas da chamada "condição humana", a que filósofos como Hannah Arendt apelaram para construir sistemas que, mais tarde, se provariam simplistas demais ou pura e simplesmente equivocados de qualquer ponto de vista que não o de seus criadores.

    Já que Roger falou em pré-marxismo, uma perspectiva que em nada agrega para esta profunda discussão, nada melhor do que citar ninguém menos do que Karl Marx para demonstrar o erro das premissas de Roger.

    Vejamos: segundo o sociólogo alemão, no capitalismo, "tudo que é sólido desmancha no ar". É nesse sentido, então, que o também sociólogo Zygmunt Bauman fala na liquidez (no sentido de líquido, obviamente, não de "liquidado", haja vista a ambiguidade que este termo, para o qual não tenho substituto no momento, naturalmente carrega) das relações humanas. Bauman, porém, se equivoca, pois não leva a coisa ao extremo que é necessário.

    O que a pós-modernidade nos mostra, na realidade, não é apenas a liquidez das relações humanas, mas a liquidez das próprias escolas filosóficas que a antecederam, especialmente se pensarmos no dogmatismo excessivo da filosofia cristã, impossível de ser posta em prática, assim como no racionalismo desmedido dos iluministas, que desembocou em nada menos do que nas guerras mundiais e no nazismo, e nas várias filosofias utópicas revolucionárias do século XIX, entre elas o próprio Marxismo e o Anarquismo de Bakunin.

    Nota-se, então, que o sr. André de fato precisa se esforçar um pouco mais e aprofundar mesmo suas réplicas se não quiser passar mais vergonha do que já passou em suas considerações iniciais. Passo a palavra a ele, isto se conseguir prosseguir.

    Octavius

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  4. Octávio Henrique me decepcionou demais com esta réplica. Nas considerações iniciais já o achei fraco, mas imaginei que ele tenha tentado ser mais objetivo para só depois darmos prosseguimento ao debate. Até entrei em seu jogo, para tornar a leitura agradável. Mas agora percebo que o garoto realmente não tem tanto a acrescentar e que, talvez, justamente por isso, ou por outros motivos que desconheço, ele tenha escrito tal réplica em formato de bilhetinho. Isso é muito triste por que simplesmente não agrega ao debate sério e elaborado.

    A começar, vamos aos pontos: A citação de Marx utilizada pelo meu oponente é verdadeiramente fora de contexto. Na realidade, citar Karl Marx aqui foi completamente sem propósito. Duvido que nosso colega de fato tenha feito leituras profundas do sociólogo (de bar) alemão. Para tanto, deixo aqui algumas leituras interessantes para nosso amigo tirar esse estigma ideológico automatizado. Segue:

    - Contribuição para a Crítica da Filosofia do Direito em Hegel: Introdução (1844)
    - Teses sobre Feuerbach (1845)
    - Miséria da Filosofia (1847)
    - O 18 de Brumário de Luís Bonaparte (1852)

    Nestas obras o próprio Marx dá o caráter materialista de sua filosofia. Entretanto, ela em nada acrescenta ao debate sobre Pós-Modernismo. Se quisermos buscar informações verdadeiramente interessantes acerca do tema, precisamos buscar as origens da antítese do relativismo, como o próprio Hegel - que era materialista - e outros filósofos, como Schopenhauer e Nietszche, que sempre se opuseram a este esquema filosófico. E aqui me oponho ferrenhamente ao pós-modernismo, que embora tenha se estabelecido posteriormente, pode facilmente ser contraposto com alguns dos raciocínios a seguir.

    "Quanto mais restrito o nosso círculo de visão, acção e contacto, tanto mais felizes seremos; e, quanto mais amplo, tanto mais frequentemente nos sentiremos atormentados ou angustiados, pois, com essa ampliação, multiplicam-se e aumentam as preocupações, os desejos e os temores." (Schopenhauer, ARTHUR).

    O mesmo Schopenhauer dissertou a respeito do comportamento humano, tendo dado a nós uma pérola como argumento. Trata-se de uma análise simples e ao mesmo tempo muito profunda da condição humana, que o pós-modernismo relativiza, mas que é absolutamente objetivada na visão do filósofo supracitado. Segue:

    "Se quisermos avaliar a situação de uma pessoa pela sua felicidade, deve-se perguntar não por aquilo que a diverte, mas pelo que a aflige."

    Nietszche, por sua vez, abordou a questão da ânsia do ser humano, tratando a condição humana também de forma objetiva. Quando ele diz que "a vontade é impotente perante o que está para trás dela", não podemos deixar de notar que isso não passa de uma análise bruta da realidade. Tanto faz para o homem se ele busca o que quer ou se ele simplesmente encontra o que quer. O que tem valor é ele ter o que deseja em suas mãos, não importando os meios para se conseguir isso. Entretanto, "não poder destruir o tempo, nem a avidez transbordante do tempo, é a angústia mais solitária da vontade." Nisso, Nietszche também esclarece que, após seguido um caminho, nem sempre é possível voltar e modificar a ação. No pós-modernismo tratariam isso de maneira relativizada, dando a entender que há escolhas satisfatórias e não satisfatórias em qualquer dos caminhos seguidos, enquanto, na prática, não há.

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  5. A grande filósofa brasileira Marilena Chauí nos dá um belo raciocínio sobre a questão:

    "A alegria é o que sentimos quando percebemos o aumento de nossa realidade, isto é, de nossa força interna e capacidade para agir. Aumento de pensamento e de ação, a alegria é caminho da autonomia individual e política. A tristeza é o que sentimos ao perceber a diminuição de nossa realidade, de nossa capacidade para agir, o aumento de nossa impotência e a perda da autonomia. A tristeza é o caminho da servidão individual e política, sendo suas formas mais costumeiras o ódio e o medo recíprocos."

    A diminuição completa da inibição humana diante das relações interpessoais é uma condição, a priori, desfavorável a evolução cultural. Pensadores adeptos do pós modernismo costumam ignorar o fato de que a evolução do ser não depende apenas de seu meio, mas que há uma natureza já imposta pela própria biologia. Alguns comportamentos são intrínsecos a condição do próprio ser humano, independente do meio em que vive. O homem não é meramente um produto do meio, ele é o construtor deste meio, como bem ressalta Marilena Chauí no pensamento acima colocado. Acredito que Octávio Henrique tenha bolinhos de arroz em sua casa, mas não hei de comê-los, sob risco de ser um completo desperdício de energia eólica.

    Considerando o caráter meramente passageiro das gotas de chuva, aparentemente citar Bauman é uma questão de escolha. Não vejo outra forma de interpretar a ideia. Vejo que nas discussões pós-modernistas sempre ocorre uma grande festa retórica, de modo a acatar conselhos de pessoas que sequer conhecem a realidade relativa ou objetiva no momento em questão.

    Pensando mais a longo prazo, a hegemonia do ambiente político agrega valor ao estabelecimento das condições inegavelmente apropriadas. O cuidado em identificar pontos críticos na competitividade nas transações comerciais maximiza as possibilidades por conta dos índices pretendidos. O empenho em analisar a consulta aos diversos militantes acarreta um processo de reformulação e modernização dos métodos utilizados na avaliação de resultados. É claro que o início da atividade geral de formação de atitudes exige a precisão e a definição dos conhecimentos estratégicos para atingir a excelência.

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  6. Soa-me engraçado ver Roger citar Schopenhauer, visto que, enquanto este era um mestre na arte de escrever - e daí o título de seu livro - e de entender o mundo, Roger se mostra um completo analfabeto funcional incapaz de entender sequer o que escreve, quanto mais o que os outros escrevem, além de escrever um texto em um formato de gosto completamente duvidoso e pouco recomendável, enquanto chama meu texto de réplica de "bilhetinho".

    Segundo Roger, "nisso, Nietszche também esclarece que, após seguido um caminho, nem sempre é possível voltar e modificar a ação. No pós-modernismo tratariam isso de maneira relativizada, dando a entender que há escolhas satisfatórias e não satisfatórias em qualquer dos caminhos seguidos, enquanto, na prática, não há". Ora, leitor,qualquer um que tenha, novamente citando Descartes, o mínimo de bom senso perceberá que se trata de um embuste por parte do Sr. André, que, pelo visto, desconhece o caráter objetivista da filosofia de Nietzsche, segundo o qual é necessário tomar cuidado quando se olha um abismo para não cair neste mesmo abismo da perdição.

    Obviamente, outrossim, também é necessário corrigi-lo no que tange à filosofia de Marilena Chauí, filósofa brasileira cujo trabalho consiste justamente em uma leitura crítica de autores modernos e pós-modernos e de como esta filosofia se insere dentro da ordem capitalista dos Estados Unidos da América e cujo magnum opus, "A Nervura do Real", nosso colega demonstra desconhecer completamente, visto que distorce absolutamente cada palavra dita pela filósofa ao imiscuir a possibilidade de evolução cultural, um fato para os pós-modernos, com o poder dos sentimentos sobre as ações humanas, o que, para o pós-modernismo, se trata de uma hipótese absolutamente inverificável.

    No meio de tanta besteira, entretanto, cabe ainda mais besteira, entre elas a de não citar o intelectual brasileiro Juremir Machado da Silva, reconhecido nacionalmente como um dos maiores quando esse é o tema. Neste sentido, é vital lembrar que, como diz Silva, "só há navegação de verdade quando existe a possibilidade de naufrágio", pois é exatamente disso que se trata o tempo pós-moderno: do naufrágio das antigas concepções filosóficas dogmáticas em favor de novas visões de mundo mais abertas para o diálogo nas democracias liberais. Desconfio que Roger André, por ser um péssimo jogador de beisebol, nunca pensaria nisto, já que há a necessidade de sempre mirar na bola e não no adversário para dar uma tacada eficiente.

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  7. A inépcia do sr. André, contudo, não termina aí. Esquece-se, ainda, de que, em um mundo pós-moderno dominado pelo politicamente correto e por uma tendência à banalização do real, não se pode discutir o que quer que seja sem se citar ao menos um autor da escola de Frankfurt, sendo, no caso, Adorno com o seu "Dialética do Esclarecimento", em cujo começo lemos o seguinte:

    "Ao tomar consciência da sua própria culpa, o pensamento vê-se por isso privado não só do uso afirmativo da linguagem conceitual científica e cotidiana, mas igualmente da linguagem da oposição."

    Não é difícil perceber que, neste trecho, o pensador alemão claramente se refere à forma como o Existencialismo, filosofia em crescimento em sua época, estava tomando o espaço de outros dogmatismos das cátedras de filosofia e impondo, sorrateiramente, um novo tipo de dogmatismo que envolveria o banimento da crença na essencialidade do ser social enquanto indivíduo portador de direitos e dominador de todo um aparato lógico e cognitivo de acordo com o qual poderia racionalizar um mundo caótico e desesperançoso.

    Foi deste modo, então, que se descobriu a necessidade de se criar um novo movimento que superasse os velhos ranços modernos e pudesse colocar em xeque a ideia de que somos todos determinados pelo meio, pela descendência ou pelas oportunidades - ideia esta que, aliás, alicerçou o naturalismo literário brasileiro em seus anos áureos -, trazendo para o debate a ideia de que, de fato, o que existe é a autodeterminação dos povos enquanto categoria de pensamento e a individualização dos grupos partidários enquanto entidades que lutam pelo poder e uns contra os outros.

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  8. Poderia continuar discorrendo por páginas e mais páginas sobre o tema, mas, pelo visto, o sr. Roger André precisará de muito mais referências para se manter em pé neste debate. Caso queira começar a pensar seriamente sobre este tema tão complexo, recomendo os livros e os vídeos abaixo:

    Livros:

    ADORNO, Teodoro W.; HORKHEIMER, Marx. Dialética do Esclarecimento. Tradução Guido de Almeida,Rio de Janeiro: J. Zahar, 1988
    ARENDT, Hannah.Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva. 1991.
    BAUMAN, Zygmunt. Amor Líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2001.
    BAUMAN, Zygmunt. Ética pós-moderna. São Paulo: Paulus,1997.
    BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,1999.
    CHAUÍ, M., Convite à Filosofia, São Paulo, 13a. ed., Ática, 2003.
    JAMESON, Fredric. Espaço e Imagem: teorias do pós-moderno e outros ensaios, Rio de Janeiro, EdUFRJ,2003.
    KUMAR, Krishan. Da Sociedade Pós-Industrial à Pós-Moderna: novas teorias sobre o mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
    LYOTARD, Jean-François. O Pós-Moderno Explicado às Crianças, Lisboa, Dom Quixote, 1987.
    SILVA, Juremir Machado. A Miséria do Jornalismo Brasileiro. 1ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. v. 1. 156p .
    SILVA, Juremir Machado. As tecnologias do imaginário. 1. ed. Porto Alegre: Sulina, 2003. v. 1. 110p .
    SOUZA, Ricardo Timm. Justiça e, seus termos. Dignidade humana, dignidade do mundo. Seminário do PPG - Filosofia 2010
    VELHO, Gilberto.Individualismo e cultura. Rio de Janeiro, Zahar, 1987.
    VYGOTSKY, Lev Semenovich.A Formação Social da Mente. 6ed. São Paulo:Martins Fontes, 1998.

    Vídeos:

    https://www.youtube.com/watch?v=5MoaxXL3eIM
    https://www.youtube.com/watch?v=1cQh1ccqu8M
    https://www.youtube.com/watch?v=9aDY3G7AiFY
    https://www.youtube.com/watch?v=_krVk5vgQY8

    Passar bem, Roger, se puder.

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  9. "Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão."

    ...E foi assim que dei razão a Humberto Gessinger, grande músico e poeta gaúcho. Ele entendeu, muito antes de mim, o quanto é difícil viver neste mundo em que a realidade te destroça por dentro. Octávio Henrique me fez sofrer, pois quando li esta tréplica percebi o quão pouco meu colega compreende desta questão. Foi como se eu estivesse debatendo sozinho, somente eu com domínio do assunto, enquanto ele, do lado de lá, ficou fazendo citações anacrônicas e postando dicas de leitura completamente díspares a finalidade aqui proposta. Não bastasse isso, ainda, fez uma analogia ao fato de eu jogar mal o Beisebol, sendo que na verdade sou excelente rebatedor. Pobre Octávio! Mal sabe que eu, desde os oito anos, participei da liga Junior de Beisebol em meu estado e cheguei a frequentar alguns dos melhores clubes do mundo. Enfim...

    Vejo situações como esta todos os dias. Atuo como pesquisador do Instituto de Estudos e Pesquisas do Trabalho e da Educação, cuja finalidade é analisar sistematicamente o comportamento social. Pessoas como meu adversário entram no grupo de estatística n° 4. Neste grupo estão os que sofrem de mentalidade bipolar natural, que nada tem a ver com transtorno bipolar, e sim com uma versatilidade inútil de raciocínio que cria ociosidade cerebral, fazendo com que a pessoa desperdice tempo raciocinando sobre aquilo que não existe ou que não é foco de sua análise. Assim, estas pessoas acabam por entrar no grupo especial, e por isso recebem tratamento especial também.

    Mas, voltando a questão central, reconheço a importância da filosofia não como um fim em si mesma, mas como mecanismo de busca pela verdade essencial. Questões de origem e finalidade humana são realmente relativas, no sentido cultural, mas em suma o que todos querem é entender o que acontece depois da morte ou mesmo onde estávamos antes do nascimento. Ainda que os métodos sejam diferentes, ainda que as explicações sejam as mais diversas, tudo que o homem busca é a resposta para suas perguntas mais primitivas. Nos filmes do agente secreto do MI6, James Bond, ele deixa evidente que o mais importante não é vencer o inimigo, e sim entregá-lo à sua chefe, aquele velhinha que sempre parece ser a mesma atriz desde a primeira versão do filme. Pegar mulheres enquanto se aproveita dos momentos de adrenalina é a condição que ele criou e se estabeleceu, é assim que ele se torna feliz e satisfeito. Mas, e nós, meros mortais que não temos as vantagens de agirmos conforme os personagens de cinema? Para nós resta a compreensão daquilo que é, ignorando, portanto, o eterno devir. Octávio Henrique é uma pessoa diferenciada por não poder perceber isso. Afinal, ele gosta de funk e hip hop; que moral tem alguém que ouve esse tipo de música? Não dá para entender como um rapaz tão jovem já conseguiu se perder assim nas drogas, eis a questão.

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  10. "E a universidade fica calada,
    o professor abusa, discrimina e dá risada."

    Como comecei com uma citação, é de bom tom que acabe com outra, desta vez com o hino entoado pelos alunos de Paulo Ghiraldelli Jr. quando foram protestar contra seus atos durante um debate seu com o professor português Desidério Murcho.

    Por que a citação? Ora, leitor, porque a reação de Ghiraldelli, pelo visto, terá de ser a mesma que a minha aqui, pois o que Roger fez, até o momento, foi apenas mentir e tergiversar, não se lembrado de que ESTE, e nenhum outro, em que participamos pode ser um dos debates mais importantes para o futuro do pensamento humano.

    O sr. André, primeiro, tem a petulância de afirmar que é um ótimo rebatedor. Ora, como diria o supracitado Paulo Ghiraldelli, "isto é uma mentira!", pois qualquer um que leia seus escritos perceberá que se trata, na verdade, de um homem incapaz sequer de escrever a história de uma escola de samba, que dirá de participar ativamente em qualquer esporte. Há, também, vídeos em que Roger, tão magro de tão franzino e tão franzino de tão magro, joga, em sua juventude, pior do que jogavam, no futebol, os jogadores do Corinthians 2007.

    "É uma mentira!", também, quando temos o debate (frise-se: DEBATE, e não feira livre como Roger aparenta ter pensado que isto fosse, dada a sua inépcia argumentativa comprovada desde os primórdios desta discussão) sério sobre a pós-modernidade, que Dugin tenha falado qualquer coisa sobre caixas de Toddynho. O caso, ao contrário do que diz nosso colega, é que ele falou em latas de Coca-Cola, visto que essas sim são aparentadas ao Dollynho e podem, sem dúvida alguma, ser usadas como forma de demonstrar o domínio do indivíduo intersubjetivo russo profetista em relação ao capitalismo liberal-atlantista norte-americano.

    Dizer, então, que Xabi Alonso é cronista "é uma mentira!", pois todos os homens cartesianos de bom senso sabem que se trata, na verdade, de um famoso teatrólogo basco, dada a influência das músicas do U2 na construção de sua poética altamente relativizadora dos conceitos da modernidade antigamente sólida e agora tão posmodernamente líquida em que vivemos.

    Percebemos que Roger, então, de literatura compreende tanto quando de pós-modernismo, visto que também não sabe que, ao invés dos seios, o que traz ao homem pós-moderno a real felicidade pode ser representado por um polêmico aforismo do filósofo contemporâneo Cumpadre Washington: "Esse aí que é seu marido? Sabe de nada, inocente!".

    Sim, leitor, é justamente essa massificação do conceito de adultério que traz à baila uma nova discussão evitada por mim até agora para não traumatizar as crianças e os Rogers da vida. Trata-se da alienação do corpo masculino enquanto objeto de desejo em rituais necrotéricos, necrofílicos e satânicos, algo em que, aí sim, as caixas de Toddynho podem fazer parte de uma analogia com o refrigerante Dollynho, pois o ato de esmagar ambos representa, em nossos tempos pós-modernos, uma ideia de fetichização dos beagles de Luisa Mell, utilizados, doravante, não mais de forma experimentalista, mas de modo a adicionar insulto à injúria e niilismo ao dogmatismo excessivo que ainda permeia a nossa sociedade pós-desconstrucionista.

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  11. Antes de passar ao próximo tópico, quero dizer que, até o momento, tudo o que disse só FOI e é possível graças ao filósofo Olavo de Carvalho, já que este fica um tanto alterado quando não é citado entre as influências intelectuais mais importantes não só para qualquer um como de qualquer um, demonstrando, assim, um típico espírito pós-moderno, posto que pratica a identificação do ente rebelde como alvo a ser subjetivizado e relativizado.

    Voltando, então, à baila, quero abordar uma ideia que achei pura, mas PURA estupidez por parte de Roger, que é a de medir pessoas e colocá-las dentro de estatísticas de comportamento neuropsiquiátrico. Ora, todo bom estudante do pós-modernismo sabe que esta de Roger foi, na verdade, uma tentativa pós-pragmatista de praticar, como modus operandi de um eurasianismo duguiniano recalcado por taras primitivas, a rotulação das bananas africanas como infectadas por caramujos que, por não terem passado pelo aufklarung kantiano, não podem adicionar ao ser social enquanto indivíduo inserido em uma ordem coletivizada e sexualizada qualquer experiência de valor. Neste sentido, ler Foucault é esclarecedor, visto que demonstra, com sua Metafísica do Poder Menor, como reverter este processo.

    É preciso, então, abordar factualmente o problema como se fosse importante para nós mesmos e não para os outros, aqueles mesmos do inferno sartreano. O caso é que a putrificação do modelo neoconservador de histerismo coletivista traz, consigo, uma latente liberalesmação da sociedade que, dominada por seres sociais tipicamente partidários das maçãs em detrimento das laranjas, hortifrutificam tudo de modo a tornar qualquer tentativa neo-pós-iluminismo mal fadada e mal sucedida, tornando assim impossível a superação da pós-modernidade, o que, não obstante, é muito bom e produtivo tendo em vista o que já demonstrei nesta e em outras participações minhas ao longo do debate, que está ficando muito pequeno em dimensão e, por isso, estou aqui enrolando um pouco mais do que o tema prevê.

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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  13. Os classicistas e os crentes na modernidade como forma de redenção do mundo diriam, então, que estou de muita, mas muita ZUEIRA, pois nada pode ser tão enrolado, mas o fato é que, como o vídeo ao final de minhas considerações demonstra, é o tema muito amplo para o simplismo de um debate retórico e, principalmente, para a falaciosidade das falsas questões postas pelo sr. André na mesa.

    Claro fica para o leitor, então, que, além de LeBron James ser na verdade um jogador de criquete austrohúngaro e não de basquete, tendo sido eleito ao menos cinco vezes o melhor desse esporte, o que foi dito por parte de Roger não representa, de maneira alguma, o espírito pós-moderno, mas, parafraseando Possenti, seu simulacro, dado o ódio com que falou sobre esta fecundíssima corrente filosófica em todas as suas participações.

    Importa, portanto, que não caiamos em embustes destinados a despolimerizar o ser, tirando-o de toda a sua quimicidade social característica e eliminando, assim, qualquer forma de renovação das já citadas taras primitivas e, portanto, objetivizando o debate em torno de temas que, de relevantes, nada têm, sendo, na verdade, apenas maneiras diferentes de ser sofista e de se gastar papel com maus livros, como é certo que Roger vai querer fazer depois do choque de pós-modernidade que lhe apliquei.

    Despeço-me, portanto, com o vídeo explicativo e com o desejo de que ninguém aqui caia nas armações de medievalistas que só querem, na verdade, fortificar a Pepsi com fetos abortados enquanto, do alto de seus casarões assobradados, cantam "Saudosa Maluca" comendo caviar e arrotando o discurso extremista da direita pão com geleia. E, como diria Paulo Ghiradelli, "é uma mentira!" o discurso de André, apenas para não deixá-los correr o risco de se esquecerem da robotização dos CDs de PS3 vendidos nos camelôs paraguaios.

    Sem mais,
    Octavius

    Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=lUyFZUKo6u8

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