segunda-feira, 25 de junho de 2012

Micael Pimpim X Alex Cruz - O Pai, o Filho e o Espírito Santo e as evidências





  1. Para começarmos este debate, primeiramente devemos entrar em sintonia com relação às intensões para com o mesmo. Como o tema já diz, o meu objetivo não é provar de modo incontestável que Deus existe, pois se eu pudesse fazê-lo, convenhamos que não existiriam ateus, mas o meu objetivo é apresentar evidências de sua existência. Uma boa analogia é a do buraco negro: um buraco negro é um objeto que possui uma quantidade de massa muito grande (de 3 a milhares de vezes a do nosso Sol, como os buracos negros super-massivos encontrados em núcleos galácticos ativos, como quasares) em um espaço extremamente pequeno, fazendo com que a sua ação gravitacional seja tão intensa que a deformação gerada no tecido do contínuo espaço-tempo seja tal que nem mesmo a luz pode escapar de ser assimilada. Desta forma, um buraco negro não poderia jamais ser visto (já que nenhuma fase eletromagnética é refletida ou emitida por ele), mas existem evidências tão fortes que se tornaria em algo ilógico afirmar que os mesmos não existem, como o feito lente que um buraco negro cria, ou o fato de corpos celestes estarem orbitando uma região com uma ação gravitacional muito grande apesar de não haver nada lá para ser visto, ou a emissão de colunas de matéria e energia por núcleos galácticos inativos, entre outros.

    Assim, antes de apresentá-las, gostaria de definir o que são evidências e quais são as suas formas de manifestação: evidência é tudo aquilo que pode ser apresentado de forma a corroborar uma ideia, teoria ou versão de fatos. Seus tipos (importados do Direito) são evidência pericial (que será aqui apresentada sob a forma de pesquisas ou trabalhos científicos realizados), evidência documental e evidência testemunhal.

    Sendo o preâmbulo consolidado, gostaria de apresentar as evidências:

    1. Periciais:

    1.1. Campo lógico:

    1.1.1. "t - 1": Como ficou provado recentemente, o maior erro de Einstein, na verdade, estava certo. Existe uma energia que se contrapõe à ação da gravidade de tal forma que todo o universo está se expandindo e com crescente aceleração, e não contraindo e estabilizando (como se esperava). Essa estranha energia que nem mesmo pode ser medida foi chamada de energia escura. Já que o universo está se expandindo e se acelerando, seria óbvio pensar que algum tempo atrás todo o universo estava concentrado em um único ponto. De fato, este foi o Big Bang. Se chamarmos esse ponto na linha do tempo de "t0", o que teria acontecido no "t - 1"? Alguns tentam explicar através da Teoria do Big Crunch, que estamos em um ciclo sem fim de "Bangs" e "Crunchs", contudo, o fato de o universo estar se acelerando mais e mais nos leva a descartar um "Big Crunch" em troca de um "Big Chil", onde em um futuro distante toda a matéria se veria afastada, isolada e congelada. Outros tentam partir para a Teoria da Inflação Cósmica, a qual não descarto, que diz que o nosso universo (ou apenas verso) seria apenas um de bilhões de multiversos que se inflacionaram em "Bangs" aleatórios através de mecanismos ainda não compreendidos. Pois bem, e o primeiro verso? O que teria acontecido antes de seu "Bang"? Na singularidade de um "Bang" não existe espaço-tempo, e como antes não havia nada físico para causá-lo, esta é uma evidência que aponta para um Criador (Deus Pai).
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  2. 1.1.2. Caos X Cosmos: São palavras do latim que significam desordem e ordem, respectivamente. Comecemos com uma experiência na qual um elétron se colide com um próton. É certeza que o elétron se desviará, mas o ângulo de desvio é indeterminável. Por exemplo, se pegarmos dois conjuntos-universo idênticos formados por uma região no espaço-tempo, um próton e um elétron e fizermos o elétron colidir com o próton em condições exatamente idênticas, é possível que em um conjunto o elétron se desvie para a esquerda, enquanto no outro, para a direita. Esta é uma característica da natureza quanto à Mecânica Quântica desvinculada da ignorância humana, ou seja, é impossível determinar com exatidão a deflexão do elétron. Ora, como então, apesar do mundo picoscópico estar imerso em um completo caos, ainda assim, o macroscópico se vê em um notável cosmos? Uma série de processos aleatórios e simplesmente incompreensíveis acaba por fim, "milagrosamente", gerando tamanha coesão. Esta é uma evidência de um Mantenedor (Deus Pai).

    1.1.3. Legislador: Newton nos contou que um corpo em inércia tende a permanecer em inércia a menos que a resultante da soma vetorial de forgas que atuam no corpo seja diferente do vetor nulo. Mas por quê? Essa e outras leis da Física, como a gravitação universal, são tão rotineiras que nem mesmo nos indagamos o porquê delas serem verdade. Não existe um mecanismo para a explicação de postulados científicos simplesmente porque não tem como prová-los. Simplesmente são verdade. Por que, então, o nosso universo se organiza sempre da mesma maneira sem violar as suas leis? Essa é uma evidência de um Legislador (Deus Pai).

    1.2. Campo filosófico:

    1.2.1. Vida: O que constitui um ser vivo? Não seria um arranjo muito bem organizado de moléculas orgânicas que, por sua vez, são formados em sua maior parte de átomos de Carbono, Hidrogênio, Oxigênio, Nitrogênio, entre outros? E os átomos? Prótons, Nêutrons e Elétrons. E estes? Quarks (up, down, charm, strange, botton e top), glúons, píons, neutrinos e uma enorme variedade de léptons, bários, mésons (e suas respectivas anti-partículas) e bósons. Portanto, de modo primordial, qual a diferença entre um ser vivo e uma pedra? Uma simples conformação extra-ordinária das mesmas coisas não poderia conferir vida à matéria. Um conjunto aleatório de arranjos e rearranjos na poça primordial não teria este poder. Tentar afirmar que o Código Genético Humano surgiu por acaso é mais ilógico do que dizer que alguém rasgou letra por letra da Enciclopédia Britânica e jogou no Empire State Building e aleatoriamente as letras se arranjaram no ar fazendo com que a enciclopédia tocasse o chão da mesma forma que era antes de ser rasgada. Evidência de um Planejador (Deus Pai).

    1.1.2. Consciência: Seguindo a linha de raciocínio, segue-se que o homem é o ponto exato onde a matéria adquiriu consciência. Como que uma consciência pode surgir em meio a um universo de simples partículas, energia e suas respectivas interações? A mente é algo mais complexo do que se pode imaginar. O homem nem mesmo compreende o cérebro por completo, que dirá a mente. Adquirir consciência não é o produto da incerteza com o aleatório. Mais uma evidência de um Planejador (Deus Pai).

    1.2.3. Argumento Cosmológico Kalam: Não vou me deter no mesmo por motivos óbvios, mas só diria que a premissa "Tudo o que passou a existir tem uma causa" não contém o que se quer provar de maneira a ganhar o título de petição de princípio, mas apenas deixa em aberto como possibilidade de haver ou não algo que sempre existiu. Evidência de um Ser Atemporal e Não-espacial (Deus Pai).
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  3. 2. Documentais/Testemunhais:

    2.1. Campo Antropológico:

    2.1.1. A Bíblia Sagrada: Como, nos dias atuais, nós sabemos dos acontecimentos passados? Através de relatos e documentos que transpassam as barreiras do tempo. A Bíblia é um documento que traz relatos históricos de uma série de acontecimentos e, assim como a Primeira Constituição Americana, é uma evidência de que os acontecimentos, nela citados, ocorreram. Evidência explícita da existência de Deus Pai, Jesus e Espírito Santo.

    2.1.2. Manuscritos diversos: É de conhecimento geral que existem inúmeros manuscritos datados das primeiras décadas falando de um chamado Jesus. Ainda que seus atos não concordem de modo unânime, a sua existência é certa, pois pela Navalha de Ockham é mais lógico acreditar que tal homem existiu do que o oposto. Considerando a sua existência, ao analisarmos o que ele realmente fez, devemos levar em consideração que os melhores manuscritos concordam com relação aos seus atos, e que foram separados no Concílio de Trento e Niceia, conferindo autoridade documental a tais manuscritos. Evidência da deidade de Jesus.

    2.2. Campo Sociológico:

    2.2.1. Incoerência: De acordo com documentos históricos (como a Bíblia), a primeira pessoa que viu Jesus ressuscitado foi Maria, a chamada Madalena. Ora, todos sabem que nas sociedades judaicas do Oriente Médio, a mulher não possui autoridade alguma, principalmente se era atribuída a ela uma má fama, como a tradição afirma ser Maria Madalena a moça que Jesus salvou do apedrejamento com a frase "quem não tem pecado que atire a primeira pedra", e que havia sido acusada de adultério. Por que, então, se os primeiros cristãos estivessem mentindo, escolher uma mulher uma mulher e que ainda podia ser uma adúltera como primeira e principal testemunha da ressurreição de Jesus? Uma escolha um tanto quanto inusitada, no mínimo, a menos que tenha mesmo sido ela a primeira testemunha da ressurreição. Evidência da veracidade de Jesus.

    2.3. Campo Histórico: Muitos relatórios militares romanos e também relatos civis do primeiro século nos contam que muitos dos primeiros cristãos, que diziam ter visto Jesus ressuscitado ou seus milagres antes de sua morte, foram crucificados pelos romanos, passando antes por incontáveis sessões de chicotadas e outros métodos de tortura física até chegar à morte sem renunciar suas palavras de que eles viram o Cristo, e mesmo desprovidos de qualquer força, ainda assim, morriam cantando e louvando o nome de Deus. Dizem os relatos que tantos mártires foram crucificados em Roma que a madeira local começou a se esgotar. Em meio a esse cenário dantesco, essas notáveis pessoas morriam sorrindo, cantando e dizendo: "Eu vi! Nada do que façam comigo pode mudar o fato de que eu vi!". De todas as evidências aqui elencadas, esta é, para mim, a mais marcante. Uma evidência de uma força extraordinária que os capacitou a testemunhar o que eles viram e assegurar imensa credibilidade. Evidência da existência e do poder de Jesus, o Cristo, e da capacitação do Espírito Santo.

    Termino minhas considerações iniciais expressando a minha insatisfação por ter falado apenas cerca de 60% do que eu gostaria e que, por sua vez, representa uma fração mínima de todas as evidências existentes que como no caso do buraco negro, não provam nada por si só, mas que juntas formam um forte corpo de prova com relação à existência da Santíssima Trindade.
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  4. O Pai, o Filho e o Espírito Santo e as evidências


    CONSIDERAÇÕES INICIAIS

    Meu adversário me havia prometido surpresas nesta discussão e, desde já, tenho que admitir que ele me surpreendeu. O título deste debate me fez pensar em um assunto bem diferente para este debate. Para mim, seria o mistério da Santíssima Trindade! É realmente um mistério, afinal como uma coisa pode ser una e tripla ao mesmo tempo? Este sim seria um tema invulgar nos duelos sobre religião. Foi justamente por isso que aceitei o desafio do meu nobre oponente, Micael Pimpim (doravante Sr. Pimpim). Criei expectativas. Achei que discorreríamos sobre a Trindade, as denominações cristãs que a aceitam, as que a rejeitam, sua acepção segundo o senso comum, a sua (in)viabilidade lógica e metafísica, as peripécias argumentativas da filosofia patrística e escolástica para racionalizá-la etc.

    Porém (e talvez aí esteja a surpresa prometida!), meu ladino oponente frustrou-me derramando em meu monitor um discurso sobre evidências teístas que, tenho certeza, muitos já viram e reviram em vários debates por aqui ou seja lá por onde for. Frustrado e de mãos atadas, não poderei nem mesmo tentar levar o debate para a questão interessante que seu título sugere, pois, como desafiado que sou, tenho que ater-me ao tema proposto pelo meu desafiante. Ponto para ele! Cumpriu sua palavra e surpreendeu-me, ainda que de forma negativa, escondendo com um título novo um assunto antigo. Se as coisas têm que ser assim, paciência! Retomemos o trabalho de derrubar essas evidências uma a uma:


    1) T - 1:
    Existem várias teorias para explicar a origem do universo. Algumas, como a Teoria M, apenas interpõem outros universos anteriores e paralelos ao nosso. Mas, como nos lembrou o Sr. Pimpim, para os nossos propósitos, ainda que haja universos anteriores ao nosso, o que nos interessa é a origem de tudo. Se não havia espaço-tempo e não sabemos ao certo o que houve, seria esta uma evidência para a existência de um Criador? Não. Isso apenas significa que não sabemos o que aconteceu. Utilizar nossa ignorância para evidenciar um criador é um argumento “Deus das lacunas”. Aí vai o que diz a Wikipédia:

    “Deus das lacunas é uma falácia lógica e uma versão teológica do argumento da ignorância. Caracteriza-se por responder questões ainda sem solução com explicações, muitas vezes, sobrenaturais, que não podem ser averiguadas. Sendo sobrenaturais as respostas para as questões em aberto, provar-se-ia a existência de fatos que não podem ser entendidos pelo homem. Nessa falácia, ignora-se a realidade e apela-se para uma explicação irracional.”


    2) Caos X Cosmos:
    Acredito que o meu adversário e seu amigo Patrick ainda não tenham atingido um estágio avançado de dogmatismo que os faça negar a Teoria da Evolução. Então vamos refletir um pouco sobre ela. Como animais que somos, temos um sistema nervoso que evoluiu de forma a melhor nos servir no meio em que vivemos. Nossa mente, portanto, está talhada para lidar com fenômenos pertinentes a nossa escala de tempo e espaço. Por isso temos grande dificuldade ao lidar com medidas extremamente grandes ou pequenas de tempo e espaço, assim como de temperatura, pressão etc. Em suma, nossa mente funciona muito bem na consecução dos objetivos para os quais a Evolução a moldou: sobreviver em nosso planeta. É exatamente por isso que fenômenos que ocorrem em nível subatômico parecem não fazer sentido para nós, pois a compreensão desses fenômenos nunca foi uma vantagem evolutiva para nós. Então eventos em escala picoscópica, que nos parecem aleatórios, não se unem “milagrosamente” para resultar na ordem macroscópica a que estamos acostumados, como quer o Sr. Pimpim. Não há “milagres” aqui. Há apenas o resultado natural do processo de evolução da nossa mente primata.
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  5. 3) Legislador:
    Acabamos de ver que há escalas enormes ou minúsculas em que a física de Newton simplesmente não se aplica. Mas ainda assim há valores que parecem ser universais, como a “constante gravitacional” a “força forte” ou a velocidade da luz. Novamente, isso indica a existência de um Legislador? Não! Motivo 1: a possibilidade (admitida pelo meu próprio oponente) de existirem incontáveis, talvez infinitos, universos com valores distintos para suas constantes depõe pela existência de vários, talvez infinitos, universos regidos por leis exatamente iguais ou bem semelhantes às nossas (em alguns deles, eu poderia ser o cristão e o Sr. Pimpim o ateu, em outros o Sr. Patrick Cesar poderia ser humilde, etc.) Motivo 2: as constantes são como são ou por acaso ou pela regulação de um Legislador incompreensível. Porém a existência de uma divindade que estabeleça valores precisos para todas as constates universais é, para dizer o mínimo, tão improvável quanto a combinação fortuita de valores para essas constantes. Vamos à próxima.


    4) Vida:
    É com muito pesar que vejo que o Sr. Pimpim não entende ou, se entende, renega o funcionamento da Seleção Natural, que explica perfeitamente como estruturas (vivas ou não!) extremamente simples podem dar origem a outras extremamente complexas em grandes períodos de tempo. Contra o dogma, só posso pedir que meu oponente estude o assunto e perceba o alcance da Seleção Natural. Para ajudá-lo nesta busca libertária e extremamente compensadora, deixo-lhe um texto sobre como a Seleção Natural agia antes mesmo de haver vida:
    http://www.inf.ufsc.br/~cancian/ciencia/ciencia_evolucao_replicadores.html


    5) Consciência:
    O que o Sr. Pimpim faz aqui é passar a ideia que, como o cérebro e a mente humanos são complexos e ainda não compreendidos, deve haver um Planejador por trás de tudo. Na verdade isso já está refutado pelo tópico anterior. A Seleção Natural oferece uma explicação que dispensa uma Divindade, que, aliás, seria infinitamente mais complexa que a mente humana, cuja complexidade deveria explicar. Mesmo ignorando tudo isso, qualquer um pode ver que se trata de outro argumento “Deus das lacunas”, conforme vimos no primeiro tópico. Avante.


    6) Argumento Cosmológico Kalam:
    Isso já foi discutido à exaustão. Além do problema óbvio da causalidade sem haver tempo, o argumento pode ser considerado circular caso se pretenda que a “causa” do universo é Deus. Para quem está chegando agora:
    http://duelosretoricos.blogspot.com.br/2012/06/patrick-cesar-x-alex-cruz-argumento.html


    7) A Bíblia Sagrada:
    Parece-me que algumas “evidências” foram postas aqui apenas para fazer volume, como é o caso desta e de outras que virão a seguir. Até mesmo os teístas mais ferrenhos sabem muito bem que não adianta usar as escrituras para debater racionalmente sobre a existência de uma divindade. O personagem histórico de Jesus Cristo é até admissível, mas uma divindade não. Por que meu oponente perde o seu e o meu tempo com isso? Não sei.
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  6. 8) Manuscritos diversos:
    Antes de tudo, vejo que o Sr. Pimpim pensa corretamente segundo o princípio da Navalha de Ockham para justificar a existência de Jesus, mas ignora o mesmo princípio quando fala da origem da vida e do surgimento da consciência, cuja explicação pela hipótese divina é bem mais complexa que a explicação pela Seleção Natural! Engraçado, não? Agora vamos refutar a “autoridade documental” por redução ao absurdo: existem centenas de documentos (inclusive processuais) da inquisição espanhola versando sobre a existência de bruxas e dos seus atos de bruxaria, que incluíam provocação de diarreias nos fieis no meio das missas, rajadas de ventos que levantavam batinas dos padres, chuvas inoportunas na hora da procissão etc. Algumas pobres coitadas engravidavam de padres, queixavam-se e eram mortas por carregarem supostos “filhos do diabo”, que assumira a forma de um padre com uma ereção peniana no meio da noite. Segundo o critério do meu oponente, isso é evidência documental não apenas da existência dessas pobres mulheres injustiçadas, mas também de seus atos de bruxaria! Assim, parece que até Paulo Coelho tem razão sobre as bruxas...


    9) Incoerência:
    E isso é um argumento? A ressurreição seria menos provável se algum apóstolo a relatasse primeiro em vez de uma mulher? A história de que Jesus andou sobre a água é menos provável porque foi presenciada apenas por homens? Se, além de Jesus, houvesse apenas uma prostituta no barco, a história seria mais plausível? Sejamos sérios, Sr. Pimpim! Não forcemos a barra!


    10) Campo Histórico:
    Então eles morriam cantando? Isso me lembrou bastante o final do filme “A Vida de Brian” do grupo Monty Python. A quem interessar:
    http://www.youtube.com/watch?v=ij4droGVBmE

    No mais, já vimos o valor que a “autoridade documental” tem nesta questão. Apesar disso, meu colega diz que esta é a evidência “mais marcante” de todas as que ele forneceu. Se assim for, enquanto temos evidências documentais com 2000 anos de idade relatando sacrifícios em favor da existência do Deus cristão, hoje temos evidências visíveis e inquestionáveis para a existência de Alá! Então quantos homens bomba terão de explodir para que o Sr. Pimpim se converta ao Islamismo? Será que é por isso que o Islamismo é a religião que mais cresce no mundo? Por aí se tira o grau de seriedade com que este tipo de evidência deve ser encarado.


    Lamento se feri as susceptibilidades do Sr. Pimpim no que se refere às suas crenças. Mas aquele que está disposto a debater um assunto deve, de antemão, saber que suas ideias, sagradas ou não, não estão acima da crítica. Passo a palavra ao meu oponente e despeço-me com os...

    cumprimentos do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz
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  7. Ilustre Oponente,

    Talvez minhas intenções, com relação a este debate, tenham ficado um tanto turvas. Pode ser que eu não tenha me expressado como deveria, mas, se me lembro bem, eu havia lhe dito no facebook "ipsis literis": "Alex Cruz, meu tema propõe mostrar algumas evidências, em vários campos do conhecimento, da existência de Deus em seus três âmbitos: Deus Pai, Deus Filho (Jesus) e Deus Espírito Santo! Somente gostaria de pedir para que o debate comece na segunda-feira! Grato!". Por isso, pensei que havia sido claro com relação a ideia do tema. Se não fui suficientemente claro, agradeço sua disposição em dar seguimento ao debate com notável desenvoltura.

    Assim, antes de tentar contra-argumentar, gostaria de expressar minha intenção de não seguir de acordo com o esteriótipo (que, cada vez mais, vem fazendo juz ao seu uso) de tratar meu oponente com rispidez e hostilidade. Principalmente porque, antes de tudo, eu acredito no debate como uma forma boa e saudável de usar o direito de crítica e a pluralidade de pensamento para a elucidação e crescimento, e não para a divisão e contenda. Sem mais delongas, minha réplica:

    1) "t - 1": Gostaria de frisar que, nem sempre que Deus é usado para a explicação de algo esta explicação ganha título de falácia por "Deus das lacunas", mas somente quando não se chega a essa conclusão (e em nenhuma outra) de forma lógica e racional. Atribuir a Deus a autoria da Criação é fruto de inúmeras horas estudando todas as outras possíveis causas que não recorressem a uma solução "ex machina" deste "drama" que é o início do Universo. Eu não preenchi uma lacuna com a ideia de Deus, eu concluí que era Deus quem ocupava esta relativa lacuna. Digo relativa porque, para mim, nunca houve uma lacuna, de modo que Deus sempre a ocupou, mas que para alguns que não aceitam esta resposta, que é a única, esta lacuna jamais se completará. Se discorda, desafio-te a preenchê-la de forma científica, lembrando que "ex nihil" não pode ser uma resposta.

    2) Caos X Cosmos: Eu achei que havia sido claro quando disse: "Esta é uma característica da natureza quanto à Mecânica Quântica desvinculada da ignorância humana, ou seja, é impossível determinar com exatidão a deflexão do elétron.". Gostaria de frisar as palavras "desvinculada" e "impossível". Mesmo que a ordem de grandeza de um evento seja tão fora da realidade que não nos faça muito sentido, podemos entender seu mecanismo, se for possível, é claro. O Ilustre Alex Cruz disse que não podemos compreender o picoscópico porque escalas muito defasadas de nosso cotidiano fogem da compreensão de nossas mentes. "Um contra-exemplo nega uma tese". Portanto, como poderíamos observar e entender com grande espectro, eventos que estão até mesmo a 13,7 bilhões de anos-luz no espaço, e assim, 13,7 bilhões de anos no tempo? Eventos estes que ocorrem em super-conglomerados de galáxias, que fogem, em escala de tamanho, até mesmo das mais mirabolantes histórias de ficção científica? Argumento invalidado por contra-exemplo.
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  8. 3) Legislador:

    Motivo 1: A existência de multi-versos é possível. Mas em que nível? Não devemos confundir o que vemos na TV ou cinema com ciência. De acordo com a Teoria da Inflação Cósmica, um outro verso (não-paralelo) pode surgir de uma inflação, ou Bang, por "triggers" que ainda não conhecemos. Contudo, este "novo universo" se inflou causal e diretamente de outro verso, e portanto, partilha das mesmas leis físicas de seu verso "pai". Por outro lado, a existência de multiversos pode ser criada (aqui sim de forma paralela) através de "viagens no tempo" (deslocamentos em alguma das 11 dimensões do contínuo espaço-tempo que não sejam as 4 dimensões convencionais), necessariamente, para o passado a fim de mudar a história. Como no paradoxo temporal do pai, onde um indivíduo "volta no tempo" e atira em seu pai. Se o pai morreu, o indivíduo não nasceu, e assim, não matou seu pai, vindo, então, a nascer e eventualmente a matá-lo. Este paradoxo se resolve com a ideia de que o pai que ele matou vivia em um universo paralelo, onde na qual ele jamais existirá. Por motivos óbvios, isto não passa de cálculos matemáticos e ficção científica, de forma que permanecerá assim ainda por um bom tempo, nulificando a possibilidade de outro Micael, Alex e, infelizmente, de um Patrick humilde.

    Motivo 2: A "combinação fortuita" me parece ser mais improvável ao admirarmos a perfeição e a beleza deste universo, quanto a seu arranjo meticuloso.

    4) Vida: Aqui meu adversário não respondeu minha pergunta (que fugia a definição de seleção natural). No dia que alguém me explicar como um mero arranjo de bósons, mésons, léptons, energia e todas as outras partículas pode dar vida à matéria, fazendo com que ela transcenda o físico para o metafísico (como é o caso do pensamento), então, eu me surpreenderei. Também não comentou a probabilidade disso se dar aleatoriamente, como demonstrado com a ideia de enciclopédia. Vejamos outro exemplo:

    Certo dia chego em casa, onde moro sozinho, e encontro um lindo bolo, todo confeitado e colorido em cima da mesa de minha cozinha. Mas de onde esse maravilhoso bolo havia vindo? Estabeleço, então, uma teoria, na qual alguém o fez para mim e, de alguma forma que eu não sei explicar, o colocou em minha mesa. Logo, penso em outra teoria, onde um caminhão que carregava ingredientes para bolo, ao virar na esquina de minha casa, bateu e tombou girando várias vezes, fazendo com que os ingredientes se misturassem nas proporções e ordem exatas em seu interior, onde, por fim, o caminhão explodiu assando o bolo, e lançando-o no ar para cair exatamente em minha mesa passando pela janela da cozinha. Acreditar que a vida é fruto do acaso é ser adepto da segunda teoria do bolo. Não preciso nem citar Ockham.

    5) Consciência: Mais um ponto onde a matéria não somente transcende, mas mergulha do físico ao metafísico. Como a palavra diz, vai além do físico. Seria muito mais complexo pensar que a mente é fruto do aleatório como mostrei antes. É como se quando os primeiros astronautas pisarem em Marte, lá encontrassem um computador e fizessem 2 teorias: na primeira, a NASA havia enviado sondas que se destruíram provavelmente por ventos de inverno de forma que um HD havia sobrevivido aos ventos. Ou, na segunda, que este computador se formou através dos milênios por reações aleatórias dos materiais da superfície de Marte. Se é mais lógico que a mente é aleatória, então a segunda teoria também é. Mais uma vez, Ockham se aplica.

    6) Argumento Cosmológico Kalam: Já expliquei, em meus comentários no facebook, acerca de seu debate com o Patrick, que se o argumento for usado apenas para mostrar que o Universo tem uma causa, então ele não é circular. A conclusão de que a causa não é física é óbvia.
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  9. 7 e 8) Meu maior objetivo era mesmo de que o meu oponente admitisse a existência da personagem histórica Jesus, o chamado Cristo. Gostaria de lembrar que mesmo no Direito, atualmente, a evidência documental é aceita, de forma que eu frisei que as evidências por si só não provam nada. Agora, se estes documentos merecem crédito ou não, eles devem passar por certas análises, como a corroboração de outros documentos, contradições existentes nos mesmos, possíveis intencionalidades de terceiros ao criá-los (como é o caso das moças que engravidavam de padres e que os mesmos as matavam como bruxas para que não viessem à tona suas atitudes devassas), que não é o caso da Bíblia, entre outros. Através destes métodos, ninguém mais tem dúvidas, nos dias de hoje, de que aquelas moças não eram bruxas. Inclusive, caro Alex, citar documentos falsos não invalida documentos verdadeiros. A Bíblia não tem ligação com estas "bruxas". É como seu eu dissesse que seu RG (Registro Geral) não é válido por causa do mesmo motivo.

    9) Incoerência: Sim, isto é um argumento. Inclusive, parece que meu oponente tentou escapar de respondê-lo tentando desmerecê-lo. Se somente uma prostituta tivesse visto Jesus andar por sobre as águas, seria muito mais difícil convencer alguém (não esqueçamos de que estamos falando de uma cultura que privilegia completamente o homem em detrimento da mulher, e que, inclusive, era pior no passado). Para que esta história tenha sido creditada a cerca de 2 mil anos atrás, mesmo que a principal testemunha tenha sido uma mulher e, talvez, de má fama, era preciso que outro fator corroborasse, como as pessoas daquela época haviam visto o poder de Jesus, e por isso, não duvidaram daquela mulher.

    10) Há uma grande diferença entre os homens-bomba e aqueles que morreram no primeiro século. A começar que os primeiros cristãos viram pessoalmente Jesus, e meu caro oponente não irá me dizer que a evidência testemunhal não tem o seu devido peso. O que o meu oponente talvez não saiba é que muitos soldados romanos que também viram a Jesus, tudo o que Ele fez e se converteram, mesmo assim também morriam ao lado dos judeus resistindo às mais diversas torturas, que não citarei aqui para não expor tamanha violência desnecessariamente, e que nos mostram uma morte muito mais lenta e dolorosa do que uma simples e instantânea bomba.

    E eu passo a bola agora para o meu ilustríssimo oponente, no aguardo de sua réplica, certo de que serei alegrado com boa retórica!
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  10. O Pai, o Filho e o Espírito Santo e as evidências


    RÉPLICA

    Creio que a confusão acerca do tema deste debate se deve ao hábito muito comum entre teístas de tomar como ponto pacífico certos aspectos de suas crenças que são, na verdade, extremamente questionáveis, especialmente para um cético. Eu, por exemplo, ainda estou para descobrir como uma coisa pode ser una e tripla ao mesmo tempo ou como a trindade se relaciona com outros atributos de Deus sem contradizê-los. Meu oponente, por outro lado, põe como tema a “existência de Deus em seus três âmbitos” e começa a discorrer como se não houvesse nenhuma discordância quanto à ideia de “trindade una”. Mas essa não foi a primeira nem será a última vez que um teísta comete este pequeno atropelo num debate contra um cético. Seja como for, já reconheci seu direito de propor a tese e já me dispus a discorrer sobre o assunto escolhido. Então vamos a ele!


    1) T - 1:
    O fato de a lacuna da origem do universo sempre ter sido ocupada por Deus segundo o sistema de crenças do meu oponente é irrelevante para essa questão, assim como o número de horas que foram dedicadas ao estudo do assunto. Hipóteses divinas não se tornam verdadeiras a depender da quantidade de horas gastas na procura por outras possibilidades. Ainda não há uma explicação amplamente aceita para a origem do universo, assim como não havia explicações para a origem dos raios até os estudos sistemáticos de Benjamin Franklin sobre a eletricidade, no século XVIII. Antes disso, a humanidade não dispunha de todos os meios necessários para encontrar a causa dessas descargas elétricas (que foram atribuídas à vontade de Deus, de Thor, de Kadlu, de Taranis, de Zeus, etc.) assim como hoje não temos meios de confirmar muitas hipóteses sérias para a origem do Universo. Se a interposição de uma divindade sobrenatural não foi confirmada, preencher esta lacuna com Deus é um “argumentum ad ignorantiam” e é falacioso sim. Mas essa falácia nem se aproxima da contida no desafio que me faz o Sr. Pimpim: ele me pede para preencher a lacuna da origem do universo resolvendo o maior enigma da Física Moderna aqui no blog. Devo pegar minha prancheta e começar a fazer os cálculos ou devo ignorar este desafio teatral?

    2) Caos X Cosmos:
    O que meu oponente faz aqui é extrapolar o conteúdo de minhas declarações para refutar um argumento macaqueado. Eu não disse que não podemos compreender o picoscópico. O que eu disse é que “fenômenos que ocorrem em nível subatômico parecem não fazer sentido para nós”, pois “temos grande dificuldade ao lidar com medidas extremamente grandes ou pequenas de tempo e espaço”. Não há nada de absoluto aqui. O fato de podermos compreender alguma coisa do que ocorre nessas escalas não invalida o argumento evolutivo, que dispensa intervenções sobrenaturais mirabolantes. Nosso cérebro foi aprimorado pela seleção natural para sobrevivermos no ambiente da savana africana conhecido por nossos ancestrais: tridimensional, com objetos físicos de tamanhos e velocidades medianos e proporcionais. E mesmo que a explicação evolutiva esteja errada, coisa de que duvido muito, ficaríamos, no máximo, com uma dúvida cuja solução por “milagre” não é uma solução, mas produto da desistência de procurar por uma. Se na época de Benjamin Franklin as pessoas adotassem o pensamento do Sr. Pimpim quanto à eletricidade, debateríamos por cartas e viveríamos à luz de velas. Felizmente não foi o caso.

    3) Legislador:
    Motivo 1: Rotular o que eu digo como ficção científica não irá ajudar em nada. A Teoria da Inflação Caótica, do cosmólogo russo Adrei Dimitrievich Linde, da Universidade de Standford, é amplamente aceita pelos estudiosos e prevê exatamente os “vários, talvez infinitos, universos regidos por leis exatamente iguais ou bem semelhantes às nossas” assim como outros com leis distintas. É verdade que existem várias teorias que apontam para um multiverso, mas usar rótulos pejorativos para descartar aquelas que não lhe são favoráveis é uma péssima refutação cujo caráter meramente retórico acabo de explicitar.
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  11. Motivo 2: Então um incompreensível Legislador cósmico sobrenatural lhe parece mais provável que uma combinação aleatória de valores porque o universo se encaixa na sua concepção de beleza e perfeição? Isso foi um argumento umbilicista e passional, para dizer o mínimo. Apreciações estéticas individuais não determinam probabilidades para as constantes do universo. (Francamente, nunca pensei que um dia precisaria dizer esta frase!)

    4) Vida:
    Meu oponente pensa que sua pergunta sobre a origem da vida foge à Seleção Natural. Assim fica parecendo que estou lidando com um criacionista que não entende coisa alguma de Evolução e que acha que é feito de uma substância mais nobre que uma pedra de calçamento. Suas razões? Nenhuma. Ele apenas acha. Mas vou atendê-lo e começar desde o princípio: partículas fundamentais formam hádrons (prótons e nêutrons) pela força nuclear forte. Hádrons ligam-se através de glúons e formam núcleos atômicos, que atraem elétrons pela força eletromagnética resultando em átomos, cuja quantidade de prótons no núcleo determina o elemento químico (hidrogênio, oxigênio, carbono, ferro, etc.) Átomos interagem por ligações químicas (covalentes, iônicas ou metálicas) para formar substâncias químicas como moléculas. Estas últimas interagem e crescem em complexidade, formando compostos orgânicos como aminoácidos, que se ligam para formar proteínas. Daí para frente o artigo que postei (e que meu oponente provavelmente não leu) dá conta do que sobra: (http://www.inf.ufsc.br/~cancian/ciencia/ciencia_evolucao_replicadores.html) Espero que o Sr. Pimpim sinta-se bem à vontade para negar o que a Física, a Química e a Biologia descobriram quanto a este assunto, de modo a abrir espaço para algum “milagre”. Boa sorte.

    Talvez meu oponente tenha se olvidado de citar sua fonte quanto à historinha do bolo e da Enciclopédia Britânica: (http://www.youtube.com/watch?v=5Pb5u1GXrQE) Ambas são exemplos de um conceito falacioso do criacionismo chamado de Complexidade Irredutível (http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexidade_irredut%C3%ADvel). Simplesmente não é assim que a Seleção Natural funciona. Criacionistas insistem em dizer que a vida, as bactérias, as plantas, os animais teriam surgido em um único evento isolado e estupendamente improvável, assim como nos exemplos que o Sr. Pimpim nos forneceu. Ignoram falaciosamente o poder do acúmulo e minúsculas alterações sucessivas ao longo de enormes períodos de tempo em estruturas que se replicam, não em bolos de chocolate. Este pessoal é honesto ou quer enganar os desavisados? Não é a toa que se diz que dogmas prosperam entre gente pobre e ignorante, pois vítimas sem meios de contestação são facilmente ludibriadas por este tipo de discurso erístico.

    5) Consciência:
    Meu oponente diz que a consciência transcende o físico. É outra ideia que não resiste à análise mais simples. A consciência não é produto de “milagres”, mas sim de interações eletroquímicas no cérebro. Se não, como explicar que o entendimento de quem nós somos, nossas lembranças, movimentos, sensações, gostos, vontades e até nossa personalidade possam mudar radicalmente quando áreas do cérebro são estimuladas ou danificadas? Tenho a Biologia e a Medicina para corroborar com meu ponto de vista enquanto que meu oponente nos oferece o quê? Sua opinião seguida de outro exemplo de complexidade irredutível de uma estrutura que não se replica.

    6) Argumento Cosmológico Kalam:
    Nada mais a declarar: http://duelosretoricos.blogspot.com.br/2012/06/patrick-cesar-x-alex-cruz-argumento.html

    7 e 8) A Bíblia Sagrada e manuscritos diversos:
    Ninguém deve partir do pressuposto que meu RG seja falso. O princípio jurídico da Presunção de Legitimidade dos Atos Administrativos impede que se recuse fé a documento público. Porém se meu RG indicar que nasci no ano de 1715, é evidente que essa informação deve ser vista com ceticismo e que não poderei reclamar pela minha aposentadoria ao INSS. O mesmo ocorreria com um documento que atestasse uma intervenção sobrenatural esdrúxula.
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  12. Hoje todos creem que aquelas pobres mulheres existiram, mas quase ninguém acredita que elas eram bruxas, apesar de haver testemunhas, processos e documentos emitidos por entidades que representavam poderes legitimados e amplamente reconhecidos. Mas, para meu oponente, o bom senso e o ceticismo valem para documentos que atestam as “bruxarias” das vítimas da Inquisição, mas não para aqueles que atestam as “bruxarias” que são caras ao seu credo religioso. Dois pesos, duas medidas e uma bela falácia como resultado.

    9) Incoerência:
    Meu oponente insiste por uma resposta séria para um argumento que julguei burlesco. Então chamo atenção para o fato de que a Bíblia mostra Jesus aparecendo resuscitado também para os seus apóstolos, de modo que pouco importa que se tenha ou não dado credibilidade ao relato de Maria Madalena: – “Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor, e que ele lhe dissera isto. Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor.” (João 20:18-20) – Mas se meu oponente acha mesmo que seu argumento é sério, ficarei muito contente em dar uma credibilidade um pouco maior ao relato de uma prostituta se, pelo mesmo critério, ele admitir que os milagres testemunhados apenas pelos apóstolos são bem menos confiáveis. Resta saber se ele vai topar, se desdizer ou fingir que não leu. De qualquer forma sairei no lucro.

    10) Campo Histórico:
    Mais critérios duvidosos. Primeiro: também havia testemunhas nos processos da Inquisição. Isso nos faz acreditar que as acusadas existiram, mas não que eram bruxas. Já falei que, da mesma forma, não duvido da existência de Jesus, mas não acredito que ele tenha sido um “bruxo”. Segundo: pessoas sacrificam-se por aquilo que acreditam, seja verdade ou não. O número de pessoas que creem e se sacrificam por algo não é evidência de veracidade especialmente quando estamos tratando de dogmas. Terceiro: a quantidade de dor a que uma pessoa é submetida também não diz nada sobre a verdade daquilo em que ela acredita. Se os homens bomba morressem mais lentamente sua ideia mereceria mais crédito?


    Para finalizar, tenho algumas perguntas para que eu possa entender melhor o pensamento e a disposição de meu oponente:
    - Você é criacionista? Nega a Teoria da Evolução?
    - Você renega o conhecimento científico que vai de encontro à sua crença?
    - Você renegaria sua fé caso fosse possível prová-la como falsa?

    Cumprimentos do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz
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  13. Antes de começar minha tréplica, gostaria de evidenciar um artifício da réplica de meu oponente que é dizer que meus argumentos são falaciosos sem ao menos dizer o porquê. O simples fato de falar que um argumento é falacioso sem explicar tal afirmação configura-se em uma falácia "non sequitur". No transcorrer da tréplica estarei evidenciando outros artifícios.

    1) "T-1": Aqui meu oponente diz que minhas horas de estudo no assunto são irrelevantes. Bem, lembre-se que eu só disse isto para mostrar que não se trata de um argumento "Deus das lacunas" onde a resposta "Ex Machina" é dada sem quaisquer bases, motivos ou referências (por mim conquistados em meus estudos). Hora, se a refutação de que "o que eu disse era uma falácia" é irrelevante, então a conclusão é que era óbvio o fato de que não era uma falácia e, portanto, confirmar esta obviedade não passa de algo irrelevante. Se era óbvio, por quê então meu oponente disse que se tratava de "Deus das lacunas"? Apenas terminei a linha de raciocínio de meu oponente.
    Quanto aos raios (exemplo de Benjamin Franklin), estes se tratam de eventos que ocorrem dentro deste universo e não fora (como teria de ser a causa do universo). A causa do universo não pode estar nele mesmo, porque assim acabaríamos por concluir que esta causa causou a si mesma. Ora, se meu oponente acreditar em uma "causa auto-causada" ele estaria, então, apenas acreditando em ouro deus, só que mais ilógico do que o meu.
    Logo em seguida, meu oponente me acusa de usar um "argumentum ad ignorantiam". Fiquei até estupefato, pois não é o mesmo que vem querendo me convencer a abandonar minha conclusão em favor de sua ignorância acerca do início do universo, e usando esta ignorância como argumento? Peço-lhe, cordialmente, para que use de coerência.
    Por fim, meu oponente me acusa de um desafio teatral, mas na verdade, teatral foi sua resposta. Vamos analisar:
    Por que seria teatral? Um motivo seria se fosse impossível atingir esta resposta e, portanto, meu oponente abraça seu "ad ignorantiam" até a morte. Outro, se fosse possível, mas meu oponente sozinho jamais poderia consegui-lo. Ora, como ele sabe se ele não é o novo "Einstein" a revolucionar a física? Talvez seja porque ele tem muita fé em sua ignorância, o que é estranho para um ateu ter fé. Um detalhe: Este não é o maior enigma da Física Moderna. Este enigma existe desde os dias de Aristóteles de Estagira (e talvez até antes), onde o mesmo, sabiamente, levanta a ideia de um motor não movido para este enigma filosófico, que de Física Moderna pouco ou talvez nada possui.

    2) Caos x Cosmos:
    Eu jamais tentei invalidar o argumento evolutivo (pois não sou tolo a tal ponto), mas sim invalidar seu uso quanto desculpa para o fato de o homem não poder entender o picoscópico. Aqui meu oponente diz que eu usei um argumento "macaqueado", mas é ele quem incorre em outro artifício, que é fazer um jogo de palavras. Não importa se um ou dois trechos extraídos parecem passar a ideia de que seu argumento não possuía cunho absoluto. Todos os que leram a passagem inteira puderam perceber que meu oponente usa a evolução como desculpa para o fato de que é impossível ao homem entender por completo o picoscópico.
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  14. Meu oponente cogita o fato de que a evolução pode estar errada (para explicar este tópico, espero), mas disse que se for o caso, atribuir solução milagrosa é "produto da desistência de procurar por uma". Isto me levaria a acreditar que estabelecimentos de pesquisa como o CERN Accelerator ou o LHC não passam de grandes enfeites. Aqui vai um trecho do livro "Como construir uma máquina do tempo" do físico e astrobiólogo Paul Davies, professor-doutor de Filosofia Natural no Centro Australiano de Astrobiologia na Universidade de Macquaire: "Os físicos estão convencidos de que a incerteza quântica é intrínseca a natureza e não apenas resultado da ignorância humana dos processos envolvidos. Por outras palavras, mesmo o elétron não "sabe" como é que vai ser desviado até a colisão acontecer realmente." (sobre o experimento de colisão entre um elétron e um próton). Mas talvez o Dr. Davies e os outros físicos citados simplesmente tenham "desistido" de encontrar uma resposta. Talvez, ainda, o meu "pensamento" tem sido "adotado" por estes e aqueles físicos dos projetos CERN e LHC. Talvez o único a não desistir seja meu oponente e, assim, a última esperança da Terra para não vivermos em épocas ultrapassadas. O que seria uma pena, pois ele é um promulgador do "ad ignorantiam" como a grande resposta aos enigmas que fogem da física.

    3) Legislador:
    Motivo 1: Sinto informar-lhe, mas analisei todas as possibilidades que possuem algum sustento científico. O que passar disto são apenas suposições ou ficção científica, de modo que rotular algo com a verdade não é pejorativo.
    Motivo 2: em suas considerações iniciais, meu oponente escreveu: “as constantes são como são ou por acaso ou pela regulação de um Legislador incompreensível. Porém a existência de uma divindade que estabeleça valores precisos para todas as constates universais é, para dizer o mínimo, tão improvável quanto a combinação fortuita de valores para essas constantes.” . Realmente, meu julgamento estético não atribui valor probabilístico algum ao fato de Deus existir ou não, mas meu oponente diz que isto é “tão improvável quanto a combinação fortuita...” . Bem, eu gostaria então que ele me mostrasse os cálculos matemáticos usados para alcançar esta equivalência. Do contrário, a mesma possui apenas valores subjetivos, o que, no caso, não são melhores do que meu julgamento estético.

    4) Vida:
    Eu não disse que a pergunta foge a seleção natural, mas sim que a resposta foge à definição da mesma, ou seja, ainda que a seleção natural, obviamente, seja um processo aprimorador da vida já existente, a mesma não confere vida a matéria, fazendo a transição do físico para o metafísico. Em seguida, meu oponente usa o artifício de “explicar-me” algumas interações de partículas vistas no primeiro ano do ensino médio e chega às proteínas (que por si só não são seres vivos). Depois, ele inclui um link (outro artifício, que extrapola o espaço máximo de caracteres). De qualquer forma, ele não me mostrou como a vida realmente surgiu. Ele tenta passar uma ideia reducionista, dizendo que não somos mais nobres do que uma pedra. Jamais compactuarei com a mesma, pois o homem não é a soma das partes, ou seja, não se atinge um ser vivo apenas montando suas “peças”. Até mesmo porque as etapas envolvidas no início da vida “são conhecidas” há tempos, mas ao se repetir as mesmas em laboratórios, nunca se chega a um ser vivo. Por outro lado, se as pedras de calçamento são tão nobres quanto os homens, por que não existem os “direitos da pedras”? (isto chegou a ser cômico, confesso). Ou talvez, se meu oponente não é mais nobre que uma pedra de calçamento, indico que ele não mais pise nas calçadas, ou talvez deite nas ruas para que nele pisem.
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  15. Não sei porque meu oponente cita a fonte da história do bolo. Com qual propósito retórico? Outro artifício usado para fugir do exemplo. Aliás, exemplo este que ouvi pessoalmente do professor Adalto Lourenço, com o qual já conversei pessoalmente em várias ocasiões distintas. Ele diz que a vida não é um “único evento isolado e estupendamente improvável” como em meus exemplos. Na verdade, entropicamente, a situação do bolo é menos improvável do que o surgimento da vida (por conter um menor número de microestados envolvidos). Se não é um evento tão isolado, por que não se vê em mais lugares senão a Terra? Também, o conhecimento do ilustre Alex Cruz quanto ao “poder do acúmulo e minúsculas alterações sucessivas ao longo de enormes períodos de tempo em estruturas que se replicam” deve ser maior que o do Dr. Francis Collins - ex-ateu, diretor do projeto Genoma e que escreveu o livro “A linguagem de Deus” – que por sua vez deve ser uma pessoa “pobre e ignorante”, que deve ter sido “facilmente ludibriado por discursos erísticos” como meu oponente propõe no trecho "Não é a toa que se diz que dogmas prosperam entre gente pobre e ignorante, pois vítimas sem meios de contestação são facilmente ludibriadas por este tipo de discurso erístico.".

    5) Consciência:
    Explicar sinapses não explica o caráter metafísico da mente, como produzir as mais variadas ideias que nem mesmo estão presentes no físico, como seres mitológicos. Meu oponente não explicou a mente e sim certas áreas do cérebro, que são coisas completamente diferentes. Outro artifício para fugir ao meu exemplo (que é muito coerente com as ideias do meu oponente de que a complexidade vem de interações aleatórias comuns).

    7/8) Eu não disse que seu RG era falso, mas somente mostrei que sua linha de raciocínio de que a Bíblia é falsa por causa da falsidade de outros documentos nos leva a conclusão de que nenhum documento é confiável. Isto também não significa que o fato da Bíblia ser verdadeira quanto documento atesta a legitimidade de qualquer documento.
    9) Jamais afirmei que os eventos presenciados somente pelos apóstolos são menos confiáveis, mas que seria mais fácil inventar uma história mais convincente, na época, se só homens fossem suas testemunhas. É por este motivo que seria incoerente escolher uma mulher de má fama como principal testemunha, mesmo que eles pudessem ter escolhido um homem.

    10) Campo histórico:
    Mas estas testemunhas não passaram por torturas, somente as supostas bruxas e que acabaram confirmando que são bruxas por causa do efeito da tortura. Ainda, aqueles não se sacrificaram por algo em que acreditavam, mas sim por algo que afirmaram ter visto, ou seja, meu oponente afirma que inúmeras pessoas passaram por algumas das mais hediondas torturas da história da humanidade, mantendo ainda sua palavra em troco de nada. Sabemos, nos dias atuais, que torturas ainda são usadas no mundo todo a fim de colher falsos testemunhos e que extremamente raros são os casos dos que conseguiram manter suas palavras sob tortura e mesmo assim eram agentes treinados para isso. Ou meu oponente propõe que aqueles pobres coitados, muitos idosos e crianças, eram super-soldados?
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  16. No trecho "Ele diz que a vida não é um “único evento isolado e estupendamente improvável”..." Parece que me refiro ao prof Adauto, mas me refiro mesmo ao Alex.
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  17. O Pai, o Filho e o Espírito Santo e as evidências


    TRÉPLICA

    Ao contrário do que diz meu oponente, nunca acuso ninguém sem justificar o que digo e sempre estou disposto a retirar a acusação caso os fatos demonstrem que estou errado. Felizmente isso ainda não aconteceu aqui. Para mim, um adversário começa a enlamear a si mesmo e ao debate quando os seus argumentos acabam e começam os truques de retórica barata, obrigando-me a passar boa parte do tempo a desmistificar falácias vulgares e acusações vazias. Infelizmente isso já começou a acontecer aqui.

    1) T - 1:
    O caso de Benjamin Franklin destina-se a exemplificar o argumento “Deus das lacunas”. É evidente que há diferenças entre as causas do universo e dos raios, mas o essencial permanece: não conhecemos a primeira, assim como não conhecíamos a segunda. Meu oponente apenas faz questão de que a humanidade cometa o mesmo equívoco que cometeu no passado. Ainda não sabemos o que causou o uni(multi)verso, e responder esta questão com explicações sobrenaturais que não podem ser confirmadas se encaixa perfeitamente na definição da falácia “Deus das lacunas” que apresentei em minhas CIs. Doutores em Física que dedicaram toda sua vida acadêmica a este assunto existem às centenas e, no entanto, essa gente esforçada prefere adotar uma postura humilde ante a questão propondo teorias e explicações falseáveis em sua busca pela verdade. Se apelos à autoridade são falaciosos até quando se referem a esses bravos especialistas, o que dizer então de um pré-vestibulando que julga ter uma resposta definitiva e não verificável apelando para a autoridade de si mesmo por causa das horas que afirma ter devotado ao estudo do assunto? Por isso eu reafirmo: o número de horas que meu oponente dedicou ao enigma da origem do universo não tem relevância nenhuma para este debate.

    Em sua ânsia por me contestar a qualquer preço, meu oponente apenas conseguiu a façanha de demonstrar que não sabe o que é um "argumentum ad ignorantiam", falácia da qual a “Deus das lacunas” é um subtipo (vide minhas CIs). Ele a confunde com uma conformação com o estado de ignorância. Talvez o nome da falácia tenha confundido sua mente atordoada por um enorme desejo de reagir. Na verdade, a falácia ocorre quando o Sr. Pimpim pretende que sua hipótese de que Deus criou o universo é verdadeira com base na ignorância científica sobre a questão. Aqui está o trecho: “para mim, NUNCA houve uma lacuna, de modo que Deus SEMPRE a ocupou, mas que para alguns que não aceitam esta resposta, que é a ÚNICA, esta lacuna JAMAIS se completará”, grifos meus.

    Para finalizar este ponto, aqui vai o desafio que me fez o Sr. Pimpim quanto à lacuna da origem do universo: “Se discorda, desafio-te a preenchê-la de forma científica”. Ele mesmo pede por uma solução científica, não filosófica. É a precisamente Física Moderna que até hoje se esforça para solucionar cientificamente essa questão, cuja resposta o Sr. Pimpim me cobra no meio deste debate. Será que ele é honesto? Ao contrário de meu oponente, nunca propagandeei ter a resposta certa. Então deixo para o leitor julgar se é algum demérito para mim não atender a este desafio que, para mim, foi teatral sim.

    2) Caos X Cosmos:
    Se meu oponente insiste em me atribuir declarações que não fiz e ideias que não tenho, não irei impedi-lo. Enquanto ele ataca um espantalho, minha tarefa será apenas a de apontar a situação que ele quer forjar. Aceleradores de partículas não são enfeites: são produto do esforço humano para compreender o universo picoscópico apesar das limitações que nossa própria natureza nos impõe. Se a humanidade se contentasse com a resposta mística que nos propõe o Sr. Pimpim, aí sim eles poderiam ser considerados enfeites pois não há explicação racional para o sobrenatural. Nesta situação, deixo-o à vontade para continuar batendo em espantalhos e me atribuindo erros que só pertencem a ele mesmo.
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  18. 3) Legislador:
    Motivo 1: Meu colega não resistiu ao exemplo da Teoria da Inflação Caótica proposta pelo Dr. Andrei Linde (http://pt.wikipedia.org/wiki/Andrei_Linde), um dos modelos mais aceitos pelos cosmólogos e que prevê inumeráveis universos com os mais variados valores para suas constantes, de modo que a existência de um ou de vários como o nosso não é nenhum “milagre”. Em vez de admitir que sua evidência foi derrubada, ele afirma que analisou “todas as possibilidades que possuem algum sustento científico” e que o resto é “ficção científica”. Equivale a dizer: “as coisas são do jeito que estou dizendo porque EU estou dizendo”. É triste ver que meu adversário começou bem no debate e que agora está reduzido a isso...

    Motivo 2: Eu disse que um Legislador é tão improvável quanto a combinação fortuita de valores para as constantes universais “para dizer o mínimo”! É uma concessão (sabe o que é isso?) devida à minha disposição de não me julgar dono de respostas decisivas. Na verdade é muito mais. Se eu tenho um dado no formato de um “googólgono” polígono com um “googol” de lados (1 seguido de 100 zeros), a chance de lançá-lo e obter um resultado determinado é mínima mas existe e independe de qualquer explicação sobrenatural. Mesmo que a evidência de meu oponente não tivesse sido destroçada pelo motivo 1, ainda assim há uma probabilidade de ajuste de valores para as constantes universais que dispensa completamente o sobrenatural.

    4) Vida:
    Primeiro meu oponente diz que não entende como partículas fundamentais (que compõem a nós e às pedras de calçamento) unem-se para constituir vida, mas quando lhe forneço uma explicação passo a passo ele diz que estou usando “artifícios”. Ele admite que proteínas podem se formar espontaneamente, mas os ácidos nucleicos (DNA e RNA) são proteínas. Se meu oponente não está satisfeito com a explicação que dei, existem várias outras hipóteses científicas para a origem da vida que uma simples consulta à internet pode revelar. Todas são fruto de um esforço genuíno da humanidade para desvendar essa questão. Mas quais hipóteses científicas incluem “milagres”? Nenhuma. Será que meu oponente aceitará alguma delas? Não importa quantas descrições de hipóteses científicas eu faça aqui, pois a dúvida do Sr. Pimpim não é fruto da busca honesta pelo conhecimento. Sua intenção é tão somente a de guardar algum espaço para o místico e o sobrenatural.

    Também não há nada nas regras que me impeça de postar links, cuja consulta serve apenas a quem está interessado no assunto, coisa que talvez não seja o caso dele. Com o artigo sobre os replicadores, eu ofereço uma explicação racional, baseada no conhecimento científico, que dispensa “milagres” e que é falseável. Meu oponente, por outro lado, oferece uma explicação “milagrosa”, baseada na ignorância, que despreza a ciência e que ele julga definitiva. Eu também nunca disse que “as pedras de calçamento são tão nobres quanto os homens” e sim que somos feitos dos mesmos elementos. Em vez de admitir seus erros ou procurar por uma contestação séria, meu colega perde seu tempo com piadinhas sobre “direito das pedras”. Francamente, qual de nós está agindo honestamente aqui?

    Meu colega afirma que “fugi” do exemplo do bolo. Mas eu mostrei que ele é falacioso por se tratar de um exemplo de Complexidade Irredutível. E o que ele disse sobre isso? Nada! Quem está fugindo de quem? Quando eu digo que a vida não surgiu “em um único evento isolado e estupendamente improvável”, ele prefere desvirtuar o que eu disse a me contestar com seriedade. Não estou afirmando que a vida pode estar em outros planetas (hipótese bastante provável, aliás), e sim que ela é produto de um lento acúmulo de complexidade em estruturas simples que se replicam, ou seja, não surgiu “de uma vez” como o infeliz exemplo do bolo faz supor.
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  19. No mais, se eu alegasse que a comunidade científica em peso descarta hipóteses “milagrosas” meu oponente seria o primeiro a posar de injustiçado e a dizer que cometo “ad populum”, porém ele apresenta um raro caso de biólogo que leva explicações místicas a sério como se isso significasse alguma coisa, e ainda o faz para desvirtuar o que eu disse. Nunca falei que todos que acreditam em dogmas são pobres e ignorantes, e sim que o dogmatismo prospera neste meio, em que as pessoas não têm instrução suficiente para contestar a pseudociência.

    5) Consciência:
    Mais um ponto em que minha réplica provou-se fatal. Em vez de contestar minha ideia de que a mente é produto de reações eletroquímicas no cérebro (fartamente embasada pelo fato de que alterações físicas no encéfalo traduzem-se em alterações de estados mentais), meu oponente prefere dizer que recorro a "artifícios" para "fugir" do seu exemplo de Complexidade Irredutível já devidamente destroçado pelo tópico anterior. Será que é tão difícil para o meu colega admitir que suas evidências estão caindo?

    7 e 8) A Bíblia Sagrada e Manuscritos Diversos:
    É totalmente infrutífero tentar me atribuir ideias que eu não tenho. Simplesmente não adianta. Nunca disse que "a Bíblia é falsa por causa da falsidade de outros documentos". Este raciocínio ridículo existe apenas na imaginação falaciosa de meu colega e traduz as suas más intenções. O que eu disse é que documentos que atestem intervenções sobrenaturais devem ser encarados com ceticismo e, para demonstrar minha ideia, citei documentos da infame Inquisição Espanhola e o exemplo de um RG que indique 1715 como ano de nascimento. O ponto central de minha contestação às “evidencias documentais” é que: "para meu oponente, o bom senso e o ceticismo valem para documentos que atestam as “bruxarias” das vítimas da Inquisição, mas não para aqueles que atestam as “bruxarias” que são caras ao seu credo religioso." E o que ele respondeu sobre isso? Mais uma vez: nada!

    9) Incoerência:
    E aqui está outro caso em que derrubei a “evidência” de meu colega e tive meus argumentos ignorados. Defendi que não faz diferença que se tenha ou não dado crédito ao relato de Maria Madalena, pois Jesus também apareceu ressuscitado para os apóstolos, segundo o texto bíblico. E o que me disse o Sr. Pimpim sobre esse argumento? Já está cansando: Nada de novo! Meu oponente também ignorou o desafio que lhe fiz e que decorre diretamente do critério de confiabilidade que ele propõe para relatos de milagres bíblicos. Se, para ele, merece mais crédito o testemunho bíblico de uma mulher, então o de homens merece menos. E, no entanto, ele é o primeiro a abandonar o próprio critério quando o ponho numa situação difícil. Assim fica desestimulante debater com um cidadão que ignora nossas contestações tão logo vê que se meteu em problemas.

    10) Campo Histórico:
    Os suplícios infligidos aos primeiros cristãos tinham o propósito de puni-los por professarem um credo proibido. É similar a como os nazistas agiram com os judeus: pouco importa se a vítimas renegaram ou não sua fé judaica, pois elas iriam para os campos de concentração de qualquer jeito. Da mesma forma, se o sujeito fosse considerado cristão nos primeiros séculos, seria preso, utilizado como gladiador ou mesmo morto, em alguns casos por crucificação. Então qual é a relevância de negar ou não negar a fé se o destino é o mesmo? É por isso que eu digo que nada disso tem força de evidência.


    Para finalizar, quero dizer que ainda vi serem ignoradas duas das perguntas que fiz ao final de minha réplica, mas que isso nem me surpreendeu depois da longa série de falácias que tive o trabalho de destrinchar aqui. Fiquei muito desapontado com a tréplica de meu colega. Ele parecia disposto a debater seriamente, mas assim que se viu em dificuldades mudou radicalmente de postura. Lamentável.

    Cumprimentos do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz
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  20. Correção: os ácidos nucleicos (DNA e RNA) não são proteínas. Estão envolvidos no processo de síntese delas.
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  21. Infelizmente, em sua tréplica, meu oponente fugiu de todos os meus argumentos, praticamente rescrevendo a sua réplica e dizendo que eu não respondi nada. Mas onde será que meu oponente viu "montes de nadas" em meu texto? Talvez ele não tenha conseguido interpretá-lo, e assim, vejo-me obrigado a responder as mesmas coisas, só que de maneira mais simples e assimilável.

    1) "t - 1": Mais uma vez, "Deus das lacunas" é uma falácia aplicável somente quando a resposta "ex machina" (solução divina) é dada sem quaisquer indícios ou argumentação (como, evidentemente, não é o meu caso). Por exemplo, não se sabe ao certo a tecnologia usada para construir as pirâmides. Assim, dizer que foi um deus que as fez antes de buscar outras respostas seria "Deus das lacunas". Quanto ao exemplo de Benjamin Franklin, eu disse que os raios são eventos que se manifestam dentro deste universo, assim como a causa de qualquer ente físico deste universo. Agora, dizer que a causa do próprio universo está dentro dele é incorrer no problema da "causa auto-causada". Sendo assim, a causa deste universo não está dentro do mesmo, e assim, não é física. Tampouco a ciência pode alcançá-la. Não sei ser mais claro do que isto.

    Eu fui coerente com a ideia do "argumentum ad ignorantiam". Explico-me. Meu oponente diz que não posso atribuir a causa do universo a Deus somente pelo fato de não possuir outra resposta (como no caso das pirâmides), apesar de já ter-lhe dito que este não é meu motivo, mas sim as evidências inúmeras que se apresentam em favor disto (e também de minha fé, que não foi citada porque realmente não possui valor argumentativo), como a evidência lógico-filosófica da impossibilidade de uma "causa auto-causada", por exemplo. Mas meu oponente defende que Deus não existe pelo motivo de que não se sabe a causa do universo por vias científicas (que já mostrei ser impossível). Logo, ele chegou a uma conclusão (Deus não existe) por meio de uma falta de respostas científicas (uma ignorância). É por isso que digo que para mim não há lacuna, pois já encontrei o que a preenche. Digo encontrei porque pode ser encontrada por todos.

    Por fim, só fiz aquele desafio ao meu oponente para mostrar-lhe que a ciência é impotente acerca de assuntos que simplesmente não são científicos, e por isso, outras áreas do conhecimento se saem melhor na busca por suas respostas, como a filosofia e a teologia, lembrando que é possível não crer em nenhum deus para estudar teologia, até mesmo com a finalidade de usá-la para tentar refutar a existência de divindades. Talvez tenha sido o erro de não estudar teologia o maior erro de Dawkins.

    2) Caos X Cosmos: Meu oponente fala de ações teatrais, mas ficou evidente que ele utilizou uma para fugir deste tópico, onde mostrei que a natureza segue padrões que são ininteligíveis no reino picoscópico, aparentemente caminhando para um caos macroscópico, e mesmo assim, terminando em um singular cosmos (ordem), onde mostrei que mesmos os cientistas que devotam a sua vida toda em busca das mais variadas respostas acerca deste universo se veem de mãos atadas quanto ao funcionamento mais inerente ao picoscópico. É graças a homens como o Dr. Davies que tudo o que pode ser descoberto vem sendo descoberto, como o bóson de Higgs, ainda que certas coisas jamais serão alcançadas pelo escopo da ciência.
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  22. 3) Legislador:

    Motivo 1: Era justamente desta teoria que eu falava (Teoria da Inflação Caótica, que meu oponente olhou no link da Wikipédia fornecido por ele mesmo segundos antes de escrever a sua réplica. Recomendo uma leitura mais promissora, como o livro "Mundos Paralelos", do professor Michio Kaku, e que a teoria de um verso com leis diferentes do nosso é apenas suposição, já que não seria causado ou vinculado ao nosso, tornando impossível a sua verificação. Mesmo porque se um universo não tem as mesmas leis físicas que o nosso, sua informação (se é que existe esse conceito neste universo) não se apresentaria na forma com a qual podemos interpretá-la, já que somos feitos apenas para interpretar as informações de nosso próprio universo e/ou de outro que tenha as mesmas leis físicas. Por isto a dicotomia apresentada entre ficção científica e ciência.

    Motivo 2: Mais uma vez, não tem como afirmar se a "combinação fortuita" é tão improvável quanto a um legislador porque não há informação necessária para tal. Isto é uma falácia "non sequitur". Quanto ao "googolgono", se eventos, mesmo que de probabilidade mínima, não devem ser descartados, pois ainda assim existe uma chance, então meu exemplo do bolo é sim aplicável. Explico-me melhor no próximo tópico.

    4) Vida: Na verdade, proteínas não se geram espontaneamente. Proteínas somente são sintetizadas por seres já vivos ou criadas por seres inteligentes que conhecem o processo (síntese laboratorial). Por outro lado, "Em sua ânsia por me contestar a qualquer preço, meu oponente apenas conseguiu a façanha de demonstrar que não sabe o que é um" DNA, RNA, ou uma proteína ao dizer no trecho: "mas os ácidos nucleicos (DNA e RNA) são proteínas". Talvez fruto de outra olhadela na Wikipédia. Não me convém explicar detalhadamente o que é um DNA aqui, principalmente porque nos dias atuais o conceito de DNA é amplamente conhecido, mas garanto que não é uma proteína.

    Por conseguinte, meu oponente ignorou o trecho "não se atinge um ser vivo apenas montando suas “peças”. Até mesmo porque as etapas envolvidas no início da vida “são conhecidas” há tempos, mas ao se repetir as mesmas em laboratórios, nunca se chega a um ser vivo.". Ou seja, não é a simples conformação exata de partículas que gera um ser vivo.

    Adiante, relembro que meu oponente disse que não somos feitos de substâncias mais nobres dos que as que compõem uma pedra de calçamento. Qual a diferença entre um ser humano e uma pedra, então? Uma simples conformação diferente, fruto de eventos aleatórios e sem propósito nos tornariam mais especiais do que eventos geológicos, também aleatórios, que formaram uma pedra? Se assim fosse, a resposta seria não. Se a resposta é não, por que alguém deveria ser penalizado ao tirar a vida de outra pessoa? Afinal, através do pensamento reducionista, matar alguém é simplesmente rearranjar as partículas que a compõem. Ou melhor, por que não podemos consertar um corpo morto de modo a fazê-lo voltar à vida? Por favor, não fuja destas perguntas.

    Por fim, meu oponente novamente foge do exemplo do bolo afirmando que eu não falei nada sobre a complexidade irredutível. Translitero um trecho de minha tréplica: "Na verdade, entropicamente, a situação do bolo é menos improvável do que o surgimento da vida (por conter um menor número de microestados envolvidos).". Isto quer dizer que meu exemplo do bolo não é de complexidade irredutível e por conter um menor número de variáveis que precisam "dar certo" para o evento se concretizar. Ainda que seja um evento mais rápido do que o suposto surgimento da vida, a chance de ocorrer existe, como no caso do dado googolgono do meu oponente, não se enquadrando em complexidade irredutível e servindo de ótima analogia para o surgimento aleatório da vida e respondido pela Navalha de Ockham.
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  23. 5) Consciência: Mais um tópico que meu oponente ignorou e não se propôs a respondê-lo por ser incisivo o suficiente para que ele não tenha uma resposta adequada, afirmando ser de complexidade irredutível novamente, mas que segue a mesma linha de probabilidade que o surgimento da vida. Novamente afirmo, meu oponente tenta explicar correntes eletroquímicas e sinapses a fim de dizer que o funcionamento do cérebro determina o da mente. Um equívoco tremendo. Se uma mente pode ser reduzida a simples sinapses, então um computador é um tipo de mente. Ora, convenhamos que uma máquina jamais terá senso artístico ou poético que um ser humano possui.

    7/8) A Bíblia Sagrada / Manuscritos Diversos: Serei repetitivo, infelizmente, mas... A Bíblia (como qualquer outro documento histórico) deve passar por análises a fim de lhe conferir status de legítimo ou falso, como disse no trecho "Agora, se estes documentos merecem crédito ou não, eles devem passar por certas análises, como a corroboração de outros documentos, contradições existentes nos mesmos, possíveis intencionalidades de terceiros ao criá-los" de minha réplica. A Bíblia passou em todos estes testes.

    Portanto, não devemos chegar em um documento histórico como a Bíblia com conceitos pré-definidos (preconceitos) com relação aos eventos sobrenaturais por ela citados. Se a Bíblia é verdadeira ou mentirosa, não podemos provar, mas ela, com certeza, é um documento digno de crédito e estudo por se tratar de uma obra literária muito bem tecida e coerente em seus próprios padrões.

    9) Incoerência: Eu jamais disse que o relato de uma mulher vale menos do que um relato de um homem. Pela última vez, meu questionamento é um só (vide o nome do tópico): Não parece ser "incoerente" que se um grupo de pessoas que pretende inventar uma história que precise ser o mais convincente possível, escolher uma mulher, possivelmente de má fama, com posição de destaque como primeira e principal testemunha de sua mentirosa história (lembrando que mulheres não tinham vez no Oriente Média de 2000 anos atrás)? Por que eles a teriam escolhido deliberadamente mesmo com tantos homens a disposição? Provavelmente porque este foi um evento não-planejado.

    10) Campo histórico: Repito. Aquelas pessoas não tinham uma crença fundamentalista. Elas apenas diziam ter visto um certo homem realizar feitos sobrenaturais. Elas diziam ter visto e não acreditar. Assim, se estas pessoas estivessem mentindo, elas não poderiam resistir àquelas torturas. E ao contrário do que disse meu oponente, se estas pessoas voltassem atrás com suas palavras, seriam libertas depois de tomarem quarenta menos uma chibatadas. A história pode ser consultada por qualquer um. É impossível que todas tivessem resistido às torturas serenamente e morriam tranquilas e até mesmo cantando e louvando se suas histórias fossem mentira.

    Quanto às perguntas pessoais do meu oponente, garanto que as responderei em oportunidade devida e não neste debate, pois não darei mais ao meu oponente senão o privilégio de ter a última palavra, a qual não poderei responder. Deixo meus cumprimentos ao ilustre Alex Cruz e ao leitor deste debate.
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  24. O Pai, o Filho e o Espírito Santo e as evidências


    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Eu acho que minha réplica foi fatal para 8 das 10 evidências que meu oponente lançou aqui. Seu abalo nas tréplicas é notável. Depois de ver derrubados todos os seus truques de retórica pedestre, ainda guardou espaço nas CFs para mais tergiversação e vilezas. Cada um julgue por si mesmo.


    1) T - 1:
    Antes de entrar no assunto, quero desmentir uma informação que meu oponente forneceu: -- “Logo, ele chegou a uma conclusão (Deus não existe) por meio de uma falta de respostas científicas (uma ignorância).” --

    Jamais cheguei à conclusão de que “Deus não existe”. O debate está aí para quem quiser confirmar. Quem se der a este trabalho verá que infelizmente meu colega age com leviandade. Eu disse que nossa ignorância não é evidência para a existência de Deus. E para sua inexistência? Tampouco! O único que julga ter respostas definitivas aqui é meu oponente, fato que nem ele nega.

    Ele também se diz inocente da falácia "Deus das lacunas" por, segundo ele, haver argumentado para demonstrar a evidência de que uma divindade criadora. Reli cuidadosamente tudo o que ele escreveu. Ele diz que não havia nada físico “antes” do universo para causá-lo e que isso é “uma evidência que aponta para um Criador (Deus Pai)”. Porém lembremo-nos de que não havia também o próprio tempo e, por consequência, não poderia haver o que entendemos por “causa”. Ficamos então com um problema para o qual ainda não temos resposta inteligível, já que não entendemos uma “causa” sem que exista o tempo no qual a causalidade se desenvolve. É por isso que o Big Bang é chamado de “singularidade”. Será que um ser que transcenda o tempo (seja lá o que isso signifique) resolve a situação? Não, pois este ser esdrúxulo tem muito mais aspectos ininteligíveis que a singularidade que ele deveria explicar. É como tentar elucidar algo incompreendido (e talvez incompreensível) com uma explicação que envolve vários outros pontos reconhecidamente incompreensíveis. Porque trocar uma incompreensão por uma multiplicidade delas? Só porque o Sr. Pimpim quer? Péssimo motivo!

    Conclusão: “Deus das lacunas” e Navalha de Ockham são respectivamente uma falácia e um princípio que dizem respeito tanto à ciência empírica quanto à Filosofia. Diante da falta de uma resposta inteligível para a origem do universo, meu oponente interpõe uma divindade atemporal para causá-lo num “argumentum ad ignorantiam” do tipo “Deus das lacunas”. Isso representa uma explicação com um grau de ininteligibilidade e de complexidade muito maior que a do universo sem causa e deve, portanto, ser descartada pelo princípio da Navalha de Ockham.


    2) Caos X Cosmos:
    Não há muito que dizer aqui. Em resumo: existem eventos em escala picoscópica que nos parecem imprevisíveis e que, não obstante, resultam na ordem macroscópica. Eu afirmo que nossa dificuldade em compreender esses fenômenos se deve à nossa própria natureza de seres macroscópicos e justifico o que digo de forma racional e coerente com a Teoria da Evolução, aceita pelo meu oponente. Enquanto isso, ele clama que não adianta tentar entender o universo picoscópico, diz que estamos diante de um fenômeno sobrenatural impossível de ser confirmado e rejeita minha explicação natural. E quais são os seus motivos? Reli o debate inteiro e tudo que encontrei foi meu oponente rejeitando a explicação evolutiva e me atribuindo coisas que eu não disse.


    3) Legislador:
    Motivo 1: Como todos os modelos criados para explicar a origem do uni(multi)verso, a Teoria da Inflação Caótica é uma suposição sim. Uma ótima suposição, que é amplamente aceita pelos especialistas, que está de acordo com dados observáveis, como a radiação cósmica de fundo (espécie de eco do Big Bang) e ainda dispensa a ocorrência de “milagres”. Meu oponente a qualifica como “ficção científica” alegando que ela não é verificável. O engraçado é que a hipótese mística que ele defende também não é verificável e ainda tem o demérito de envolver fenômenos sobrenaturais inexplicáveis.
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  25. No final o sujeito faz uma critica à alternativa que proponho quando o modelo que ele propõe é muito mais vulnerável às suas próprias reclamações. Não seria muito mais nobre admitir que se equivocou?

    Motivo 2: Com o exemplo do dado googólgono, mostrei que, por mais improvável que um evento possa ser, a chance de ele ocorrer existe e independe de fenômenos sobrenaturais, invalidando a evidência proposta. Meu oponente reconhece isso, mas silencia sobre a conclusão a que cheguei e ainda pretende utilizar meu exemplo contra mim mesmo alegando que ele é similar ao caso do bolo de chocolate. Será que ele consegue? Veremos no final do tópico seguinte.


    4) Vida:
    Meu colega adora desmerecer os links que posto. Eles servem para quem está interessado em saber mais sobre o que eu estou falando. O truque é o de desqualificar uma informação de acordo com sua fonte. Não me sinto na obrigação de citar trabalhos acadêmicos sobre Física e Biologia neste debate, de modo que as reclamações do meu colega só têm efeito retórico. Ele também parece ter ficado muito feliz ao encontrar um erro em minha tréplica. Realmente os ácidos nucleicos não são proteínas e eu já admiti isso. Que tal se, em vez de dar cambalhotas de felicidade diante do meu equívoco, o meu oponente reconhecesse os seus próprios? Assim ganharia, se não minha estima, pelo menos um pouco mais do meu respeito.

    Nunca pretendi ignorar pontos que meu colega julga importantes. Se o fiz, é porque eu mesmo os julguei irrelevantes ou apenas como mais truques entre tantos outros; porém estou pronto a atender ao que ele me pede: A bioquímica de um ser vivo é extremamente complexa e o homem ainda não a domina completamente. A nanotecnologia está avançando, mas ainda não temos meios de sintetizar e manipular todas as moléculas necessárias de modo a “encaixá-las” para formar vida. O fato de ainda não se ter criado em laboratório uma forma de vida rudimentar não significa que isto seja impossível, mas apenas que ainda não foi feito.
    O único motivo que meu oponente tem para afirmar o contrário é... Nenhum!

    Mantenho: meu oponente, uma pedra de calçamento e eu somos feitos dos mesmos materiais: partículas subatômicas. Quais as implicações morais disso? Conceitos como o bem, o certo e o justo só fazem sentido para nós e não significam nada para o resto da natureza. Porém dizer que podemos sair matando pessoas por causa disso é mais um truque, além de um completo absurdo. Nossa índole de animais gregários condena esta atitude independentemente de qualquer misticismo. E eu creio que sim, podemos “consertar um corpo morto de modo a fazê-lo voltar à vida” da mesma forma como poderemos criar vida em laboratório. Apenas não dominamos toda a tecnologia necessária para isso, como a confecção de nanorobôs. Eu, na verdade, creio que uma potencial imortalidade ainda será alcançada pelo homem e que, com isso, MAIS UMA lacuna em que gente como o meu oponente esconde seus mistérios sobrenaturais será firmemente fechada. Até lá, meu colega faria muito bem em abandonar seu misticismo obscuro para ter um pouco mais confiança na humanidade.

    E sobre o exemplo do bolo de chocolate, ele não tem os mesmos propósitos que o do dado googólgono. Ambos envolvem eventos improváveis, mas o do bolo se aplica a uma questão que nada tem a ver com essas probabilidades. O erro da Complexidade Irredutível é justamente o de assumir que o surgimento da vida e sua evolução ocorreram no esquema de “tudo ou nada”, tal como o de haver ou não haver bolo. A Seleção Natural, já vimos isso, não funciona nesse modelo e sim com um lento acúmulo de alterações sucessivas em estruturas que se replicam. Caso meu oponente ainda não tenha percebido, bolos de chocolate não se replicam! (Outra frase que nunca pensei que precisaria dizer!) Portanto fica claro que a analogia com a história do bolo de chocolate proposta pelo Sr. Adauto J. B. Lourenço é falaciosa e tem o efeito perverso de enganar muitos desavisados, como o meu próprio oponente que ainda hoje está aí propagando essa bobagem.
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  26. 5) Consciência:
    A conduta do meu colega é extremamente desapontadora. Como é possível debater se o sujeito faz-se de surdo e se repete "ad nauseam"? Ele alega que ocorre transcendência do físico para o metafísico na mente humana. Provas? Nenhuma! Ele apenas diz. Eu, porém, apresentei fatos que teimam em trazer tudo para o nível físico das reações eletroquímicas do nosso encéfalo e desde minha Réplica ficamos por isso mesmo. O cérebro humano é muito mais complexo que qualquer computador já criado. Isso significa que é impossível criar uma máquina tão poderosa e funcional como o cérebro humano? Não!


    7 e 8) A Bíblia Sagrada e Manuscritos Diversos:
    Meu oponente diz que a Bíblia passou em todos os testes para atestar se um documento é verdadeiro ou falso. Isso é o que ele afirma. No que diz respeito a seus relatos sobrenaturais, isso está bem longe de ser consensual. Porque será que tantos cientistas, historiadores e sociólogos, além de pelo menos dois terços da humanidade não leva a sério seus relatos milagrosos? Teimosia? Burrice? Como meu próprio oponente diz, não se pode provar que os eventos sobrenaturais descritos na Bíblia são verdadeiros. O fato de se tratar de uma obra de teor literário e histórico, assim como a Ilíada e a Odisseia, não evidencia fenômenos sobrenaturais. O melhor que meu oponente poderia fazer era ser escrupuloso e admitir que a Bíblia pode ser fidedigna e sagrada para ELE, mas que os céticos têm o direito legítimo de vê-la apenas sob seu aspecto histórico e mitológico. Em vez disso, ele sustentou seu umbilicismo até o final. Pena.


    9) Incoerência:
    Já vimos que ninguém precisou acreditar em Maria Madalena. E por que ela foi a “principal” testemunha da ressurreição de Jesus? Porque foi a primeira? E quanto a Tomé, o único que a Bíblia mostra agir com um pouco de saudável ceticismo? No mais, parece que, segundo o critério do meu colega, quanto mais inverossímil for o relato, mais plausível ele se torna. Quer enganar alguém? Invente algo muito absurdo, quanto mais esdrúxulo melhor. Assim meu colega vai pensar que você está falando a verdade, pois, se você quisesse ser bem sucedido na sua mentira, escolheria algo mais plausível. Fica demonstrado o peso dessa “evidência” que, para falar a verdade, nunca levei a sério.


    10) Campo Histórico:
    O fato de haver agente que não renegava sua crença e preferia levar as chibatadas não atesta nada. Ainda hoje há gente que faz isso por todo tipo de ideologia. Isso nunca foi uma evidência de coisa alguma, pois “pessoas sacrificam-se por aquilo que acreditam, seja verdade ou não”. Meu oponente diz que essas pessoas eram condenadas por confirmar eventos sobrenaturais que elas próprias tinham visto. Para mim é evidente que não ocorreu nada de sobrenatural e, por conseguinte, ninguém viu algo assim. Meu colega quer provar a veracidade de um relato utilizando elementos internos ao próprio relato. Será que ele acha que nenhum dos primeiros cristãos renegou sua fé ou que todos sofreram cantando? Nem o número de sacrifícios, nem a quantidade de dor infligida a alguém, nem mesmo a suposta trilha sonora de uma execução corroboram para a veracidade do sobrenatural.


    Finalizando, digo que, para mim, nenhuma evidência apresentada aqui está de pé. Sempre defendi que religião é produto da fé, não da racionalidade. É inglória a tentativa de justificar a crença no sobrenatural baseando-se na razão. Dogmas existem aos milhares, organizados em credos distintos que todos têm o direito de adotar. Nenhum pensamento de caráter dogmático pode clamar para si um fundamento racional. São coisas incompatíveis! Agradeço ao Micael Pimpim pelo bom debate que tivemos (pelo menos até a sua tréplica) e também a todos que analisaram esta discussão.

    Um abraço do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz

26 comentários:

  1. Para começarmos este debate, primeiramente devemos entrar em sintonia com relação às intensões para com o mesmo. Como o tema já diz, o meu objetivo não é provar de modo incontestável que Deus existe, pois se eu pudesse fazê-lo, convenhamos que não existiriam ateus, mas o meu objetivo é apresentar evidências de sua existência. Uma boa analogia é a do buraco negro: um buraco negro é um objeto que possui uma quantidade de massa muito grande (de 3 a milhares de vezes a do nosso Sol, como os buracos negros super-massivos encontrados em núcleos galácticos ativos, como quasares) em um espaço extremamente pequeno, fazendo com que a sua ação gravitacional seja tão intensa que a deformação gerada no tecido do contínuo espaço-tempo seja tal que nem mesmo a luz pode escapar de ser assimilada. Desta forma, um buraco negro não poderia jamais ser visto (já que nenhuma fase eletromagnética é refletida ou emitida por ele), mas existem evidências tão fortes que se tornaria em algo ilógico afirmar que os mesmos não existem, como o feito lente que um buraco negro cria, ou o fato de corpos celestes estarem orbitando uma região com uma ação gravitacional muito grande apesar de não haver nada lá para ser visto, ou a emissão de colunas de matéria e energia por núcleos galácticos inativos, entre outros.

    Assim, antes de apresentá-las, gostaria de definir o que são evidências e quais são as suas formas de manifestação: evidência é tudo aquilo que pode ser apresentado de forma a corroborar uma ideia, teoria ou versão de fatos. Seus tipos (importados do Direito) são evidência pericial (que será aqui apresentada sob a forma de pesquisas ou trabalhos científicos realizados), evidência documental e evidência testemunhal.

    Sendo o preâmbulo consolidado, gostaria de apresentar as evidências:

    1. Periciais:

    1.1. Campo lógico:

    1.1.1. "t - 1": Como ficou provado recentemente, o maior erro de Einstein, na verdade, estava certo. Existe uma energia que se contrapõe à ação da gravidade de tal forma que todo o universo está se expandindo e com crescente aceleração, e não contraindo e estabilizando (como se esperava). Essa estranha energia que nem mesmo pode ser medida foi chamada de energia escura. Já que o universo está se expandindo e se acelerando, seria óbvio pensar que algum tempo atrás todo o universo estava concentrado em um único ponto. De fato, este foi o Big Bang. Se chamarmos esse ponto na linha do tempo de "t0", o que teria acontecido no "t - 1"? Alguns tentam explicar através da Teoria do Big Crunch, que estamos em um ciclo sem fim de "Bangs" e "Crunchs", contudo, o fato de o universo estar se acelerando mais e mais nos leva a descartar um "Big Crunch" em troca de um "Big Chil", onde em um futuro distante toda a matéria se veria afastada, isolada e congelada. Outros tentam partir para a Teoria da Inflação Cósmica, a qual não descarto, que diz que o nosso universo (ou apenas verso) seria apenas um de bilhões de multiversos que se inflacionaram em "Bangs" aleatórios através de mecanismos ainda não compreendidos. Pois bem, e o primeiro verso? O que teria acontecido antes de seu "Bang"? Na singularidade de um "Bang" não existe espaço-tempo, e como antes não havia nada físico para causá-lo, esta é uma evidência que aponta para um Criador (Deus Pai).

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  2. 1.1.2. Caos X Cosmos: São palavras do latim que significam desordem e ordem, respectivamente. Comecemos com uma experiência na qual um elétron se colide com um próton. É certeza que o elétron se desviará, mas o ângulo de desvio é indeterminável. Por exemplo, se pegarmos dois conjuntos-universo idênticos formados por uma região no espaço-tempo, um próton e um elétron e fizermos o elétron colidir com o próton em condições exatamente idênticas, é possível que em um conjunto o elétron se desvie para a esquerda, enquanto no outro, para a direita. Esta é uma característica da natureza quanto à Mecânica Quântica desvinculada da ignorância humana, ou seja, é impossível determinar com exatidão a deflexão do elétron. Ora, como então, apesar do mundo picoscópico estar imerso em um completo caos, ainda assim, o macroscópico se vê em um notável cosmos? Uma série de processos aleatórios e simplesmente incompreensíveis acaba por fim, "milagrosamente", gerando tamanha coesão. Esta é uma evidência de um Mantenedor (Deus Pai).

    1.1.3. Legislador: Newton nos contou que um corpo em inércia tende a permanecer em inércia a menos que a resultante da soma vetorial de forgas que atuam no corpo seja diferente do vetor nulo. Mas por quê? Essa e outras leis da Física, como a gravitação universal, são tão rotineiras que nem mesmo nos indagamos o porquê delas serem verdade. Não existe um mecanismo para a explicação de postulados científicos simplesmente porque não tem como prová-los. Simplesmente são verdade. Por que, então, o nosso universo se organiza sempre da mesma maneira sem violar as suas leis? Essa é uma evidência de um Legislador (Deus Pai).

    1.2. Campo filosófico:

    1.2.1. Vida: O que constitui um ser vivo? Não seria um arranjo muito bem organizado de moléculas orgânicas que, por sua vez, são formados em sua maior parte de átomos de Carbono, Hidrogênio, Oxigênio, Nitrogênio, entre outros? E os átomos? Prótons, Nêutrons e Elétrons. E estes? Quarks (up, down, charm, strange, botton e top), glúons, píons, neutrinos e uma enorme variedade de léptons, bários, mésons (e suas respectivas anti-partículas) e bósons. Portanto, de modo primordial, qual a diferença entre um ser vivo e uma pedra? Uma simples conformação extra-ordinária das mesmas coisas não poderia conferir vida à matéria. Um conjunto aleatório de arranjos e rearranjos na poça primordial não teria este poder. Tentar afirmar que o Código Genético Humano surgiu por acaso é mais ilógico do que dizer que alguém rasgou letra por letra da Enciclopédia Britânica e jogou no Empire State Building e aleatoriamente as letras se arranjaram no ar fazendo com que a enciclopédia tocasse o chão da mesma forma que era antes de ser rasgada. Evidência de um Planejador (Deus Pai).

    1.1.2. Consciência: Seguindo a linha de raciocínio, segue-se que o homem é o ponto exato onde a matéria adquiriu consciência. Como que uma consciência pode surgir em meio a um universo de simples partículas, energia e suas respectivas interações? A mente é algo mais complexo do que se pode imaginar. O homem nem mesmo compreende o cérebro por completo, que dirá a mente. Adquirir consciência não é o produto da incerteza com o aleatório. Mais uma evidência de um Planejador (Deus Pai).

    1.2.3. Argumento Cosmológico Kalam: Não vou me deter no mesmo por motivos óbvios, mas só diria que a premissa "Tudo o que passou a existir tem uma causa" não contém o que se quer provar de maneira a ganhar o título de petição de princípio, mas apenas deixa em aberto como possibilidade de haver ou não algo que sempre existiu. Evidência de um Ser Atemporal e Não-espacial (Deus Pai).

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  3. 2. Documentais/Testemunhais:

    2.1. Campo Antropológico:

    2.1.1. A Bíblia Sagrada: Como, nos dias atuais, nós sabemos dos acontecimentos passados? Através de relatos e documentos que transpassam as barreiras do tempo. A Bíblia é um documento que traz relatos históricos de uma série de acontecimentos e, assim como a Primeira Constituição Americana, é uma evidência de que os acontecimentos, nela citados, ocorreram. Evidência explícita da existência de Deus Pai, Jesus e Espírito Santo.

    2.1.2. Manuscritos diversos: É de conhecimento geral que existem inúmeros manuscritos datados das primeiras décadas falando de um chamado Jesus. Ainda que seus atos não concordem de modo unânime, a sua existência é certa, pois pela Navalha de Ockham é mais lógico acreditar que tal homem existiu do que o oposto. Considerando a sua existência, ao analisarmos o que ele realmente fez, devemos levar em consideração que os melhores manuscritos concordam com relação aos seus atos, e que foram separados no Concílio de Trento e Niceia, conferindo autoridade documental a tais manuscritos. Evidência da deidade de Jesus.

    2.2. Campo Sociológico:

    2.2.1. Incoerência: De acordo com documentos históricos (como a Bíblia), a primeira pessoa que viu Jesus ressuscitado foi Maria, a chamada Madalena. Ora, todos sabem que nas sociedades judaicas do Oriente Médio, a mulher não possui autoridade alguma, principalmente se era atribuída a ela uma má fama, como a tradição afirma ser Maria Madalena a moça que Jesus salvou do apedrejamento com a frase "quem não tem pecado que atire a primeira pedra", e que havia sido acusada de adultério. Por que, então, se os primeiros cristãos estivessem mentindo, escolher uma mulher uma mulher e que ainda podia ser uma adúltera como primeira e principal testemunha da ressurreição de Jesus? Uma escolha um tanto quanto inusitada, no mínimo, a menos que tenha mesmo sido ela a primeira testemunha da ressurreição. Evidência da veracidade de Jesus.

    2.3. Campo Histórico: Muitos relatórios militares romanos e também relatos civis do primeiro século nos contam que muitos dos primeiros cristãos, que diziam ter visto Jesus ressuscitado ou seus milagres antes de sua morte, foram crucificados pelos romanos, passando antes por incontáveis sessões de chicotadas e outros métodos de tortura física até chegar à morte sem renunciar suas palavras de que eles viram o Cristo, e mesmo desprovidos de qualquer força, ainda assim, morriam cantando e louvando o nome de Deus. Dizem os relatos que tantos mártires foram crucificados em Roma que a madeira local começou a se esgotar. Em meio a esse cenário dantesco, essas notáveis pessoas morriam sorrindo, cantando e dizendo: "Eu vi! Nada do que façam comigo pode mudar o fato de que eu vi!". De todas as evidências aqui elencadas, esta é, para mim, a mais marcante. Uma evidência de uma força extraordinária que os capacitou a testemunhar o que eles viram e assegurar imensa credibilidade. Evidência da existência e do poder de Jesus, o Cristo, e da capacitação do Espírito Santo.

    Termino minhas considerações iniciais expressando a minha insatisfação por ter falado apenas cerca de 60% do que eu gostaria e que, por sua vez, representa uma fração mínima de todas as evidências existentes que como no caso do buraco negro, não provam nada por si só, mas que juntas formam um forte corpo de prova com relação à existência da Santíssima Trindade.

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  4. O Pai, o Filho e o Espírito Santo e as evidências


    CONSIDERAÇÕES INICIAIS

    Meu adversário me havia prometido surpresas nesta discussão e, desde já, tenho que admitir que ele me surpreendeu. O título deste debate me fez pensar em um assunto bem diferente para este debate. Para mim, seria o mistério da Santíssima Trindade! É realmente um mistério, afinal como uma coisa pode ser una e tripla ao mesmo tempo? Este sim seria um tema invulgar nos duelos sobre religião. Foi justamente por isso que aceitei o desafio do meu nobre oponente, Micael Pimpim (doravante Sr. Pimpim). Criei expectativas. Achei que discorreríamos sobre a Trindade, as denominações cristãs que a aceitam, as que a rejeitam, sua acepção segundo o senso comum, a sua (in)viabilidade lógica e metafísica, as peripécias argumentativas da filosofia patrística e escolástica para racionalizá-la etc.

    Porém (e talvez aí esteja a surpresa prometida!), meu ladino oponente frustrou-me derramando em meu monitor um discurso sobre evidências teístas que, tenho certeza, muitos já viram e reviram em vários debates por aqui ou seja lá por onde for. Frustrado e de mãos atadas, não poderei nem mesmo tentar levar o debate para a questão interessante que seu título sugere, pois, como desafiado que sou, tenho que ater-me ao tema proposto pelo meu desafiante. Ponto para ele! Cumpriu sua palavra e surpreendeu-me, ainda que de forma negativa, escondendo com um título novo um assunto antigo. Se as coisas têm que ser assim, paciência! Retomemos o trabalho de derrubar essas evidências uma a uma:


    1) T - 1:
    Existem várias teorias para explicar a origem do universo. Algumas, como a Teoria M, apenas interpõem outros universos anteriores e paralelos ao nosso. Mas, como nos lembrou o Sr. Pimpim, para os nossos propósitos, ainda que haja universos anteriores ao nosso, o que nos interessa é a origem de tudo. Se não havia espaço-tempo e não sabemos ao certo o que houve, seria esta uma evidência para a existência de um Criador? Não. Isso apenas significa que não sabemos o que aconteceu. Utilizar nossa ignorância para evidenciar um criador é um argumento “Deus das lacunas”. Aí vai o que diz a Wikipédia:

    “Deus das lacunas é uma falácia lógica e uma versão teológica do argumento da ignorância. Caracteriza-se por responder questões ainda sem solução com explicações, muitas vezes, sobrenaturais, que não podem ser averiguadas. Sendo sobrenaturais as respostas para as questões em aberto, provar-se-ia a existência de fatos que não podem ser entendidos pelo homem. Nessa falácia, ignora-se a realidade e apela-se para uma explicação irracional.”


    2) Caos X Cosmos:
    Acredito que o meu adversário e seu amigo Patrick ainda não tenham atingido um estágio avançado de dogmatismo que os faça negar a Teoria da Evolução. Então vamos refletir um pouco sobre ela. Como animais que somos, temos um sistema nervoso que evoluiu de forma a melhor nos servir no meio em que vivemos. Nossa mente, portanto, está talhada para lidar com fenômenos pertinentes a nossa escala de tempo e espaço. Por isso temos grande dificuldade ao lidar com medidas extremamente grandes ou pequenas de tempo e espaço, assim como de temperatura, pressão etc. Em suma, nossa mente funciona muito bem na consecução dos objetivos para os quais a Evolução a moldou: sobreviver em nosso planeta. É exatamente por isso que fenômenos que ocorrem em nível subatômico parecem não fazer sentido para nós, pois a compreensão desses fenômenos nunca foi uma vantagem evolutiva para nós. Então eventos em escala picoscópica, que nos parecem aleatórios, não se unem “milagrosamente” para resultar na ordem macroscópica a que estamos acostumados, como quer o Sr. Pimpim. Não há “milagres” aqui. Há apenas o resultado natural do processo de evolução da nossa mente primata.

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  5. 3) Legislador:
    Acabamos de ver que há escalas enormes ou minúsculas em que a física de Newton simplesmente não se aplica. Mas ainda assim há valores que parecem ser universais, como a “constante gravitacional” a “força forte” ou a velocidade da luz. Novamente, isso indica a existência de um Legislador? Não! Motivo 1: a possibilidade (admitida pelo meu próprio oponente) de existirem incontáveis, talvez infinitos, universos com valores distintos para suas constantes depõe pela existência de vários, talvez infinitos, universos regidos por leis exatamente iguais ou bem semelhantes às nossas (em alguns deles, eu poderia ser o cristão e o Sr. Pimpim o ateu, em outros o Sr. Patrick Cesar poderia ser humilde, etc.) Motivo 2: as constantes são como são ou por acaso ou pela regulação de um Legislador incompreensível. Porém a existência de uma divindade que estabeleça valores precisos para todas as constates universais é, para dizer o mínimo, tão improvável quanto a combinação fortuita de valores para essas constantes. Vamos à próxima.


    4) Vida:
    É com muito pesar que vejo que o Sr. Pimpim não entende ou, se entende, renega o funcionamento da Seleção Natural, que explica perfeitamente como estruturas (vivas ou não!) extremamente simples podem dar origem a outras extremamente complexas em grandes períodos de tempo. Contra o dogma, só posso pedir que meu oponente estude o assunto e perceba o alcance da Seleção Natural. Para ajudá-lo nesta busca libertária e extremamente compensadora, deixo-lhe um texto sobre como a Seleção Natural agia antes mesmo de haver vida:
    http://www.inf.ufsc.br/~cancian/ciencia/ciencia_evolucao_replicadores.html


    5) Consciência:
    O que o Sr. Pimpim faz aqui é passar a ideia que, como o cérebro e a mente humanos são complexos e ainda não compreendidos, deve haver um Planejador por trás de tudo. Na verdade isso já está refutado pelo tópico anterior. A Seleção Natural oferece uma explicação que dispensa uma Divindade, que, aliás, seria infinitamente mais complexa que a mente humana, cuja complexidade deveria explicar. Mesmo ignorando tudo isso, qualquer um pode ver que se trata de outro argumento “Deus das lacunas”, conforme vimos no primeiro tópico. Avante.


    6) Argumento Cosmológico Kalam:
    Isso já foi discutido à exaustão. Além do problema óbvio da causalidade sem haver tempo, o argumento pode ser considerado circular caso se pretenda que a “causa” do universo é Deus. Para quem está chegando agora:
    http://duelosretoricos.blogspot.com.br/2012/06/patrick-cesar-x-alex-cruz-argumento.html


    7) A Bíblia Sagrada:
    Parece-me que algumas “evidências” foram postas aqui apenas para fazer volume, como é o caso desta e de outras que virão a seguir. Até mesmo os teístas mais ferrenhos sabem muito bem que não adianta usar as escrituras para debater racionalmente sobre a existência de uma divindade. O personagem histórico de Jesus Cristo é até admissível, mas uma divindade não. Por que meu oponente perde o seu e o meu tempo com isso? Não sei.

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  6. 8) Manuscritos diversos:
    Antes de tudo, vejo que o Sr. Pimpim pensa corretamente segundo o princípio da Navalha de Ockham para justificar a existência de Jesus, mas ignora o mesmo princípio quando fala da origem da vida e do surgimento da consciência, cuja explicação pela hipótese divina é bem mais complexa que a explicação pela Seleção Natural! Engraçado, não? Agora vamos refutar a “autoridade documental” por redução ao absurdo: existem centenas de documentos (inclusive processuais) da inquisição espanhola versando sobre a existência de bruxas e dos seus atos de bruxaria, que incluíam provocação de diarreias nos fieis no meio das missas, rajadas de ventos que levantavam batinas dos padres, chuvas inoportunas na hora da procissão etc. Algumas pobres coitadas engravidavam de padres, queixavam-se e eram mortas por carregarem supostos “filhos do diabo”, que assumira a forma de um padre com uma ereção peniana no meio da noite. Segundo o critério do meu oponente, isso é evidência documental não apenas da existência dessas pobres mulheres injustiçadas, mas também de seus atos de bruxaria! Assim, parece que até Paulo Coelho tem razão sobre as bruxas...


    9) Incoerência:
    E isso é um argumento? A ressurreição seria menos provável se algum apóstolo a relatasse primeiro em vez de uma mulher? A história de que Jesus andou sobre a água é menos provável porque foi presenciada apenas por homens? Se, além de Jesus, houvesse apenas uma prostituta no barco, a história seria mais plausível? Sejamos sérios, Sr. Pimpim! Não forcemos a barra!


    10) Campo Histórico:
    Então eles morriam cantando? Isso me lembrou bastante o final do filme “A Vida de Brian” do grupo Monty Python. A quem interessar:
    http://www.youtube.com/watch?v=ij4droGVBmE

    No mais, já vimos o valor que a “autoridade documental” tem nesta questão. Apesar disso, meu colega diz que esta é a evidência “mais marcante” de todas as que ele forneceu. Se assim for, enquanto temos evidências documentais com 2000 anos de idade relatando sacrifícios em favor da existência do Deus cristão, hoje temos evidências visíveis e inquestionáveis para a existência de Alá! Então quantos homens bomba terão de explodir para que o Sr. Pimpim se converta ao Islamismo? Será que é por isso que o Islamismo é a religião que mais cresce no mundo? Por aí se tira o grau de seriedade com que este tipo de evidência deve ser encarado.


    Lamento se feri as susceptibilidades do Sr. Pimpim no que se refere às suas crenças. Mas aquele que está disposto a debater um assunto deve, de antemão, saber que suas ideias, sagradas ou não, não estão acima da crítica. Passo a palavra ao meu oponente e despeço-me com os...

    cumprimentos do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz

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  7. Ilustre Oponente,

    Talvez minhas intenções, com relação a este debate, tenham ficado um tanto turvas. Pode ser que eu não tenha me expressado como deveria, mas, se me lembro bem, eu havia lhe dito no facebook "ipsis literis": "Alex Cruz, meu tema propõe mostrar algumas evidências, em vários campos do conhecimento, da existência de Deus em seus três âmbitos: Deus Pai, Deus Filho (Jesus) e Deus Espírito Santo! Somente gostaria de pedir para que o debate comece na segunda-feira! Grato!". Por isso, pensei que havia sido claro com relação a ideia do tema. Se não fui suficientemente claro, agradeço sua disposição em dar seguimento ao debate com notável desenvoltura.

    Assim, antes de tentar contra-argumentar, gostaria de expressar minha intenção de não seguir de acordo com o esteriótipo (que, cada vez mais, vem fazendo juz ao seu uso) de tratar meu oponente com rispidez e hostilidade. Principalmente porque, antes de tudo, eu acredito no debate como uma forma boa e saudável de usar o direito de crítica e a pluralidade de pensamento para a elucidação e crescimento, e não para a divisão e contenda. Sem mais delongas, minha réplica:

    1) "t - 1": Gostaria de frisar que, nem sempre que Deus é usado para a explicação de algo esta explicação ganha título de falácia por "Deus das lacunas", mas somente quando não se chega a essa conclusão (e em nenhuma outra) de forma lógica e racional. Atribuir a Deus a autoria da Criação é fruto de inúmeras horas estudando todas as outras possíveis causas que não recorressem a uma solução "ex machina" deste "drama" que é o início do Universo. Eu não preenchi uma lacuna com a ideia de Deus, eu concluí que era Deus quem ocupava esta relativa lacuna. Digo relativa porque, para mim, nunca houve uma lacuna, de modo que Deus sempre a ocupou, mas que para alguns que não aceitam esta resposta, que é a única, esta lacuna jamais se completará. Se discorda, desafio-te a preenchê-la de forma científica, lembrando que "ex nihil" não pode ser uma resposta.

    2) Caos X Cosmos: Eu achei que havia sido claro quando disse: "Esta é uma característica da natureza quanto à Mecânica Quântica desvinculada da ignorância humana, ou seja, é impossível determinar com exatidão a deflexão do elétron.". Gostaria de frisar as palavras "desvinculada" e "impossível". Mesmo que a ordem de grandeza de um evento seja tão fora da realidade que não nos faça muito sentido, podemos entender seu mecanismo, se for possível, é claro. O Ilustre Alex Cruz disse que não podemos compreender o picoscópico porque escalas muito defasadas de nosso cotidiano fogem da compreensão de nossas mentes. "Um contra-exemplo nega uma tese". Portanto, como poderíamos observar e entender com grande espectro, eventos que estão até mesmo a 13,7 bilhões de anos-luz no espaço, e assim, 13,7 bilhões de anos no tempo? Eventos estes que ocorrem em super-conglomerados de galáxias, que fogem, em escala de tamanho, até mesmo das mais mirabolantes histórias de ficção científica? Argumento invalidado por contra-exemplo.

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  8. 3) Legislador:

    Motivo 1: A existência de multi-versos é possível. Mas em que nível? Não devemos confundir o que vemos na TV ou cinema com ciência. De acordo com a Teoria da Inflação Cósmica, um outro verso (não-paralelo) pode surgir de uma inflação, ou Bang, por "triggers" que ainda não conhecemos. Contudo, este "novo universo" se inflou causal e diretamente de outro verso, e portanto, partilha das mesmas leis físicas de seu verso "pai". Por outro lado, a existência de multiversos pode ser criada (aqui sim de forma paralela) através de "viagens no tempo" (deslocamentos em alguma das 11 dimensões do contínuo espaço-tempo que não sejam as 4 dimensões convencionais), necessariamente, para o passado a fim de mudar a história. Como no paradoxo temporal do pai, onde um indivíduo "volta no tempo" e atira em seu pai. Se o pai morreu, o indivíduo não nasceu, e assim, não matou seu pai, vindo, então, a nascer e eventualmente a matá-lo. Este paradoxo se resolve com a ideia de que o pai que ele matou vivia em um universo paralelo, onde na qual ele jamais existirá. Por motivos óbvios, isto não passa de cálculos matemáticos e ficção científica, de forma que permanecerá assim ainda por um bom tempo, nulificando a possibilidade de outro Micael, Alex e, infelizmente, de um Patrick humilde.

    Motivo 2: A "combinação fortuita" me parece ser mais improvável ao admirarmos a perfeição e a beleza deste universo, quanto a seu arranjo meticuloso.

    4) Vida: Aqui meu adversário não respondeu minha pergunta (que fugia a definição de seleção natural). No dia que alguém me explicar como um mero arranjo de bósons, mésons, léptons, energia e todas as outras partículas pode dar vida à matéria, fazendo com que ela transcenda o físico para o metafísico (como é o caso do pensamento), então, eu me surpreenderei. Também não comentou a probabilidade disso se dar aleatoriamente, como demonstrado com a ideia de enciclopédia. Vejamos outro exemplo:

    Certo dia chego em casa, onde moro sozinho, e encontro um lindo bolo, todo confeitado e colorido em cima da mesa de minha cozinha. Mas de onde esse maravilhoso bolo havia vindo? Estabeleço, então, uma teoria, na qual alguém o fez para mim e, de alguma forma que eu não sei explicar, o colocou em minha mesa. Logo, penso em outra teoria, onde um caminhão que carregava ingredientes para bolo, ao virar na esquina de minha casa, bateu e tombou girando várias vezes, fazendo com que os ingredientes se misturassem nas proporções e ordem exatas em seu interior, onde, por fim, o caminhão explodiu assando o bolo, e lançando-o no ar para cair exatamente em minha mesa passando pela janela da cozinha. Acreditar que a vida é fruto do acaso é ser adepto da segunda teoria do bolo. Não preciso nem citar Ockham.

    5) Consciência: Mais um ponto onde a matéria não somente transcende, mas mergulha do físico ao metafísico. Como a palavra diz, vai além do físico. Seria muito mais complexo pensar que a mente é fruto do aleatório como mostrei antes. É como se quando os primeiros astronautas pisarem em Marte, lá encontrassem um computador e fizessem 2 teorias: na primeira, a NASA havia enviado sondas que se destruíram provavelmente por ventos de inverno de forma que um HD havia sobrevivido aos ventos. Ou, na segunda, que este computador se formou através dos milênios por reações aleatórias dos materiais da superfície de Marte. Se é mais lógico que a mente é aleatória, então a segunda teoria também é. Mais uma vez, Ockham se aplica.

    6) Argumento Cosmológico Kalam: Já expliquei, em meus comentários no facebook, acerca de seu debate com o Patrick, que se o argumento for usado apenas para mostrar que o Universo tem uma causa, então ele não é circular. A conclusão de que a causa não é física é óbvia.

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  9. 7 e 8) Meu maior objetivo era mesmo de que o meu oponente admitisse a existência da personagem histórica Jesus, o chamado Cristo. Gostaria de lembrar que mesmo no Direito, atualmente, a evidência documental é aceita, de forma que eu frisei que as evidências por si só não provam nada. Agora, se estes documentos merecem crédito ou não, eles devem passar por certas análises, como a corroboração de outros documentos, contradições existentes nos mesmos, possíveis intencionalidades de terceiros ao criá-los (como é o caso das moças que engravidavam de padres e que os mesmos as matavam como bruxas para que não viessem à tona suas atitudes devassas), que não é o caso da Bíblia, entre outros. Através destes métodos, ninguém mais tem dúvidas, nos dias de hoje, de que aquelas moças não eram bruxas. Inclusive, caro Alex, citar documentos falsos não invalida documentos verdadeiros. A Bíblia não tem ligação com estas "bruxas". É como seu eu dissesse que seu RG (Registro Geral) não é válido por causa do mesmo motivo.

    9) Incoerência: Sim, isto é um argumento. Inclusive, parece que meu oponente tentou escapar de respondê-lo tentando desmerecê-lo. Se somente uma prostituta tivesse visto Jesus andar por sobre as águas, seria muito mais difícil convencer alguém (não esqueçamos de que estamos falando de uma cultura que privilegia completamente o homem em detrimento da mulher, e que, inclusive, era pior no passado). Para que esta história tenha sido creditada a cerca de 2 mil anos atrás, mesmo que a principal testemunha tenha sido uma mulher e, talvez, de má fama, era preciso que outro fator corroborasse, como as pessoas daquela época haviam visto o poder de Jesus, e por isso, não duvidaram daquela mulher.

    10) Há uma grande diferença entre os homens-bomba e aqueles que morreram no primeiro século. A começar que os primeiros cristãos viram pessoalmente Jesus, e meu caro oponente não irá me dizer que a evidência testemunhal não tem o seu devido peso. O que o meu oponente talvez não saiba é que muitos soldados romanos que também viram a Jesus, tudo o que Ele fez e se converteram, mesmo assim também morriam ao lado dos judeus resistindo às mais diversas torturas, que não citarei aqui para não expor tamanha violência desnecessariamente, e que nos mostram uma morte muito mais lenta e dolorosa do que uma simples e instantânea bomba.

    E eu passo a bola agora para o meu ilustríssimo oponente, no aguardo de sua réplica, certo de que serei alegrado com boa retórica!

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  10. O Pai, o Filho e o Espírito Santo e as evidências


    RÉPLICA

    Creio que a confusão acerca do tema deste debate se deve ao hábito muito comum entre teístas de tomar como ponto pacífico certos aspectos de suas crenças que são, na verdade, extremamente questionáveis, especialmente para um cético. Eu, por exemplo, ainda estou para descobrir como uma coisa pode ser una e tripla ao mesmo tempo ou como a trindade se relaciona com outros atributos de Deus sem contradizê-los. Meu oponente, por outro lado, põe como tema a “existência de Deus em seus três âmbitos” e começa a discorrer como se não houvesse nenhuma discordância quanto à ideia de “trindade una”. Mas essa não foi a primeira nem será a última vez que um teísta comete este pequeno atropelo num debate contra um cético. Seja como for, já reconheci seu direito de propor a tese e já me dispus a discorrer sobre o assunto escolhido. Então vamos a ele!


    1) T - 1:
    O fato de a lacuna da origem do universo sempre ter sido ocupada por Deus segundo o sistema de crenças do meu oponente é irrelevante para essa questão, assim como o número de horas que foram dedicadas ao estudo do assunto. Hipóteses divinas não se tornam verdadeiras a depender da quantidade de horas gastas na procura por outras possibilidades. Ainda não há uma explicação amplamente aceita para a origem do universo, assim como não havia explicações para a origem dos raios até os estudos sistemáticos de Benjamin Franklin sobre a eletricidade, no século XVIII. Antes disso, a humanidade não dispunha de todos os meios necessários para encontrar a causa dessas descargas elétricas (que foram atribuídas à vontade de Deus, de Thor, de Kadlu, de Taranis, de Zeus, etc.) assim como hoje não temos meios de confirmar muitas hipóteses sérias para a origem do Universo. Se a interposição de uma divindade sobrenatural não foi confirmada, preencher esta lacuna com Deus é um “argumentum ad ignorantiam” e é falacioso sim. Mas essa falácia nem se aproxima da contida no desafio que me faz o Sr. Pimpim: ele me pede para preencher a lacuna da origem do universo resolvendo o maior enigma da Física Moderna aqui no blog. Devo pegar minha prancheta e começar a fazer os cálculos ou devo ignorar este desafio teatral?

    2) Caos X Cosmos:
    O que meu oponente faz aqui é extrapolar o conteúdo de minhas declarações para refutar um argumento macaqueado. Eu não disse que não podemos compreender o picoscópico. O que eu disse é que “fenômenos que ocorrem em nível subatômico parecem não fazer sentido para nós”, pois “temos grande dificuldade ao lidar com medidas extremamente grandes ou pequenas de tempo e espaço”. Não há nada de absoluto aqui. O fato de podermos compreender alguma coisa do que ocorre nessas escalas não invalida o argumento evolutivo, que dispensa intervenções sobrenaturais mirabolantes. Nosso cérebro foi aprimorado pela seleção natural para sobrevivermos no ambiente da savana africana conhecido por nossos ancestrais: tridimensional, com objetos físicos de tamanhos e velocidades medianos e proporcionais. E mesmo que a explicação evolutiva esteja errada, coisa de que duvido muito, ficaríamos, no máximo, com uma dúvida cuja solução por “milagre” não é uma solução, mas produto da desistência de procurar por uma. Se na época de Benjamin Franklin as pessoas adotassem o pensamento do Sr. Pimpim quanto à eletricidade, debateríamos por cartas e viveríamos à luz de velas. Felizmente não foi o caso.

    3) Legislador:
    Motivo 1: Rotular o que eu digo como ficção científica não irá ajudar em nada. A Teoria da Inflação Caótica, do cosmólogo russo Adrei Dimitrievich Linde, da Universidade de Standford, é amplamente aceita pelos estudiosos e prevê exatamente os “vários, talvez infinitos, universos regidos por leis exatamente iguais ou bem semelhantes às nossas” assim como outros com leis distintas. É verdade que existem várias teorias que apontam para um multiverso, mas usar rótulos pejorativos para descartar aquelas que não lhe são favoráveis é uma péssima refutação cujo caráter meramente retórico acabo de explicitar.

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  11. Motivo 2: Então um incompreensível Legislador cósmico sobrenatural lhe parece mais provável que uma combinação aleatória de valores porque o universo se encaixa na sua concepção de beleza e perfeição? Isso foi um argumento umbilicista e passional, para dizer o mínimo. Apreciações estéticas individuais não determinam probabilidades para as constantes do universo. (Francamente, nunca pensei que um dia precisaria dizer esta frase!)

    4) Vida:
    Meu oponente pensa que sua pergunta sobre a origem da vida foge à Seleção Natural. Assim fica parecendo que estou lidando com um criacionista que não entende coisa alguma de Evolução e que acha que é feito de uma substância mais nobre que uma pedra de calçamento. Suas razões? Nenhuma. Ele apenas acha. Mas vou atendê-lo e começar desde o princípio: partículas fundamentais formam hádrons (prótons e nêutrons) pela força nuclear forte. Hádrons ligam-se através de glúons e formam núcleos atômicos, que atraem elétrons pela força eletromagnética resultando em átomos, cuja quantidade de prótons no núcleo determina o elemento químico (hidrogênio, oxigênio, carbono, ferro, etc.) Átomos interagem por ligações químicas (covalentes, iônicas ou metálicas) para formar substâncias químicas como moléculas. Estas últimas interagem e crescem em complexidade, formando compostos orgânicos como aminoácidos, que se ligam para formar proteínas. Daí para frente o artigo que postei (e que meu oponente provavelmente não leu) dá conta do que sobra: (http://www.inf.ufsc.br/~cancian/ciencia/ciencia_evolucao_replicadores.html) Espero que o Sr. Pimpim sinta-se bem à vontade para negar o que a Física, a Química e a Biologia descobriram quanto a este assunto, de modo a abrir espaço para algum “milagre”. Boa sorte.

    Talvez meu oponente tenha se olvidado de citar sua fonte quanto à historinha do bolo e da Enciclopédia Britânica: (http://www.youtube.com/watch?v=5Pb5u1GXrQE) Ambas são exemplos de um conceito falacioso do criacionismo chamado de Complexidade Irredutível (http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexidade_irredut%C3%ADvel). Simplesmente não é assim que a Seleção Natural funciona. Criacionistas insistem em dizer que a vida, as bactérias, as plantas, os animais teriam surgido em um único evento isolado e estupendamente improvável, assim como nos exemplos que o Sr. Pimpim nos forneceu. Ignoram falaciosamente o poder do acúmulo e minúsculas alterações sucessivas ao longo de enormes períodos de tempo em estruturas que se replicam, não em bolos de chocolate. Este pessoal é honesto ou quer enganar os desavisados? Não é a toa que se diz que dogmas prosperam entre gente pobre e ignorante, pois vítimas sem meios de contestação são facilmente ludibriadas por este tipo de discurso erístico.

    5) Consciência:
    Meu oponente diz que a consciência transcende o físico. É outra ideia que não resiste à análise mais simples. A consciência não é produto de “milagres”, mas sim de interações eletroquímicas no cérebro. Se não, como explicar que o entendimento de quem nós somos, nossas lembranças, movimentos, sensações, gostos, vontades e até nossa personalidade possam mudar radicalmente quando áreas do cérebro são estimuladas ou danificadas? Tenho a Biologia e a Medicina para corroborar com meu ponto de vista enquanto que meu oponente nos oferece o quê? Sua opinião seguida de outro exemplo de complexidade irredutível de uma estrutura que não se replica.

    6) Argumento Cosmológico Kalam:
    Nada mais a declarar: http://duelosretoricos.blogspot.com.br/2012/06/patrick-cesar-x-alex-cruz-argumento.html

    7 e 8) A Bíblia Sagrada e manuscritos diversos:
    Ninguém deve partir do pressuposto que meu RG seja falso. O princípio jurídico da Presunção de Legitimidade dos Atos Administrativos impede que se recuse fé a documento público. Porém se meu RG indicar que nasci no ano de 1715, é evidente que essa informação deve ser vista com ceticismo e que não poderei reclamar pela minha aposentadoria ao INSS. O mesmo ocorreria com um documento que atestasse uma intervenção sobrenatural esdrúxula.

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  12. Hoje todos creem que aquelas pobres mulheres existiram, mas quase ninguém acredita que elas eram bruxas, apesar de haver testemunhas, processos e documentos emitidos por entidades que representavam poderes legitimados e amplamente reconhecidos. Mas, para meu oponente, o bom senso e o ceticismo valem para documentos que atestam as “bruxarias” das vítimas da Inquisição, mas não para aqueles que atestam as “bruxarias” que são caras ao seu credo religioso. Dois pesos, duas medidas e uma bela falácia como resultado.

    9) Incoerência:
    Meu oponente insiste por uma resposta séria para um argumento que julguei burlesco. Então chamo atenção para o fato de que a Bíblia mostra Jesus aparecendo resuscitado também para os seus apóstolos, de modo que pouco importa que se tenha ou não dado credibilidade ao relato de Maria Madalena: – “Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor, e que ele lhe dissera isto. Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor.” (João 20:18-20) – Mas se meu oponente acha mesmo que seu argumento é sério, ficarei muito contente em dar uma credibilidade um pouco maior ao relato de uma prostituta se, pelo mesmo critério, ele admitir que os milagres testemunhados apenas pelos apóstolos são bem menos confiáveis. Resta saber se ele vai topar, se desdizer ou fingir que não leu. De qualquer forma sairei no lucro.

    10) Campo Histórico:
    Mais critérios duvidosos. Primeiro: também havia testemunhas nos processos da Inquisição. Isso nos faz acreditar que as acusadas existiram, mas não que eram bruxas. Já falei que, da mesma forma, não duvido da existência de Jesus, mas não acredito que ele tenha sido um “bruxo”. Segundo: pessoas sacrificam-se por aquilo que acreditam, seja verdade ou não. O número de pessoas que creem e se sacrificam por algo não é evidência de veracidade especialmente quando estamos tratando de dogmas. Terceiro: a quantidade de dor a que uma pessoa é submetida também não diz nada sobre a verdade daquilo em que ela acredita. Se os homens bomba morressem mais lentamente sua ideia mereceria mais crédito?


    Para finalizar, tenho algumas perguntas para que eu possa entender melhor o pensamento e a disposição de meu oponente:
    - Você é criacionista? Nega a Teoria da Evolução?
    - Você renega o conhecimento científico que vai de encontro à sua crença?
    - Você renegaria sua fé caso fosse possível prová-la como falsa?

    Cumprimentos do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz

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  13. Antes de começar minha tréplica, gostaria de evidenciar um artifício da réplica de meu oponente que é dizer que meus argumentos são falaciosos sem ao menos dizer o porquê. O simples fato de falar que um argumento é falacioso sem explicar tal afirmação configura-se em uma falácia "non sequitur". No transcorrer da tréplica estarei evidenciando outros artifícios.

    1) "T-1": Aqui meu oponente diz que minhas horas de estudo no assunto são irrelevantes. Bem, lembre-se que eu só disse isto para mostrar que não se trata de um argumento "Deus das lacunas" onde a resposta "Ex Machina" é dada sem quaisquer bases, motivos ou referências (por mim conquistados em meus estudos). Hora, se a refutação de que "o que eu disse era uma falácia" é irrelevante, então a conclusão é que era óbvio o fato de que não era uma falácia e, portanto, confirmar esta obviedade não passa de algo irrelevante. Se era óbvio, por quê então meu oponente disse que se tratava de "Deus das lacunas"? Apenas terminei a linha de raciocínio de meu oponente.
    Quanto aos raios (exemplo de Benjamin Franklin), estes se tratam de eventos que ocorrem dentro deste universo e não fora (como teria de ser a causa do universo). A causa do universo não pode estar nele mesmo, porque assim acabaríamos por concluir que esta causa causou a si mesma. Ora, se meu oponente acreditar em uma "causa auto-causada" ele estaria, então, apenas acreditando em ouro deus, só que mais ilógico do que o meu.
    Logo em seguida, meu oponente me acusa de usar um "argumentum ad ignorantiam". Fiquei até estupefato, pois não é o mesmo que vem querendo me convencer a abandonar minha conclusão em favor de sua ignorância acerca do início do universo, e usando esta ignorância como argumento? Peço-lhe, cordialmente, para que use de coerência.
    Por fim, meu oponente me acusa de um desafio teatral, mas na verdade, teatral foi sua resposta. Vamos analisar:
    Por que seria teatral? Um motivo seria se fosse impossível atingir esta resposta e, portanto, meu oponente abraça seu "ad ignorantiam" até a morte. Outro, se fosse possível, mas meu oponente sozinho jamais poderia consegui-lo. Ora, como ele sabe se ele não é o novo "Einstein" a revolucionar a física? Talvez seja porque ele tem muita fé em sua ignorância, o que é estranho para um ateu ter fé. Um detalhe: Este não é o maior enigma da Física Moderna. Este enigma existe desde os dias de Aristóteles de Estagira (e talvez até antes), onde o mesmo, sabiamente, levanta a ideia de um motor não movido para este enigma filosófico, que de Física Moderna pouco ou talvez nada possui.

    2) Caos x Cosmos:
    Eu jamais tentei invalidar o argumento evolutivo (pois não sou tolo a tal ponto), mas sim invalidar seu uso quanto desculpa para o fato de o homem não poder entender o picoscópico. Aqui meu oponente diz que eu usei um argumento "macaqueado", mas é ele quem incorre em outro artifício, que é fazer um jogo de palavras. Não importa se um ou dois trechos extraídos parecem passar a ideia de que seu argumento não possuía cunho absoluto. Todos os que leram a passagem inteira puderam perceber que meu oponente usa a evolução como desculpa para o fato de que é impossível ao homem entender por completo o picoscópico.

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  14. Meu oponente cogita o fato de que a evolução pode estar errada (para explicar este tópico, espero), mas disse que se for o caso, atribuir solução milagrosa é "produto da desistência de procurar por uma". Isto me levaria a acreditar que estabelecimentos de pesquisa como o CERN Accelerator ou o LHC não passam de grandes enfeites. Aqui vai um trecho do livro "Como construir uma máquina do tempo" do físico e astrobiólogo Paul Davies, professor-doutor de Filosofia Natural no Centro Australiano de Astrobiologia na Universidade de Macquaire: "Os físicos estão convencidos de que a incerteza quântica é intrínseca a natureza e não apenas resultado da ignorância humana dos processos envolvidos. Por outras palavras, mesmo o elétron não "sabe" como é que vai ser desviado até a colisão acontecer realmente." (sobre o experimento de colisão entre um elétron e um próton). Mas talvez o Dr. Davies e os outros físicos citados simplesmente tenham "desistido" de encontrar uma resposta. Talvez, ainda, o meu "pensamento" tem sido "adotado" por estes e aqueles físicos dos projetos CERN e LHC. Talvez o único a não desistir seja meu oponente e, assim, a última esperança da Terra para não vivermos em épocas ultrapassadas. O que seria uma pena, pois ele é um promulgador do "ad ignorantiam" como a grande resposta aos enigmas que fogem da física.

    3) Legislador:
    Motivo 1: Sinto informar-lhe, mas analisei todas as possibilidades que possuem algum sustento científico. O que passar disto são apenas suposições ou ficção científica, de modo que rotular algo com a verdade não é pejorativo.
    Motivo 2: em suas considerações iniciais, meu oponente escreveu: “as constantes são como são ou por acaso ou pela regulação de um Legislador incompreensível. Porém a existência de uma divindade que estabeleça valores precisos para todas as constates universais é, para dizer o mínimo, tão improvável quanto a combinação fortuita de valores para essas constantes.” . Realmente, meu julgamento estético não atribui valor probabilístico algum ao fato de Deus existir ou não, mas meu oponente diz que isto é “tão improvável quanto a combinação fortuita...” . Bem, eu gostaria então que ele me mostrasse os cálculos matemáticos usados para alcançar esta equivalência. Do contrário, a mesma possui apenas valores subjetivos, o que, no caso, não são melhores do que meu julgamento estético.

    4) Vida:
    Eu não disse que a pergunta foge a seleção natural, mas sim que a resposta foge à definição da mesma, ou seja, ainda que a seleção natural, obviamente, seja um processo aprimorador da vida já existente, a mesma não confere vida a matéria, fazendo a transição do físico para o metafísico. Em seguida, meu oponente usa o artifício de “explicar-me” algumas interações de partículas vistas no primeiro ano do ensino médio e chega às proteínas (que por si só não são seres vivos). Depois, ele inclui um link (outro artifício, que extrapola o espaço máximo de caracteres). De qualquer forma, ele não me mostrou como a vida realmente surgiu. Ele tenta passar uma ideia reducionista, dizendo que não somos mais nobres do que uma pedra. Jamais compactuarei com a mesma, pois o homem não é a soma das partes, ou seja, não se atinge um ser vivo apenas montando suas “peças”. Até mesmo porque as etapas envolvidas no início da vida “são conhecidas” há tempos, mas ao se repetir as mesmas em laboratórios, nunca se chega a um ser vivo. Por outro lado, se as pedras de calçamento são tão nobres quanto os homens, por que não existem os “direitos da pedras”? (isto chegou a ser cômico, confesso). Ou talvez, se meu oponente não é mais nobre que uma pedra de calçamento, indico que ele não mais pise nas calçadas, ou talvez deite nas ruas para que nele pisem.

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  15. Não sei porque meu oponente cita a fonte da história do bolo. Com qual propósito retórico? Outro artifício usado para fugir do exemplo. Aliás, exemplo este que ouvi pessoalmente do professor Adalto Lourenço, com o qual já conversei pessoalmente em várias ocasiões distintas. Ele diz que a vida não é um “único evento isolado e estupendamente improvável” como em meus exemplos. Na verdade, entropicamente, a situação do bolo é menos improvável do que o surgimento da vida (por conter um menor número de microestados envolvidos). Se não é um evento tão isolado, por que não se vê em mais lugares senão a Terra? Também, o conhecimento do ilustre Alex Cruz quanto ao “poder do acúmulo e minúsculas alterações sucessivas ao longo de enormes períodos de tempo em estruturas que se replicam” deve ser maior que o do Dr. Francis Collins - ex-ateu, diretor do projeto Genoma e que escreveu o livro “A linguagem de Deus” – que por sua vez deve ser uma pessoa “pobre e ignorante”, que deve ter sido “facilmente ludibriado por discursos erísticos” como meu oponente propõe no trecho "Não é a toa que se diz que dogmas prosperam entre gente pobre e ignorante, pois vítimas sem meios de contestação são facilmente ludibriadas por este tipo de discurso erístico.".

    5) Consciência:
    Explicar sinapses não explica o caráter metafísico da mente, como produzir as mais variadas ideias que nem mesmo estão presentes no físico, como seres mitológicos. Meu oponente não explicou a mente e sim certas áreas do cérebro, que são coisas completamente diferentes. Outro artifício para fugir ao meu exemplo (que é muito coerente com as ideias do meu oponente de que a complexidade vem de interações aleatórias comuns).

    7/8) Eu não disse que seu RG era falso, mas somente mostrei que sua linha de raciocínio de que a Bíblia é falsa por causa da falsidade de outros documentos nos leva a conclusão de que nenhum documento é confiável. Isto também não significa que o fato da Bíblia ser verdadeira quanto documento atesta a legitimidade de qualquer documento.
    9) Jamais afirmei que os eventos presenciados somente pelos apóstolos são menos confiáveis, mas que seria mais fácil inventar uma história mais convincente, na época, se só homens fossem suas testemunhas. É por este motivo que seria incoerente escolher uma mulher de má fama como principal testemunha, mesmo que eles pudessem ter escolhido um homem.

    10) Campo histórico:
    Mas estas testemunhas não passaram por torturas, somente as supostas bruxas e que acabaram confirmando que são bruxas por causa do efeito da tortura. Ainda, aqueles não se sacrificaram por algo em que acreditavam, mas sim por algo que afirmaram ter visto, ou seja, meu oponente afirma que inúmeras pessoas passaram por algumas das mais hediondas torturas da história da humanidade, mantendo ainda sua palavra em troco de nada. Sabemos, nos dias atuais, que torturas ainda são usadas no mundo todo a fim de colher falsos testemunhos e que extremamente raros são os casos dos que conseguiram manter suas palavras sob tortura e mesmo assim eram agentes treinados para isso. Ou meu oponente propõe que aqueles pobres coitados, muitos idosos e crianças, eram super-soldados?

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  16. No trecho "Ele diz que a vida não é um “único evento isolado e estupendamente improvável”..." Parece que me refiro ao prof Adauto, mas me refiro mesmo ao Alex.

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  17. O Pai, o Filho e o Espírito Santo e as evidências


    TRÉPLICA

    Ao contrário do que diz meu oponente, nunca acuso ninguém sem justificar o que digo e sempre estou disposto a retirar a acusação caso os fatos demonstrem que estou errado. Felizmente isso ainda não aconteceu aqui. Para mim, um adversário começa a enlamear a si mesmo e ao debate quando os seus argumentos acabam e começam os truques de retórica barata, obrigando-me a passar boa parte do tempo a desmistificar falácias vulgares e acusações vazias. Infelizmente isso já começou a acontecer aqui.

    1) T - 1:
    O caso de Benjamin Franklin destina-se a exemplificar o argumento “Deus das lacunas”. É evidente que há diferenças entre as causas do universo e dos raios, mas o essencial permanece: não conhecemos a primeira, assim como não conhecíamos a segunda. Meu oponente apenas faz questão de que a humanidade cometa o mesmo equívoco que cometeu no passado. Ainda não sabemos o que causou o uni(multi)verso, e responder esta questão com explicações sobrenaturais que não podem ser confirmadas se encaixa perfeitamente na definição da falácia “Deus das lacunas” que apresentei em minhas CIs. Doutores em Física que dedicaram toda sua vida acadêmica a este assunto existem às centenas e, no entanto, essa gente esforçada prefere adotar uma postura humilde ante a questão propondo teorias e explicações falseáveis em sua busca pela verdade. Se apelos à autoridade são falaciosos até quando se referem a esses bravos especialistas, o que dizer então de um pré-vestibulando que julga ter uma resposta definitiva e não verificável apelando para a autoridade de si mesmo por causa das horas que afirma ter devotado ao estudo do assunto? Por isso eu reafirmo: o número de horas que meu oponente dedicou ao enigma da origem do universo não tem relevância nenhuma para este debate.

    Em sua ânsia por me contestar a qualquer preço, meu oponente apenas conseguiu a façanha de demonstrar que não sabe o que é um "argumentum ad ignorantiam", falácia da qual a “Deus das lacunas” é um subtipo (vide minhas CIs). Ele a confunde com uma conformação com o estado de ignorância. Talvez o nome da falácia tenha confundido sua mente atordoada por um enorme desejo de reagir. Na verdade, a falácia ocorre quando o Sr. Pimpim pretende que sua hipótese de que Deus criou o universo é verdadeira com base na ignorância científica sobre a questão. Aqui está o trecho: “para mim, NUNCA houve uma lacuna, de modo que Deus SEMPRE a ocupou, mas que para alguns que não aceitam esta resposta, que é a ÚNICA, esta lacuna JAMAIS se completará”, grifos meus.

    Para finalizar este ponto, aqui vai o desafio que me fez o Sr. Pimpim quanto à lacuna da origem do universo: “Se discorda, desafio-te a preenchê-la de forma científica”. Ele mesmo pede por uma solução científica, não filosófica. É a precisamente Física Moderna que até hoje se esforça para solucionar cientificamente essa questão, cuja resposta o Sr. Pimpim me cobra no meio deste debate. Será que ele é honesto? Ao contrário de meu oponente, nunca propagandeei ter a resposta certa. Então deixo para o leitor julgar se é algum demérito para mim não atender a este desafio que, para mim, foi teatral sim.

    2) Caos X Cosmos:
    Se meu oponente insiste em me atribuir declarações que não fiz e ideias que não tenho, não irei impedi-lo. Enquanto ele ataca um espantalho, minha tarefa será apenas a de apontar a situação que ele quer forjar. Aceleradores de partículas não são enfeites: são produto do esforço humano para compreender o universo picoscópico apesar das limitações que nossa própria natureza nos impõe. Se a humanidade se contentasse com a resposta mística que nos propõe o Sr. Pimpim, aí sim eles poderiam ser considerados enfeites pois não há explicação racional para o sobrenatural. Nesta situação, deixo-o à vontade para continuar batendo em espantalhos e me atribuindo erros que só pertencem a ele mesmo.

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  18. 3) Legislador:
    Motivo 1: Meu colega não resistiu ao exemplo da Teoria da Inflação Caótica proposta pelo Dr. Andrei Linde (http://pt.wikipedia.org/wiki/Andrei_Linde), um dos modelos mais aceitos pelos cosmólogos e que prevê inumeráveis universos com os mais variados valores para suas constantes, de modo que a existência de um ou de vários como o nosso não é nenhum “milagre”. Em vez de admitir que sua evidência foi derrubada, ele afirma que analisou “todas as possibilidades que possuem algum sustento científico” e que o resto é “ficção científica”. Equivale a dizer: “as coisas são do jeito que estou dizendo porque EU estou dizendo”. É triste ver que meu adversário começou bem no debate e que agora está reduzido a isso...

    Motivo 2: Eu disse que um Legislador é tão improvável quanto a combinação fortuita de valores para as constantes universais “para dizer o mínimo”! É uma concessão (sabe o que é isso?) devida à minha disposição de não me julgar dono de respostas decisivas. Na verdade é muito mais. Se eu tenho um dado no formato de um “googólgono” polígono com um “googol” de lados (1 seguido de 100 zeros), a chance de lançá-lo e obter um resultado determinado é mínima mas existe e independe de qualquer explicação sobrenatural. Mesmo que a evidência de meu oponente não tivesse sido destroçada pelo motivo 1, ainda assim há uma probabilidade de ajuste de valores para as constantes universais que dispensa completamente o sobrenatural.

    4) Vida:
    Primeiro meu oponente diz que não entende como partículas fundamentais (que compõem a nós e às pedras de calçamento) unem-se para constituir vida, mas quando lhe forneço uma explicação passo a passo ele diz que estou usando “artifícios”. Ele admite que proteínas podem se formar espontaneamente, mas os ácidos nucleicos (DNA e RNA) são proteínas. Se meu oponente não está satisfeito com a explicação que dei, existem várias outras hipóteses científicas para a origem da vida que uma simples consulta à internet pode revelar. Todas são fruto de um esforço genuíno da humanidade para desvendar essa questão. Mas quais hipóteses científicas incluem “milagres”? Nenhuma. Será que meu oponente aceitará alguma delas? Não importa quantas descrições de hipóteses científicas eu faça aqui, pois a dúvida do Sr. Pimpim não é fruto da busca honesta pelo conhecimento. Sua intenção é tão somente a de guardar algum espaço para o místico e o sobrenatural.

    Também não há nada nas regras que me impeça de postar links, cuja consulta serve apenas a quem está interessado no assunto, coisa que talvez não seja o caso dele. Com o artigo sobre os replicadores, eu ofereço uma explicação racional, baseada no conhecimento científico, que dispensa “milagres” e que é falseável. Meu oponente, por outro lado, oferece uma explicação “milagrosa”, baseada na ignorância, que despreza a ciência e que ele julga definitiva. Eu também nunca disse que “as pedras de calçamento são tão nobres quanto os homens” e sim que somos feitos dos mesmos elementos. Em vez de admitir seus erros ou procurar por uma contestação séria, meu colega perde seu tempo com piadinhas sobre “direito das pedras”. Francamente, qual de nós está agindo honestamente aqui?

    Meu colega afirma que “fugi” do exemplo do bolo. Mas eu mostrei que ele é falacioso por se tratar de um exemplo de Complexidade Irredutível. E o que ele disse sobre isso? Nada! Quem está fugindo de quem? Quando eu digo que a vida não surgiu “em um único evento isolado e estupendamente improvável”, ele prefere desvirtuar o que eu disse a me contestar com seriedade. Não estou afirmando que a vida pode estar em outros planetas (hipótese bastante provável, aliás), e sim que ela é produto de um lento acúmulo de complexidade em estruturas simples que se replicam, ou seja, não surgiu “de uma vez” como o infeliz exemplo do bolo faz supor.

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  19. No mais, se eu alegasse que a comunidade científica em peso descarta hipóteses “milagrosas” meu oponente seria o primeiro a posar de injustiçado e a dizer que cometo “ad populum”, porém ele apresenta um raro caso de biólogo que leva explicações místicas a sério como se isso significasse alguma coisa, e ainda o faz para desvirtuar o que eu disse. Nunca falei que todos que acreditam em dogmas são pobres e ignorantes, e sim que o dogmatismo prospera neste meio, em que as pessoas não têm instrução suficiente para contestar a pseudociência.

    5) Consciência:
    Mais um ponto em que minha réplica provou-se fatal. Em vez de contestar minha ideia de que a mente é produto de reações eletroquímicas no cérebro (fartamente embasada pelo fato de que alterações físicas no encéfalo traduzem-se em alterações de estados mentais), meu oponente prefere dizer que recorro a "artifícios" para "fugir" do seu exemplo de Complexidade Irredutível já devidamente destroçado pelo tópico anterior. Será que é tão difícil para o meu colega admitir que suas evidências estão caindo?

    7 e 8) A Bíblia Sagrada e Manuscritos Diversos:
    É totalmente infrutífero tentar me atribuir ideias que eu não tenho. Simplesmente não adianta. Nunca disse que "a Bíblia é falsa por causa da falsidade de outros documentos". Este raciocínio ridículo existe apenas na imaginação falaciosa de meu colega e traduz as suas más intenções. O que eu disse é que documentos que atestem intervenções sobrenaturais devem ser encarados com ceticismo e, para demonstrar minha ideia, citei documentos da infame Inquisição Espanhola e o exemplo de um RG que indique 1715 como ano de nascimento. O ponto central de minha contestação às “evidencias documentais” é que: "para meu oponente, o bom senso e o ceticismo valem para documentos que atestam as “bruxarias” das vítimas da Inquisição, mas não para aqueles que atestam as “bruxarias” que são caras ao seu credo religioso." E o que ele respondeu sobre isso? Mais uma vez: nada!

    9) Incoerência:
    E aqui está outro caso em que derrubei a “evidência” de meu colega e tive meus argumentos ignorados. Defendi que não faz diferença que se tenha ou não dado crédito ao relato de Maria Madalena, pois Jesus também apareceu ressuscitado para os apóstolos, segundo o texto bíblico. E o que me disse o Sr. Pimpim sobre esse argumento? Já está cansando: Nada de novo! Meu oponente também ignorou o desafio que lhe fiz e que decorre diretamente do critério de confiabilidade que ele propõe para relatos de milagres bíblicos. Se, para ele, merece mais crédito o testemunho bíblico de uma mulher, então o de homens merece menos. E, no entanto, ele é o primeiro a abandonar o próprio critério quando o ponho numa situação difícil. Assim fica desestimulante debater com um cidadão que ignora nossas contestações tão logo vê que se meteu em problemas.

    10) Campo Histórico:
    Os suplícios infligidos aos primeiros cristãos tinham o propósito de puni-los por professarem um credo proibido. É similar a como os nazistas agiram com os judeus: pouco importa se a vítimas renegaram ou não sua fé judaica, pois elas iriam para os campos de concentração de qualquer jeito. Da mesma forma, se o sujeito fosse considerado cristão nos primeiros séculos, seria preso, utilizado como gladiador ou mesmo morto, em alguns casos por crucificação. Então qual é a relevância de negar ou não negar a fé se o destino é o mesmo? É por isso que eu digo que nada disso tem força de evidência.


    Para finalizar, quero dizer que ainda vi serem ignoradas duas das perguntas que fiz ao final de minha réplica, mas que isso nem me surpreendeu depois da longa série de falácias que tive o trabalho de destrinchar aqui. Fiquei muito desapontado com a tréplica de meu colega. Ele parecia disposto a debater seriamente, mas assim que se viu em dificuldades mudou radicalmente de postura. Lamentável.

    Cumprimentos do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz

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  20. Correção: os ácidos nucleicos (DNA e RNA) não são proteínas. Estão envolvidos no processo de síntese delas.

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  21. Infelizmente, em sua tréplica, meu oponente fugiu de todos os meus argumentos, praticamente rescrevendo a sua réplica e dizendo que eu não respondi nada. Mas onde será que meu oponente viu "montes de nadas" em meu texto? Talvez ele não tenha conseguido interpretá-lo, e assim, vejo-me obrigado a responder as mesmas coisas, só que de maneira mais simples e assimilável.

    1) "t - 1": Mais uma vez, "Deus das lacunas" é uma falácia aplicável somente quando a resposta "ex machina" (solução divina) é dada sem quaisquer indícios ou argumentação (como, evidentemente, não é o meu caso). Por exemplo, não se sabe ao certo a tecnologia usada para construir as pirâmides. Assim, dizer que foi um deus que as fez antes de buscar outras respostas seria "Deus das lacunas". Quanto ao exemplo de Benjamin Franklin, eu disse que os raios são eventos que se manifestam dentro deste universo, assim como a causa de qualquer ente físico deste universo. Agora, dizer que a causa do próprio universo está dentro dele é incorrer no problema da "causa auto-causada". Sendo assim, a causa deste universo não está dentro do mesmo, e assim, não é física. Tampouco a ciência pode alcançá-la. Não sei ser mais claro do que isto.

    Eu fui coerente com a ideia do "argumentum ad ignorantiam". Explico-me. Meu oponente diz que não posso atribuir a causa do universo a Deus somente pelo fato de não possuir outra resposta (como no caso das pirâmides), apesar de já ter-lhe dito que este não é meu motivo, mas sim as evidências inúmeras que se apresentam em favor disto (e também de minha fé, que não foi citada porque realmente não possui valor argumentativo), como a evidência lógico-filosófica da impossibilidade de uma "causa auto-causada", por exemplo. Mas meu oponente defende que Deus não existe pelo motivo de que não se sabe a causa do universo por vias científicas (que já mostrei ser impossível). Logo, ele chegou a uma conclusão (Deus não existe) por meio de uma falta de respostas científicas (uma ignorância). É por isso que digo que para mim não há lacuna, pois já encontrei o que a preenche. Digo encontrei porque pode ser encontrada por todos.

    Por fim, só fiz aquele desafio ao meu oponente para mostrar-lhe que a ciência é impotente acerca de assuntos que simplesmente não são científicos, e por isso, outras áreas do conhecimento se saem melhor na busca por suas respostas, como a filosofia e a teologia, lembrando que é possível não crer em nenhum deus para estudar teologia, até mesmo com a finalidade de usá-la para tentar refutar a existência de divindades. Talvez tenha sido o erro de não estudar teologia o maior erro de Dawkins.

    2) Caos X Cosmos: Meu oponente fala de ações teatrais, mas ficou evidente que ele utilizou uma para fugir deste tópico, onde mostrei que a natureza segue padrões que são ininteligíveis no reino picoscópico, aparentemente caminhando para um caos macroscópico, e mesmo assim, terminando em um singular cosmos (ordem), onde mostrei que mesmos os cientistas que devotam a sua vida toda em busca das mais variadas respostas acerca deste universo se veem de mãos atadas quanto ao funcionamento mais inerente ao picoscópico. É graças a homens como o Dr. Davies que tudo o que pode ser descoberto vem sendo descoberto, como o bóson de Higgs, ainda que certas coisas jamais serão alcançadas pelo escopo da ciência.

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  22. 3) Legislador:

    Motivo 1: Era justamente desta teoria que eu falava (Teoria da Inflação Caótica, que meu oponente olhou no link da Wikipédia fornecido por ele mesmo segundos antes de escrever a sua réplica. Recomendo uma leitura mais promissora, como o livro "Mundos Paralelos", do professor Michio Kaku, e que a teoria de um verso com leis diferentes do nosso é apenas suposição, já que não seria causado ou vinculado ao nosso, tornando impossível a sua verificação. Mesmo porque se um universo não tem as mesmas leis físicas que o nosso, sua informação (se é que existe esse conceito neste universo) não se apresentaria na forma com a qual podemos interpretá-la, já que somos feitos apenas para interpretar as informações de nosso próprio universo e/ou de outro que tenha as mesmas leis físicas. Por isto a dicotomia apresentada entre ficção científica e ciência.

    Motivo 2: Mais uma vez, não tem como afirmar se a "combinação fortuita" é tão improvável quanto a um legislador porque não há informação necessária para tal. Isto é uma falácia "non sequitur". Quanto ao "googolgono", se eventos, mesmo que de probabilidade mínima, não devem ser descartados, pois ainda assim existe uma chance, então meu exemplo do bolo é sim aplicável. Explico-me melhor no próximo tópico.

    4) Vida: Na verdade, proteínas não se geram espontaneamente. Proteínas somente são sintetizadas por seres já vivos ou criadas por seres inteligentes que conhecem o processo (síntese laboratorial). Por outro lado, "Em sua ânsia por me contestar a qualquer preço, meu oponente apenas conseguiu a façanha de demonstrar que não sabe o que é um" DNA, RNA, ou uma proteína ao dizer no trecho: "mas os ácidos nucleicos (DNA e RNA) são proteínas". Talvez fruto de outra olhadela na Wikipédia. Não me convém explicar detalhadamente o que é um DNA aqui, principalmente porque nos dias atuais o conceito de DNA é amplamente conhecido, mas garanto que não é uma proteína.

    Por conseguinte, meu oponente ignorou o trecho "não se atinge um ser vivo apenas montando suas “peças”. Até mesmo porque as etapas envolvidas no início da vida “são conhecidas” há tempos, mas ao se repetir as mesmas em laboratórios, nunca se chega a um ser vivo.". Ou seja, não é a simples conformação exata de partículas que gera um ser vivo.

    Adiante, relembro que meu oponente disse que não somos feitos de substâncias mais nobres dos que as que compõem uma pedra de calçamento. Qual a diferença entre um ser humano e uma pedra, então? Uma simples conformação diferente, fruto de eventos aleatórios e sem propósito nos tornariam mais especiais do que eventos geológicos, também aleatórios, que formaram uma pedra? Se assim fosse, a resposta seria não. Se a resposta é não, por que alguém deveria ser penalizado ao tirar a vida de outra pessoa? Afinal, através do pensamento reducionista, matar alguém é simplesmente rearranjar as partículas que a compõem. Ou melhor, por que não podemos consertar um corpo morto de modo a fazê-lo voltar à vida? Por favor, não fuja destas perguntas.

    Por fim, meu oponente novamente foge do exemplo do bolo afirmando que eu não falei nada sobre a complexidade irredutível. Translitero um trecho de minha tréplica: "Na verdade, entropicamente, a situação do bolo é menos improvável do que o surgimento da vida (por conter um menor número de microestados envolvidos).". Isto quer dizer que meu exemplo do bolo não é de complexidade irredutível e por conter um menor número de variáveis que precisam "dar certo" para o evento se concretizar. Ainda que seja um evento mais rápido do que o suposto surgimento da vida, a chance de ocorrer existe, como no caso do dado googolgono do meu oponente, não se enquadrando em complexidade irredutível e servindo de ótima analogia para o surgimento aleatório da vida e respondido pela Navalha de Ockham.

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  23. 5) Consciência: Mais um tópico que meu oponente ignorou e não se propôs a respondê-lo por ser incisivo o suficiente para que ele não tenha uma resposta adequada, afirmando ser de complexidade irredutível novamente, mas que segue a mesma linha de probabilidade que o surgimento da vida. Novamente afirmo, meu oponente tenta explicar correntes eletroquímicas e sinapses a fim de dizer que o funcionamento do cérebro determina o da mente. Um equívoco tremendo. Se uma mente pode ser reduzida a simples sinapses, então um computador é um tipo de mente. Ora, convenhamos que uma máquina jamais terá senso artístico ou poético que um ser humano possui.

    7/8) A Bíblia Sagrada / Manuscritos Diversos: Serei repetitivo, infelizmente, mas... A Bíblia (como qualquer outro documento histórico) deve passar por análises a fim de lhe conferir status de legítimo ou falso, como disse no trecho "Agora, se estes documentos merecem crédito ou não, eles devem passar por certas análises, como a corroboração de outros documentos, contradições existentes nos mesmos, possíveis intencionalidades de terceiros ao criá-los" de minha réplica. A Bíblia passou em todos estes testes.

    Portanto, não devemos chegar em um documento histórico como a Bíblia com conceitos pré-definidos (preconceitos) com relação aos eventos sobrenaturais por ela citados. Se a Bíblia é verdadeira ou mentirosa, não podemos provar, mas ela, com certeza, é um documento digno de crédito e estudo por se tratar de uma obra literária muito bem tecida e coerente em seus próprios padrões.

    9) Incoerência: Eu jamais disse que o relato de uma mulher vale menos do que um relato de um homem. Pela última vez, meu questionamento é um só (vide o nome do tópico): Não parece ser "incoerente" que se um grupo de pessoas que pretende inventar uma história que precise ser o mais convincente possível, escolher uma mulher, possivelmente de má fama, com posição de destaque como primeira e principal testemunha de sua mentirosa história (lembrando que mulheres não tinham vez no Oriente Média de 2000 anos atrás)? Por que eles a teriam escolhido deliberadamente mesmo com tantos homens a disposição? Provavelmente porque este foi um evento não-planejado.

    10) Campo histórico: Repito. Aquelas pessoas não tinham uma crença fundamentalista. Elas apenas diziam ter visto um certo homem realizar feitos sobrenaturais. Elas diziam ter visto e não acreditar. Assim, se estas pessoas estivessem mentindo, elas não poderiam resistir àquelas torturas. E ao contrário do que disse meu oponente, se estas pessoas voltassem atrás com suas palavras, seriam libertas depois de tomarem quarenta menos uma chibatadas. A história pode ser consultada por qualquer um. É impossível que todas tivessem resistido às torturas serenamente e morriam tranquilas e até mesmo cantando e louvando se suas histórias fossem mentira.

    Quanto às perguntas pessoais do meu oponente, garanto que as responderei em oportunidade devida e não neste debate, pois não darei mais ao meu oponente senão o privilégio de ter a última palavra, a qual não poderei responder. Deixo meus cumprimentos ao ilustre Alex Cruz e ao leitor deste debate.

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  24. O Pai, o Filho e o Espírito Santo e as evidências


    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Eu acho que minha réplica foi fatal para 8 das 10 evidências que meu oponente lançou aqui. Seu abalo nas tréplicas é notável. Depois de ver derrubados todos os seus truques de retórica pedestre, ainda guardou espaço nas CFs para mais tergiversação e vilezas. Cada um julgue por si mesmo.


    1) T - 1:
    Antes de entrar no assunto, quero desmentir uma informação que meu oponente forneceu: -- “Logo, ele chegou a uma conclusão (Deus não existe) por meio de uma falta de respostas científicas (uma ignorância).” --

    Jamais cheguei à conclusão de que “Deus não existe”. O debate está aí para quem quiser confirmar. Quem se der a este trabalho verá que infelizmente meu colega age com leviandade. Eu disse que nossa ignorância não é evidência para a existência de Deus. E para sua inexistência? Tampouco! O único que julga ter respostas definitivas aqui é meu oponente, fato que nem ele nega.

    Ele também se diz inocente da falácia "Deus das lacunas" por, segundo ele, haver argumentado para demonstrar a evidência de que uma divindade criadora. Reli cuidadosamente tudo o que ele escreveu. Ele diz que não havia nada físico “antes” do universo para causá-lo e que isso é “uma evidência que aponta para um Criador (Deus Pai)”. Porém lembremo-nos de que não havia também o próprio tempo e, por consequência, não poderia haver o que entendemos por “causa”. Ficamos então com um problema para o qual ainda não temos resposta inteligível, já que não entendemos uma “causa” sem que exista o tempo no qual a causalidade se desenvolve. É por isso que o Big Bang é chamado de “singularidade”. Será que um ser que transcenda o tempo (seja lá o que isso signifique) resolve a situação? Não, pois este ser esdrúxulo tem muito mais aspectos ininteligíveis que a singularidade que ele deveria explicar. É como tentar elucidar algo incompreendido (e talvez incompreensível) com uma explicação que envolve vários outros pontos reconhecidamente incompreensíveis. Porque trocar uma incompreensão por uma multiplicidade delas? Só porque o Sr. Pimpim quer? Péssimo motivo!

    Conclusão: “Deus das lacunas” e Navalha de Ockham são respectivamente uma falácia e um princípio que dizem respeito tanto à ciência empírica quanto à Filosofia. Diante da falta de uma resposta inteligível para a origem do universo, meu oponente interpõe uma divindade atemporal para causá-lo num “argumentum ad ignorantiam” do tipo “Deus das lacunas”. Isso representa uma explicação com um grau de ininteligibilidade e de complexidade muito maior que a do universo sem causa e deve, portanto, ser descartada pelo princípio da Navalha de Ockham.


    2) Caos X Cosmos:
    Não há muito que dizer aqui. Em resumo: existem eventos em escala picoscópica que nos parecem imprevisíveis e que, não obstante, resultam na ordem macroscópica. Eu afirmo que nossa dificuldade em compreender esses fenômenos se deve à nossa própria natureza de seres macroscópicos e justifico o que digo de forma racional e coerente com a Teoria da Evolução, aceita pelo meu oponente. Enquanto isso, ele clama que não adianta tentar entender o universo picoscópico, diz que estamos diante de um fenômeno sobrenatural impossível de ser confirmado e rejeita minha explicação natural. E quais são os seus motivos? Reli o debate inteiro e tudo que encontrei foi meu oponente rejeitando a explicação evolutiva e me atribuindo coisas que eu não disse.


    3) Legislador:
    Motivo 1: Como todos os modelos criados para explicar a origem do uni(multi)verso, a Teoria da Inflação Caótica é uma suposição sim. Uma ótima suposição, que é amplamente aceita pelos especialistas, que está de acordo com dados observáveis, como a radiação cósmica de fundo (espécie de eco do Big Bang) e ainda dispensa a ocorrência de “milagres”. Meu oponente a qualifica como “ficção científica” alegando que ela não é verificável. O engraçado é que a hipótese mística que ele defende também não é verificável e ainda tem o demérito de envolver fenômenos sobrenaturais inexplicáveis.

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  25. No final o sujeito faz uma critica à alternativa que proponho quando o modelo que ele propõe é muito mais vulnerável às suas próprias reclamações. Não seria muito mais nobre admitir que se equivocou?

    Motivo 2: Com o exemplo do dado googólgono, mostrei que, por mais improvável que um evento possa ser, a chance de ele ocorrer existe e independe de fenômenos sobrenaturais, invalidando a evidência proposta. Meu oponente reconhece isso, mas silencia sobre a conclusão a que cheguei e ainda pretende utilizar meu exemplo contra mim mesmo alegando que ele é similar ao caso do bolo de chocolate. Será que ele consegue? Veremos no final do tópico seguinte.


    4) Vida:
    Meu colega adora desmerecer os links que posto. Eles servem para quem está interessado em saber mais sobre o que eu estou falando. O truque é o de desqualificar uma informação de acordo com sua fonte. Não me sinto na obrigação de citar trabalhos acadêmicos sobre Física e Biologia neste debate, de modo que as reclamações do meu colega só têm efeito retórico. Ele também parece ter ficado muito feliz ao encontrar um erro em minha tréplica. Realmente os ácidos nucleicos não são proteínas e eu já admiti isso. Que tal se, em vez de dar cambalhotas de felicidade diante do meu equívoco, o meu oponente reconhecesse os seus próprios? Assim ganharia, se não minha estima, pelo menos um pouco mais do meu respeito.

    Nunca pretendi ignorar pontos que meu colega julga importantes. Se o fiz, é porque eu mesmo os julguei irrelevantes ou apenas como mais truques entre tantos outros; porém estou pronto a atender ao que ele me pede: A bioquímica de um ser vivo é extremamente complexa e o homem ainda não a domina completamente. A nanotecnologia está avançando, mas ainda não temos meios de sintetizar e manipular todas as moléculas necessárias de modo a “encaixá-las” para formar vida. O fato de ainda não se ter criado em laboratório uma forma de vida rudimentar não significa que isto seja impossível, mas apenas que ainda não foi feito.
    O único motivo que meu oponente tem para afirmar o contrário é... Nenhum!

    Mantenho: meu oponente, uma pedra de calçamento e eu somos feitos dos mesmos materiais: partículas subatômicas. Quais as implicações morais disso? Conceitos como o bem, o certo e o justo só fazem sentido para nós e não significam nada para o resto da natureza. Porém dizer que podemos sair matando pessoas por causa disso é mais um truque, além de um completo absurdo. Nossa índole de animais gregários condena esta atitude independentemente de qualquer misticismo. E eu creio que sim, podemos “consertar um corpo morto de modo a fazê-lo voltar à vida” da mesma forma como poderemos criar vida em laboratório. Apenas não dominamos toda a tecnologia necessária para isso, como a confecção de nanorobôs. Eu, na verdade, creio que uma potencial imortalidade ainda será alcançada pelo homem e que, com isso, MAIS UMA lacuna em que gente como o meu oponente esconde seus mistérios sobrenaturais será firmemente fechada. Até lá, meu colega faria muito bem em abandonar seu misticismo obscuro para ter um pouco mais confiança na humanidade.

    E sobre o exemplo do bolo de chocolate, ele não tem os mesmos propósitos que o do dado googólgono. Ambos envolvem eventos improváveis, mas o do bolo se aplica a uma questão que nada tem a ver com essas probabilidades. O erro da Complexidade Irredutível é justamente o de assumir que o surgimento da vida e sua evolução ocorreram no esquema de “tudo ou nada”, tal como o de haver ou não haver bolo. A Seleção Natural, já vimos isso, não funciona nesse modelo e sim com um lento acúmulo de alterações sucessivas em estruturas que se replicam. Caso meu oponente ainda não tenha percebido, bolos de chocolate não se replicam! (Outra frase que nunca pensei que precisaria dizer!) Portanto fica claro que a analogia com a história do bolo de chocolate proposta pelo Sr. Adauto J. B. Lourenço é falaciosa e tem o efeito perverso de enganar muitos desavisados, como o meu próprio oponente que ainda hoje está aí propagando essa bobagem.

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  26. 5) Consciência:
    A conduta do meu colega é extremamente desapontadora. Como é possível debater se o sujeito faz-se de surdo e se repete "ad nauseam"? Ele alega que ocorre transcendência do físico para o metafísico na mente humana. Provas? Nenhuma! Ele apenas diz. Eu, porém, apresentei fatos que teimam em trazer tudo para o nível físico das reações eletroquímicas do nosso encéfalo e desde minha Réplica ficamos por isso mesmo. O cérebro humano é muito mais complexo que qualquer computador já criado. Isso significa que é impossível criar uma máquina tão poderosa e funcional como o cérebro humano? Não!


    7 e 8) A Bíblia Sagrada e Manuscritos Diversos:
    Meu oponente diz que a Bíblia passou em todos os testes para atestar se um documento é verdadeiro ou falso. Isso é o que ele afirma. No que diz respeito a seus relatos sobrenaturais, isso está bem longe de ser consensual. Porque será que tantos cientistas, historiadores e sociólogos, além de pelo menos dois terços da humanidade não leva a sério seus relatos milagrosos? Teimosia? Burrice? Como meu próprio oponente diz, não se pode provar que os eventos sobrenaturais descritos na Bíblia são verdadeiros. O fato de se tratar de uma obra de teor literário e histórico, assim como a Ilíada e a Odisseia, não evidencia fenômenos sobrenaturais. O melhor que meu oponente poderia fazer era ser escrupuloso e admitir que a Bíblia pode ser fidedigna e sagrada para ELE, mas que os céticos têm o direito legítimo de vê-la apenas sob seu aspecto histórico e mitológico. Em vez disso, ele sustentou seu umbilicismo até o final. Pena.


    9) Incoerência:
    Já vimos que ninguém precisou acreditar em Maria Madalena. E por que ela foi a “principal” testemunha da ressurreição de Jesus? Porque foi a primeira? E quanto a Tomé, o único que a Bíblia mostra agir com um pouco de saudável ceticismo? No mais, parece que, segundo o critério do meu colega, quanto mais inverossímil for o relato, mais plausível ele se torna. Quer enganar alguém? Invente algo muito absurdo, quanto mais esdrúxulo melhor. Assim meu colega vai pensar que você está falando a verdade, pois, se você quisesse ser bem sucedido na sua mentira, escolheria algo mais plausível. Fica demonstrado o peso dessa “evidência” que, para falar a verdade, nunca levei a sério.


    10) Campo Histórico:
    O fato de haver agente que não renegava sua crença e preferia levar as chibatadas não atesta nada. Ainda hoje há gente que faz isso por todo tipo de ideologia. Isso nunca foi uma evidência de coisa alguma, pois “pessoas sacrificam-se por aquilo que acreditam, seja verdade ou não”. Meu oponente diz que essas pessoas eram condenadas por confirmar eventos sobrenaturais que elas próprias tinham visto. Para mim é evidente que não ocorreu nada de sobrenatural e, por conseguinte, ninguém viu algo assim. Meu colega quer provar a veracidade de um relato utilizando elementos internos ao próprio relato. Será que ele acha que nenhum dos primeiros cristãos renegou sua fé ou que todos sofreram cantando? Nem o número de sacrifícios, nem a quantidade de dor infligida a alguém, nem mesmo a suposta trilha sonora de uma execução corroboram para a veracidade do sobrenatural.


    Finalizando, digo que, para mim, nenhuma evidência apresentada aqui está de pé. Sempre defendi que religião é produto da fé, não da racionalidade. É inglória a tentativa de justificar a crença no sobrenatural baseando-se na razão. Dogmas existem aos milhares, organizados em credos distintos que todos têm o direito de adotar. Nenhum pensamento de caráter dogmático pode clamar para si um fundamento racional. São coisas incompatíveis! Agradeço ao Micael Pimpim pelo bom debate que tivemos (pelo menos até a sua tréplica) e também a todos que analisaram esta discussão.

    Um abraço do “sofista, agressivo, mercenário, indigno, torpe, desprezível e impudico”
    Alex Cruz

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