terça-feira, 5 de junho de 2012

Patrick Brito X Lucas Pierre - Deus


  1. Os 3 principais argumentos para a existência de Deus:

    1) Tudo o que existe não existiu sempre e não existirá sempre. O universo existe. Logo, o universo não existiu sempre e não existirá sempre. Se nada existia antes do universo, o universo não poderia existir, pois nada vêm do nada. Então, obrigatoriamente, um ser absoluto deve existir para que ele tenha criado o universo. Esse ser absoluto é Deus. Ele sempre existiu e sempre existirá.

    2) Para toda causa existe uma causa anterior. Um objeto não entra em movimento sem antes que outro o coloque em movimento. Portanto, deve existir uma causa primeira, cuja existência independe de outras causas, pelo contrário, é dela que todas vêm. Essa causa primeira é Deus. Nada o criou. Ele criou tudo.

    3) Comemos com a finalidade de matar a fome. Bebemos com a finalidade de matar a sede. Tudo o que tem existência natural tem uma finalidade. O universo tem existência natural. Logo, o universo tem uma finalidade. E tudo o que tem uma finalidade a recebeu de um ser dotado de inteligência. Um ser que não seja dotado de inteligência não pode dar uma finalidade às coisas. Por isso, somente um ser dotado de inteligência pode ter dado uma finalidade à existência do universo. Esse ser dotado de inteligência é Deus.

    É fato que o universo se originou em um momento específico do passado na singularidade do Big Bang. O universo surgiu e com ele as suas leis e constantes físicas. E nada disso poderia surgir do nada. Um universo como o nosso, organizado segundo leis e constantes físicas bastante determinadas, de fato, não poderia surgir do nada. É preciso que um ser inteligente o tenha organizado segundo leis e constantes físicas bastante determinadas. É preciso que um projetista inteligente tenha projetado um universo tão complexo. Assim como não se pode aceitar que um relógio existe sem, antes disso, aceitar que um relojoeiro o tenha criado, não se pode aceitar que o universo existe sem, antes disso, aceitar que um design inteligente o tenha criado. Esse design inteligente ou relojoeiro universal, como Sir Isaac Newton o denominava, é Deus, o motor absoluto do qual tudo é originado.
    Responder
  2. Com o passar dos séculos e a constante evolução na área da Ciência proporcionada não só pela tecnologia, mas também pela maior facilidade na realização de estudos baseados por meio de evidências concretas, a concepção da existência de uma possível divindade no qual controla todas as coisas se torna cada vez mais distante.

    Ainda devemos considerar a idéia de que quando falamos em uma crença deísta, não podemos pensar em uma idéia singular ou plural. Não se sabe se existe Javé ou Alá, ou se os deuses indianos são aqueles que realmente regem o Universo. Assim sendo, meu arqui-inimigo e oponente não pode afirmar com tamanha vêemencia que a criação do Universo é responsabilizada por UM DEUS que ele nunca viu, sentiu ou enxergou como fez em sua Consideração Inicial. Ora pois, qual a evidÊncia concreta que ele possui para afirmar que existe apenas UM DEUS? E se forem vários deuses? E se não for nada?

    O grande problema em defender a existência de uma Entidade Superior nasce no sentimento que os humanos chamam de Fé, que nada mais é do que um estado ou atitude de quem acredita ou tem esperança em algo que não lhe é perceptível no mundo físico. É crer em algo que você nunca viu. Os adultos possuem Fé em Deus assim como as criancinhas possuem Fé no Papai Noel. Logo, Fé não condiz com o verbo "existir".

    Existe ainda o problema da concepção cultural: cada cultura possui Fé em uma respectiva divindade e atribui a ela os milagres e acontecimentos sobrenaturais positivistas que acontecem naquela determinada civilização: as regiões com maioria cristã atribuem milagres e acontecimentos benéficos à Jesus Cristo; os muçulmanos à Alá; os indianos a Sheeva; os japoneses ao Buda; as tribos indígenas aos seus espíritos...

    Diante disso, ouso perguntar ao meu arqui-inimigo, "O Que É A Verdade?", tal qual fez Pôncio Pilatos. As religiões, com seus diversos deuses implícitos em diversas culturas, nunca chegarão a uma conclusão mútua. E essa falta de conclusão mútua torna Deus e as religiões algo um tanto quanto questionador e contraditório.

    Richard Dawkins, em seu livro 'O Gene Egoísta', defende a concepção de que as religiões não levam em consideração as evidências concretas e são basicamente regidas por uma trindade: Fé, Tradição e Autoridade.

    Tem-se Fé. Essa Fé é repassada de geração para geração seguindo uma determinada Tradição, originária de uma determinada cultura. Por trás de toda Fé, existe uma autoridade que a protege e não permite questionamentos sobre a mesma, por mais que tal fé seja completamente absurda. Um exemplo concreto dessa tese data do século XVII, no qual Galileu Galilei é condenado e censurado pela Inquisição da Igreja Católica por contestar a Fé de que a Terra estava no Centro do Universo. Galileu, por meio de seus estudos científicos concluiu que o Sol era o Centro do Universo, e não a Terra. Entretanto, as autoridades da Igreja ordenaram-lhe que deixasse de apresentar a teoria heliocêntrica como se fosse uma teoria verdadeira. Caso contrário, seria condenado.

    Por hora, é isso. Aguardo a réplica de Patrick Octavius Nietzche.
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  3. Antes de refutar uma a uma as considerações iniciais do meu oponente, eu gostaria de adicionar o quarto e talvez o mais importante argumento para a existência de um deus criador. Ele pode ser resumido da seguinte forma:

    1. Tudo o que começa a existir tem uma causa para a sua existência.

    2. O universo começou a existir.

    2.1. Impossibilidade de um infinito real.

    2.1.1. Um infinito real não pode existir.

    2.1.2. Um regresso temporal infinito de eventos é um infinito real.

    2.1.3. Logo, um regresso temporal infinito de eventos não pode existir.

    2.2. Impossibilidade de formação de um infinito real por adições sucessivas.

    2.2.1. Uma coleção formada por adições sucessivas não pode ser realmente infinita.

    2.2.2. Uma série temporal de eventos passados é uma coleção formada por adições sucessivas.

    2.2.3. Logo, uma série temporal de eventos passados não pode ser realmente infinita.

    3. Logo, o universo tem uma causa para a sua existência.
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  4. PREMISSA 2

    Antes de analisar a premissa 1, eu gostaria de analisar a premissa 2. Em 2.1.1. é dito que um infinito real não pode existir. A fim de analisar a validade dessa proposição, imaginemos que um hotel formado por um número finito de quartos esteja completamente ocupado. Um estrangeiro à procura de hospedagem pergunta ao recepcionista se ainda há quartos desocupados, que responde que não. Imaginemos, então, que o hotel seja formado por um número infinito de quartos e que também esteja completamente ocupado. Um estrangeiro que esteja à procura de hospedagem pergunta ao recepcionista se ainda há quartos desocupados, que responde que não, mas providenciará um. Para isso, ele transfere o hóspede do quarto 1 para o quarto 2, o do quarto 2 para o quarto 3, e assim infinitas vezes. Seria correto afirmar que com o check in de um novo hóspede, o total de hóspedes aumentaria em uma unidade. Mas não é isso o que ocorre segundo a matemática. Mesmo com o check in de um novo hóspede, o total continua o mesmo: infinito. Mesmo que um ou infinitos hóspedes realizassem check out, o total permaneceria inalterado: infinito. O recepcionista, caso quizesse, poderia transferir o hóspede do quarto 1 para o quarto 2, o do 2 para o 4, o do 3 para o 6, e assim infinitas vezes, até que todos os quartos de número ímpar fossem desocupados. Nesse caso, o total de quartos ímpares seria igual ao total de quartos do hotel: infinito. Esse paradoxo do matemático David Hilbert mostra como a realidade seria absurda caso coisas reais pudessem existir em um número infinito, tal como quartos de hotel. Por isso, a proposição 2.1.1. de fato é verdadeira: um infinito real não pode existir. Sendo um regresso temporal infinito de eventos um infinito real (2.1.2.), decorre que um regresso temporal infinito de eventos não pode existir (2.1.3.).

    Eu acredito que não seja necessário analisar meticulosamente 2.2.1. como 2.1.1., entretanto, caso seja preciso, analisar-lhe-ei com mais precisão na tréplica. Para quem tem um mínimo de afinidade com a matemática, sabe que certas coisas que seriam impossíveis ou mesmo absurdas na realidade, na matemática são perfeitamente possíveis. Um exemplo que gosto é a soma de infinitos números cujo resultado seja um número finito. Se somássemos 1/2 a 1/4, 1/4 a 1/8, 1/8 a 1/16, 1/16 a 1/32, e assim sucessivamente, o resultado seria igual a 2. E não seria próximo de 2! Seria exatamente 2! Esse é o caso de uma progressão geométrica convergente de primeiro termo e razão iguais a 1/2. A soma de todos os seus termos é um limite igual a 2. Todavia, uma soma infinita de coisas reais cujo resultado seja finito é um absurdo. Já pensou contar infinitas moedas e a conta resultar em um número finito? O mesmo vale para adições sucessivas em que o resultado é infinito. Ou mesmo para uma soma infinita que começa no passado infinito e chega até o presente. Tudo absurdo no universo dos seres contingentes. É isso o que afirma a proposição 2.2.1.: uma coleção formada por adições sucessivas não pode ser realmente infinita. De 2.2.2., decorre que sendo uma série temporal de eventos passados uma coleção de adições sucessivas ela não pode ser realmente infinita (2.2.3.).
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  5. PREMISSA 1

    É óbvio que ex nihilo, nihil fit. Ou ao menos deveria ser. Eu em momento algum soube de uma coisa que tenha sido criada do nada. A ciência proíbe isso, inclusive, afirmando, categoricamente, que do nada, nada provém. E caso o meu oponente duvide de mim e da ciência, que o próprio fez uso em suas considerações iniciais para corroborar, mesmo que de forma errônea, os seus argumentos, eu desenvolvo de maneira adequada essa premissa.

    Das premissas 1 e 2, concluo que, de fato, o universo tem uma causa para a sua existência. Para a tristeza do meu oponente, o referido argumento, criado por cristãos para refutar a crença grega da eternidade da matéria e desenvolvido por teólogos judeus e muçulmanos, nunca ninguém conseguiu refutá-lo.

    Agora posso, enfim, refutar as considerações iniciais do meu oponente.

    A ciência não exclui Deus. As evidências e teorias científicas convergem para uma mesma ideia: o universo se originou em um momento específico do passado em uma singularidade do Big Bang. É nesse momento que as leis da ciência perdem o sentido. Todas as leis e as constantes físicas perdem o sentido na singularidade do Big Bang. É o limite do alcance da razão dos seres humanos. E como nada vêm do nada, apenas um ser necessário poderia ter dado origem ao universo. Esse ser necessário e incontingente é Deus.

    Eu posso acreditar em Deus de forma puramente racional, como demonstrado em meus argumentos para a existência de Deus. São argumentos racionais e que nada têm a ver com fé. Eu posso ter fé e ao mesmo tempo acreditar de forma racional que Deus existe.

    O meu oponente achou que eu argumentaria em defesa da existência de Deus sobre uma perspectiva religiosa, embora eu pudesse de maneira igualmente brilhante. Vê-se que errou. E errou feio. Disperdiçou a chance que tinha de escrever uma introdução digna de ser lida. O debate é sobre Deus como o Criador do universo e não sobre a visão que cada uma das religiões tem dele. E o que mais me chamou a atenção é que o meu adversário sequer fez menção a quaisquer um dos argumentos que apresentei na minha introdução. Eles passaram ilesos ao que você tem a audácia de chamar de consideração inicial.
    Responder
  6. Engraçado é agora o meu oponente afirmar com total certeza que o Big Bang é convergente de um teoria científica, coisa que ele negou me chamando de burro alguns dias atrás, apenas para me atacar. Vê-se aí, a qualidade do lado humanitário do meu oponente...

    Assim sendo, não vejo motivos para se dar a devida credibilidade ao que o meu oponente diz.

    Ele falou, falou, expôs uma teoria matemática que não tem absolutamente nada de CONCRETO, e o principal: não refutou o meu principal questionamento: "qual a evidência concreta que ele possui para afirmar que existe apenas UM DEUS? E se forem vários deuses? E se não for nada?" Digamos até mesmo que sua teoria matemática fosse algo concreta, ainda assim ele não saberia me afirmar se existe UM ÚNICO DEUS ou VÁRIOS DEUSES.

    Porque? Simplesmente pelo óbvio: ninguém viu nenhum Deus. Não existe um sinal sequer deste ser chamado de Divino e Sagrado.

    "É o limite do alcance da razão dos seres humanos. E como nada vêm do nada, apenas um ser necessário poderia ter dado origem ao universo. Esse ser necessário e incontingente é Deus."

    É? E se forem deuses? Como você sabe que ele é uno? E se forem vários unos? E se não for absolutamente nada?

    Deixo o questionamento ao Patrick Nietzche, avisando que játenho cartadas para as suas possíveis respostas.

    Lucas Pierre.
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  7. OBS: Pra Deus ser aceito como uma hipótese científica plausível referente a qualquer explicação, sua existÊncia deveria ser provada PRIMEIRO para depois disso, anexarmos a sua existência com a responsabilidade da existência das coisa. A ciência se baseia em algo chamado empirismo, QUE PODE SER OBSERVADO.
    Responder
  8. Eu tentarei escrever a tréplica sem que, ao final, tenha humilhado o meu oponente, pois com todo o tempo que ele teve para escrever a réplica, eu pensei que se trataria de um texto dissertativo-argumentativo e não esse lixo dissertativo-argumentativo. Ainda assim, peço desculpa a você, caro leitor, pelo meu pedantismo, mas é um desrespeito comigo a dedicação que o meu oponente tem pelo duelo ao escrever uma réplica como essa: nenhuma.

    Primeiro, o meu oponente arrota a palavra "ciência" para conferir alguma credibilidade ao que diz, levando você, caro leitor, a acreditar que ele sabe alguma coisa de ciência. Depois, desesperado por não ter conseguido encontrar nenhuma contradição na minha réplica, tenta dizer que a teoria do Big Bang não é científica, como se isso fosse de alguma forma refutar o argumento da minha réplica, conhecido como argumento cosmológico Kalam.

    Eu peço que o meu oponente, na tréplica dele, não insista em dizer que a teoria do Big Bang não é científica justamente para quem a entende. Caso contrário, serei obrigado a ensiná-la para o meu oponente, mesmo sabendo que ele não tem a formação teórico-matemática suficiente para entendê-la.

    O Big Bang é uma teoria científica e é confirmado por muitas evidências, tais como:

    1. RED-SHIFT DO ESPECTRO LUMINOSO DAS GALÁXIAS

    Em 1929, Edwin Powell Hubble observou que o espectro luminoso da maioria das galáxias sempre se deslocava para a faixa do vermelho e cada vez com mais intensidade, isto é, o universo estava se expandindo e cada vez com mais velocidade. Depois, fora demonstrado teoricamente que se o universo estava se expandindo, caso retrocedêssemos suficientemente o tempo seria correto dizer que no instante inicial toda a massa e energia do universo estariam concentradas em um minúsculo ponto cuja densidade e temperatura seriam infinitas. É importante lembrar que quem propôs isso foi um padre católico, indicando que é possível acreditar em Deus e mesmo assim fazer ciência. O nome desse padre católico era Georges Lemaître.

    2. RADIAÇÃO CÓSMICA DE FUNDO EM MICRO-ONDAS

    Em 1948, George Gamow e Ralph Alpher previram que caso o universo surgiu em uma grande explosão, os resquícios dessa grande explosão estariam sob a forma de uma radiação cósmica de fundo em micro-ondas, que somente foi detectada, pela primeira vez, em 1965, por Arno Penzias e Robert Wilson. Além de prever a radiação cósmica de fundo em micro-ondas, o trabalho de George Gamow e Ralph Alpher também provava que a abundância de elementos leves no universo somente poderia ser explicada caso ele tivesse surgido em uma grande explosão. Fred Hoyle deu a essa teoria o nome de teoria do Big Bang.

    Mas o que mais me indignou foi a tentativa do meu oponente em desmerecer o argumento da minha réplica, o argumento cosmológico Kalam, ao perceber que não conseguiria refutá-lo. Percebo, ainda, um desdém pela Matemática e Cálculo Proposicional ao desconsiderar todas as premissas do argumento cosmológico Kalam - pelo fato dele não saber nada de Matemática e Lógica.
  9. Primeiro, dizer que o argumento cosmológico não tem nada de concreto é o mesmo que não dizer nada. Segundo, escrever em Caps Lock não lhe confere credibilidade alguma. São os seus argumentos que têm que ser grandiosos, não as suas letras. Tentar vencer um debate com letras garrafais somente prova o quão sem argumentos você é. Quando se fala em Deus e sobre Deus, fala-se em um ser que não tem limite físico, mesmo porque as atribuições "limite" e "físico" não têm sequer sentido para Deus. Logo, a questão se é um deus ou deuses não faz sentido nenhum. Seria como perguntar: qual o sul do Pólo Sul? Esse questionamento que o meu oponente faz pensando ser uma coisa grandiosa sequer faz sentido. A ideia de quantidade perde todo o sentido quando se pensa em Deus. Deus não tem limite físico, logo, não pode existir em quantidades definidas. O pior de tudo foi o meu oponente dizer que não é possível acreditar que Deus existe porque nunca alguém o viu. Segundo esse mesmo raciocínio, não podemos acreditar no pensamento, visto que também nunca alguém o viu. Assim como o pensamento é uma coisa interna do indivíduo, a identificação com Deus também é interna e apenas faz sentido para aquele indivíduo. Ainda assim, é possível conceber Deus de uma forma racional, como exposto por mim. O indivíduo não sentir Deus não significa que outros não o sintam, assim como um bebê anencéfalo não pensar não significa que outros bebês que não sejam anencáfalos, pensem. É uma pena que o que o meu oponente disse na réplica tenha sido o melhor dele.

    E uma última observação: o meu nome é Patrick Cesar da Silva Brito e a escrita correta é Nietzsche.
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  10. Visto que o meu oponente não postou a sua tréplica no prazo determinado, que é de 48 horas, declaro encerrado esse duelo.
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    Lucas Pierre foi desclassificado por W.O.

11 comentários:

  1. Os 3 principais argumentos para a existência de Deus:

    1) Tudo o que existe não existiu sempre e não existirá sempre. O universo existe. Logo, o universo não existiu sempre e não existirá sempre. Se nada existia antes do universo, o universo não poderia existir, pois nada vêm do nada. Então, obrigatoriamente, um ser absoluto deve existir para que ele tenha criado o universo. Esse ser absoluto é Deus. Ele sempre existiu e sempre existirá.

    2) Para toda causa existe uma causa anterior. Um objeto não entra em movimento sem antes que outro o coloque em movimento. Portanto, deve existir uma causa primeira, cuja existência independe de outras causas, pelo contrário, é dela que todas vêm. Essa causa primeira é Deus. Nada o criou. Ele criou tudo.

    3) Comemos com a finalidade de matar a fome. Bebemos com a finalidade de matar a sede. Tudo o que tem existência natural tem uma finalidade. O universo tem existência natural. Logo, o universo tem uma finalidade. E tudo o que tem uma finalidade a recebeu de um ser dotado de inteligência. Um ser que não seja dotado de inteligência não pode dar uma finalidade às coisas. Por isso, somente um ser dotado de inteligência pode ter dado uma finalidade à existência do universo. Esse ser dotado de inteligência é Deus.

    É fato que o universo se originou em um momento específico do passado na singularidade do Big Bang. O universo surgiu e com ele as suas leis e constantes físicas. E nada disso poderia surgir do nada. Um universo como o nosso, organizado segundo leis e constantes físicas bastante determinadas, de fato, não poderia surgir do nada. É preciso que um ser inteligente o tenha organizado segundo leis e constantes físicas bastante determinadas. É preciso que um projetista inteligente tenha projetado um universo tão complexo. Assim como não se pode aceitar que um relógio existe sem, antes disso, aceitar que um relojoeiro o tenha criado, não se pode aceitar que o universo existe sem, antes disso, aceitar que um design inteligente o tenha criado. Esse design inteligente ou relojoeiro universal, como Sir Isaac Newton o denominava, é Deus, o motor absoluto do qual tudo é originado.

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  2. Com o passar dos séculos e a constante evolução na área da Ciência proporcionada não só pela tecnologia, mas também pela maior facilidade na realização de estudos baseados por meio de evidências concretas, a concepção da existência de uma possível divindade no qual controla todas as coisas se torna cada vez mais distante.

    Ainda devemos considerar a idéia de que quando falamos em uma crença deísta, não podemos pensar em uma idéia singular ou plural. Não se sabe se existe Javé ou Alá, ou se os deuses indianos são aqueles que realmente regem o Universo. Assim sendo, meu arqui-inimigo e oponente não pode afirmar com tamanha vêemencia que a criação do Universo é responsabilizada por UM DEUS que ele nunca viu, sentiu ou enxergou como fez em sua Consideração Inicial. Ora pois, qual a evidÊncia concreta que ele possui para afirmar que existe apenas UM DEUS? E se forem vários deuses? E se não for nada?

    O grande problema em defender a existência de uma Entidade Superior nasce no sentimento que os humanos chamam de Fé, que nada mais é do que um estado ou atitude de quem acredita ou tem esperança em algo que não lhe é perceptível no mundo físico. É crer em algo que você nunca viu. Os adultos possuem Fé em Deus assim como as criancinhas possuem Fé no Papai Noel. Logo, Fé não condiz com o verbo "existir".

    Existe ainda o problema da concepção cultural: cada cultura possui Fé em uma respectiva divindade e atribui a ela os milagres e acontecimentos sobrenaturais positivistas que acontecem naquela determinada civilização: as regiões com maioria cristã atribuem milagres e acontecimentos benéficos à Jesus Cristo; os muçulmanos à Alá; os indianos a Sheeva; os japoneses ao Buda; as tribos indígenas aos seus espíritos...

    Diante disso, ouso perguntar ao meu arqui-inimigo, "O Que É A Verdade?", tal qual fez Pôncio Pilatos. As religiões, com seus diversos deuses implícitos em diversas culturas, nunca chegarão a uma conclusão mútua. E essa falta de conclusão mútua torna Deus e as religiões algo um tanto quanto questionador e contraditório.

    Richard Dawkins, em seu livro 'O Gene Egoísta', defende a concepção de que as religiões não levam em consideração as evidências concretas e são basicamente regidas por uma trindade: Fé, Tradição e Autoridade.

    Tem-se Fé. Essa Fé é repassada de geração para geração seguindo uma determinada Tradição, originária de uma determinada cultura. Por trás de toda Fé, existe uma autoridade que a protege e não permite questionamentos sobre a mesma, por mais que tal fé seja completamente absurda. Um exemplo concreto dessa tese data do século XVII, no qual Galileu Galilei é condenado e censurado pela Inquisição da Igreja Católica por contestar a Fé de que a Terra estava no Centro do Universo. Galileu, por meio de seus estudos científicos concluiu que o Sol era o Centro do Universo, e não a Terra. Entretanto, as autoridades da Igreja ordenaram-lhe que deixasse de apresentar a teoria heliocêntrica como se fosse uma teoria verdadeira. Caso contrário, seria condenado.

    Por hora, é isso. Aguardo a réplica de Patrick Octavius Nietzche.

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  3. Antes de refutar uma a uma as considerações iniciais do meu oponente, eu gostaria de adicionar o quarto e talvez o mais importante argumento para a existência de um deus criador. Ele pode ser resumido da seguinte forma:

    1. Tudo o que começa a existir tem uma causa para a sua existência.

    2. O universo começou a existir.

    2.1. Impossibilidade de um infinito real.

    2.1.1. Um infinito real não pode existir.

    2.1.2. Um regresso temporal infinito de eventos é um infinito real.

    2.1.3. Logo, um regresso temporal infinito de eventos não pode existir.

    2.2. Impossibilidade de formação de um infinito real por adições sucessivas.

    2.2.1. Uma coleção formada por adições sucessivas não pode ser realmente infinita.

    2.2.2. Uma série temporal de eventos passados é uma coleção formada por adições sucessivas.

    2.2.3. Logo, uma série temporal de eventos passados não pode ser realmente infinita.

    3. Logo, o universo tem uma causa para a sua existência.

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  4. PREMISSA 2

    Antes de analisar a premissa 1, eu gostaria de analisar a premissa 2. Em 2.1.1. é dito que um infinito real não pode existir. A fim de analisar a validade dessa proposição, imaginemos que um hotel formado por um número finito de quartos esteja completamente ocupado. Um estrangeiro à procura de hospedagem pergunta ao recepcionista se ainda há quartos desocupados, que responde que não. Imaginemos, então, que o hotel seja formado por um número infinito de quartos e que também esteja completamente ocupado. Um estrangeiro que esteja à procura de hospedagem pergunta ao recepcionista se ainda há quartos desocupados, que responde que não, mas providenciará um. Para isso, ele transfere o hóspede do quarto 1 para o quarto 2, o do quarto 2 para o quarto 3, e assim infinitas vezes. Seria correto afirmar que com o check in de um novo hóspede, o total de hóspedes aumentaria em uma unidade. Mas não é isso o que ocorre segundo a matemática. Mesmo com o check in de um novo hóspede, o total continua o mesmo: infinito. Mesmo que um ou infinitos hóspedes realizassem check out, o total permaneceria inalterado: infinito. O recepcionista, caso quizesse, poderia transferir o hóspede do quarto 1 para o quarto 2, o do 2 para o 4, o do 3 para o 6, e assim infinitas vezes, até que todos os quartos de número ímpar fossem desocupados. Nesse caso, o total de quartos ímpares seria igual ao total de quartos do hotel: infinito. Esse paradoxo do matemático David Hilbert mostra como a realidade seria absurda caso coisas reais pudessem existir em um número infinito, tal como quartos de hotel. Por isso, a proposição 2.1.1. de fato é verdadeira: um infinito real não pode existir. Sendo um regresso temporal infinito de eventos um infinito real (2.1.2.), decorre que um regresso temporal infinito de eventos não pode existir (2.1.3.).

    Eu acredito que não seja necessário analisar meticulosamente 2.2.1. como 2.1.1., entretanto, caso seja preciso, analisar-lhe-ei com mais precisão na tréplica. Para quem tem um mínimo de afinidade com a matemática, sabe que certas coisas que seriam impossíveis ou mesmo absurdas na realidade, na matemática são perfeitamente possíveis. Um exemplo que gosto é a soma de infinitos números cujo resultado seja um número finito. Se somássemos 1/2 a 1/4, 1/4 a 1/8, 1/8 a 1/16, 1/16 a 1/32, e assim sucessivamente, o resultado seria igual a 2. E não seria próximo de 2! Seria exatamente 2! Esse é o caso de uma progressão geométrica convergente de primeiro termo e razão iguais a 1/2. A soma de todos os seus termos é um limite igual a 2. Todavia, uma soma infinita de coisas reais cujo resultado seja finito é um absurdo. Já pensou contar infinitas moedas e a conta resultar em um número finito? O mesmo vale para adições sucessivas em que o resultado é infinito. Ou mesmo para uma soma infinita que começa no passado infinito e chega até o presente. Tudo absurdo no universo dos seres contingentes. É isso o que afirma a proposição 2.2.1.: uma coleção formada por adições sucessivas não pode ser realmente infinita. De 2.2.2., decorre que sendo uma série temporal de eventos passados uma coleção de adições sucessivas ela não pode ser realmente infinita (2.2.3.).

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  5. PREMISSA 1

    É óbvio que ex nihilo, nihil fit. Ou ao menos deveria ser. Eu em momento algum soube de uma coisa que tenha sido criada do nada. A ciência proíbe isso, inclusive, afirmando, categoricamente, que do nada, nada provém. E caso o meu oponente duvide de mim e da ciência, que o próprio fez uso em suas considerações iniciais para corroborar, mesmo que de forma errônea, os seus argumentos, eu desenvolvo de maneira adequada essa premissa.

    Das premissas 1 e 2, concluo que, de fato, o universo tem uma causa para a sua existência. Para a tristeza do meu oponente, o referido argumento, criado por cristãos para refutar a crença grega da eternidade da matéria e desenvolvido por teólogos judeus e muçulmanos, nunca ninguém conseguiu refutá-lo.

    Agora posso, enfim, refutar as considerações iniciais do meu oponente.

    A ciência não exclui Deus. As evidências e teorias científicas convergem para uma mesma ideia: o universo se originou em um momento específico do passado em uma singularidade do Big Bang. É nesse momento que as leis da ciência perdem o sentido. Todas as leis e as constantes físicas perdem o sentido na singularidade do Big Bang. É o limite do alcance da razão dos seres humanos. E como nada vêm do nada, apenas um ser necessário poderia ter dado origem ao universo. Esse ser necessário e incontingente é Deus.

    Eu posso acreditar em Deus de forma puramente racional, como demonstrado em meus argumentos para a existência de Deus. São argumentos racionais e que nada têm a ver com fé. Eu posso ter fé e ao mesmo tempo acreditar de forma racional que Deus existe.

    O meu oponente achou que eu argumentaria em defesa da existência de Deus sobre uma perspectiva religiosa, embora eu pudesse de maneira igualmente brilhante. Vê-se que errou. E errou feio. Disperdiçou a chance que tinha de escrever uma introdução digna de ser lida. O debate é sobre Deus como o Criador do universo e não sobre a visão que cada uma das religiões tem dele. E o que mais me chamou a atenção é que o meu adversário sequer fez menção a quaisquer um dos argumentos que apresentei na minha introdução. Eles passaram ilesos ao que você tem a audácia de chamar de consideração inicial.

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  6. Engraçado é agora o meu oponente afirmar com total certeza que o Big Bang é convergente de um teoria científica, coisa que ele negou me chamando de burro alguns dias atrás, apenas para me atacar. Vê-se aí, a qualidade do lado humanitário do meu oponente...

    Assim sendo, não vejo motivos para se dar a devida credibilidade ao que o meu oponente diz.

    Ele falou, falou, expôs uma teoria matemática que não tem absolutamente nada de CONCRETO, e o principal: não refutou o meu principal questionamento: "qual a evidência concreta que ele possui para afirmar que existe apenas UM DEUS? E se forem vários deuses? E se não for nada?" Digamos até mesmo que sua teoria matemática fosse algo concreta, ainda assim ele não saberia me afirmar se existe UM ÚNICO DEUS ou VÁRIOS DEUSES.

    Porque? Simplesmente pelo óbvio: ninguém viu nenhum Deus. Não existe um sinal sequer deste ser chamado de Divino e Sagrado.

    "É o limite do alcance da razão dos seres humanos. E como nada vêm do nada, apenas um ser necessário poderia ter dado origem ao universo. Esse ser necessário e incontingente é Deus."

    É? E se forem deuses? Como você sabe que ele é uno? E se forem vários unos? E se não for absolutamente nada?

    Deixo o questionamento ao Patrick Nietzche, avisando que játenho cartadas para as suas possíveis respostas.

    Lucas Pierre.

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  7. OBS: Pra Deus ser aceito como uma hipótese científica plausível referente a qualquer explicação, sua existÊncia deveria ser provada PRIMEIRO para depois disso, anexarmos a sua existência com a responsabilidade da existência das coisa. A ciência se baseia em algo chamado empirismo, QUE PODE SER OBSERVADO.

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  8. Eu tentarei escrever a tréplica sem que, ao final, tenha humilhado o meu oponente, pois com todo o tempo que ele teve para escrever a réplica, eu pensei que se trataria de um texto dissertativo-argumentativo e não esse lixo dissertativo-argumentativo. Ainda assim, peço desculpa a você, caro leitor, pelo meu pedantismo, mas é um desrespeito comigo a dedicação que o meu oponente tem pelo duelo ao escrever uma réplica como essa: nenhuma.

    Primeiro, o meu oponente arrota a palavra "ciência" para conferir alguma credibilidade ao que diz, levando você, caro leitor, a acreditar que ele sabe alguma coisa de ciência. Depois, desesperado por não ter conseguido encontrar nenhuma contradição na minha réplica, tenta dizer que a teoria do Big Bang não é científica, como se isso fosse de alguma forma refutar o argumento da minha réplica, conhecido como argumento cosmológico Kalam.

    Eu peço que o meu oponente, na tréplica dele, não insista em dizer que a teoria do Big Bang não é científica justamente para quem a entende. Caso contrário, serei obrigado a ensiná-la para o meu oponente, mesmo sabendo que ele não tem a formação teórico-matemática suficiente para entendê-la.

    O Big Bang é uma teoria científica e é confirmado por muitas evidências, tais como:

    1. RED-SHIFT DO ESPECTRO LUMINOSO DAS GALÁXIAS

    Em 1929, Edwin Powell Hubble observou que o espectro luminoso da maioria das galáxias sempre se deslocava para a faixa do vermelho e cada vez com mais intensidade, isto é, o universo estava se expandindo e cada vez com mais velocidade. Depois, fora demonstrado teoricamente que se o universo estava se expandindo, caso retrocedêssemos suficientemente o tempo seria correto dizer que no instante inicial toda a massa e energia do universo estariam concentradas em um minúsculo ponto cuja densidade e temperatura seriam infinitas. É importante lembrar que quem propôs isso foi um padre católico, indicando que é possível acreditar em Deus e mesmo assim fazer ciência. O nome desse padre católico era Georges Lemaître.

    2. RADIAÇÃO CÓSMICA DE FUNDO EM MICRO-ONDAS

    Em 1948, George Gamow e Ralph Alpher previram que caso o universo surgiu em uma grande explosão, os resquícios dessa grande explosão estariam sob a forma de uma radiação cósmica de fundo em micro-ondas, que somente foi detectada, pela primeira vez, em 1965, por Arno Penzias e Robert Wilson. Além de prever a radiação cósmica de fundo em micro-ondas, o trabalho de George Gamow e Ralph Alpher também provava que a abundância de elementos leves no universo somente poderia ser explicada caso ele tivesse surgido em uma grande explosão. Fred Hoyle deu a essa teoria o nome de teoria do Big Bang.

    Mas o que mais me indignou foi a tentativa do meu oponente em desmerecer o argumento da minha réplica, o argumento cosmológico Kalam, ao perceber que não conseguiria refutá-lo. Percebo, ainda, um desdém pela Matemática e Cálculo Proposicional ao desconsiderar todas as premissas do argumento cosmológico Kalam - pelo fato dele não saber nada de Matemática e Lógica.

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  9. Primeiro, dizer que o argumento cosmológico não tem nada de concreto é o mesmo que não dizer nada. Segundo, escrever em Caps Lock não lhe confere credibilidade alguma. São os seus argumentos que têm que ser grandiosos, não as suas letras. Tentar vencer um debate com letras garrafais somente prova o quão sem argumentos você é. Quando se fala em Deus e sobre Deus, fala-se em um ser que não tem limite físico, mesmo porque as atribuições "limite" e "físico" não têm sequer sentido para Deus. Logo, a questão se é um deus ou deuses não faz sentido nenhum. Seria como perguntar: qual o sul do Pólo Sul? Esse questionamento que o meu oponente faz pensando ser uma coisa grandiosa sequer faz sentido. A ideia de quantidade perde todo o sentido quando se pensa em Deus. Deus não tem limite físico, logo, não pode existir em quantidades definidas. O pior de tudo foi o meu oponente dizer que não é possível acreditar que Deus existe porque nunca alguém o viu. Segundo esse mesmo raciocínio, não podemos acreditar no pensamento, visto que também nunca alguém o viu. Assim como o pensamento é uma coisa interna do indivíduo, a identificação com Deus também é interna e apenas faz sentido para aquele indivíduo. Ainda assim, é possível conceber Deus de uma forma racional, como exposto por mim. O indivíduo não sentir Deus não significa que outros não o sintam, assim como um bebê anencéfalo não pensar não significa que outros bebês que não sejam anencáfalos, pensem. É uma pena que o que o meu oponente disse na réplica tenha sido o melhor dele.

    E uma última observação: o meu nome é Patrick Cesar da Silva Brito e a escrita correta é Nietzsche.

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  10. Visto que o meu oponente não postou a sua tréplica no prazo determinado, que é de 48 horas, declaro encerrado esse duelo.

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