quinta-feira, 8 de março de 2012

Jadiel Fioravante X Jorge Jarufe - Ceticismo


A moderação.
Jadiel Fioravante 13/10/2011
Consideração Inicial- Postagem Única (Desempate)
Um posicionamento cético é saudável e compreensível em todas as pessoas. Ser cético, antes de mais nada, é ter dúvidas, ou seja, duvidar. E esta atitude nós temos quando compramos algo, quando ouvimos algum discurso ou somos apresentados a algo novo. O ceticismo não é desconfiança, dúvidas e receio do novo, é também isso, mas uma atitude de questionamento e investigação racional da realidade.

Porém, quero deixar minha posição contrária ao modelo de ceticismo adotado por algumas pessoas que passam longe de um posicionamento crítico e são levadas á descrença e negação de uma verdade ou de qualquer verdade.

Primeiro, o ceticismo não pode ser usado como parâmetro de medição de certezas porque:

1. Qualquer método de análise é falho e não contempla todo o conhecimento, portanto é incompleto;

2. Já se tem um princípio de verdade quando o cético afirma que não existe verdade absoluta;

3. Sou parte metafísico, filosoficamente falando. Tanto para o metafísico quanto para o cético empirista a realidade é revelada, a diferença esta no modo. A realidade é revelada através da razão para o cético, enquanto a realidade é revelada através da percepção para o metafísico.

Portanto, adotar o ceticismo como comportamento filosófico para negar verdades, para mim é um erro de análise. Amparado por "celebridades" do meio acadêmico como o astrônomo Carl Sagan e o biólogo Richard Dawkins.
Jorge Marcelo Cordova Jarufe 13/10/2011
Consideração Inicial- Postagem Única (Desempate)
Você deveria atacar o ceticismo e não defende-lo de acordo ao definido no debate!!!! Até, quando tenta atacar o ceticismo, você o defende! Quem passa longe de um “posicionamento crítico”e nega uma verdade só por “descrença” é justamente aquele que não é cético. Logo aguardo seus argumentos contra o ceticismo e não contra o que não é ceticismo.
Deixemos claro, o ceticismo não aceita dogmas como verdades. Por exemplo acreditar que “batendo 3 vezes em madeira se evita algo ruim”. Você precisa defender uma posição contrária ao ceticismo e não esse suposto “tipo de ceticismo” que pela sua própria definição não passa de uma definição de crendice, exatamente o oposto ao que é o ceticismo.
Sobre que qualquer método de análise é falho e não contempla todo o conhecimento, isso é um fato humano, mas a questão é que postura de julgamento é menos falha do que o ceticismo? A questão é que sistema você defende que seja melhor que o ceticismo como método de análise?
O ceticismo não afirma que “não existe verdade absoluta”, o que afirma é que como nossa percepção é limitada e parcial, se existe uma verdade absoluta, ela está alem de nossos sentidos e como tal, não serve para julgar. O ceticismo julga a partir de verdades comprovadas humanamente.
Sua definição sobre como interpreta o ceticismo a realidade não é correta, tanto o metafísico quanto o cético interpretam a realidade a partir da sua percepção, a diferença esta em que o metafísico se baseia numa racionalidade que muitas vezes não pode ser comprovada pelos métodos empíricos científicos, já o cético se baseia em provas científicas empíricas e reproduzíveis no mundo físico.
Sua conclusão: “o ceticismo como comportamento filosófico para negar verdades, para mim é um erro de análise”. Não passa de uma frase de efeito sem conteúdo. O ceticismo é exatamente o contrario, defender as verdades comprovadas e criticar as crenças que tentam se passar por verdades.
Desafio você a encontrar uma só “verdade”, ou seja, fato comprovado que o ceticismo negue
Jadiel Fioravante 13/10/2011
Réplica- Única Postagem (Desempate)
A questão do debate é o ceticismo como filosofia de vida, se é válido ou não. Proposições científicas nascem através de um método próprio, o método científico, e tudo aquilo que não é passível de análise por este método é descartado como verdade científica. Porém, isso faz parte do campo científico, é um sistema fechado. O que sou contra é a adoção do ceticismo como filosofia de vida, no dia-a-dia, longe dos laboratórios, da bancada de pesquisa. Uma pessoa que se diz não crer em Deus por exemplo, porque é cético. Ou pessoas que afirmam que milagres não existem porque são céticas. O ceticismo como filosofia é ótimo e prático dentro do campo científico, porém não convém como forma de pensamento cotidiano. Os motivos para isto estão apontados na minha consideração inicial.

Diferente da metodologia fechada da Ciência, nossa vida é mais ampla de possibilidades de se entender aquilo que nos cerca. Uma dose de ceticismo, como questionamento e dúvidas, é bom para se viver mas se torna inconveniente quando somos guiados exclusivamente por esta forma de pensar. Discordo quando fala que o metafísico percebe a realidade através de uma “racionalidade” que foge aos métodos empíricos. Nos dois casos a realidade se revela, é conhecida, porém o modelo empírico se utiliza da razão e o metafísico dos seus sentidos. Não sei de onde você tirou essa “racionalidade” metafísica. A realidade é ampla e cada um conhece uma parte dela, possível de se conhecer pela experimentação ou pelos sentidos. Por isso, quem se diz puramente cético e se utiliza do ceticismo fora dos laboratórios corre o risco de negar uma verdade que seu método não alcança!

Uma verdade que está além dos nossos sentidos já é uma premissa tomada como verdadeira pelos céticos, não acha? O ceticismo é válido como parâmetro de investigação científica, onde o método obriga experimentação, mas como filosofia de vida, compreensão do que nos cerca não é eficaz porque a realidade não cabe em uma “caixinha”, a metafísica é essencial para compreender a realidade.
Jorge Marcelo Cordova Jarufe 13/10/2011
Réplica- Única Postagem (Desempate)
Você nem tem claro contra o que debate, primeiro era um “modelo de ceticismo” e agora contra “o ceticismo como filosofia de vida”. Na sua consideração não achei nenhum argumento válido contra o ceticismo como forma de pensamento cotidiano. Suas considerações 1, 2 e 3 já foram rebatidas e você não respondeu a minhas argumentações. A 1 não invalida o ceticismo como mostrei e se esse raciocínio invalida algo, invalida qualquer um até o seu como falho e incompleto. O ponto 2, rebati a afirmação tosca que você coloca como sendo cética. Sobre a numero 3 você insiste em usar uma linguagem pouco exata, isso de que “a realidade se revela” como se a realidade tivesse uma vontade própria é bastante subjetiva, o que chamamos realidade é basicamente uma percepção interpretada individualmente com influencias culturais. A “racionalidade” metafísica foi tirada da definição filosófica do que é metafísica, você confere em qualquer livro serio de filosofia.
“Uma verdade que está além dos nossos sentidos” é só uma falácia escrita por você porque, algo que está alem de nossos sentidos não pode ser definido “uma verdade”, porque está alem de nossa percepção.
A realidade, de fato não cabe em uma “caixinha”, mas o ceticismo fica muito mais perto da realidade porque enquanto os crédulos acreditam que na caixinha tem poderes etc, o cético vai ver de fato que tem na caixinha em vez de acreditar em fantasias.
O ceticismo não nega uma verdade que seu método não alcança, só reconhece que não pode ser afirmada (como a existência de Deus) . Você insiste em repetir uma afirmação, mas não respondeu ao desafio de confirmá-la com um caso concreto, isso porque esse caso não existe e sua afirmação é falsa.
Nenhum cético ou crente é guiado exclusivamente pelo ceticismo ou crenças, mas aqui não estamos debatendo atitudes pontuais de céticos como você coloca, senão, a validade de uma postura cética e você não respondeu a nenhuma das minhas questões, nem a meu desafio.
Jadiel Fioravante 13/10/2011
Tréplica- Postagem Única ( Desempate)
Desde o início propus em debater sobre a validade do ceticismo como filosofia de vida. Falei que uma dose de ceticismo enquanto questionamento é válido, mas quando se torna um parâmetro para aceitar verdades já não funciona tanto. Lembrando que a realidade é maior do que aquilo que está nos laboratórios. Sou mais uma pessoa equilibrada entre o ceticismo e a metafísica do que o cético puro que duvida de tudo na vida e não aceita verdade alguma. É este tipo de pessoa que se diz cético que me posicionei contra, ele deixa se compreender uma verdade, negando e descrendo puramente porque está amparado a uma metodologia de laboratório! Acho que você quem não entendeu isso.
Você não rebateu as considerações que fiz. Apenas concordou com elas e me perguntou se existe algo que substituiria o ceticismo como método. Vejamos, no 1 todo método de análise é falho porque não contempla todo o conhecimento, isso já restringe o método cientifico e o cético, você me questionou se existe algo menos falho que isso e fala que essa dificuldade invalida qualquer método (até o meu), porém se o individuo compreender a realidade metafísicamente usando dos sentidos pode alcançar um conhecimento maior do que o originado no ceticismo de laboratório. No ponto 2, você só mudou o problema de lugar, Jorge. O cético parte de uma premissa verdadeira, a de que a verdade, se existir, é inalcançável pela percepção humana. Isto por si só, já é uma verdade sem comprovação empírica. Então algum conceito absoluto deve existir no universo, como princípio. No ponto 3, quando falo que a realidade se revela é uma metáfora, quero dizer que o homem passa a conhecer e entender os fenômenos que nos cercam. Nem tudo na realidade é criação de um mundo subjetivo individual de acordo com percepções de cada um, por exemplo, o fogo queima e sempre queimou, o sol ilumina e sempre iluminou, a realidade é feita de padrões repetitivos assimilados por todos. É impossível responder o seu “desafio” pois uma verdade metafísica não é um "fato comprovado" pelos céticos.
Jorge Marcelo Cordova Jarufe 13/10/2011
Tréplica- Postagem Única ( Desempate)
Mais você insiste em brigar contra moinhos de vento! A questão não é se existe um cético que é puro e que duvida de tudo na vida e não aceita verdade alguma. A questão é se existe de fato uma postura melhor que o ceticismo para enfrentar a realidade.
Não vejo nada de laboratório quando alguém me diz para dar três pulinhos para que algo aconteça e eu não acho válido a partir da minha postura cética

Você se perde em palavras sem uma aplicação concreta, me de um exemplo prático, concreto, real em que “o individuo ao compreender a realidade metafísicamente usando dos sentidos pode alcançar um conhecimento maior do que o originado no ceticismo”. Me mostre que isso é mais que palavras vazias com um exemplo concreto.
Sobre a verdade, você tira o mais importante da questão que é o fato de ser absoluta, essa é a que é inalcançável pela percepção humana. Mas verdades não absolutas, como o fato de que você não é capaz de dar um exemplo concreto que defenda na prática suas teorias isso é uma verdade clara para qualquer cético
a questão não é se algum conceito absoluto deve existir no universo, mas se ele serve na prática para definir as verdades concretas e isso até agora você não foi capaz de afirmar com um exemplo.
Na sua análise do ponto 3, você finalmente reconhece que sua posição não passa de uma retórica vazia que não consegue responder a um “desafio” concreto “pois uma verdade metafísica” não é um "fato comprovado" . A questão aqui não é se isso é comprovado ou não pelos céticos, senão se sua postura tem uma aplicabilidade concreta na vida e você não conseguiu provar isso, ao contrário eu já coloquei vários exemplos concretos em que o ceticismo é a atitude mais lógica e eficiente
A menos que a sua metafísica prove que é melhor dar os três pulinhos para são longuinho..
Jadiel Fioravante 14/10/2011
Considerações Finais- 1/2- (Desempate)
Jorge, a questão aqui é adotar o ceticismo como filosofia de vida ou não. Verdades metafísicas não são comprovadas empiricamente. Uma pessoa que se diz cética não aceita uma verdade cuja comprovação não pode ser feita por um método racional. A metafísica sempre se ocupou de desvendar conceitos que vão além da nossa compreensão racional das coisas, busca os “por ques” dos coisas enquanto a metodologia científica se ocupa do ”como”. Deus é uma verdade metafísica, assim como o propósito da vida ter surgido e se desenvolvido na Terra. Não vou aprofundar nestes assuntos porque estou na minha consideração final. A questão é que o homem moderno para se dizer intelectual adotou uma postura de ceticismo para julgar todas as verdades, tirando o ceticismo do laboratório e levando para seu dia-a-dia, primeiro esqueceu que verdade é um conceito possível, depois esqueceu que estas verdades são acessíveis e por fim esqueceu que algumas verdades podem ser conhecidas pela abstração e contemplação. Como a arte por exemplo, sem passar pelo logos. Essa realidade foi sempre aceita desde que Aristóteles escreveu sua Metafísica. A negação de dogmas e verdades absolutas veio com o racionalismo de Descartes e o positivismo que dominou o mundo com ceticismo. Entender os “por ques” das coisas nos trás conforto e possibilidade de acerto nas decisões. Esse é o objetivo prático do estudo da metafísica e sua aplicação, porém é um saber que vai além da metodologia restrita científica. E os céticos se apóiam somente naquilo que a metodologia pode compreender.
Jadiel Fioravante 14/10/2011
Considerações Finais- 2/2- (Desempate)
Pegando seu exemplo de dar três pulinhos para são longuinho, tirando a ironia da coisa isso não é exemplo de metafísica mas de ritual, a metafísica se ocupa de Deus, da sua existência enquanto princípio, e as religiões usam do fato de se existe um conceito absoluto, também pode-se ter verdades absolutas, por isso criam dogmas, que varia de religião. No caso de são longuinho, temos o dogma dos santos e sua intercessão, quanto aos três pulinhos podemos comparar a um ritual. Isso é só uma análise com a sua brincadeira, mas o fato é que temos uma verdade absoluta (dogma dos santos e sua intercessão) originada de outra verdade absoluta (Deus) e um ritual.

Termino minha participação concluindo que um melhor modo de vida é aquele que não descarta as verdades metafísicas como Deus, milagres, contemplação, os por ques das coisas e também admite um pouco de ceticismo, no sentido de se questionar e investigar com um método racional de observação e reprodução dos fenômenos que nos cercam, ou simplesmente procurar evidências físicas. Aquele que se diz cético e nega qualquer conceito que não provém de uma metodologia científica vive pela metade!

Obrigado.
Jorge Marcelo Cordova Jarufe 15/10/2011
Considerações Finais- - (Desempate)
Até o final você tenta transformar o debate numa luta contra uma idéia sua do que é o ceticismo, aqui o debate é sobre se o ceticismo é válido como parte de uma postura frente à realidade e não se o ceticismo é uma filosofia de vida válida ou não. Uma filosofia por definição não pode se restringir a um só conceito, seja este ceticismo, pragmatismo etc, porque filosofia é amar a verdade e a verdade é uma percepção sempre crescendo que integra os mais diversos aspectos da realidade. O que sim podeos discutir é se o ceticismo é valido como parte de uma filosofia de vida e desde o começo você reconheceu que sim, daí a dificuldade de você defender seu ponto de vista durante todo o debate.
Você comete um erro de conceitos até quando fala de como comprovam os fatos o ceticismo e a metafísica, ao contrário do que você fala o ceticismo não aceita uma verdade por seguir um método racional, só a aceita através da experiência . Por outro lado é o racionalismo que permite validar a metafísica. Ou seja a metafísica é algo que vem da razão, do raciocínio mas que não pode ser comprovado na experiência.
Assim como a eletricidade e iluminação elétrica saíram dos laboratórios científicos para iluminar a vida cotidiana, esse é o caminho que seguem todos os conhecimentos úteis para a humanidade.
O ceticismo não descarta as verdades metafísicas como Deus e milagres, porque para descartar qualquer coisa o ceticismo precisa a prova da experiência e não existe experiência que comprove que Deus e milagres não existem. Você termina suas considerações sem entender que, o ceticismo não nega nada, só não afirma aquilo que não pode ser comprovado pela experiência.
Finalmente afirmo que a realidade prova exatamente o contrário da sua última frase. O que acontece de fato é que: Aquele que não segue as metodologia científicas e todos os produtos e conhecimentos desenvolvidos por ela, vive pela metade! ...perdido em fantasias e superstições.


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