quinta-feira, 8 de março de 2012

Kauê Costa X Roberta Aires - Usina do Belo Monte


    • Kauê M. Costa Gostaria de começar atacando um dos principais mitos sobre a energia hidroelétrica: a de que essa é uma energia limpa.
      A cobertura de regiões de floresta faz com que, após a inundação do reservatório, a biomassa vegetal passe a se decompor, produzindo grandes quantidades de metano e contribuindo para o efeito estufa. Usinas hidroelétricas na Amazônia produzem cerca de 3,6 vezes mais gases de efeito estufa em relação a usinas termoelétricas para fornecer a mesma quantidade de energia (ver referências no meu post fora do debate).
      Existem também os impactos para a saúde pública. A barragem de rios aumenta a proliferação de vetores para doenças tropicais, aumentando a incidência de doenças como malária e esquistossomose, problemas endêmicos graves para a população local.
      Em relação aos impactos sociais, os problemas vão muito além da questão indígena e ribeirinha. A construção de mega-projetos da Amazônia historicamente gerou sérios problemas demográficos. Isso ocorre porque a fase de construção atrai imigrantes com baixa qualificação profissional; após a fase de construção, esses trabalhadores perdem o emprego e são forçados a migrarem para cidades ou a procurar empregos no campo. Esse processo amplifica conflitos agrários, promovem o inchaço populacional de cidades pólo e oneram um estado que mal consegue atender a população já existente.
      Além disso, a barragem do fluxo de água do rio quebra o padrão reprodutivo de peixes, que servem como recurso alimentar e fonte de emprego. Essa diminuição da oferta de alimentos e oportunidades econômicas para a população local agrava ainda mais os impactos demográficos da barragem.
      Do ponto de vista econômico, a energia gerada pela usina de Belo Monte simplesmente não compensa o impacto sócio-ambiental e os custos estatais associados a sua construção.
      5 de Janeiro às 19:50 ·  ·  2
    • Roberta A. Aires Agradeço seu interesse pelo assunto, Kauê, mas, já começo a questionar um de seus argumentos: é fato que a captação e distribuição da energia hidrelétrica é limpa e seu recurso, renovável. Não existe alternativa (no Brasil) que seja mais eficaz e barata em sua produção energética do que a conseguida através de hidrelétricas, até porque não pagamos pela água, apenas, pela facilidade de seu acesso, e claro, por seu tratamento. Outra energia mais limpa é a nuclear, porém, ela é ainda muito cara. Há nesse link algumas justificativas básicas sobre a manutenção dessa prática:

      http://www.energiasealternativas.com/beneficios-energia-hidroelectrica.html

      E há também esses dois interessantes vídeos sobre o assunto:

      http://www.youtube.com/watch?v=VqOFGVhUDHo

      http://www.youtube.com/watch?v=gVC_Y9drhGo

      Então, o que entendo é que o foco seria Progresso x Meio Ambiente, uma vez que, na maioria dos casos, um não ocorre sem o prejuízo do outro, apesar dos esforços de uma política do menor dano. Sou favorável a construção da Belo Monte por alguns bons motivos, dentre eles, por entender a importância da geração da energia elétrica bem como, para o desenvolvimento econômico de toda a região atingida, além de ser também absolutamente contrária a soluções paliativas, como, por exemplo, o horário de verão, onde o objetivo nem é de economizar energia, (que é mínima frente ao desconforto da população) e sim, de protelar novos investimentos nessa área.
      6 de Janeiro às 09:55 ·  ·  1
    • Kauê M. Costa Cara Roberta, me desculpe, mas simplesmente afirmar que a energia hidroelétrica é limpa, além de não ser um argumento, é comprovadamente errado. Vou postar as minhas referências em um post abaixo. Observe que trabalhos científicos publicados em periódicos indexados e avaliados pelo sistema de peer-review são referências aceitáveis em uma discussão séria, mas textos de sites avulsos e vídeos do youtube não. Suas fontes de informação não são confiáveis e estão propagando conceitos incorretos. Além disso, a afirmação de que esse projeto gerará “desenvolvimento” para a região é risível. Infelizmente não terei espaço para ampliar essa discussão agora.
      O que quero deixar claro é de que um impacto sócio-ambiental não é algo etéreo. Quando se aumenta a incidência de malária em uma dada região, isso implica em um aumento de gastos para o SUS. Quando há um grande deslocamento demográfico para uma região sem a infraestrutura física e econômica para albergar os imigrantes isso gera um aumento nos índices de criminalidade, miséria e amplifica os gastos públicos em serviços públicos. Do ponto de vista econômico, a energia gerada pela usina de Belo Monte simplesmente não compensa os custos estatais associados aos impactos sócio-ambientais gerado pela mesma.
      Há sim a necessidade urgente de se gerar energia elétrica, mas a região Amazônica não é um local adequado, do ponto de vista macro-econômico, para a construção das mesmas.
      6 de Janeiro às 13:31 ·  ·  2
    • Roberta A. Aires Ao que me parece, não conhece o significado do termo 'energia limpa', que significa que a mesma não polui o meio ambiente. Além de limpa, reafirmo, é ainda, renovável. Porém, apesar disso, há um acordo do Conama ( resolução n°347 /2004) que obrigam a uma compensação ecológica quando nas construções de novas usinas. È evidente que cada tipo de interação humana trará algum aparente prejuízo ao meio ambiente, mas, há sempre uma política do menor dano. È só pesquisar a respeito, mas, nas obras da usina há um trabalho muito sério de pesquisa e resgate de animais e vegetais, além, do estudo de sítios arqueológicos.

      Listar como energia limpa apenas a solar ou a eólica, prática comum, é esquecer-se dos instrumentos que são feitos, bem como, de todo o processo industrial, e isso, caríssimo, não é o cerne da questão. O foco é a discussão de Belo Monte, sua importância, e claro, suas conseqüências. Sua preocupação com os ribeirinhos parece legítima, mas está menosprezando a importância da obra num olhar macro.
      Tente ser imparcial nas respostas dessas questões: Pq os peixes podem morrer para que as pessoas sobrevivam da pesca e não para que essas pessoas tenham luz em suas casas? E pq os filhos desses pescadores podem ter como única alternativa trabalhar no extrativismo ao invés de vislumbrarem ser um funcionário de uma hidrelétrica ou das empresas que certamente surgirão em volta? Há pessoas que defendem o povo da Amazônia como se eles tivessem uma vida digna, desconhecendo a realidade.
      Sobre desconsiderar minhas referências, gostaria que observassem o que diz os moradores da região. Aqueles, com acesso a informação, como por exemplo, esse vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=feG2ipL_pTg&feature=share - Pior que não informar, é informar errado.
      Agora, mais algumas questões: qual matriz energética seria capaz de suportar o crescimento econômico do país, ou ainda, evitar os prováveis apagões que devem se suceder com cada maior intensidade a partir do fim do ano que vem? As captações eólica e de energia solar sei que não (não só devido ao seu potencial gerador, mas também pelo custo, já que essas matrizes têm um investimento muito superior por megawatt, sem falar no fator tempo para implementação). Matrizes assim são excelentes como complementos para certas cadeias produtivas geograficamente privilegiadas (assim como o gás natural), onde fatores como direção e intensidade dos ventos e o tempo de exposição à luz solar são excelentes, mas não conheço nenhum país do mundo que tenha na soma dessas duas alternativas a sua matriz geradora principal.
      6 de Janeiro às 14:45 ·  ·  1
    • Kauê M. Costa Cara Roberta, você leu os artigos que referenciei? Usinas hidroelétricas construídas sobre florestas produzem sim grandes quantidades de poluentes. Impactos ambientais não são somente questões éticas, mas implicam em custos públicos e efeitos deletérios sobre a qualidade de vida. Leia o que já foi produzido seriamente sobre um assunto antes de reproduzir informações enviesadas e incorretas. Seu desdém por fontes científicas é preocupante. Além do mais, citar uma resolução legal brasileira como uma garantia de que algo competente será feito é, no mínimo, extremamente ingênuo.
      Já que você parece privilegiar informações pessoais a dados concretos, lhe digo que eu já participei de uma avaliação a posteriori dos impactos ambientais da Usina Hidroelétrica de Tucuruí, que foi construída sob condições sócio-ambientais semelhantes à Belo Monte. Eu entrevistei ribeirinhos; avaliei as medidas de “proteção” da empresa responsável; produzi relatórios sobre as condições de biodiversidade. O resultado? A grande maioria das famílias que habitavam a região antes da construção da usina continua morando em palafitas, só que agora com menos recursos advindos da pesca e sob um risco maior de contraírem malária, dengue, esquistossomose e outras doenças. Os filhos dos pescadores não almejam serem funcionários da usina, pois a empresa prefere importar mão de obra qualificada de outros estados a educar a população local. Os estudos executados pelas empresas e as medidas de proteção e resgate foram paliativos e altamente ineficientes. A idéia de que esse tipo de projeto necessariamente beneficia a população local de forma significativa é falaciosa.
      Mesmo se você ignorar por completo as questões supracitadas, a eficiência de usinas construídas na Amazônia é inerentemente baixa. Isso ocorre pois a quantidade de energia útil produzida por uma usina hidroelétrica é proporcional à energia potencial gravitacional da massa de água que movimenta as turbinas. Em reservatórios onde há um grande declive de altitude em relação às turbinas, como em Itaipú, a quantidade de energia produzida por volume de água é muito maior do que em uma região plana. Como a topografia da bacia amazônica é marcada por extensos planaltos, é necessária a inundação de uma área muito maior para se obter a mesma quantidade de energia em relação a uma usina em local de topografia mais adequada.
      Não sou contra a construção de usinas hidroelétricas. Salvo a energia nuclear, que me parece uma boa alternativa, somente a energia hidroelétrica forneceria uma base energética estável. A questão é que o projeto da Usina de Belo Monte, em particular, não é sustentável do ponto de vista macro-econômico. As características topográficas, ambientais e sócio-econômicas da região farão com que a energia produzida lá seja suja, instável e cara. Que se construam outras usinas em outros lugares, mas esse projeto criará mais problemas do que resolverá.
      6 de Janeiro às 16:24 ·  ·  3
    • Roberta A. Aires Sim, li. È um assunto que tenho bastante interesse, e há em seu primeiro parágrafo algo que gostaria de abordar: usinas hidrelétricas não produzem gases poluentes, a captação é limpa. O que ocorre é que, pelo desmatamento, a formação de gases como dióxido de carbono e metano é aumentada, porém, os mesmos não regulam a temperatura do planeta, caindo por terra o discurso do aquecimento global. Porém, é preciso estabelecer uma (inconveniente) verdade: não existe geração de energia elétrica sem impacto ambiental, o que não é diferente no caso da geração de origem hidráulica, eólica ou solar. De acordo com o EPE, todas as hidrelétricas construídas e a construir na Amazônia ocupariam apenas 0,16% de todo o bioma amazônico, uma área de 10.500 km², algo como duas vezes o território do Distrito Federal. Esses são dados concretos, e de fácil acesso.

      Confesso que não conheço os trabalhos acerca a reserva de Tucuruí, mas, em relação a Belo Monte, a questão do desalojamento dos ribeirinhos precisa ser bastante analisada: eles vivem em condições miseráveis,então, essa mudança significará uma melhoria de vida,observando aspectos sociais e sanitários. Há ainda a questão indígena, que não podemos deixar de mencionar. A Funai era uma das entidades ouvidas pelo Ibama, para o licenciamento da usina, e foi claramente favorável a concessão da licença. Porém, apesar disso, o projeto não afeta nenhuma reserva indígena, até porque, não poderiam ser licenciadas, por serem protegidas pela CF. Há um elucidativo artigo que aborda todas as grandes questões sobre o tema, na Revista Valor Econômico [http://www.valor.com.br/opiniao/1163050/real-questao-de-belo-monte-ter-ou-nao-ter ] , se alguém tiver interesse ( e não for cadastrado) , depois coloco – o na íntegra.

      Fico aliviada por ser, ao mesmo, favorável a construções de usinas hidrelétricas, mas, em relação as suas críticas ambientais sobre Belo Monte, gostaria que levasse em conta a minimização da emissão de gases oriundos da decomposição da vegetação no reservatório. As condicionantes socioambientais da obra são e serão alvo de consulta e vigilância pública. Sem deixar de mencionar que Belo Monte acabou por tornar-se uma usina a fio d’água, ou seja, sem reservatório.
      Pode não parecer, mas, a CF e a legislação ambiental têm sido respeitadas, especialmente por saber que nosso país é uma democracia consolidada, onde, qualquer indivíduo que se sentir lesado pode recorrer a Justiça e esta, imparcial, decidirá a causa. Lembrando que a legislação obriga que 10% do custo total seja aplicados na diminuição dos impactos na fauna, flora, além de investirem no desenvolvimento coletivo da região, trazendo equilíbrio a balança. A função de fiscalizar, cabe a qualquer brasileiro, é só fazer valer seus direitos. Não é difícil, é inclusive, bastante simples.

      Então, minha pergunta é simples: há mesmo a discussão entre Progresso X Meio Ambiente, nessa questão?
    • Kauê M. Costa Roberta, com todo respeito, mas você está de brincadeira? Se eu não partisse do pressuposto de que esse é um debate sério e honesto, eu interpretaria todo esse último post como um grande exercício de sarcasmo. Você tem coragem de afirmar que realocar pessoas miseráveis invariavelmente produz uma melhora de qualidade de vida, mesmo com todos os exemplos históricos, nacionais e internacionais, dos efeitos nefastos de deslocamentos demográficos forçados? Você diz de cara lambida que a justiça brasileira é imparcial? Estamos falando da mesma justiça que reintegra o mandato de políticos como Jader Barbalho quase que por capricho? Acreditas seriamente que as empresas do consórcio respeitam as leis ambientais brasileiras, quando elas sequer obedecem a contratos tributários? Você deve estar falando de outro país que não o Brasil, ou então você realmente desconhece a realidade brasileira, principalmente fora do eixo sul-sudeste. Negar o conceito do efeito estufa (e não só a questão do aquecimento global, preciso destacar) ou é brincadeira ou uma demonstração de ignorância muito além do que eu consideraria aceitável mesmo para uma pessoal sem ensino formal algum. A questão indígena, que inclusive abordada de forma (suspeito que intencionalmente) besta no vídeo que referenciastes no seu penúltimo post, não é a de alagamento da reserva, mas sim a contestação dos efeitos do deslocamento do fluxo do rio, que potencialmente diminuiria a disponibilidade de água de alimento na reserva, que fica a jusante do reservatório. Sinto ter que lhe dar uma má notícia, mas se as suas fontes de informação não passam de revistas como a “Valor Econômico”, jornais e vídeos do youtube, então você NÃO leu seriamente e NÃO conhece o assunto questão. Questões técnicas precisam ser embasadas não em opiniões de jornalistas, editores e pessoas avulsas com tempo de sobra e uma câmera. Tampouco se pode confiar cegamente em estudos executados por agentes com conflitos de interesse. Para tentar entender um assunto seriamente, é necessário ler trabalhos criteriosos, executados de acordo com metodologia científica e avaliados por agentes imparciais. E ainda assim se deve ser cético, sempre comparando o trabalho com a literatura já existente e avaliando cada aspecto do mesmo de forma rigorosa. Talvez pudéssemos dedicar um debate futuro a questão da importância da alfabetização científica para a cidadania e educação (ou será que já teve um debate assim?).
      De qualquer forma, como esse deve ser meu último comentário e eu suspeito de que já ultrapassei o limite estabelecido (peço desculpa a todos), só gostaria de reiterar que o projeto de Belo Monte tem sido avançado principalmente por questões burocráticas e políticas (é mais fácil por em prática um projeto ruim cujos trâmites se iniciaram a mais de uma década do que começar um projeto decente do zero), mas as características técnicas do projeto (topografia, demografia, eficiência, custo sócio-ambiental, impactos no orçamento público, etc.) demonstram que, a longo prazo, essa usina trará mais problemas do que soluções. A questão vai além do embate “progresso x ambiente”. Essa é uma questão técnica com sérias conseqüências para o orçamento público e a qualidade de vida da população local.
      8 de Janeiro às 18:40 ·  ·  1
    • Kauê M. Costa http://www.pa.gov.br/noticia_interna.asp?id_ver=91018
      www.pa.gov.br
      O governo do Estado irá formalizar, através de decreto a ser publicado no Diário...Ver mais
      8 de Janeiro às 18:40 ·  · 
    • Roberta A. Aires Kauê, releio todo o debate a procura de brechas que justifiquem esse tipo de resposta de sua parte. Pensei, em primeira hipótese em não responder até que houvesse um fechamento mais apropriado, como não veio, decido terminar logo o assunto para que outras pessoas possam ter a opinião registrada.

      Primeira coisa, a eficiência energética é uma solução viável para o Brasil em qualquer situação (com ou sem Belo Monte). Mas os contra a usina só pensam em eólica e solar. O que se deduz disso? Apenas o óbvio, que é a opinião especializada está fazendo falta. Se Belo Monte deve ser construída? Minha resposta é sim. È mais do que claro que não há nenhuma intervenção humana que não cause impacto ambiental, porém, há a minimização desses efeitos:

      O Estudo de Impacto Ambiental prevê a remoção de 100% da vegetação dos reservatórios dos canais e de 50% da vegetação do reservatório da calha do rio Xingu, para minimizar o impacto das emissões de gases de efeito estufa oriundos da decomposição de vegetação. O projeto de desmatamento é parte integrante do Programa de Desmatamento e Limpeza das Áreas dos Reservatórios, que está inserido no Plano de Conservação dos Ecossistemas Terrestres, constante dos Planos, Programas e Projetos do EIA/RIMA da UHE Belo Monte. De acordo com o Projeto Básico Ambiental com a criação dos reservatórios da UHE Belo Monte , está prevista a remoção de aproximadamente 15.000 ha de florestas ombrófilas – abertas de terra firme e aluviais, em suas condições primária, secundária e pioneira; 5.000 ha de formações pioneiras com Influência Fluvial e/ou Lacustre, bem como cerca de 15.000ha de pastagens, pasto sujo e cultivos para limpeza das áreas de inundação. A retirada desta vegetação deverá ocorrer a partir da implantação do empreendimento, devendo durar até cerca de dois meses antes do enchimento dos reservatórios. Especificamente para UHE Belo Monte, que apresenta dois reservatórios, o enchimento se fará em duas etapas distintas, com um intervalo médio de um ano entre o enchimento de um e do outro reservatório. O projeto de desmatamento é parte integrante do Programa de Desmatamento e Limpeza das Áreas dos Reservatórios, que está inserido no Plano de Conservação dos Ecossistemas Terrestres, constante dos Planos, Programas e Projetos do EIA/RIMA da UHE Belo Monte. Até a retirada da cobertura vegetal de empreendimentos hidrelétricos é um procedimento recomendado, tendo em vista a necessidade de enquadramento de atendimento legal com vista ao aproveitamento de material florestal, além de não deixar de mencionar que não há emissão significativa de gases de efeito estufa, especialmente se comparada com a construção de termelétricas que são emissoras de CO2. (Para igular a produção de Belo Monte, seria necessárias 19 termelétricas a gás natural) [Fontes:
      http://www.internationalrivers.org/files/RIMA.pdf
      http://www.blogbelomonte.com.br/
      http://norteenergiasa.com.br/
      http://amazonia.org.br/]

      Agora, financeiramente, há também a necessidade dessa construção, veja o preço da geração de energia elétrica ( R$/Mwh): Hidrelétrica de grande porte 84,58, a de médio porte ( que é uma das sugestões levantadas) seria de 147,46, o Mwh de Belo Monte é especialmente competitivo, já que vai gerar energia elétrica a R$ 77,97/Mwh. A opção mais barata entre as de energia renovável seria a eólica, porém, além de ser pouco confiável, o seu Mwh giraria algo em torno de 99,58 [ Fonte: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)]
      10 de Janeiro às 14:51 ·  ·  1
    • Felipe Munhoz Debate encerrado! A enquete já foi aberta e o tópico está aberto para a participação dos outros membros!

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