segunda-feira, 5 de março de 2012

Octávio X Newton - Sist. Educacionais- Americano X Brasileiro


    • Octávio Henrique Bom, meu caro biólogo com nome de Físico mundialmente famoso, serei sucinto ao máximo em minhas considerações iniciais.
      Farei apenas duas perguntas: Qual é a grande sacada do Sistema Educacional Brasileiro? Por qual(is) razão(ões) um sistema com inchaço curricular e parca oferta de qualificação e salário para professores deveria ser mantido, em detrimento de um outro em que os professores são bem melhor pagos e o inchaço curricular cai por terra?

      21 de Janeiro às 16:36 ·  ·  2

    • Newton Fernandes Brites Caro Octávio Henrique, esses problemas que você citou são típicos do ensino público brasileiro e, praticamente inexistentes no ensino particular. O ensino brasileiro tem muitos problemas, eu concordo. Os mais atuisl são a vergonha do ENEM e as cotas, tanto raciais como para as escolas públicas. Mas você mencionou a questão curricular e essa é a maior vantagem do ensino brasileiro sobre o americano. O currículo brasileiro pode ser um pouco inchado, mas de matérias e conteúdos que trazem cultura geral para os educandos. No curríiculo americano eles aprendem a abrir barriga de sapos, as operações matemáticas elementares, noções básicas de língua inglesa e literatura . O resto, ou seja, mais de 40% é preenchido por práticas desportivas. Por isso, é impossível conversar com um americano, salvo raras exceções, pois eles são extremamente ignorantes. Não leem, não conhecem obras literárias, não têm noção básica de nenhum idioma.

    • Octávio Henrique Newton Fernandes Brites, creio eu então que não estamos falando do mesmo sistema educacional, ou pelo menos das mesmas condições. Ora, meu caro, nunca ouviu falar, até mesmo em Araçatuba, de escolas as quais sempre estão à beira de um colapso financeiro (bancarrota)? Como pode um professor trabalhar bem sem o seu salário no fim do mês garantido? (eu falo, lógico, no sentido de que a escola vai pagá-lo no fim do mês, a não ser que ele seja demitido)

      Outra coisa: O inchaço curricular, que é o ponto principal de minha argumentação, ocorre em ambos os segmentos educacionais. A única divergência nesse aspecto é que em escolas públicas, pelo menos em tese, o tempo dentro da escola para os estudantes é vertiginosamente menor.

      Um outro fator que gostaria de apontar é que esse negócio de que “o currículo escolar brasileiro está inchado, mas transmite cultura geral para os educandos” é uma das maiores falácias existentes em nosso ensino. Primeiro: Como aproveitar BEM a cultura de Humanas, por instância, se devemos nos preocupar e muito também com Exatas e Biológicas? Segundo: Falar em cultura geral para os educandos também é errôneo quando se considera que em nosso sistema educacional mais do que em qualquer outro, o importante é o ideal, e não o real. Por maior que seja o esforço do professor, muitos dos conteúdos expostos em sala não são mostrados e demonstrados na prática, na sociedade. Ou seja, fica ainda mais difícil para assimilar os conteúdos quando só se pensa neles como abstratos e inúteis para o cotidiano.

      Para a sua última parte, meu amigo, tenho fatos, e contra fatos não há argumentos. Curiosamente, conheci muitos jovens americanos, de minha idade e até mais jovens, pela Internet, e eles me demonstraram um nível educacional incomum. Destaco dois: Um que é formado em Economia e que alcançou um bom entendimento na questão da geopolítica internacional. Esse mesmo jovem é, além disso, um poliglota o qual fala fluentemente, entre outras línguas, inglês, alemão, russo, um dos dialetos chineses e mais alguns idiomas dos quais não me recordo mais. O outro jovem deve ter hoje uns 20 anos. Posso destacar nele que, mesmo ansiando em ser um engenheiro civil, tem enormes conhecimentos históricos. Inclusive, tive vários bons debates com ele, sobre temas como: Deus, História Geral, Guerra Fria, Filosofia Maquiaveliana, Islamismo, Cristianismo e Segundo Reinado Brasileiro. Asseguro também que todos os outros jovens os quais conheço tem um nível quase tão alto quanto o desses dois.

      Outro fato: O preenchimento do currículo varia de aluno para aluno, de instituição e até mesmo de estado para estado. Ao contrário do que você falou, aliás, muitos deles fazem uma carga mínima de esportes e partem para as outras áreas do conhecimento pois, desde bem cedo, já tem pelo menos uma vaga ideia de qual instituição querem cursar. Por serem essas instituições de muito alto nível, as exigências curriculares ultrapassam, em qualidade, até mesmo as exigências de nossas maiores universidades, o que faz com que esses jovens estudem para obterem um belo histórico escolar e serem selecionados para universidades como Harvard, Yale e tantas outras.

      Agora, quero expor dois pontos de vista bem diferentes sobre o nosso sistema educacional: um capitalista e um socialista. Se fôssemos analisar pelo lado socialista, pensaríamos no que é bom e útil para o futuro trabalhador e presente estudante. Será mesmo de alguma utilidade para um estudante de Letras, como eu, aprender Magnetismo, Ozonólise, Briot Ruffini ou Divisão Celular? Será útil para o futuro matemático aprender Ecologia? Qual o nexo de um estudante de Química ter que ficar se preocupando em DECORAR os eventos que ocorreram durante a Regência Trina Provisória?

      Do lado capitalista, pensaríamos no resultado para o país. Curiosamente, nesse sistema que traz tanta “cultura para o educando”, os resultados obtidos pelo país no PISA são risíveis. De modo mais curioso ainda, os incultos americanos -uma inverdade, por sinal- obtiveram resultados um tanto superiores aos nossos. Demonstrou-se por esse exame, ainda, que mal sabemos interpretar um texto. Ou seja, qual é a UTILIDADE de tanta cultura se ela, no fim, não traz resultados e reconhecimento internacional para o país e ainda pode acabar sendo esquecida ou mal utilizada pelos futuros trabalhadores?

      A propósito, essas leituras de que falou, meu caro, também são pouco comuns entre os brasileiros. Digo categoricamente, por exemplo, que pouquíssimos alunos da minha turma no Salesiano leram todos os livros passados pela professora de Literatura. Pegavam, ao invés disso, um resumo muitas vezes mal feito. Afinal, nossa CULTURA ainda é a do resumo, a de fazer do modo mais fácil, algo que não aconteceria no sistema americano, pois lá há o estudo aprofundado do conteúdo. Lá se mostra necessário não só saber, mas demonstrar que se sabe. Há meritocracia, algo há muito esquecido pelo sistema brasileiro. Com isso, eu acredito que seu argumento de “cultura útil” caia por terra.

      *Newton Fernandes Brites, não se preocupe, o seu argumento foi levado em conta. Não me importei com o erro de digitação

      21 de Janeiro às 18:49 ·  ·  2

    • Newton Fernandes Brites Realmente Octávio Henrique, não estamos falando do mesmo assunto ou do mesmo tipo de escola. A escola pública brasileira não é parâmetro para nada. Analisemos somente as particulares. Depois eu volto a falar das públicas. As escolas particulares são empresas que na maioria dos casos, honram suas folhas de pagamento. Se essa folha de pagamento é suficiente, não podemos afirmar, porque na rede particular ninguém ganha o mesmo valor. Assim como você conheceu americanos inteligentes, pode crer, que são uma minoria, eu conheci americanos tão estúpidos, que obtinham nota em língua inglesa, menor que a dos brasileiros.

    • Newton Fernandes Brites Quanto ao currículo, aqui no Brasil nós aprendemos um pouco mais que o básico de todas as matérias. De que adianta um aluno escolher a área que quer seguir e ter aulas somente daquele assunto? Por exemplo, se no Brasil adotássemos um sistema semelhante. Você quer fazer Letras. No ensino médio, você se dedica apenas às matérias ligadas à sua área. Três anos depois, você resolve mudar seu curso. Resolveu fazer Odontologia. O que fazer aqui no Brasil? Iniciar novamente o Ensino Médio e uma nova preparação?? No nosso ensino médio, qualquer aluno pode mudar a área que quer estudar antes do vestibular. Outro ponto importante que você citou. As Universidades americanas são pagas e muito caras. Quantos brasileiros teriam condições para cursar Harvard? São caríssimas. Nosso ensino em boa parte ainda é gratuito. Essa realidade americana pode funcionar lá. Só, que os EUA estão economicamente a décadas na nossa frente. O ensino deles, de qualidade e pago ainda não pode ser aplicado aqui. E os profissionais americanos que são realmente bons, que eu não estou duvidando que existam, são especialistas numa coisa só. Se perderem o emprego, morrem de fome, ou suicidam de desgosto. Os brasileiros são mais versáteis. E isso é devido ao amplo leque que lhes é oferecido antes do curso superior. Lembre-se, estou falando apenas do ensino particular.

    • Newton Fernandes Brites Na posição econômica que os EUA se encontram, o ensino deles deveria ser muito melhor. Com todas as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros, proporcionalmente nossos profissionais são muito melhores que os deles. Um exemplo é a NASA. Proporcionalmente, o ITA é a instituição de ensino que mais abastece a NASA.
      21 de Janeiro às 19:59 ·  ·  1

    • Newton Fernandes Brites Aqui no Brasil todos os alunos do ensino médio têm que conhecer sim, as divisões celulares, a Regência Trina, as reações químicas, as matrizes e os determinantes e tudo mais. Quando terminar o ensino médio está livre para seguir qualquer área. Isso é o mínimo que qualquer ser humano tem que saber. Nosso cérebro comporta tudo isso e na idade entre 14 e 20 anos a capacidade de absorver conteúdo é monstruosa. Por que então desperdiçar essa capacidade? Temos que aproveitá-la. A grande maioria dos americanos se comporta como vermes em matéria de cultura. Um presidente americano chegou a chamar o Brasil de Bolívia e não foi por brincadeira não. Acho que só o Lula cometeria erros desse tipo. Também afirmou que Brasília é a capital da Argentina. É vergonhoso. E saiba, a grande maioria deles é assim. Os que você citou são raridade. Quanto à leitura, os brasileiros ainda estão longe do ideal. Acho que só os europeus se preocupam com a leitura. Nesse ponto estamos iguais aos americanos. A cultura geral é necessária sim. Se o importante para você são os resultados que o aprendizado traria internacionalmente para o país, está pensando como um americano. Eles pensam: Por que eu preciso aprender se me pagam 30 dólares por hora para trabalhar de porteiro? Só que a crise econômica está tornando escassos esses tipos de trabalhos. Empregos que pagavam 30 dólares estão pagando entre 12 e 16 dólares. Será que os americanos têm cultura geral suficiente para disputar trabalho num mercado que a cada dia está mais exigente?
      21 de Janeiro às 20:10 ·  ·  2

    • Newton Fernandes Brites Quanto aos erros de digitação...estou digitando muito rápido e às vezes troco alguma palavra. Durante as férias estou lendo um livro em alemão e estou sozinho em casa. Então é comum as palavras fugirem de vez em quando.
      21 de Janeiro às 20:13 ·  ·  1

    • Octávio Henrique Após ver a sua réplica, cheguei à conclusão de que, realmente, vivemos em mundos bem divergentes.

      Primeiro, como podemos tentar analisar só escolas particulares quando o nosso sistema em si é bem homogêneo? Ora, meu amigo, nosso sistema tanto público quanto privado é socrático, ou seja, como eu disse, só busca o ideal e não analisa as coisas sensitivas, práticas. Outra coisa: Ambos os lados sofrem com o inchaço de disciplinas.
      A propósito, não citando nomes, mas eu lhe asseguro que aí mesmo, em Araçatuba, tem certas escolas PARTICULARES que não honram suas folhas de pagamentos. Aqui em Rio Preto o senhor deve saber, por experiência própria, que elas existem e são muitas.

      Meu caro, já ouviu falar do termo “redneck”? Então, segundo um outro amigo
      americano meu, também bem politizado e inteligente, esses rednecks são os ignorantes atuais de que você fala. Segundo ele, os rednecks sim são uma minoria que pouco representa os EUA e que tira notas menores em língua inglesa se comparados a qualquer estrangeiro.

      Mas se você acusa tão veementemente a maior parte dos jovens americanos de ignorância em seu próprio idioma, gostaria que me apresentasse algum brasileiro, de classe média ou baixa, não-graduado que fale perfeitamente a língua pátria. Se formos ver, mesmo com uma população bem maior do que a nossa, os EUA têm menos casos de ignorantes no próprio idioma do que o Brasil. Aliás, se formos analisar todo o nosso discurso até agora, com certeza encontraremos trechos em que a norma culta é desrespeitada. Nesse quesito, o brasileiro não tem moral alguma para falar dos americanos.

      Meu amigo, quando você falou da forma como nossas aulas aqui são ministradas, acabaram seus argumentos. Você provou por B+C que o brasileiro realmente tem visão curta e que mal sabe ver aquilo que está no próprio nariz. Primeiro, a mudança deve vir da base. Devemos, desde os primeiros anos de ensino fundamental, mostrar para os alunos as diferenças de cada área, os lados interessantes e os lados ruins das disciplinas. O problema é que nossos pedagogos são extremamente parciais quanto a certas matérias, e acabam por contaminar a mente das crianças com banalidades como o pavor de Matemática, por exemplo. A questão, meu caro, é que com uma base boa, o aluno poderá, a não ser por raras exceções, ter feito sua decisão já no primeiro ano de Ensino Médio. E outra: as matérias são facultativas. Durante o Ensino Médio, ele pode se inscrever em uma, testá-la por um tempo a definir e perceber se gosta da área ou não. Assim, diminuirão as chances de erro ou de volta atrás.

      Não tente usar, também, o meu caso como argumento. Eu, no primeiro ano, confesso não saber o que queria. Mas já sabia o que detestava, ou seja, as Biológicas. Sabia que não ia seguir tal carreira, mas essa área ficou me importunando por três longos anos e, por não poder estudar as outras apropriadamente, minha decisão ficou atrasada.

      Outro ponto que você citou e que será usado contra você: Realmente, as universidades americanas são pagas. Só que isso não muda o fato de que os melhores ganham um belo desconto lá. E no Brasil seria ainda mais fácil, já que as universidades são gratuitas, e poderia se fazer um esquema para que os melhores ganhassem residência nas faculdades. Seria uma forma de incentivar os alunos. Quem disse que precisamos implantar tudo o que os americanos fazem? Ora, nosso sistema tem base mista americana e européia, e ainda sim é uma base que não usa tudo, além de ter sido muito mal feita.

      Você claramente confunde os profissionais americanos com os orientais. Meu amigo, os americanos não fazem isso, principalmente os mais especializados, pois sabem que ainda podem concorrer por outros cargos.

      Se você está falando ainda só do ensino particular, erra feio, pois ele não é organizado pelo estado, e apenas segue um sistema já preexistente nas escolas públicas.
      Os brasileiros são mais versáteis porque passam necessidades.Você pode mudar a escolha profissional, mas ainda terá que estudar todas as áreas para o vestibular, sejam elas relacionadas com a sua ou não.

      Curiosamente, meu caro, eu falo o mesmo que você. Ora, como a sexta economia do mundo com um sistema educacional tão bom assim pode ter resultados tão horrendos no PISA? E outra, os americanos também têm aulas práticas durante o EM. Marcenaria, Tecnologia. Algo com o qual poderão ter o próprio sustento no futuro. Algo bem feito, e não mal feito como o Ensino Médio brasileiro.

      A cultura geral é necessária. A exploração não. Meu amigo, o aluno de ensino médio, EM TESE, conhece tudo isso que falamos. EM TESE. Gostaria de saber quantos alunos de Ensino Médio você conhece que sabem todas essas matérias com profundidade. Eu, por exemplo, assumo, não sei. O próprio Patrick, que é um excelente aluno, também não sabe. O Cássio Sversut, que curtiu seu comentário, também não sabe. É muito lindo esse papo de que o aluno do Ensino Médio tem que saber A ou B, e de que os conhecimentos passados a eles são pouco mais que básicos. Difícil é ser o aluno, e ver o seu professor falando uma coisa dessas. Para você, professor, a matéria que ensina em Biologia é básica. Mas para o aluno, que deve ver o básico de Geografia, Matemática, Biologia, Física e outras, todo esse conteúdo se torna pesado. Além disso, para o aluno, não é básico, pois ele tem pouco tempo para aprender todo um conteúdo, e um conteúdo cuja utilidade em seu cotidiano é questionável.

      Outro fator: Você vive citando o caso de americanos que erraram isso ou aquilo em Geografia Mundial. Ora, e quantos brasileiros não erram a própria Geografia? E brasileiros que estudaram em ANGLO, COC e outras escolas. Tem brasileiro que não sabe distinguir MS e MT, e são MUITOS. Meu amigo, você só pode estar vivendo em uma utopia educacional, pois eu, vestibulando, não consigo achar tanta maravilha assim em um sistema podre e exploratório.

      Curiosamente, você falou no leque, mas o sistema americano tem bem mais opções de matérias, englobando desde Culinária até Russo. Será mesmo que eles estão tão fechados assim?

      Ah, a propósito, lá também existem matérias obrigatórias, as quais dão um pouco de cultura geral sim. E lá existe aula para leitura de clássicos, o que coloca seu argumento de que eles lêem muito pouco abaixo.

      22 de Janeiro às 00:37 ·  ·  2

    • Newton Fernandes Brites Caro Octávio, as escolas particulares que estão à beira da falência e não conseguem honrar suas folhas de pagamento são escolas mal administradas e sem proposta educacional. Eu trabalho em 5 escolas particulares e não tenho queixa de nenhuma. Nas décadas de 80 e 90 muitos aventureiros resolveram abrir escolas por acharem ser esse investimento uma mina de dinheiro. As escolas sérias permanecem sólidas e em pleno crescimento. Quanto a decidir a área na qual vai atuar desde cedo, meu amigo, você está contrariando a psicologia. Um adolescente só tem maturidade para fazer essa escolha por volta dos 21 anos. Os americanos escolhem antes e muitas vezes se "dão bem" porque lá, a prosperidade econômica do país faz com que se ganhe dinheiro em qualquer área que se atua. Não é necessário ser o melhor para ter um bom salário. Aqui no Brasil o mercado de trabalho é muito seletivo e exige uma qualificação maior.

    • Newton Fernandes Brites Quanto aos alunos, eu conheci e conheço muitos excelentes. Trabalho com educação há 26 anos e já tive alunos que hoje são médicos conceituados, juízes. Tenho 6 ex-alunos que estão na NASA. Como você pode ver, existem escolas que capacitam de verdade aqui no Brasil, sim. Não podemos nos basear em dados da escola pública. Essa instituição, eu concordo, é falida. Visa somente colocar diplomas nas mãos dos alunos para que eles se sintam intelectuais, quando na verdade estão sendo enganados. Aqui em Araçatuba a escola na qual eu trabalho é de excelência. Por aqui já passaram alunos brilhantes e continuam passando. Aqui o ensino é levado a sério, o que não acontece nos muitos concorrentes, pelo menos, da mesma maneira. Os alunos que acham difícil aprender tantas matérias em tão pouco tempo deveriam se dedicar menos ao twiter, ao facebook, orkut, msn ... O aluno pode se disciplinar para não ficar sobrecarregado. Com dedicação é possível sim. Quem acha que o conteúdo é muito extenso está é com preguiça de se esforçar, de se dedicar, de fazer o papel real de ESTUDANTE. Quanto menos conteúdo for dado na escola, mais tempo sobra para o computador e para o vídeogame. Temos que imitar a disciplina oriental. "Quero estudar só aquilo que gosto". Esse é um argumento dos fracos, aquelas pessoas que não perceberam ainda, que na vida não se faz só aquilo que se gosta, mas existem obrigações nem sempre agradáveis, que devem ser cumpridas. No dia-a-dia não se faz só o que é prazeroso, mas o que é necessário. Isso é essencial na formação do caráter de uma pessoa que um dia, vai chefiar uma família. Temos que nos lembrar dos deveres e não só nos apegarmos aos direitos. Isso, futuramente vai proporcionar um equilíbrio familiar. Nos EUA o número de divórcios e de famílias desestruturadas é enorme. Filhos de pais separados, adultérios, tudo isso, fruto de um desequilíbrio em cidadãos que foram criados fazendo somente o que gostam. No ano retrasado no Anglo, 3 alunos acertaram 84 questões na Fuvest. Será que eles já nasceram bons? Com certeza o ensino e a disciplina foram fundamentais para esse feito. Isso pode ser raridade no COC, no Salesiano ou em outras escolas, mas aqui no Anglo, não. Chega a ser até comum. Agora, eu sei que nos EUA muitas outras coisas são oferecidas aos alunos, muitas disciplinas extras, mas quase nunca são aproveitadas. Mas pense bem, pagando 80 mil dólares por ano, cada aluno...até eu abriria uma escola e ofereceria tudo isso e muito mais. Estou tentando te mostrar que com o PIB do nosso país e com a renda per capita do Brasil, nossa educação está excelente. Nossos alunos competem com os americanos em condição de igualdade, recebendo somente uns 30% do que eles recebem lá. Nosso ensino é muito bom, então. Talvez estejamos falando de realidades diferentes aqui no Brasil, mas para mim tudo isso que eu citei não é raridade, é realidade. Os alunos que aqui chegam vão se transformando ao longo dos 3 anos. Ao final do terceiro ano do ensino médio, eles são bem diferentes de quando chegaram. É a escola fazendo seu papel na formação do aluno. Não estou "puxando-o-saco"da empresa na qual trabalho, mas admiro muito sua administração e sua proposta, tanto que residia em Jales e acabei por montar uma outra casa aqui em Araçatuba para que meus filhos pudessem estudar aqui no Anglo. Eu trabalho nessa escola não apenas pelo meu salário, mas por acreditar e admirar a forma de conduzir a educação adotada por essa empresa.

    • Octávio Henrique Meu caro Newton, acabo de concluir que você mesmo acabou se contradizendo em vários trechos. Um deles: “Quanto a decidir a área na qual vai atuar desde cedo, meu amigo, você está contrariando a psicologia. Um adolescente só tem maturidade para fazer essa escolha por volta dos 21 anos.”. Ora, meu caro, eu, com 17 anos, sou obrigado também a fazer essa escolha no Brasil. Posso voltar atrás, mas perderei, no mínimo, um ano de estudos, tempo que pode me comprometer no futuro.

      Outro trecho: “Não é necessário ser o melhor para ter um bom salário.”. Talvez na licenciatura sim, mas não vejo outra aplicação para isso no Brasil. Ora, meu amigo, desconhece o jeitinho brasileiro? Desconhece a esperteza que todos temos que usar, em algum momento da vida, para subir de cargo no lugar de outros até melhores? Conhece BOICOTE ao trabalho alheio? Não? Oops, então, realmente, vivemos em realidades diferentes.

      Em outro trecho, você diz: “Caro Octávio, as escolas particulares que estão à beira da falência e não conseguem honrar suas folhas de pagamento são escolas mal administradas e sem proposta educacional.”. Que curioso. Uma das escolas daqui de Rio Preto em que você trabalhou e que está à beira da falência (você deve saber de qual escola eu falo) foi, durante uns 6 anos, a melhor escola de São José do Rio Preto, superando com facilidade os grandes ANGLO e COC. Esse último, aliás, que já faliu aqui em SJRP e que, creio eu, não é administrado por um moleque. Como, então, uma escola tão sem proposta educacional se mantém no topo? Ah, outra coisa, falo de escolas de RENOME e bem administradas. Não vou citar nomes, mas pelo menos duas de que já ouvi falar têm muita tradição na região.

      Os seus ex-alunos, meu amigo, carregavam o peso dos pais pressionando desde sempre para estudar. As mensalidades no padrão ANGLO são caríssimas. Nenhum pai que se preze quer perder tanto dinheiro assim. E outra: também conheço alunos excelentes de escolas excelentes, e que querem Medicina. Mas estão no CURSINHO. E não foi por falta de esforço. Foi porque a forma de se cobrar as 450 mil disciplinas no Vestibular é exploratória e doentia. Eu repito, eu, estudante de Letras: De que me servirá, para o futuro, saber Citocinese?

      Meu amigo, em alguns momentos da tréplica, você mostrou uma mente bem fechada quanto a certos aspectos. Primeiro, o papel de qualquer estudante é sempre viver PESQUISANDO, e o nosso sistema pouco motiva isso. Não adianta ter 450 mil disciplinas para estudar e não ser incentivado a pesquisar sobre elas. A maior parte das provas que fiz, até mesmo em Sistema ANGLO, onde estudei da 6ª a 8ª Séries, aliás, iam à contramão disso. Motivavam o Notismo, o buscar apenas por NOTAS, e não por conhecimento. Que sistema educacional tão bom é esse que não motiva a pesquisa, independente de um vestibular ou de uma prova?

      Outra questão que você e muitos não entendem sobre o sistema americano. Não é só fazer o que gosta o ponto central, é não fazer aquilo que você sabe que não usará. Eu já sabia, desde os meus 13/14 anos de idade, que não queria Biologia na minha vida. Assim como tem gente que sabe que não quer História, Física nem outras em excesso.

      Meu querido, o modelo oriental propõe um ASCETISMO EDUCACIONAL, ou seja, se não sofrer, não vai dar certo, o que é uma ideia despropositada. Não generalize, também, o mau aproveitamento de disciplinas. Eu já ouvi falar de brasileiro que teve a oportunidade de estudar no sistema americano e só pegou esportes como disciplina. Ou seja, não aproveitou o sistema em sua amplitude. Aí, meu amigo, a questão também é cultural. Os pais também devem mostrar a seus filhos o valor de um bom estudo, como os meus me mostram a toda hora. E, acredite, com o fator cultural brasileiro mudando para a valorização da educação, o sistema americano poderia fazer sucesso por aqui.

      Se formos falar só de escolas específicas, não discutimos o sistema. Discutiremos desigualdade social, as palhaçadas do MEC, mas não o sistema. O ANGLO é uma exceção, mas não necessariamente porque cobra muito. É porque o DINHEIRO gasto pelos pais é muito alto para ser desperdiçado, e porque os próprios pais já têm um posicionamento diferente acerca dos estudos. Mesmo assim, esse posicionamento é falho, já que apóia um processo de seleção exploratório e absurdo.

      Non sequitur. Divórcio tem pouco a ver com o “não fazer o que já sabe que não será útil”. Tem a ver com a cultura religiosa estadunidense. Curiosamente, eu conheço duas irmãs, com idades bem diferentes, cujos pais se divorciaram. A inteligência de ambas? Sobrenatural. A maturidade da mais nova? Também sobrenatural. O divórcio não é tão ruim quanto pinta o catolicismo, especialmente quando bem negociado e bem feito.

      E nós não íamos falar da sua realidade, certo? Falaríamos de fatos. FATOS. E o fato é que até agora, para o BRASIL, esse sisteminha educacional horroroso mostrou poucos bons efeitos. Você vir e me falar que para o nosso PIB nós estamos bem na educação é um absurdo. Educação não se mede com dinheiro, seja ele Per Capita ou de qualquer forma. Isso aí é conversa de administrador ineficiente. Educação se mede com resultados, e nisso os EUA ainda nos superam no quesito QUALIDADE. E até mesmo no quesito quantidade pois, eu reitero, lá há MUITAS opcionais. MUITAS. Aqui há o obrigatório e o obrigatório, e um tempo horrendo dentro da escola.

      A propósito, olha só que curioso. Perdemos para quase todos os outros países da América Latina no PISA. O Uruguai, por exemplo, tem um PIB vertiginosamente menor que o nosso, e nos humilhou, sendo o segundo melhor da América Latina no exame.

      Ah, e só mais uma coisa: PIB per capita não é argumento nem aqui nem em lugar algum, pois quase ninguém ganha igual ou acima do valor do PIB per capita de seu país. Você se esquece, e muito, da desigualdade social e da concentração de renda no país.

      E o seu argumento dos alunos bem formados cai por terra também quando você vê o caso de alunos como eu, cuja fama escolar foi até boa (ou seja, eu era tido como muito esforçado e inteligente), tendo opiniões tão contrárias ao nosso sistema, seja por ele ser socrático, seja por não ser americanizado. E, creia, conheço muito aluno bom que detesta a forma como a educação nos é apresentada: Como algo mercenarizado, em que você tem que estudar de tudo MUITO e sem motivação para o buscar o conhecimento fora da sala de aula. E sem o lado prático e cotidiano de cada assunto, também. Sem uma americanização com uma ampla mudança na valorização da educação, aí não vai dar mesmo. Nem mesmo o sistema americano aguenta uma cultura de mentes fechadas como é a brasileira. Precisamos aprender a enxergar as coisas por uma ótica diferente. O professor, meu amigo, precisará de apenas um emprego, pois precisará ser valorizado. Mas precisará também reciclar seus métodos pedagógicos e seu conhecimento, fazendo especializações as quais, nesse sistema preguiçoso, só precisaria fazer se fosse dar aula em um ANGLO da vida.

      22 de Janeiro às 11:28 ·  ·  2

    • Newton Fernandes Brites Octávio Henrique, realmente você não conhece absolutamente nada das escolas particulares. Talvez porque você não tenha tido acesso a uma de qualidade. Em primeiro lugar, COC não é uma marca respeitada que mereça credibilidade. Eu conheço toda a história do COC desde sua fundação, já trabalhei com esse material e conheço muito bem toda a estrutura. Quanto ao fechamento desta empresa em Rio Preto, percebi que você não sabe de nada mesmo. Foi por péssima administração e outros problemas que eu não vou mencionar aqui porque não me dizem respeito. Outra coisa, nunca dei aula em Rio Preto, Você está equivocado. Defendo o ensino particular brasileiro, que é infinitamente superior àquilo que você mencionou. Você usou o PISA como exemplo, que no Brasil, é prestado somente por alunos da rede pública, portanto não é parâmetro. Tenho consciência que a educação pública é muito inferior à particular. Por isso, desde o início do debate deixei claro que analisaria somente o ensino pago Outra coisa que parece que você não sabe, é que os currículos são elaborados pela Delegacia de Ensino, ou seja, as escolas particulares não são soberanas para ministrar o conteúdo que desejarem. Se o ensino americano fosse implantado no Brasil, ele esbarraria na legislação e no Estatuto da Criança e do Adolescente. A educação não envolve apenas o aprendizado, mas também visa criar nos adolescentes o senso de responsabilidade, mostrar a eles que na vida temos obrigações a serem cumpridas e como eu já disse, temos que fazer as coisas agradáveis e desagradáveis também. Temos deveres antes dos direitos. Quando os adolescentes passam a vida fazendo só o que lhes é agradável, acabam se transformando em adultos inconsequentes, como o sr. Mateus da Costa Meira, que por acaso, estudou nos EUA durante 4 anos, fez tudo o que achava "legal" e prazeroso, até se achar no direito de atirar em inocentes no Shopping Morumbi. Aliás, essa prática está se tornando comum nos EUA, não é mesmo? Quase todo mês tem um serial killer agindo nas escolas americanas, tão bem preparadas para a educação dos jovens. Outro caso é o do sr. Michel Goldfarb, que estudou 12 anos nos EUA e também se achou no direito de sair atirando pelas ruas de São Paulo. Lembra da Suzane Richtofen?? Ela também fez a High School americana. Que bonito o exemplo destas pessoas, não acha? Será que o Brasil precisa de mais Suzanes? De mais Mateus?? De outros Michel Goldfarb? Isso é o resultado da liberdade sem responsabilidade. Por que será que as escolas americanas estão criando essses tipos de lixo humano? Você disse que era impossível estudar 450 mil disciplinas. Pois eu te informo que no Ensino Médio o aluno estuda apenas 10 disciplinas. Você errou por 449.990 disciplinas. Agora, se você não tem capacidade de dominar 10 disciplinas (Português, Matemática, Física, Química, Biologia, Geografia, História, Língua Estrangeira, Filosofia e Sociologia), com toda a sinceridade, meu amigo, não merece entrar numa universidade brasileira. Para alunos assim existem os cursinhos, onde aqueles que realmente são aplicados conseguem um ou dois anos depois, uma vaga numa boa universidade. Quem não consegue acompanhar, é só conseguir um bom dinheiro e entrar numa escola americana, onde vermes semi-analfabetos também são aceitos. Outra coisa, o ensino particular nem sempre é notista. A nota ainda é a melhor forma de se aferir o aprendizado. E quanto ao estímulo para o conhecimento, ele existe sim. Talvez você não tenha passado por essa experiência por ter cursado uma escola que não te oferecesse isso. Todas as escolas que eu trabalho estimulam os alunos a buscarem conhecimento sim. E que vai muito além da barrigada do sapo, a única coisa que se aprende em Ciências nos EUA. O que me parece, caro Octávio, é que você se frustrou com sua escola e agora está transferindo a culpa para todo o ensino brasileiro. Os únicos culpados pelo nosso fracasso somos nós mesmos.Talvez uma autocrítica cairia melhor nessa situação, uma mudança de hábitos, no sentido de "dançar conforme a música", entende? Assumir os erros e mudar a forma de agir é muito mais digno que transferir as próprias frustraçoes para os outros. Eu sei que cursos como Medicina têm concorrência elevadíssima e tem que ter mesmo!!! Afinal, os profissionais dessa área vão lidar com vidas humanas, que são preciosas demais para serem tratadas por pessoas instáveis, que fizeram só o que gostavam na adolescência. As dificuldades ajudam na aquisição da maturidade e da responsabilidae, qualidades essenciais de um bom profissional. Tem que ir à luta, Octávio, Não adianta sentar e ficar disparando críticas ao sistema. Entre nele e mostre sua capacidade ao invés de ficar lamentando, isso faz das pessoas, seres desagradáveis e chatos. Estude um pouco de Legislação de Ensino e veja a razão do ensino americano não dar certo no Brasil. Você acha mesmo que o PIB de um país não é importante para a educação???? Me admira muito!! Nunca ouvi tamanha asneira!! É claro que a riqueza de um país importa. De onde você acha que vem o dinheiro para os investimentos?? Bem, nos EUA esse dinheiro vem da especulação financeira, da boca das crianças portorriquenhas, ou das costarriquenhas, iraquianas, de países queimados pelo imperialismo americano. O próximo será Cuba. Sem dinheiro, meu amigo, não tem investimento. A educação brasileira ainda está longe de atingir aquilo que se pode chamar de ideal, mas comparada à americana, está muito bem e melhorando a cada dia. Tenha certeza que brasileiros que terminam o ensino médio numa boa escola particular jamais sairão por aí dizendo que a capital da Argentina é Brasília e que o México faz fronteira com o Canadá, como afirmou Ronald Reagan. Ou que a língua oficial do Brasil é o espanhol, como disse George W.Bush, que também afirmou que o Brasil precisava aumentar a fiscalização da Floresta Amazônica, principalmente na fronteira com São Paulo... Se o presidente dá esse tipo de exemplo, imagine seus "súditos"... Todos nós devemos buscar melhorias na educação, sim, mas antes de tudo, devemos assumir um compromisso conosco mesmo. O compromisso da dedicação e da responsabilidade para que nossos objetivos sejam atingidos e, assim, possamos dar o exemplo de luta para nossos filhos e mostrar a eles que para se ter sucesso, tem que ter remar muito e muitas vezes, sentir o gosto amargo das matérias que detestamos, mas que depois de alguns anos nos servirão pelo menos para nos provar que somos capazes e não precisamos nos render à mediocridade para nos tornarmos alguém nesse mundo. Amigo, aprenda as divisões celulares com muito afinco, aprenda as citocineses, que você mesmo citou, porque sem elas, você vai ficar sentado no chão, chorando e lamentando o próprio fracasso e ainda colocando a culpa nos outros.
      23 de Janeiro às 13:35 ·  ·  4

    • Patrick Brito Debate encerrado!

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